Cipriano Ribeiro Freire

Cipriano Ribeiro Freire

Cipriano Ribeiro Freire (Lisboa, 1 de dezembro de 1749 - Lisboa, 4 de junho de 1824) foi um diplomata português, sendo o primeiro embaixador de Portugal nos Estados Unidos da América.

Biografia

Primeiros anos

Cipriano Ribeiro Freire nasceu em São Julião, Lisboa, em 1 de dezembro de 1749[1]. Era filho de António Ribeiro Freire e Teresa Maria Rosa. Seu pai era ligado a atividade industrial e ao comércio, seguindo os mesmos passos, Cipriano estudou na Aula do Comércio.

Representante português em Londres

Seguiu, todavia, a carreira da burocracia estatal, sendo um dos protegidos do Marquês de Pombal. Em 1774 foi para Londres, assumir um cargo na secretaria de Estado dos Negócios Estrangeiros e da Guerra. Era um ano difícil para a diplomacia portuguesa, e Ribeiro Freire ficou responsavel por mediar os negócios portugueses em Londres, necessário devido aos gastos com o conflito luso-espanhol na fronteira sul do Brasil[2].

Cumpriu essas funções até setembro de 1785, e pelo bom trabalho tornou-se fidalgo e cavaleiro da Ordem de Santiago da Espada. Em 1788 tornou-se embaixador português na corte inglesa, cumprindo o cargo até 1791[2].

Representante português nos Estados Unidos da América

No periodo de 1794 a 1799 foi o primeiro embaixador de Portugal nos Estados Unidos da América. A discussão sobre qual seria o diplomata que representaria o novo país, recém reconhecido pela Inglaterra, foi fervorosa. Freire foi escolhido por suas qualificações e por sua ligação a intelectualidade americana[2].

A esse respeito era membro da Academia de Ciência de Lisboa; da Sociedade Filosófica Americana, com sede na Filadélfia; da Royal Society; Society of Antiquaries; da Society for the Encouragement of Arts, Manufacture and Commerce e da Associação dos Amigos da Humanidade[2].

Como embaixador, se tornou amigo íntimo de George Washington, presidente da época[2].

Em 1801 exerceu a função de plenipotenciário nas negociações de Paz em Amiens[3].

Retorno a Portugal

Com a retirada da família real para o Brasil, ele assumiu, em 1809, o cargo de governador do Conselho de Regência, assim como outros homens importantes do Reino. Esse conselho governaria Portugal, enquanto o príncipe regente estivesse no Brasil, e Ribeiro Freire ficou responsabilizado pelos Negócios Estrangeiros, visto o seu largo conhecimentos na diplomacia[4][5].

Cipriano também foi, entre 1810 e 1820, deputado da Real Junta do Comércio, Industria, Agricultura e Navegações[6][1].

Morreu em 4 de julho de 1824[1]. Deixando sua esposa, a inglesa Agner Frances Hudson (casados em 1791), viuva pela segunda vez[2].

Obras

  • Lições de aritmética para o quarto ano da aula de comércio (Manuscrito).

Referências

  1. a b c «Documentos de Cipriano Ribeiro Freire - Arquivo Nacional da Torre do Tombo - DigitArq». digitarq.arquivos.pt. Consultado em 17 de julho de 2023 
  2. a b c d e f Ribeiro, Jorge Martins (outubro de 2021). «A missão de Cipriano Ribeiro Freire, primeiro representante de Portugal nos Estados Unidos (1794-1799)» (PDF). Negócios Estrangeiros (21): 22 - 43. Consultado em 17 de julho de 2023  line feed character character in |título= at position 46 (ajuda)
  3. Santos, Guilherme de Paula Costa (2009). A convenção de 1817 : debate político e diplomático sobre o tráfico de escravos durante o governo de D. João no Rio de Janeiro (PDF). Sâo Paulo: USP. 155 páginas. ISBN 978-85-7506-168-8  line feed character character in |título= at position 58 (ajuda)
  4. Portugal; Maria I, Queen of Portugal; Portugal. Sovereign (1777-1816 : Maria I) (1809). Decreto. : Tendo a divina providencia permittido que os meus reinos de Portugal e Algarves ficassem completamente restaurados, e livres da oppressão, e jugo Francez; e sendo necessario estabelecer hum governo para reger os meus vassallos durante a minha ausencia neste estado, e em quanto as circunstancias não permittirem que Eu haja de voltar . John Carter Brown Library. [S.l.]: [Lisbon] : Na Impressão Regia 
  5. Protásio, Daniel Estudante (2020). «Os algozes de Gomes Freire: análise prosopográfica e ideológica de alguns decisores do seu processo» (PDF). Revista Militar: 1 - 17. Consultado em 17 de julho de 2023  line feed character character in |título= at position 74 (ajuda)
  6. «Parecer de Cipriano Ribeiro Freire, José Sampaio Freire de Andrade, José Augusto das Neves, António José da Mota e Isidoro de Almeida, da Real Junta da Fazenda do Comércio, sobre o pedido de Diogo Stephens, proprietário da Fábrica de Vidros da Marinha Grande, para que fiquem isentos de serviço militar 100 lenhadores que que trabalham para a sua fábrica.». ahm-exercito.defesa.gov.pt. Consultado em 17 de julho de 2023 
  • v
  • d
  • e

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