Embaixada do Chile em Brasília

Embaixada da Chile em Brasília
Chile
Chile
Brasil
Brasil
Localização
Endereço SES 803, Lote 11, Avenida das Nações, Setor de Embaixadas Sul - Asa Sul, Brasília, DF 70407-900 Brasil
Coordenadas 15° 48′ 38,1″ S, 47° 52′ 43,7″ O
Responsável
Embaixador Fernando Schmidt Ariztía
No cargo desde 22 de novembro de 2012
Embaixada do Brasil em Santiago • Lista de embaixadores • Página oficial

A Embaixada da Chile em Brasília é a principal representação diplomática chilena no Brasil. O atual embaixador é Sebastián Depolo Cabrera, no cargo desde 02 de janeiro de 2023.[1][2]

Está localizada na Avenida das Nações, na quadra SES 803, Lote 11, no Setor de Embaixadas Sul, na Asa Sul.[3][4]

História

As relações diplomáticas entre Chile e Brasil datam de 1836, com a embaixada sendo instalada no Brasil em 1922.[5] Assim como outros países, o Chile recebeu de graça um terreno no Setor de Embaixadas Sul na época da construção de Brasília, medida que visava a instalação mais rápida das representações estrangeiras na nova capital.[6] O prédio definitivo da embaixada só seria construído entre 1974 e 1977, como um gesto de aproximação e diplomacia entre o governo militar chileno do período, liderado por Augusto Pinochet, com o Brasil, também sob Ditadura Militar na época.[7]

Os arquitetos chilenos Juan Echenique Guzmán e Jose Cruz Covarrubias foram os responsáveis pelos edifícios da embaixada, tendo sido também os responsáveis pela Embaixada Chilena em Buenos Aires. São dois blocos independentes com jardins de inverno e cobertura de chapas de cobre, não por acaso, já que o cobre é um mineral importante para o Chile. O interior é decorado com diversas obras de arte, entre pinturas, esculturas e tapeçarias.[7][8]

A residência do embaixador é a parte com maior acervo, desde a tapeçaria belga do século XIX logo na entrada, passando por dois salões repletos de arte: o salão azul tem pinturas de Camilo Mori, Carlos Pedraza e Rafael Correa Montparnasse, e o salão branco conta com pinturas de Maruja Vargas, Pedro Lira, Juan Francisco González e Benito Rebolledo, além de outra tapeçaria belga.[7]

Serviços

A embaixada realiza os serviços protocolares das representações estrangeiras, como o auxílio aos chilenos que moram no Brasil e aos visitantes vindos da Chile e também para os brasileiros que desejam visitar ou se mudar para o país andino. Outras ações que passam pela embaixada são as relações diplomáticas com o governo brasileiro nas áreas política, econômica, cultural e científica. O Brasil é o principal mercado de exportações do Chile na América Latina, e o Chile é o segundo maior mercado sul-americano para o Brasil. Os chilenos investiram mais de 35 bilhões de dólares no Brasil, em áreas bastante diversas indo desde energia até o varejo, e o Brasil também tem investido no Chile. O Chile exporta ao Brasil cobre, salmão e vinhos e importa carnes, produtos do petróleo e veículos, com trocas comerciais que passam dos 9 bilhões de dólares.[5][9]

Além da embaixada, que também presta serviços consulares, o Chile conta com mais quatro consulados gerais no Rio de Janeiro, em São Paulo e em Porto Alegre. Ainda há mais cinco consulados honorários em Curitiba, Campo Grande, Belo Horizonte, Salvador e São Francisco do Sul.[10] A embaixada costuma fazer eventos culturais relacionados ao seu país, como feiras típicas, além da visitação a embaixada.[11][12]

Embaixada do Chile e as Leis Trabalhistas

O funcionário Antônio Francisco Ribeiro entrou com ação processual contra a Embaixada do Chile em 2005. Francisco foi contratado pela embaixada em 1992, primeiro como jardineiro, depois foi garçom, vigia noturno e porteiro. Teve que se afastar do trabalho em 1996 por motivo de saúde. De volta à embaixada houve redução do seu salário, o que fere o artigo 7° da Constituição do Brasil.[13]

