António Cândido Ribeiro da Costa

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António Cândido
António Cândido Ribeiro da Costa
António Cândido
Nome completo António Cândido Ribeiro da Costa
Nascimento 29 de março de 1850
Amarante
Reino de Portugal Portugal
Morte 9 de novembro de 1922 (72 anos)
Amarante, Portugal Portugal
Nacionalidade Portuguesa
Ocupação Político

António Cândido Ribeiro da Costa (S. Faustino de Fridão, Amarante, 29 de Março de 1850 - Amarante, 9 de Novembro de 1922), conhecido por António Cândido, foi um professor e político português, que no seu tempo ganhou fama de extraordinário orador parlamentar, ficando conhecido por "A Águia do Marão".

Era filho natural de Ana Joaquina Ribeiro, tendo o seu pai, o padre José Joaquim da Costa Pinheiro, abade da freguesia de Candemil, assumido a sua paternidade só em 1885.

Primeiramente destinado à vida eclesiástica, frequentou o curso de Teologia no Seminário Conciliar de S. Pedro de Braga de 1867 a 1870, que concluiu em Maio de 1871. Não foi porém ordenado sacerdote e, em vez disso, inscreveu-se Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra.

Licenciou-se em Direito pela Universidade de Coimbra e também em Teologia pela mesma Universidade. Doutorou-se em Direito em 1878 e foi nomeado professor catedrático em 1881.

Esteve ligado ao grupo dos Vencidos da Vida, juntamente com Eça de Queirós, Ramalho Ortigão, Oliveira Martins, Guerra Junqueiro, entre outros.

Exerceu diversificados papéis na vida pública. Como político, filiou-se no Partido Progressista, pelo qual foi deputado nos mandatos de 1880-1881, 1884-1887 e 1887-1889. Em 1888 abandonou o seu partido por discordâncias políticas, exercendo então o cargo de Procurador Régio, para que antes havia sido nomeado. Em 1890, porém, regressou ao seu partido. Foi um defensor da descentralização administrativa e da representação proporcional, dando relevo ao papel das minorias.

Foi Ministro do Reino em 1890-1891, conseguindo sufocar a Revolta de 31 de Janeiro de 1891 e procedendo, depois, serenamente ao apuramento de responsabilidades. Foi nomeado Par do Reino em 1891, tomando assento na respectiva Câmara, de que foi eleito presidente em 1905. Entre os seus protegidos contou-se então o tenente de Artilharia Sidónio Pais, que graças a ele conseguiu em 1898 evitar ser enviado para Moçambique, podendo assim concorrer ao lugar de lente substituto de Matemática na Universidade de Coimbra.[1]

Foi também presidente da Academia Real das Ciências.

Quando da Revolução de 5 de Outubro de 1910, exercia igualmente, desde 1898, o cargo de Procurador-Geral da Coroa, do qual foi afastado pela República, sucedendo-lhe então Manuel de Arriaga como Procurador-Geral da República. Abandonou em seguida a vida política, colaborando na imprensa monárquica.

A 13 de Março de 1902, sendo Conselheiro de Sua Majestade Fidelíssima, Par do Reino, Procurador-Geral da Coroa e Fazenda e Ministro de Estado Honorário, foi-lhe ainda concedido o título de Conselheiro de Estado (Diário do Governo, n.º 60, 15 de Março de 1902).[2][3]

Encontra-se colaboração da sua autoria na revista A Leitura[4] (1894-1896), no semanário O Thalassa[5] (1913-1915) e no periódico O Azeitonense [6] (1919-1920).

Foi homenageado com uma estátua em Amarante.

