Algodoeiro

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Cápsulas de algodão
Cápsulas de algodão
Classificação científica
Reino: Plantae
Divisão: Magnoliophyta
Classe: Magnoliopsida
Ordem: Malvales
Família: Malvaceae
Género: Gossypium
L.
Espécies
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O algodoeiro é o nome vulgar dado a várias espécies do género botânico Gossypium L., da família Malvaceae. Existem cerca de 40 espécies, arbustivas, nativas das regiões subtropicais e tropicais, algumas das quais são utilizadas para a produção da fibra têxtil conhecida como algodão.[1]

Em estado selvagem, os arbustos do algodoeiro conseguem atingir até 7 m de altura. As folhas são grandes, com três, cinco (ou mesmo sete) lobos. As sementes estão contidas numa cápsula, estando cada uma envolvida numa fibra felpuda designada pelo vocábulo inglês lint (plural: linters). As espécies mais utilizadas para fins comerciais são G. hirsutum (Estados Unidos e Austrália), G. arboreum e G. herbaceum (Ásia), e G. barbadense (Egipto). Os linters são, geralmente brancos, mas existem também variedades com cor castanha ou verde que, para não contaminarem geneticamente a variedade branca, têm a sua plantação banida junto às grandes produções de algodão.

Sinonímia do gênero

  • Erioxylum Rose & Standl.
  • Ingenhouzia DC.
  • Notoxylinon Lewton
  • Selera Ulbr.
  • Sturtia R. Br.
  • Thurberia A. Gray
  • Ultragossypium Roberty

Espécies

Espécies utilizadas para fins têxteis
  • Gossypium arboreum L. – Algodoeiro-arbóreo, nativo da Ásia meridional.
  • Gossypium barbadense L. – Algodoeiro egípcio, tambémdesignado como algodão-crioulo ou algodão de Sea Island, nativo da América do Sul tropical.
  • Gossypium herbaceum L. – Algodoeiro-asiático ou algodoeiro-do-levante, nativo do sul de África
  • Gossypium hirsutum L. – Algodoeiro-das-terras-altas ou Algodoeiro-americano, nativo da América Central, do Caribe e do sul da Florida.
  • Gossypium vitifolium Lam. - cultivado nos Estados Unidos, México, Antilhas e norte da América do Sul
Outras espécies de Gossypium
  • Gossypium sturtianum Willis – algodoeiro-de-Sturt, nativo da Austrália.
  • Gossypium thurberi Tod. – algodoeiro-selvagem-do-arizona, nativo do Arizona, Novo México e norte do México.
  • Gossypium tomentosum Nutt. ex Seem – Ma‘o ou algodoeiro-do-Havai, espécie endémica das ilhas do Havai. O seu lint é curto e castanho-avermelhado, não sendo apropriado para a produção têxtil.
  • «Lista completa» 

Classificação do gênero

Sistema Classificação Referência
Linné Classe Monadelphia, ordem Polyandria Species plantarum (1753)

Algodão.

Pragas e doenças do algodoeiro

Pragas

Campo de algodão no Jardim Botânico de Sucumi, foto de cerca de 1912.
  • Bicudo-do-algodoeiro, Anthonomus grandis
  • Pulgão-do-algodão, Aphis gossypii
  • Lagarta-do-tomate, Helicoverpa armigera, e Lagarta-australiana-dos-botões-de-algodão Helicoverpa punctigera
  • Creontiades dilutus, um insecto que suga a seiva da planta
  • Ácaro-rajado, Tetranychus urticae, T. ludeni (ácaro-vermelho) e T. lambi
  • Tripes, Thrips tabaci e Frankliniella schultzei

Doenças

  • Mancha de Alternaria, causada por Alternaria macrospora e Alternaria alternata
  • Antracnose e ramulose, causada por Colletotrichum gossypii
  • Podridão negra da raiz, causada pelo fungo Thielaviopsis basicola
  • Mancha bacteriana de Xanthomonas campestris pv. malvacearum
  • Podridão vermelha da raiz ou mal do Panamá, causada pelas espécies do género Fusarium.
  • Gomose de Phytophthora, causada por Phytophthora nicotianae var parasitica

Algodão geneticamente modificado

O algodão geneticamente modificado (GM) foi criado a pensar na redução do uso de pesticidas. É plantado em todo o mundo e crê-se que implique o uso de cerca de 80% menos de pesticidas que o algodão normal. Segundo o Serviço Internacional para Aquisição de Aplicações Biotecnológicas Agrícolas (ISAAA), a área total mundial dedicada ao cultivo de algodão geneticamente modificado é de 67,000 km² em 2002. Isto representa cerca de 20% da área total usada para o cultivo de algodão. As colheitas norte-americanas de algodão geneticamente já representam 73% do total da produção nacional.

A introdução inicial de Algodão GM na Austrália foi um desastre comercial - as safras foram menores que as previstas e os algodoeiros fizeram polinização cruzada com outras variedades de algodão. Contudo, com a introdução de uma segunda variedade de algodão GM, a produção deste tipo de algodão passou a representar 15% da produção nacional australiana em 2003 e 80% em 2004, quando a variedade original foi praticamente suprimida.

Algodão orgânico ou biológico

Flor de Gossypium hirsutum polinizada por um abelhão em Hemingway, Carolina do Sul.

O algodão orgânico ou biológico é aquele que é cultivado sem uso de pesticidas ou aditivos químicos fertilizantes, recorrendo a métodos de menor impacte ambiental. Este tipo de algodão é especialmente utilizado na produção de lenços, écharpes e kimonos. Existem diferentes níveis de certificação deste género de produto mas, em geral, exige-se que os solos onde a planta é cultivada não tenha recebido qualquer tratamento químico nos últimos três anos antes da plantação.

Referências

  1. «Algodoeiro». Catalogue of Life. Species 2000: Leiden, the Netherlands. Consultado em 27 de setembro de 2023 

Ligações externas

  • «PPP-Index» (em alemão) 
  • «USDA Plants Database» (em inglês) 
  • «Germplasm Resources Information Network (GRIN)» (em inglês) 
  • Portal da botânica
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