Orbital atômico

 Nota: Para outros significados, veja Orbital.
Orbitais atómicas

Orbital atômico (português brasileiro) ou orbital atómica (português europeu) de um átomo é a denominação dos estados estacionários da função de onda de um elétron (funções próprias do hamiltoniano (H) na equação de Schrödinger H ψ = E ψ {\displaystyle H\psi =E\psi } , em que ψ {\displaystyle \psi } é a função de onda).[1] Entretanto, os orbitais não representam a posição exata do elétron no espaço, que não pode ser determinada devido à sua natureza ondulatória; apenas delimitam uma região do espaço na qual a probabilidade de encontrar o elétron é mais alta.[2]

Números quânticos

  • O valor do número quântico n {\displaystyle n} (número quântico principal ou primário, que apresenta os valores 1 ,   2 ,   3 ,   4 ,   5 ,   6   o u   7 {\displaystyle 1,~2,~3,~4,~5,~6~ou~7} [também representado por K ,   L ,   M ,   N ,   O ,   P   e   Q {\displaystyle K,~L,~M,~N,~O,~P~e~Q} ]) define o tamanho do orbital. Quanto maior o número, maior o volume do orbital. Também é o número quântico que tem a maior influência na energia do orbital.
  • O valor do número quântico l {\displaystyle l} (número quântico secundário ou azimutal, que apresenta os valores 0 ,   1 ,   2 ,   . . . ,   n 1 {\displaystyle 0,~1,~2,~...,~n-1} ) indica a forma do orbital e o seu momento angular. O momento angular é determinado pela equação:
| L | = l ( l + 1 ) {\displaystyle |L|=\hbar \cdot {\sqrt {l(l+1)}}}

A notação científica (procedente da espectroscopia) é a seguinte:

  • l = 0 {\displaystyle l=0} , orbitais s {\displaystyle s}
  • l = 1 {\displaystyle l=1} , orbitais p {\displaystyle p}
  • l = 2 {\displaystyle l=2} , orbitais d {\displaystyle d}
  • l = 3 {\displaystyle l=3} , orbitais f {\displaystyle f}

Para os demais orbitais segue-se a ordem alfabética.

  • O valor do m l {\displaystyle ml} (número quântico terciário ou magnético, que pode assumir os valores l   . . .   0   . . .   + l {\displaystyle -l~...~0~...~+l} ) define a orientação espacial do orbital diante de um campo magnético externo. Para a projeção do momento angular diante de um campo externo, verifica-se através da equação:
L z = m {\displaystyle L_{z}=\hbar \cdot m}
  • O valor de m s {\displaystyle ms} (número quântico magnético de spin ou spin) pode ser + 1 / 2   o u   1 / 2 {\displaystyle +1/2~ou~-1/2} . O valor de s {\displaystyle s} que equivale a uma valor fixo 1 / 2 {\displaystyle 1/2} .

Pode-se decompor a função de onda empregando-se o sistema de coordenadas esféricas da seguinte forma:

ψ n ,   l ,   m l = R n ,   l ( r )   Θ l ,   m l   ( θ )   Φ m l ( φ ) {\displaystyle \psi _{n,~l,~ml}=R_{n,~l}(r)~\Theta _{l,~m_{l}}~(\theta )~\Phi _{m_{l}}(\varphi )}

Onde

  • R n ,   l   (   r ) {\displaystyle R_{n,~l}~(~r)} representa a distância do elétron até o núcleo, e
  • Θ l ,   m l   ( θ )   Φ m l ( φ ) {\displaystyle \Theta _{l,~m_{l}}~(\theta )~\Phi _{m_{l}}(\varphi )} a geometria do orbital.

Para a representação do orbital emprega-se a função quadrada, | Θ l ,   m l   ( θ ) | 2 {\displaystyle \left|\Theta _{l,~m_{l}}~(\theta )\right|^{2}} |   Φ m l ( φ ) | 2 {\displaystyle \left|~\Phi _{m_{l}}(\varphi )\right|^{2}} , já que esta é proporcional à densidade de carga e, portanto, a densidade de probabilidade, isto é, o volume que encerra a maior parte da probabilidade de encontrar o elétron ou, se preferir, o volume ou a região do espaço na qual o elétron passa a maior parte do tempo.

Orbital s

O orbital s {\displaystyle s} tem simetria esférica ao redor do núcleo. Na figura seguinte, são mostradas duas alternativas de representar a nuvem eletrônica de um orbital s {\displaystyle s} :

  • Na primeira, a probabilidade de encontrar o elétron (representada pela densidade de pontos) diminui à medida que nos afastamos do núcleo.
  • Na segunda, se apresenta o volume esférico no qual o elétron passa a maior parte do tempo.

Pela simplicidade, a segunda forma é mais utilizada.

Para valores de número quântico principal maiores que um, a função densidade eletrônica apresenta n 1 {\displaystyle n-1} nós, nos quais a probabilidade tende a zero. Nestes casos, a probabilidade de encontrar o elétron se concentra a certa distância do núcleo.

Orbital p

A forma geométrica dos orbitais p {\displaystyle p} é a de duas esferas achatadas até o ponto de contato (o núcleo atómico) e orientadas segundo os eixos de coordenadas. Em função dos valores que pode assumir o terceiro número quântico m ( 1 ,   0   e   + 1 ) {\displaystyle m(-1,~0~e~+1)} , obtém-se três orbitais p {\displaystyle p} simétricos, orientados segundo os eixos x ,   z   e   y {\displaystyle x,~z~e~y} . De maneira análoga ao caso anterior, os orbitais p {\displaystyle p} apresentam n 2 {\displaystyle n-2} nós radiais na densidade eletrónica, de modo que, à medida que aumenta o valor do número quântico principal, a probabilidade de encontrar o elétron afasta-se do núcleo atômico.

Orbital d

Os orbitais d {\displaystyle d} tem uma forma mais diversificada: quatro deles têm forma de 4 lóbulos de sinais alternados (dois planos nodais, em diferentes orientações espaciais), e o último é um duplo lóbulo rodeado por um anel (um duplo cone nodal). Seguindo a mesma tendência, apresentam n 3 {\displaystyle n-3} nós radiais.

Ver também

Referências

  1. Milton Orchin, Roger S. Macomber, Allan Pinhas e R. Marshall Wilson (2005). «Atomic Orbital Theory» (PDF) (em inglês). Media.wiley.com  !CS1 manut: Nomes múltiplos: lista de autores (link)
  2. Daintith, J. (2004). Oxford Dictionary of Chemistry (em inglês). Nova Iorque: Oxford University Press. ISBN 0-19-860918-3 
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