José Marnoco e Sousa

José Marnoco e Sousa
José Marnoco e Sousa
Nascimento 29 de agosto de 1869
Sousela
Morte 17 de março de 1916 (46 anos)
Coimbra
Cidadania Portugal, Reino de Portugal
Alma mater
  • Universidade de Coimbra
Ocupação professor, político, advogado
Empregador(a) Universidade de Coimbra
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José Ferreira Marnôco e Sousa (Sousela, 29 de agosto de 1869 — Coimbra, 17 de março de 1916) foi um jurista e professor de Direito da Universidade de Coimbra que exerceu relevantes funções políticas,[1] entre as quais presidende da Câmara Municipal de Coimbra, deputado e Ministro da Marinha e Ultramar do governo presidido por Teixeira de Sousa. Deixou uma extensa obra nos domínios do direito eclesiástico, direito político, processo penal, direito comercial, sociologia, administração colonial, finanças e história do direito.[2][3]

Biografia

Fez o curso eclesiástico no seminário do Porto. Matriculou-se na Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra no ano letivo de 1890-91, concluindo a sua formatura em 27 de junho de 1890. Escreveu o seu ensaio Sínteses Financeiras ainda durante a formatura. Licenciou-se a 25 de Abril de 1896, com a dissertação sobre Impedimentos do Casamento no Direito Português. Doutorou-se com a dissertação inaugural Das Letras no Direito Comercial Português. Tendo apresentado um trabalho sobre Execução extraterritorial das Sentenças Civis e Comerciais, prestou provas de concurso para professor substituto, lugar para que foi nomeado por decreto de 26 de maio de 1898, professor substituto tendo, a 9 de janeiro de 1902, sido promovido a professor catedrático. Regeu as cadeiras de Direito Eclesiástico Comum, de Direito Público e de Economia Política.

Foi também um dos principais introdutores das teorias da Escola de P.G. Le Play em Portugal, principalmente no ensino da economia. Positivista ferrenho (Fezas Vital), vazam-se os seus trabalhos de publicista "nos moldes da escola histórica coordenada com as teorias sociológicas e da psicologia colectiva" (Machado Vilela); no seu ensino da economia refletem-se as suas conceções sobre a ação do Estudo, na base de um intervencionismo corretor dos vícios do capitalismo concorrencial promotor do desenvolvimento.

Foi presidente da Câmara Municipal de Coimbra, de 1904 a 1910. Sobraçou a pasta da Marinha e Ultramar a 26 de junho de 1910, no governo presidido por Teixeira de Sousa. E foi diretor da Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra (1913-1916), e diretor da Biblioteca da Universidade de Coimbra, devendo-se-lhe a criação do Boletim Bibliográfico.

Publicou vasta obra na área do Direito Eclesiástico, Direito Político, Direito Comercial, Processo Penal, Sociologia, Administração Colonial, Finanças e História do Direito.

Para além destas atividades, Marnoco e Sousa não descurou, também, a frequente participação em revistas científicas, designadamente nos Estudos Jurídicos (publicação em que, e apesar da sua curta existência, deixou colaboração de relevo), no Boletim da Faculdade de Direito, e, sobretudo, na Revista de Legislação e Jurisprudência. Tendo entrado para a redação em 1907, só abandonou esse lugar na altura da sua morte.

Morreu em Coimbra a 17 de Março de 1916.

Obras principais

  • Lições de Direito Político, C., 1900;
  • Lições de Economia Social, ibid., 1901;
  • Tratado de Ciência das Finanças, 1, ibid.,1916;
  • Tratado de Economia Política, I, ibid., 1916;
  • Direito Político. Poderes do Estado, ibid., 1910;
  • Constituição Política da República Portuguesa. Comentário, ibid., 1913;
  • Parecer sobre a organização de um curso notarial (relator), ibid., 1900;
  • A Faculdade de Direito e o seu Ensino (de col. com José Alberto dos Reis), ibid., 1907;
  • O Ensino Jurídico na França e na Itália, relatório conjunto com José Alberto dos Reis, ibid., 1910.

Referências

  1. Maria de Fátima Brandão, «Marnoco e Souza: um democrata liberal».
  2. Universidade de Coimbra: «José Ferreira Marnôco e Sousa, 1869-1916».
  3. Politipédia: «Sousa, José Ferreira Marnoco e (1869-1916)».