Em sua defesa a delegação chilena alegou que o funcionário foi readaptado em uma função com um salario de menor valor, pois não era mais apto para exercer a função que antes exercia, na qual recebia um salário mais alto. E também que houve o regular depósito do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS), com exceção do décimo terceiro salário referente ao ano de 2003. Porém, de acordo com a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) a readaptação, motivada por doença física ou mental, não é motivo para diminuição salarial. Em 2018, após treze anos na justiça, chegou a fase da execução. Como as embaixadas gozam de imunidade não há como agir como no caso das empresas privadas, que são obrigadas a pagar os direitos. A brecha encontra-se em precedentes do Tribunal Superior do Trabalho (TST) permitindo a penhora de bens das embaixadas. De acordo com a imunidade jurisdicional as embaixadas podem seguir as regras de seus países de origem dentro do seu território (as embaixadas). A exceção à imunidade são as leis trabalhistas, o que vai de encontro à Convenção de Viena de 1961.[14]

A contratação de um trabalhador no Brasil, seja qual for a sua nacionalidade, deve seguir a CLT. Um trabalhador contratado no Chile, por exemplo, e que depois passa a trabalhar na embaixada chilena no Brasil está sujeito a legislação chilena.[15] No caso do trabalhador Francisco, encerrada a manifestação das partes, a embaixada do Chile foi obrigada a repor as suas perdas salariais, assim como pagar todos os direitos baseado no valor após a reparação salarial.[16]

Ver também

Referências

  1. «Embajador» (em espanhol). Embajada de Chile en Brasil. Consultado em 18 de agosto de 2023 
  2. «Concessão de "agrément" ao Embaixador do Chile». Ministério das Relações Exteriores. 2 de janeiro de 2023. Consultado em 18 de agosto de 2023 
  3. «¿Dónde estamos?» (em espanhol). Embajada de Chile en Brasil. Consultado em 5 de setembro de 2020 
  4. «Chile em Brasília». Embaixadas.net. Consultado em 3 de setembro de 2020 
  5. a b «República do Chile». Ministério das Relações Exteriores. Consultado em 5 de setembro de 2020 
  6. «Embaixadas: um capítulo importante na construção de Brasília». Agência Brasília. 26 de dezembro de 2019. Consultado em 28 de julho de 2020 
  7. a b c Maciel, Nahima (24 de maio de 2019). «No Dia do Patrimônio, Embaixada do Chile expõe acervo artístico». Correio Braziliense. Consultado em 5 de setembro de 2020 
  8. Ficher, Sylvia (9 de agosto de 2014). «Conexões internacionais: arquiteturas estrangeiras em Brasília / Sylvia Ficher e Paulo Roberto Alves dos Santos». ArchDaily Brasil. Consultado em 3 de setembro de 2020 
  9. «Chile». Portal Consular - Itamaraty. Consultado em 3 de setembro de 2020 
  10. «Embaixadas e Consulados estrangeiros no Brasil». Ministério das Relações Exteriores. Consultado em 3 de setembro de 2020 
  11. Nunes, Bethânia (26 de agosto de 2018). «Embaixada do Chile abre as portas a visitantes para evento cultural». Metrópoles. Consultado em 5 de setembro de 2020 
  12. «Día del Patrimonio 2019 es celebrado en la Embajada de Chile en Brasil». Chile en el Exterior - Embajadas, Consulados y Misiones Multilaterales de Chile. Consultado em 5 de setembro de 2020 
  13. «Embaixada Do Chile É Condenada No DF Por Desrespeitar Direitos Trabalhistas» 
  14. DIGITAL, DIN. «Confederação Nacional dos Trabalhadores no Comércio e Serviços - Cerca de 80% das embaixadas não pagam direitos a funcionários nativos». Contracs. Consultado em 11 de setembro de 2020 
  15. «Como funcionam os direitos trabalhistas em 5 países». Politize!. 20 de abril de 2017. Consultado em 11 de setembro de 2020 
  16. «Embaixada do Chile é condenada no DF por desrespeitar direitos trabalhistas». G1. Consultado em 11 de setembro de 2020 

Ligações externas

  • «Página oficial» (em espanhol) 
  • «Página oficial» (em inglês) 
  • Embaixada do Chile em Brasília no Twitter
  • Embaixada do Chile em Brasília no Facebook
  • v
  • d
  • e
Missões diplomáticas
  • Portal das relações internacionais
  • Portal do Chile
  • Portal de Brasília