Obras

  • Principios e questões de philosophia politica (Vol. I)
  • Principios e questões de philosophia politica (Vol. II)(eBook)

Bibliografia

  • António Cândido. In Diciopédia 2005 [DVD-ROOM]. Porto: Porto Editora, 2004. (ISBN 972-0-65258-6)

Referências

  1. Armando Malheiro da Silva, Sidónio e Sidonismo: vol. 1 História de uma vida, pp. 65-66
  2. "Mercês Honoríficas do Século XX (1900-1910)", Jorge Eduardo de Abreu Pamplona Forjaz, Guarda-Mor, 1.ª Edição, Lisboa, 2012, p. 52
  3. LIMA, José Maria Pereira de - Phenicios e Carthaginezes, Lisboa: Viúva Tavares Cardoso, 1903 (pp. 5 a 15).
  4. A Leitura: magazine litterario (1894-1896) cópia digital, Hemeroteca Digital
  5. O Thalassa: semanario humoristico e de caricaturas (1913-1915) cópia digital, Hemeroteca Digital
  6. Jorge Mangorrinha (1 de abril de 2016). «Ficha histórica:O Azeitonense: orgão independente defensor dos interesses de Azeitão (1919-1920)» (pdf). Hemeroteca Municipal de Lisboa. Consultado em 18 de setembro de 2016 
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Luís Mouzinho de Albuquerque António César de Vasconcelos Correia (interino) José António Ferreira Brak-Lamy José Dionísio da Serra Marquês de Palmela (interino) Luís Mouzinho de Albuquerque (interino) Marquês de Palmela (interino; continuação) Luís Mouzinho de Albuquerque (2.ª vez) Bernardo de Sá Nogueira Cândido José Xavier Joaquim António de Aguiar Bento Pereira do Carmo Francisco de São Luís Saraiva Agostinho José Freire João de Sousa Pinto de Magalhães Rodrigo da Fonseca Visconde de Sá da Bandeira (interino) Luís Mouzinho de Albuquerque (3.ª vez) Agostinho José Freire (2.ª vez) Passos Manuel Visconde do Banho (não empossado) Passos Manuel (reconduzido) António Dias de Oliveira Júlio Gomes da Silva Sanches João de Oliveira António Fernandes Coelho • Júlio Gomes da Silva Sanches (2.ª vez) Rodrigo da Fonseca (2.ª vez) Joaquim António de Aguiar (2.ª vez) Joaquim António de Magalhães Junta Provisória de Governo Luís Mouzinho de Albuquerque (4.ª vez) Conde de Tomar Duque da Terceira (interino) Conde de Tomar (continuação) José Bernardo da Silva Cabral (interino) Conde de Tomar (continuação) Duque de Palmela (2.ª vez) Luís Mouzinho de Albuquerque (5.ª vez) Duque de Palmela (3.ª vez) Visconde de Oliveira Francisco Tavares de Almeida Proença António de Azevedo Melo e Carvalho Bernardo Gorjão Henriques Duque de Saldanha José Marcelino de Sá Vargas (interino) Duque de Saldanha (continuação) Conde de Tomar (2.ª vez) Félix Pereira de Magalhães (interino) Conde de Tomar (2.ª vez; continuação) Félix Pereira de Magalhães (interino) Barão da Luz (interino) Duque de Saldanha (2.ª vez) José Ferreira Pestana Rodrigo da Fonseca (3.ª vez) Marquês de Loulé (interino) Júlio Gomes da Silva Sanches (3.ª vez) Marquês de Loulé António Maria de Fontes Pereira de Melo Marquês de Loulé (2.ª vez) Anselmo José Braamcamp (interino) Marquês de Loulé (3.ª vez) Marquês de Sabugosa Júlio Gomes da Silva Sanches (4.ª vez) Joaquim António de Aguiar (3.ª vez) João Martens Ferrão Conde de Ávila (interino) António Alves Martins Duque de Loulé (4.ª vez) Duque de Saldanha (3.ª vez; interino) António Rodrigues Sampaio José Dias Ferreira (inicialmente interino) António Alves Martins (2.ª vez) Carlos Bento da Silva (interino) António Alves Martins (2.ª vez; continuação) Marquês de Ávila (2.ª vez; inicialmente interino) António Rodrigues Sampaio (2.ª vez) António Maria de Fontes Pereira de Melo (interino) António Rodrigues Sampaio (2.ª vez; continuação) António Maria de Fontes Pereira de Melo (interino) António Rodrigues Sampaio (2.ª vez; continuação) António Maria de Fontes Pereira de Melo (interino) António Rodrigues Sampaio (2.ª vez; continuação) Marquês de Ávila (3.ª vez) António Rodrigues Sampaio (3.ª vez) António Maria de Fontes Pereira de Melo (interino) António Rodrigues Sampaio (3.ª vez; continuação) António Maria de Fontes Pereira de Melo (interino) António Rodrigues Sampaio (3.ª vez; continuação) José Luciano de Castro António Rodrigues Sampaio (4.ª vez) Tomás Ribeiro António Serpa (interino) Tomás Ribeiro (continuação) António Serpa (interino) Tomás Ribeiro (continuação) Augusto César Barjona de Freitas José Luciano de Castro (2.ª vez) António Serpa António Cândido • Lopo Vaz de Sampaio e Melo Mariano de Carvalho (interino) Lopo Vaz de Sampaio e Melo (continuação) José Dias Ferreira (2.ª vez; interino) António Teles de Vasconcelos (interino) José Dias Ferreira (2.ª vez; continuação; interino) João Franco José Luciano de Castro (3.ª vez) Ernesto Hintze Ribeiro Luís Augusto Pimentel Pinto (interino) Ernesto Hintze Ribeiro (continuação) António Augusto Pereira de Miranda Eduardo José Coelho Ernesto Hintze Ribeiro (2.ª vez) João Franco (2.ª vez) Francisco Ferreira do Amaral Artur de Campos Henriques Alexandre Cabral Venceslau de Lima Francisco Felisberto Dias Costa António Teixeira de Sousa

