Estrela peculiar

Em astrofísica, denominam-se estrelas peculiares ou estrelas quimicamente peculiares aquelas estrelas cuja abundância em metais é anómala, pelo menos nas suas camadas superficiais.

As estrelas quimicamente peculiares são frequentes entre as estrelas quentes da sequência principal, cujo interior produz a fusão nuclear de hidrogénio. Estas foram divididas em quatro classes principais com base em seus espectros:

Algumas estrelas apresentam características mistas de várias destas classes.

De modo geral, pensa-se que a peculiar composição química observada na superfície destas estrelas é causada por processos que tiveram lugar depois da formação da estrela, tais como a difusão ou efeitos magnéticos nas suas camadas externas.[1] Estes processos fazem com que alguns elementos se assentem nas camadas inferiores da atmosfera, enquanto que outros elementos ascendem desde o interior até à superfície, provocando as particularidades espectrais observadas. Supõe-se que o interior da estrela, assim como a estrela em seu conjunto, possui uma abundância química mais normal que reflecte a composição da nuvem de gás a partir da qual se formou.[2]

Também existem estrelas peculiares frias, estrelas de tipo espectral G ou posterior, mas habitualmente estas estrelas não são da sequência principal. De modo geral, estas estrelas são identificadas pelo nome da sua classe ou alguma etiqueta específica adicional, ficando a frase quimicamente peculiar restringida aos membros de um dos tipos de estrelas quentes descritos acima.

Muitas das estrelas quimicamente peculiares frias são o resultado da mistura de produtos da fusão nuclear desde o interior até à superfície da estrela; estas incluem a maior parte das estrelas de carbono e estrelas do tipo S. Outras são o resultado de transferência de massa numa estrela binária; exemplos destas incluem as estrelas de bário e algumas estrelas do tipo S.[3]

Referências

  1. Michaud, G. Astrophysical Journal, vol 160, p 641, 1970
  2. Preston, George. Annual Review of Astronomy and Astrophysics, vol 12, p 257, 1974 [1]
  3. McClure, R. Journal of the Royal Astronomical Society of Canada, vol 79, pp. 277-293, dezembro de 1985
  • v
  • d
  • e
Formação
Evolução
Classe de
luminosidade

Subanã • Anã (Azul • Vermelha • Branca • Amarela • Negra • Marrom • Laranja) • Subgigante • Gigante (Azul • Vermelha) • Gigante luminosa • Supergigante (Azul • Vermelha • Amarela) • Hipergigante (Amarela)

.
Classificação
espectral

O • B • A  • F • G • K • M • Be • OB • Subanã O • Subanã B • Tipo tardio • Peculiar (Am • Ap/Bp (Oscilante) • Bário • Carbono • CH • Hélio extrema • Lambda Boötis • Chumbo • Mercúrio-manganês • S • Variável Gamma Cassiopeiae • Tecnécio)

Remanescentes
Estrelas fracassadas
e teóricas
Nucleossíntese
Estrutura
Propriedades
Sistemas estelares
Observações
geocêntricas

Estrela Polar • Estrela circumpolar • Magnitude (Aparente • Fotográfica • Cor) • Velocidade radial • Movimento próprio • Paralaxe • Estrela padrão

Listas
Artigos
relacionados