Cerro da Mangancha

Cerro da Mangancha
Construção Idade do Bronze - Domínio romano
Património Nacional
Classificação  Sítio de Interesse Público
(Portaria n.º 401/2011)
DGPC 74084
SIPA 31544
Geografia
País Portugal Portugal
Coordenadas

Coordenadas: 37° 53' 8.02" N 8° 10' 29.73" O

37° 53' 8.02" N 8° 10' 29.73" O
Mapa
Localização do sítio em mapa dinâmico

O Cerro da Mangancha, igualmente conhecido como Castelo da Mangancha, é um sítio arqueológico situado na atual freguesia de Aljustrel e Rio de Moinhos, no Município de Aljustrel, no Distrito de Beja, em Portugal. Corresponde a um antigo povoado fortificado da Idade do Bronze, que continuou a ser ocupado durante o período romano, acabando por ser abandonado no século I, com a transferência dos habitantes para o importante núcleo mineiro de Vipasca.[1][2]

O Cerro da Mangancha foi classificado como Sítio de Interesse Público pela Portaria n.º 401/2011, de 15 de Fevereiro.[3][2]

Descrição

O sítio arqueológico está situado no alto de uma colina,[1] conhecida como cerro dos Penedrões,[4] num local de onde se podia controlar uma grande porção do território em redor, principalmente o importante couto mineiro de São João do Deserto, situado nas proximidades.[1] Também nas imediações situa-se outro importante monumento histórico de Aljustrel, o Santuário de Nossa Senhora do Castelo.[5] O núcleo do Cerro da Mangancha consistiria num povoado rodeado por muralhas,[3] tendo sido encontrados vestígios de várias estruturas,[5] incluindo dois taludes, que fariam parte do aparelho defensivo.[1] Em termos de espólio, foram encontrados fragmentos líticos e de cerâmica da Idade do Bronze, alguns deles com decoração, enquanto que do período romano foram recolhidas peças igualmente em cerâmica, e metálicas.[5]

História

Devido à sua localização, este sítio foi ocupado durante um largo período, primeiro desde os finais da Idade do Bronze e depois ao longo da Idade do Ferro,[5] tendo sido abandonado já durante a época romana, no século I, com a transferência das populações para a cidade de Vipasca, então um importante centro mineiro.[1] Esta fase de abandono do local poderá estar relacionado com o processo de pacificação do território pelas forças romanas, conhecida como Pax Romana.[3]

As primeiras pesquisas arqueológicas foram feitas em 1967 pelo professor Claude Domegue, em colaboração com o engenheiro Rui Freire de Andrade, tendo este último sido responsável pelo reconhecimento do arqueossítio, além de ter feito outros estudos no terreno, com a participação de algumas das figuras mais importantes da arqueologia nacional.[1] Por exemplo, no último quartel do século XX, esteve a trabalhar no Cerro com o engenheiro Octávio da Veiga Ferreira, dos Serviços Geológicos de Portugal.[1] Os trabalhos nos anos 60 permitiram a descoberta de estruturas defensivas, desacreditando a teoria avançada por alguns autores que não se tratava de uma povoação fortificada.[3] Em 1998 foi feita uma intervenção de relocalização e identificação, e entre 2010 e 2011 foram feitas escavações no local.[5]

Entretanto, em 1991 iniciaram-se os primeiros esforços para a classificação do imóvel, mas o processo só foi concluído em 2011, com a emissão de uma portaria que o classificou como Sítio de Interesse Público.[2]

Ver também

Bibliografia

  • LOBATO, João Rodrigues (2005) [1983]. Aljustrel Monografia. Aljustrel: Câmara Municipal de Aljustrel 

Leitura recomendada

  • COFFYN, André (1983). «La fin de l'Age du Bronze dans le Centre-Portugal». O Arqueólogo Português. Lisboa 
  • DOMERGUE, Claude; ANDRADE, Rui Freire de (1971). Sondage 1967 et 1969 a Aljustrel (Portugal). Note preliminaire, Conimbriga. Nova História de Portugal. Coimbra: [s.n.]  !CS1 manut: Nomes múltiplos: lista de autores (link)
  • JORGE, Vítor de Oliveira (1990). Complexificação das sociedades e sua inserção numa vasta rede de intercâmbios. Nova História de Portugal. Lisboa: [s.n.] 
  • LOBATO, João Rodrigues (1983). Aljustrel monografia. Aljustrel: Câmara Municipal de Aljustrel 
  • MAIA, Manuel Maria da Fonseca Andrade (1978). «Fortalezas romanas do sul de Portugal». Zephyrus. Salamanca 
  • SCHUBART, Hermanfrid (1971). «O Horizonte de Ferradeira». Revista de Guimarães. Guimarães 

Referências

  1. a b c d e f g MARTINS, A. «Cerro da Mangancha». Pesquisa de Património Imóvel. Direcção Geral do Património Cultural. Consultado em 20 de Junho de 2023 
  2. a b c Gordalina, Rosário (2011). «Cerro da Mangancha». Sistema de Informação para o Património Arquitectónico. Direcção Geral do Património Cultural. Consultado em 17 de Julho de 2022 
  3. a b c d PORTUGAL. Portaria n.º 401/2011, de 15 de Fevereiro. Gabinete do Secretário de Estado da Cultura. Publicado no Diário da República n.º 43, Série II, de 2 de Março de 2011.
  4. LOBATO, 1983:17
  5. a b c d e «Cerro da Mangancha». Portal do Arqueólogo. Direcção Geral do Património Cultural. Consultado em 31 de Julho de 2020 

Ligações externas


  • Portal dos monumentos de Portugal
  • Portal da arqueologia
Controle de autoridade
  • Wd: Q66813089
  • IGESPAR: 74084
  • SIPA: 31544