Guarda Nobre

Guarda Nobre em traje formal
Guarda Nobre em uniforme de serviço

A Guarda Nobre (em italiano: Guardia Nobile) foi uma das forças de segurança que serviram o Papa durante a história. Formada pelo papa Pio VII em 1801, era na data da sua fundação uma unidade de cavalaria. Concebida como a guarda pessoal do Papa, a unidade escoltava o chefe da igreja quando este se deslocava para fora do Vaticano. Estavam também disponíveis para missões especiais a serviço dos Estados Papais, a claro pedido do próprio Papa. Uma das maiores missões de serviço desempenhadas por esta guarda foi quando a mesma escoltou o Papa Pius VII até Paris para a coroação de Napoleão Bonaparte. Puramente uma guarda palacial, nunca participou num conflito armado durante a sua existência. Com a Risorgimento e consequente extinção dos Estados Papais, esta guarda restringiu a sua actividade aos palácios e propriedades do Vaticano. A partir deste período, pouco ou nenhum espaço havia para a guarda andar montada em cavalos, porém havia sempre dois elementos que montavam a cavalo e acompanhavam o Papa quando este passeava pelos jardins do Vaticano. Quando andar montados em cavalo foi proibido em 1904, os últimos cavalos foram vendidos. Originalmente armados com carabinas, pistolas e sabres, depois de 1870 a guarda andava apenas equipada com um sabre.[1]

Com um recrutamento voluntário desde o início, os seus membros não eram pagos para desempenharem os seus serviços, embora recebessem uma compensação pelo uniforme que envergavam. Os recrutas eram buscados nas famílias nobres italianas. O comandante desta força era denominado como "Capitão".

Depois de 1870, a Guarda Nobre, reduzida a um efectivos de menos de 70 homens, desempenhavam apenas funções cerimoniais como uma guarda de honra, aparecendo em público quando o Papa se dirigia à população. Durante a Segunda Guerra Mundial, a Guarda Nobre partilhava responsabilidades com a Guarda Suíça em relação à protecção e segurança do Papa. Pela primeira vez desde 1870, pistolas voltaram a ser atribuídas aos guardas. Durante a guerra, o papa era constantemente vigiado e acompanhado pela guarda.[2]

Abolida pelo Papa Paulo VI em 1970, os veteranos têm agora uma associação de antigos guardas denominada "La Compagnia delle Lance Spezzate" (Companhia das Lanças Partidas).

Ver também

Referências

  1. David Alvarez, The Pope's Soldiers: A Military History of the Modern Vatican (Lawrence, KS: University Press of Kansas, 2011), pp. 263-265.
  2. Alvarez,The Pope's Soldiers, p.337.