Centro de Estudos e Defesa do Petróleo

O Centro de Estudos e Defesa do Petróleo, posteriormente denominado Centro de Estudos e Defesa do Petróleo e da Economia Nacional (CEDPEN) foi uma entidade civil criada em abril de 1948 pelo professor Henrique Miranda, no auditório da Associação Brasileira de Imprensa (ABI), e teve Arthur Bernardes, e os generais Horta Barbosa, José Pessoa e Estêvão Leitão de Carvalho como seus presidentes de honra. O CEDPEN foi coordenando por militares e congregou estudantes, homens públicos e intelectuais e jornalistas, passando a comandar a Campanha do Petróleo.

Pelo que se vê nas ruas, há um grupo numeroso e barulhento que pede licença para discordar. O lançamento oficial do Centro Nacional de Estudos e Defesa do Petróleo mobiliza entusiasmados participantes de norte a sul do país, que começam a se articular regionalmente a fim de promover manifestações e eventos. Com apoio do Partido Comunista do Brasil, os diretórios do Rio de Janeiro, São Paulo e Rio Grande do Sul já estão com sua estrutura praticamente montada. Estão previstos para junho mais de uma dúzia de comícios e conferências. Figuras de destaque na vida política e cultural brasileira, como o artista Emiliano Di Cavalcanti e o arquiteto Oscar Niemeyer, já manifestaram seu apoio ao movimento. Face ao clamor popular, a tramitação do estatuto no Congresso deve ser atribulada. Os votos favoráveis à medida podem escorrer das mãos do governo como um punhado de petróleo cru.[1]

O Centro de Estudos e Defesa do Petróleo e da Economia Nacional (CEDPEN) foi permanentemente atormentado por investigações da polícia política do Governo Dutra, e muitas de suas reuniões eram acompanhadas de perto por investigadores policiais.[2] Não podemos esquecer a figura do General Felicíssimo Cardoso, que durante anos foi o Presidente do CEDPEN, sendo um nacionalista feroz, e foi o grande responsável pela criação da Petrobras.

A criação da Petrobras

O General Felicíssimo Cardoso é considerado um atuante líder nos grandes debates nacionais da década de 1950, que levaram à criação da Petrobras. No dia da assinatura da Lei 2004 que criou o monopólio estatal do petróleo no Brasil, o Centro de Estudos e defesa do Petróleo e da Economia Nacional lançou um manifesto,[3] assinado pelo seu então presidente Felicíssimo Cardoso, dizendo:

Ao mesmo tempo em que nos regozijamos pela vitória alcançada, queremos lançar um brado de alerta. A campanha do petróleo prossegue, pois o inimigo ainda voltará à investida.
— General Felicíssimo Cardoso[3]

Ver também

Bibliografia

  • MIRANDA, M. A. T. O petróleo é nosso: a luta contra o entreguismo pelo monopólio estatal. Petrópolis: Vozes, 1983.
  • CEDPEN. Uma Nova Forma de Entreguismo: a "Solução Vargas" para o Petróleo. Rio de Janeiro: Trabalho elaborado pela Comissão de Estudos do Cedpen, 1952.

Referências

  1. Combustível na fogueira. Campanha ‘O Petróleo é Nosso’ ganha força e organização com criação de um novo órgão. Meta é derrubar o estatuto de Dutra e criar estatal para cuidar das reservas brasileiras. Veja, maio de 1948
  2. AZEVEDO E SILVA, Angelissa Tatyanne. Sob a lógica da desconfiança: a polícia política na campanha "O petróleo é nosso!" (1947-1954)., Universidade Federal Fluminense.
  3. a b ZORNITTA,Bruno. ENTREVISTA: Maria Augusta Tibiriçá. Rio de Janeiro: Jornal Surgente, 8 de maio de 2006
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