Explosivo de metal inerte denso

Explosivo de metal inerte denso (ou DIME do inglês Dense Inert Metal Explosive) é um tipo de explosivo, experimental em 2009. É constituído de um cartucho de fibras de carbono contendo uma mistura homogênea de material explosivo, como o HMX (High-Molecular-weight RDX: RDX de alto peso molecular) ou o RDX (Research Department X), e um pó quimicamente inerte, bastante denso, de HMTA (Heavy Metal - Tungsten Alloy; em português: Liga de Metal Pesado - Tungstênio), composto de tungstênio e uma liga metálica (níquel - cobalto ou níquel - ferro).

A expressão "metal inerte" refere-se a um metal não ativo quimicamente e que portanto não participa da reação química causadora da explosão, ao contrário de alguns metais, como o alumínio.

Dois tipos comuns de ligas HMTA são:

  • rWNiCo: tungstênio (91–93%), níquel (3–5%) e cobalto (2–4%)
  • rWNiFe: tungstênio (91–93%), níquel (3–5%) e ferro (2–4%)

Há notícias de que misturas componentes do DIME foram estudadas nos anos 1990[1] mas aparentemente a sua produção e uso como material bélico começou no início dos anos 2000. O artefato é relativamente pequeno[2] mas de alto poder letal, tendo sido concebido para circunscrever a explosão a um raio de alcance de 10 metros, evitando assim os chamados danos colaterais, em operações de guerra. Graças à inércia do tungstênio, cujo papel é de substituir os estilhaços habitualmente gerados pelo cartucho que, no caso do DIME - feito de fibras de carbono - se pulveriza durante a explosão.[3][4]

Há uma crescente crítica ao DIME pelo forte seu forte efeito biológico. O pó de HTMA funciona como uma nuvem letal de micro shrapnel sobre as pessoas que estejam a cerca de 4 metros da explosão. Os sobreviventes próximos à zona letal podem ter membros amputados e posteriormente contrair câncer pois o HTMA adere aos tecidos.[5][6]

Os efeitos carcinogênicos da HTMA têm sido estudados pelas Forças Armadas dos Estados Unidos desde o ano 2000 pelo menos, juntamente com o urânio empobrecido. Acredita-se que essas ligas tenham sido a causa de transformações em osteoblastos humanos.[7] Estudos mais recentes do Departamento de Saúde americano mostram que o shrapnel de HTMA induz rapidamente o rabdomiosarcoma em ratos.[8]

Referências

  1. Cooper, Paul W. Explosives Engineering. New York: Wiley-VCH, 1996. ISBN 0-471-18636-8.
  2. [*How Goes the War From Here? Small diameter solutions. San Francisco Chronicle, Sept. 12, 2006
  3. «Des médecins évoquent l'usage "d'un nouveau type d'arme" à Gaza. Le Monde, 12 de janeiro 2009» 🔗 
  4. «DIME: de quoi s'agit-t-il?. Libération, 16 de janeiro de 2009» 🔗 
  5. «DIME: A New Horror. Question Everything, Jan. 14, 2009» 
  6. «Dense Inert Metal Explosive (DIME) at globalsecurity.org» 
  7. «Neoplastic transformation of human osteoblast cells to the tumorigenic phenotype by heavy metal–tungsten alloy particles: induction of genotoxic effects". Carcinogenesis, Vol. 22, No. 1, 115-125, January 2001» 
  8. «Embedded Weapons-Grade Tungsten Alloy Shrapnel Rapidly Induces Metastatic High Grade Rhabdomyosarcomas in F344 Rats. National Institute of Environmental Health Sciences» (PDF). Arquivado do original (PDF) em 5 de outubro de 2006 

Ligações externas

  • «Dense Inert Metal Explosive (DIME)» (em inglês) 
  • «How Goes the War From Here? Small diameter solutions SF Chronicle, Sept. 12, 2006» (em inglês) 
  • «Cancer Worries for New U.S. Bombs» (em inglês) 
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