Jacques Le Goff

Jacques Le Goff
Jacques Le Goff
Nascimento 1 de janeiro de 1924
Toulon, França
Morte 1 de abril de 2014 (90 anos)
Paris, França
Residência França
Nacionalidade francês
Alma mater École des hautes études en sciences sociales
Prêmios Medalha de Ouro CNRS (1991), Prêmio de História A.H. Heineken (2004)
Instituições École des hautes études en sciences sociales
Campo(s) história, história medieval, teoria da história

Jacques Le Goff (Toulon, 1 de janeiro de 1924 – Paris, 1 de abril de 2014)[1] foi um historiador francês especialista em Idade Média. Autor de dezenas de livros e trabalhos, era membro da Escola dos Annales, pertencente à terceira geração, empregou-se em antropologia histórica do ocidente medieval.

Recebeu o Prêmio Gobert em 1996.[2]

Biografia

Antigo estudante da École Normale Supérieure, estudou na Universidade Carolina em 1947-48, professor de história em 1950 e membro da École Française de Rome, foi nomeado assistente da Faculté de Lille (1954-59) antes de ser nomeado pesquisador no CNRS (Centro Nacional de Pesquisa Científica), em 1960. Em seguida, mestre-assistente da VI seção da École pratique des hautes études (1962) - sucedeu Fernand Braudel no comando da École des hautes études en sciences sociales, onde ele foi diretor dos estudos. Cedeu seu lugar a François Furet em 1967. Na qualidade de diretor de estudo na École des Hautes Études en Sciences Sociales, Jacques Le Goff publicou estudos que renovaram a pesquisa histórica, sobre mentalidade e sobre antropologia da Idade Média. Seus seminários exploraram os caminhos então novos da antropologia histórica. Ele publicou os artigos sobre as universidades medievais, o trabalho, o tempo, as maneiras, as imagens, as lendas, as transformações intelectuais da Idade Média.[3]

Co-diretor da Escola dos Annales, dirigiu os estudos ligados à Nova História, como a coletânea Faire de l’histoire em 1977 e o volumoso Dictionnaire de la Nouvelle Histoire publicado no ano seguinte, levando à revolução dos Annales. Sinal do sucesso de suas teses, ele atuou na renovação pedagógica de história participando da redação de um manual escolar.

Nos anos 1980 ele trabalhou em uma biografia de São Luís, publicada em 1996. Tudo em recordações das etapas essenciais do reinado de Luís IX, ele renovou o gênero biográfico pelos seus métodos e suas reflexões sobre a possibilidade de conhecer realmente um personagem da Idade Média.

Le Goff atuou no sentido de levar a História para além do mundo acadêmico, apresentando um programa na rádio estatal francesa France Culture, sendo consultor de produções para a TV e cinema, incluindo o filme O Nome da Rosa, adaptação do livro de Umberto Eco, estrelado por Sean Connery.[3] Era poliglota, sendo fluente nos idiomas inglês, italiano, polonês e alemão.[4]

Morreu em 1 de abril de 2014, em Paris.[3][5]

Obras

  • "Mercadores e Banqueiros na Idade Média", 1956
  • "Os Intelectuais na Idade Média", 1957
  • "A Civilização do Ocidente Medieval", 1964
  • "Para um Novo Conceito da Idade Média", 1977
  • "O Nascimento do Purgatório", 1981
  • "O Imaginário Medieval", 1985
  • "História e Memória", 1988
  • "A Bolsa e a Vida", 1986
  • "História Religiosa da França", em colaboração de direcção com René Rémond (4 volumes), 1988-1992
  • "O Homem Medieval" (dir.), 1994
  • "A Europa Contada aos Jovens", 1996
  • "São Luís, Biografia", 1996
  • "Por Amor das Cidades", 1997
  • "Por Amor às Cidades", 1999
  • "Dicionário Temático do Ocidente Medieval", em colaboração de direcção com Jean-Claude Schmitt, 2001
  • "São Francisco de Assis",2001
  • "O Deus da Idade Média", 2003
  • "Em Busca da Idade Média", 2003
  • "O Maravilhoso e o Quotidiano no Ocidente Medieval"
  • "Heróis e Maravilhas da Idade Média, 2009
  • "A Idade Média e o Dinheiro", 2010
  • "Em Busca do Tempo Sagrado", 2011
  • "Homens e Mulheres da Idade Média", 2014
  • "A História deve ser dividida em pedaços?", 2015

Referências

  1. «Morreu o historiador Jacques Le Goff». Publico. 1 de abril de 2014 
  2. «Grand Prix Gobert | Académie française». www.academie-francaise.fr. Consultado em 24 de maio de 2021 
  3. a b c «Morre aos 90 anos o historiador francês Jacques Le Goff». Folha de S. Paulo. Consultado em 26 de fevereiro de 2020 
  4. «A morte do historiador Jacques Le Goff». Jornal GGN. Consultado em 26 de fevereiro de 2020 
  5. «Morre historiador e pesquisador francês Jacques Le Goff». Correio Braziliense. Consultado em 26 de fevereiro de 2020 


