João da Silva, 6º senhor de Vagos

João da Silva, 3.° do nome, VI senhor de Vagos, alcaide-mor de Montemor-o-Velho e de Lagos, comendador de Messejana, na Ordem de São Tiago[1] e regedor da Casa da Suplicação, por direito de primogenitura, como seus avós.[2]

"Deve ser chamado o Regedor das Justiças por excelência, e um magistrado exemplar, segundo o dizer dos contemporâneos e dos pósteros. Se não ocupou o cargo os quarenta anos - de que fala o epitáfio do seu túmulo no Mosteiro de São Marcos de Coimbra (mas somente uns trinta e cinco), é, contudo, certo que o regeu, como nenhum outro Silva, antes ou depois".[3]

"Os seus feitos militares passaram-se todos no Norte de África, onde gastou o melhor da vida. E este amor das lutas heróicas o fez talvez trocar a pacifica alcaidaria de Montemor-o-Velho, nos férteis campos do Mondego, por idêntico cargo em Lagos, no Algarve, onde tinha o mouro à vista e à mão da lança".[4]

Biografia

Em 1498 (com 16 annos apenas) acompanhou El-Rei D. Manuel I e a Rainha D. Isabel a Castela, onde foram jurados Príncipes herdeiros da monarquia vizinha. De 1510 a 1518 vemo-lo batalhando em África; em 1510 na defesa de Arzila ; em 1513 com o Duque D. Jaime na tomada de Azamor, onde foi um dos primeiros no assalto; depois obrando proezas na expedição de Benacafiz e Tafuf e na sangrenta batalha dos Alcaides (1514), ao lado do general de Azamor D. João de Menezes, seu tio. Em 1518 regressou a Portugal, sendo sempre muito favorecido pelo mesmo rei, a cuja morte assistiu (13 de Dezembro de 1521).[4]

D. João III de Portugal distinguiu-o sobremodo também; deu-lhe o cargo de Regedor das Justiças em 1522, por renuncia de seu pai, e n'ele continuou até 1557, ano em que faleceu, a 10 de Junho, com 75 anos de idade.[4]

Dados genealógicos

Filho primogénito de Ayres da Silva e D. Guiomar de Castro.

Casou com D. Joana de Castro, que jaz com ele; era filha de D. Diogo Pereira, conde da Feira, e de D. Beatriz de Castro (irmã de D. Pedro de Castro, 3.º conde de Monsanto).[1]

D'esta senhora teve :

  • Diogo da Silva (1511-1556), alcaide-mor de Lagos, casado com D. Antónia de Vilhena, filha de D. Diogo Lobo da Silveira, 2.º barão de Alvito, e de D. Leonor de Vilhena, sua segunda mulher e irmã de D. Luís da Silveira, 1.º conde da Sortelha. Com geração;[4]
  • Jorge da Silva, do Conselho de D. Sebastião, cavaleiro de grande fama, chamado, ora Pai da Pátria pelas suas virtudes, ora Pai dos Pobres pela sua insigne clemência.[4] Sem descendência;[2]
  • Rui Pereira da Silva, alcaide-mor de Silves, casado com D. Isabel Coutinho, senhora do Morgadio de Santo António de Casais.[4] Com geração que inclui D.Jorge da Silva;
  • Luís da Silva, embaixador em Castela;[4]
  • João Gomes da Silva, clérigo;[4]
  • D. Guiomar de Castro, casada com D. Rodrigo Lobo, 3.º barão de Alvito;[4]
  • D. Ana de Menezes, casada com D. Diogo de Frojaz Pereira, seu primo co-irmão, 4.º conde da Feira;[4]
  • D. Antónia de Castro, casada com Lourenço de Brito, senhor dos morgados de S. Lourenço de Lisboa e Santo Estêvão de Beja;[4]
  • D. Maria;
  • D. Leonor da Silva e
  • D. Francisca, todas três freiras.[4]

Referências

  1. a b Corografia portugueza, e descripçam topografica do famoso reyno de Portugal, por Antonio Carvalho da Costa, Officina Real Deslandesiana, Lisboa, 1712, tomo terceiro, pág. 264
  2. a b O Senhorio de Vagos, por J. Pinto Loureiro, Vol. V, pp. 81-96, Arquivo Distrital de Aveiro, Composto e impresso na Tipografia da Gráfica de Coimbra
  3. João da Silva substituiu seu pai por vezes no cargo de Regedor das Justiças, mesmo antes de 1522, pois ha documentos de 1517 em diante, em que assina como tal, apesar da sua nomeação oficial datar somente de 15 de Março de 1523, segundo consta do Livro das Mercês do dito anno, fl. 42, v. De 1517 até 1557 (sua morte) medeiam os quarenta annos, de que fala o epitaphio - O Convento de São Marcos, por Joaquim de Vasconcelos, Revista de Guimarães, Vol. XIV, n- 2 e 3, Abril e Julho, Porto, 1897.
  4. a b c d e f g h i j k l O Convento de São Marcos, por Joaquim de Vasconcelos, Revista de Guimarães, Vol. XIV, n- 2 e 3, Abril e Julho, Porto, 1897
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