Quíchuas

 Nota: Para o distrito, veja Quíchuas (distrito).
Quíchuas
Qhichwa runa
Mãe e filho quíchuas (2006)
Distribuição das línguas quíchuas atuais (em cinza) e do Império Inca (hachurado)
População total

est. 12 503 000[1] (2023)

Regiões com população significativa
 Peru 6 694 300 [2]
 Bolívia 2 056 000 [3]
Equador 700 000 [4]
 Argentina 55 493 [5]
 Colômbia 36 700 [6]
 Chile 14 000 [7]
 Estados Unidos 1 100 [8]
Línguas
Quíchua, espanhol
Religiões

Catolicismo romano
Religião inca

Protestantismo
Grupos étnicos relacionados
Aimarás

Os quíchuas ou quéchuas (em quíchua: Qhichwa runa), por vezes também chamados de "runakuna", ou "ingas"), são uma designação aplicada aos povos indígenas andinos da América do Sul que falam a língua quíchua. Distribuem-se pela maior parte da região da Cordilheira dos Andes, especialmente no Peru e na Bolívia, e, de forma menos expressiva, na Argentina e no Chile.

Os quíchuas do Equador chamam a si próprios, bem como à sua língua, kichwa. Na Colômbia, autodenominam-se ingas. Outros falantes da língua, na região de Junín e partes de Ancash, Peru, chamam a si próprios runakuna' ou nunakuna ("povo, pessoas"; singular: runa ou nuna).

Os falantes de quíchua, 9 a 14 milhões de pessoas distribuídas entre Peru, Bolívia, Equador, Chile, Colômbia e Argentina, apresentam um escasso senso de identidade comum. Os diversos dialetos são, em alguns casos, tão diferentes que se tornam mutuamente ininteligíveis.

O quíchua não era falado apenas pelos incas, mas por vários outros povos, incluindo inimigos seculares do Império Inca, tais como os huancas (wanka é um dialeto quíchua, falado ainda hoje na área de Huancayo) e os chancas (o dialeto chanca de Ayacucho) do Peru, e os Kañari (Cañar) do Equador. O quíchua era falado por alguns povos, como os huancas, antes dos Incas de Cusco, enquanto outros povos, especialmente na Bolívia mas também no Equador, adotaram o quíchua somente durante e após o período inca.

O quíchua tornou-se a segunda língua oficial do Peru em 1969, durante o regime militar de Juan Velasco Alvarado.

Recentemente verifica-se uma tendência à construção de uma identidade comum entre os falantes de quíchua, particularmente no Equador e na Bolívia, onde as diferenças linguísticas são menores. No Peru, as diferenças são mais significativas. Existe uma organização de povos quíchua no Equador, ECUARUNARI (Ecuador Runakunapak Rikcharimuy: "Movimento dos Indígenas do Equador"). A expressão "nação quíchua" ocorre em certos contextos. Na Bolívia, existe o Consejo Educativo de la Nación Quechua, CENAQ,[9] órgão técnico educativo ligado à Confederación Sindical Única de Trabajadores Campesinos de Bolivia, Federación Nacional de Mujeres Campesinas Indígenas Originarias de Bolivia Bartolina Sisa FNMCIOB-BS e à Confederación de la Comunidades Interculturales. O CENAQ tem como atribuições formular e supervisionar políticas educativas e contribuir para a formação de uma consciência identitária do povo quíchua, através dos conselhos educativos comunitários e fomentar a educação bilíngue nas regiões onde se concentram os falantes de quíchua.[10]

Alguns povos quíchuas históricos incluem:


Referências

  1. «Quechua People Cluster | Joshua Project». joshuaproject.net. Consultado em 13 de março de 2023 
  2. «Peru | Joshua Project» 
  3. «Bolivia | Joshua Project» 
  4. «Ecuador | Joshua Project» 
  5. «Argentina | Joshua Project» 
  6. «Colombia | Joshua Project» 
  7. «Chile | Joshua Project» 
  8. Project, Joshua. «Quechua in United States». joshuaproject.net (em inglês). Consultado em 13 de março de 2023 
  9. Consejo Educativo de la Nación Quechua
  10. LOZADA PEREIRA, B. La educación intercultural en Bolivia - Valoración de experiencias y proyección política, pp.115s. Universidad Mayor de San Andrés, 2005.
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