Bandeira de Portugal (1830–1910)
« Antigo Regime
Primeira República »
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Ministros e secretários de Estado dos Negócios da Instrução Pública (1870)
António da Costa • António Alves Martins (interino) Carlos Bento da Silva (interino) António Alves Martins (interino; continuação)

Ministros e secretários de Estado dos Negócios da Instrução Pública e Belas Artes (1890–1892)
João Arroio António Cândido • Lopo Vaz de Sampaio e Melo (interino) João Franco (interino) Lopo Vaz de Sampaio e Melo (interino; continuação) José Dias Ferreira (interino)

Bandeira de Portugal (1830–1910)
Primeira República »
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Presidente do Conselho
de Ministros
João Crisóstomo, 40.º chefe de governo de Portugal
Ministros e
Secretários de Estado
Reino
António Cândido
Negócios Eclesiásticos
e de Justiça
Emílio Brandão
Fazenda
Guerra
Marinha e Ultramar
Negócios Estrangeiros
Obras Públicas, Comércio
e Indústria
Instrução Pública e Belas Artes
António Cândido interino
← 42.º governo (1890) • 44.º governo (1891–1892) →
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Procuradores-gerais
da Coroa
João Baptista Felgueiras (1833–1836) • António Dias de Oliveira (1836) • José d'Aguiar Ottolini (1838–1844 / 1846–1858) • José Corrêa de Lacerda (1844–1846) • Joaquim Pereira Guimarães (1859–1865) • Sebastião de Almeida e Brito (1865–1868) •
Brasão de Armas do Reino de Portugal

Brasão de Armas da República Portuguesa
Procuradores-gerais
da Coroa e Fazenda
Martens Ferrão (1868–1886) • António Cardozo Avelino (1886–1889) • Adriano Cardoso Machado (1890–1891) • Ernesto Hintze Ribeiro (1891–1891) • Diogo de Sequeira Pinto (1892–1898) • António Cândido (1898–1910)
Procuradores-gerais
da República
Manuel de Arriaga (1910–1911) • José de Azevedo e Silva (1912–1929) • Francisco Henriques Góis (1929–1938) • Francisco Caeiro (1943–1954) • António Furtado dos Santos (1969–1974) • João de Deus Pinheiro Farinha (1974–1977) • Eduardo Augusto Arala Chaves (1977–1984) • José Narciso da Cunha Rodrigues (1984–2000) • José Souto de Moura (2000–2006) • Fernando Pinto Monteiro (2006–2012) • Joana Marques Vidal (2012–2018) • Lucília Gago (2018–presente)
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