Número imaginário

Conjuntos de números

N Z Q R C H {\displaystyle \mathbb {N} \subset \mathbb {Z} \subset \mathbb {Q} \subset \mathbb {R} \subset \mathbb {C} \subset \mathbb {H} \subset \cdots }

I R C H {\displaystyle \mathbb {I} \subset \mathbb {R} \subset \mathbb {C} \subset \mathbb {H} \subset \cdots }

Em Matemática, um número imaginário é um número complexo com parte real igual a zero, ou seja, um número da forma b i, em que i é a unidade imaginária. Em alguns contextos, exige-se que b seja diferente de zero. O termo foi inventado por René Descartes em 1637 no seu La Géométrie para designar os números complexos em geral, e tem esse nome pelo objetivo inicialmente pejorativo: na época, acreditava-se que tais números não existissem.[1]

Definição

Uma ilustração do plano complexo. Os números imaginários estão no eixo vertical do plano.

Todo número complexo pode ser escrito como a + i b , {\displaystyle a+ib,} em que a {\displaystyle a} e b {\displaystyle b} são números reais e i é a unidade imaginária com a propriedade que

i 2 = 1 {\displaystyle \mathrm {i} ^{2}=-1}
i = 1 {\displaystyle i={\sqrt {-1}}}

O número a {\displaystyle a} é a parte real do número complexo, e b {\displaystyle b} é a parte imaginária. Apesar de Descartes usar inicialmente o termo "número imaginário" para designar o que atualmente é chamado de "número complexo", o termo hoje em dia significa especificamente um número complexo com parte real igual a 0 , {\displaystyle 0,} i.e. um número na forma ib. Note que, tecnicamente, 0 {\displaystyle 0} é considerado um número puramente imaginário: 0 {\displaystyle 0} é o único número complexo que é tanto real como puramente imaginário:

0 = 0 × 1 {\displaystyle 0=0\times {\sqrt {-1}}}

Uso

Para alguns pares de estados quânticos, Alice e Bob, os pesquisadores podem adivinhar os estados com 100% de precisão, mas apenas se eles pudessem usar números imaginários em suas medições locais. Quando proibido de usar números imaginários, tornou-se impossível distinguir com precisão os dois estados.[2]

Potências de i

... (repete o padrão
da área azul)
i−3 = i
i−2 = −1
i−1 = −i
i0 = 1
i1 = i
i2 = −1
i3 = −i
i4 = 1
i5 = i
i6 = −1
in = im onde m ≡ n mod 4

As potências de i se repetem em ciclos de 4 valores, seguindo o padrão das primeiras potências inteiras não negativas:

i 0 = 1 {\displaystyle i^{0}=1}

i 1 = i {\displaystyle i^{1}=i}

i 2 = 1 {\displaystyle i^{2}=-1}

i 3 = i i 2 = i ( 1 ) = i {\displaystyle i^{3}=i\cdot i^{2}=i\cdot (-1)=-i}

De forma geral, se n {\displaystyle n\in }  ℕ , dividimos n por 4 e considera-se o resto dessa divisão como o novo expoente de i . {\displaystyle i.} [3]

Por exemplo:

  1. i 244 = i 0 = 1 , {\displaystyle i^{244}=i^{0}=1,} visto que 244 ÷ 4 = 61 {\displaystyle 244\div 4=61} e o resto da divisão é igual a 0;
  2. i 33 = i 1 = i , {\displaystyle i^{33}=i^{1}=i,} pois 33 ÷ 4 = 8 {\displaystyle 33\div 4=8} e apresenta resto 1;
  3. i 50 = i 2 = 1 , {\displaystyle i^{50}=i^{2}=-1,} devido a 50 ÷ 4 = 12 {\displaystyle 50\div 4=12} e ter como resto o valor 2;

No caso de n ser um expoente inteiro negativo, fazemos uso do conceito de inverso:

i n = 1 i n . {\displaystyle i^{-n}={\frac {1}{i^{n}}}.}

Referências

  1. An Imaginary Tale: The Story of i (the square root of minus one), por Paul J. Nahin, no site Princeton University Press
  2. May 2021, Stephanie Pappas-Live Science Contributor 10. «'Imaginary' numbers are real (sort of)». livescience.com (em inglês). Consultado em 10 de maio de 2021 
  3. Mello, José Luiz Pastore (2005). Matemática: construção e significado. São Paulo: Moderna. 576 páginas  |acessodata= requer |url= (ajuda)

Ligações externas

  • «Why imaginary numbers really do exist» (em inglês) 
  • «O número imaginário existe realmente?» 
  • «A Introdução dos Números Complexos»