Ligações externas

  • Infopédia: «Marnoco e Sousa»
  • O ideário reformador de Marnôco e Sousa
  • Marnoco e Souza
Controle de autoridade
  • v
  • d
  • e

Luís Mouzinho de Albuquerque António César de Vasconcelos Correia (interino) Joaquim de Sousa Quevedo Pizarro Agostinho José Freire (interino) Luís Mouzinho de Albuquerque (2.ª vez) Bernardo de Sá Nogueira José da Silva Carvalho (interino) Marquês de Loulé (interino) Agostinho José Freire (2.ª vez; interino) Francisco Margiochi Agostinho José Freire (3.ª vez) Conde de Vila Real Conde de Linhares Marquês de Loulé (2.ª vez) António Aloísio Jervis de Atouguia Visconde de Sá da Bandeira (2.ª vez) Manuel Gonçalves de Miranda António César de Vasconcelos Correia (não empossado) Conde de Lumiares (interino) José Xavier Bressane Leite (não empossado) António Vieira de Castro Visconde de Sá da Bandeira (3.ª vez; interino) Visconde de Bóbeda (2.ª vez; interino) Visconde de Sá da Bandeira (não empossado) Visconde de Bóbeda (2.ª vez cont.; interino) João de Oliveira (interino) Barão do Bonfim Visconde de Sá da Bandeira (4.ª vez; interino) Barão de Sabrosa (interino) Francisco Aguiar Ottolini • Conde do Bonfim (interino) Conde de Vila Real (2.ª vez) Conde do Bonfim (2.ª vez; interino) Manuel Gonçalves de Miranda (2.ª vez) Conde do Bonfim (3.ª vez; interino) José Ferreira Pestana António Aloísio Jervis de Atouguia (2.ª vez) Junta Provisória de Governo José Jorge Loureiro António José Campelo • Barão do Tojal (interino) Joaquim José Falcão (inicialmente interino) Duque da Terceira (interino) Luís Mouzinho de Albuquerque (não empossado) José Jorge Loureiro (2.ª vez) Luís Mouzinho de Albuquerque (3.ª vez) Manuel de Portugal e Castro Conde do Tojal (2.ª vez; interino) João de Fontes Pereira de Melo Agostinho Albano • Barão de Vila Nova de Ourém Visconde de Castro (interino) Barão de Vila Nova de Ourém (2.ª vez; interino) Flórido Rodrigues Pereira Ferraz • Barão de Francos (interino) Barão da Luz (interino) Marquês de Loulé (3.ª vez) António Maria de Fontes Pereira de Melo Visconde de Atouguia (3.ª vez) Visconde de Sá da Bandeira (5.ª vez) Adriano Ferreri • António Maria de Fontes Pereira de Melo (2.ª vez; interino) José Marcelino de Sá Vargas Carlos Bento da Silva José da Silva Mendes Leal João Crisóstomo (interino) Duque de Loulé (4.ª vez) Marquês de Sá da Bandeira (6.ª vez; interino) Visconde da Praia Grande de Macau José Rodrigues Coelho do Amaral José Maria Latino Coelho Luís Augusto Rebelo da Silva Duque de Saldanha (interino) António da Costa • Luís da Câmara Leme Marquês de Sá da Bandeira (7.ª vez; interino) José de Melo Gouveia Jaime Moniz João de Andrade Corvo (interino) José de Melo Gouveia (2.ª vez) Tomás Ribeiro João de Andrade Corvo (interino) Marquês de Sabugosa Anselmo José Braamcamp (interino) Visconde de São Januário Júlio de Vilhena José de Melo Gouveia (3.ª vez) José Vicente Barbosa du Bocage Júlio de Vilhena (interino) José Vicente Barbosa du Bocage (continuação) Manuel Pinheiro Chagas Henrique de Macedo Henrique de Barros Gomes (interino) Henrique de Macedo (continuação) Henrique de Barros Gomes (interino) Henrique de Macedo (2.ª vez) Henrique de Barros Gomes (2.ª vez; interino) Frederico Ressano Garcia João Arroio Júlio de Vilhena (2.ª vez) António Enes Júlio de Vilhena (3.ª vez) Conde de Valbom (interino) Júlio de Vilhena (3.ª vez; continuação) Francisco Ferreira do Amaral João António das Neves Ferreira José Bento Ferreira de Almeida Jacinto Cândido Henrique de Barros Gomes (3.ª vez) Francisco da Veiga Beirão (interino) Henrique de Barros Gomes (3.ª vez; continuação) Francisco Felisberto Dias Costa António Eduardo Vilaça António Teixeira de Sousa Manuel Rafael Gorjão Manuel Moreira Júnior António de Azevedo Castelo Branco Aires de Ornelas António Carlos Vasconcelos Porto (interino) Aires de Ornelas (continuação) Augusto de Castilho António Cabral João de Azevedo Coutinho Manuel da Terra Pereira Viana João de Azevedo Coutinho (2.ª vez) José Marnoco e Sousa

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