Lei de Chandrasekhar–Wentzel


No Cálculo Vetorial, a Lei de Chandrasekhar–Wentzel foi derivada por Subrahmanyan Chandrasekhar e Gregor Wentzel em 1965 enquanto estudavam a estabilidade de uma gota de um líquido em rotação. [1][2]

A equação de estado onde S {\displaystyle S} é uma superfície delimitada por um contorno simples fechado C {\displaystyle C} é:

L = C x × ( d x × n ) = S ( x × n ) . n d S {\displaystyle L=\oint _{C}^{}x\times (dx\times {\vec {n}})=-\int _{S}^{}(x\times {\vec {n}})\nabla .{\vec {n}}\,dS} .

Onde x {\displaystyle x} é o vetor posição e n {\displaystyle {\vec {n}}} é o vetor normal unitário relativo a superfície analisada.

Uma consequência imediata ao se resolver tal integral é que, como a superfície S {\displaystyle S} é fechada, a integral de linha resultante tende a 0 {\displaystyle 0} , levando ao resultado,

S ( x × n ) . n d S = 0 {\displaystyle \int _{S}^{}(x\times {\vec {n}})\nabla .{\vec {n}}\,dS=0}

ou, na notação de índices, nós temos:

S x j n d S k = S x k n d S j {\displaystyle \int _{S}x_{j}\nabla \cdot {\vec {n}}\,dS_{k}=\int _{S}x_{k}\nabla \cdot {\vec {n}}\,dS_{j}} .

O que indica que o tensor

T i j = S x j n d S i {\displaystyle T_{ij}=\int _{S}x_{j}\nabla \cdot {\vec {n}}\,dS_{i}}

definido em uma superfície fechada é sempre simétrico, ou seja, T i j = T j i {\displaystyle T_{ij}=T_{ji}} .

Demonstração

Escrevendo os vetores através na notação por índices, mas evitando a notação de Einstein na demonstração e tomando a integral de linha pelo sentido anti-horário, pode-se escrever

L i = C [ d x i ( n i x j + n k x k ) + d x j ( n i x j ) + d x k ( n i x k ) ] {\displaystyle L_{i}=\int _{C}[dx_{i}(n_{i}x_{j}+n_{k}x_{k})+dx_{j}(-n_{i}x_{j})+dx_{k}(-n_{i}x_{k})]} .

Convertendo a integral de linha da superfície usando o teorema de Stokes, obtêm-se

L i = S { n i [ x j ( n i x k ) x k ( n i x j ) ] + n j [ x k ( n j x j + n k x k ) x i ( n i x k ) ] + n k [ x i ( n i x j ) x j ( n j x j + n k x k ) ] } d S {\displaystyle L_{i}=\int _{S}\left\{n_{i}\left[{\frac {\partial }{\partial x_{j}}}(-n_{i}x_{k})-{\frac {\partial }{\partial x_{k}}}(-n_{i}x_{j})\right]+n_{j}\left[{\frac {\partial }{\partial x_{k}}}(n_{j}x_{j}+n_{k}x_{k})-{\frac {\partial }{\partial x_{i}}}(-n_{i}x_{k})\right]+n_{k}\left[{\frac {\partial }{\partial x_{i}}}(-n_{i}x_{j})-{\frac {\partial }{\partial x_{j}}}(n_{j}x_{j}+n_{k}x_{k})\right]\right\}dS}

Fazendo algumas diferenciações necessárias e algumas manipulações matemáticas obtemos

L i = S [ 1 2 x k x j ( n i 2 + n k 2 ) + 1 2 x j x k ( n i 2 + n j 2 ) + n j x k ( n i x i + n k x k ) n k x j ( n i x i + n j x j ) ] d S {\displaystyle L_{i}=\int _{S}\left[-{\frac {1}{2}}x_{k}{\frac {\partial }{\partial x_{j}}}({n_{i}}^{2}+{n_{k}}^{2})+{\frac {1}{2}}x_{j}{\frac {\partial }{\partial x_{k}}}({n_{i}}^{2}+{n_{j}}^{2})+n_{j}x_{k}\left({\frac {\partial n_{i}}{\partial x_{i}}}+{\frac {\partial n_{k}}{\partial x_{k}}}\right)-n_{k}x_{j}\left({\frac {\partial n_{i}}{\partial x_{i}}}+{\frac {\partial n_{j}}{\partial x_{j}}}\right)\right]\,dS}

Que, em outras palavras,

L i = S [ 1 2 ( x j x k x k x j ) | n | 2 ( x j n k x k n j ) n ] d S {\displaystyle L_{i}=\int _{S}\left[{\frac {1}{2}}\left(x_{j}{\frac {\partial }{\partial x_{k}}}-x_{k}{\frac {\partial }{\partial x_{j}}}\right)\,|{\vec {n}}|^{2}-(x_{j}n_{k}-x_{k}n_{j})\nabla \cdot {\vec {n}}\right]\,dS} .

E, desde que | n | 2 = 1 {\displaystyle |{\vec {n}}|^{2}=1} , nós temos

L i = S ( x j n k x k n j ) . n d S {\displaystyle L_{i}=-\int _{S}^{}(x_{j}n_{k}-x_{k}n_{j})\nabla .{\vec {n}}\,dS}

provando o teorema.

Referências

  1. Chandrasekhar, Subrahmanyan (25 de maio de 1965). «The stability of a rotating liquid drop». Proceedings of the Royal Society of London. Series A. Mathematical and Physical Sciences (1404): 1–26. doi:10.1098/rspa.1965.0127. Consultado em 11 de outubro de 2020 
  2. Wali, Kameshwar C (setembro de 2001). «A Quest for Perspectives». doi:10.1142/p175. Consultado em 11 de outubro de 2020 
  • Portal da matemática