Precedido por
Marc Julia
Medalha de Ouro CNRS
1991
Sucedido por
Jean-Pierre Changeux


  • Portal de biografias
  • Portal da França
  • Portal da história
  • Portal da teoria da história
  • v
  • d
  • e
Medalha de Ouro CNRS (1954 — 2021)
1954: Émile Borel · 1955: Louis de Broglie · 1956: Jacques Hadamard · 1957: Gaston Dupouy · 1958: Gaston Ramon · 1959: André-Louis Danjon · 1960: Raoul Blanchard · 1961: Pol Bouin · 1962: Marcel Delépine · 1963: Robert Courrier · 1964: Alfred Kastler · 1965: Louis Eugène Félix Néel · 1966: Paul Pascal · 1967: Claude Lévi-Strauss · 1968: Boris Ephrussi · 1969: Georges Chaudron · 1970: Jacques Friedel · 1971: Bernard Halpern · 1972: Jacques Oudin · 1973: André Leroi-Gourhan · 1974: Edgar Lederer · 1975: Raimond Castaing e Christiane Desroches Noblecourt · 1976: Henri Cartan · 1977: Charles Fehrenbach · 1978: Maurice Allais e Pierre Jacquinot · 1979: Pierre Chambon · 1980: Pierre-Gilles de Gennes · 1981: Jean-Marie Lehn e Roland Martin · 1982: Pierre Joliot · 1983: Evry Schatzman · 1984: Jean Brossel e Jean-Pierre Vernant · 1985: Piotr Słonimski · 1986: Nicole Marthe Le Douarin · 1987: Georges Canguilhem e Jean-Pierre Serre · 1988: Philippe Nozières · 1989: Michel Jouvet · 1990: Marc Julia · 1991: Jacques Le Goff · 1992: Jean-Pierre Changeux · 1993: Pierre Bourdieu · 1994: Claude Allègre · 1995: Claude Hagège · 1996: Claude Cohen-Tannoudji · 1997: Jean Rouxel · 1998: Pierre Potier · 1999: Jean-Claude Risset · 2000: Michel Lazdunski · 2001: Maurice Godelier · 2002: Claude Lorius e Jean Jouzel · 2003: Albert Fert · 2004: Alain Connes · 2005: Alain Aspect · 2006: Jacques Stern · 2007: Jean Tirole · 2008: Jean Weissenbach · 2009: Serge Haroche · 2010: Gérard Férey · 2011: Jules Hoffmann · 2012: Philippe Descola · 2013: Margaret Buckingham · 2014: Gérard Berry · 2015: Eric Karsenti · 2016: Claire Voisin · 2017: Alain Brillet e Thibault Damour · 2018: Barbara Cassin · 2019: Thomas Ebbesen · 2020: Françoise Combes · 2021: Jean Dalibard
Controle de autoridade
  • Wd: Q213992
  • WorldCat
  • VIAF: 4932369
  • BAV: ADV10216995
  • BNE: XX4578849
  • BNF: 119116317
  • BRE: 2136843
  • CANTIC: 981058602809506706
  • CiNii: DA0035040X
  • Discogs: 2902023
  • EBID: ID
  • EGAXA: Balis720890627
  • FAST: 47295
  • GND: 118888234
  • ICCU: CFIV000374
  • ISNI: ID
  • LCCN: n79144946
  • Munzinger: 00000021473
  • NDL: 00447079
  • NLA: 36169589
  • NLG: 209715
  • NNDB: 000180015
  • NTA: 068771568
  • NUKAT: n94200611
  • Persée: 221735
  • SUDOC: 026973065
  • Treccani: jacques-le-goff
  • BNB: 000592101
  • PTBNP: 558097
  • IMDb: nm1175927
  • OL: OL2696971A
  • NLI: 000265335
  • Angelicum: 16
  • Angelicum: 45843
  • BFS: 1964
  • BINER: 6224
  • BGCTS: 754
  • CONOR.BG: 17228389
  • CONOR.KS: 969479
  • CONOR.SR: 5213799
  • CoBiS: 95a5yja38danygu695b5yc1g60tked0
  • EBAF: 10659
  • GDC: 19953
  • Kallías: PE00357794
  • NLA: 1223406
  • NLP: a0000002285750
  • SAIA: 5a1d4d054ab9d081344cdb40
  • Catálogo SHARE: 318844
  • SEARCH: 43952
  • SNK: 151866
  • URBS: 387087
  • UPSA: 81066