Quem Tem Farelos?

Gil Vicente

Quem Tem Farelos? é uma peça de teatro de Gil Vicente composta no final 1508 e início 1509. Foi representada em 1515, em Lisboa, no Paço da Ribeira, ao rei D. Manuel I.[1][2][3]

Enredo

Apariço e Ordonho, servidores de dois militares de baixa patente, encontram-se na rua e começam a conversar sobre a má sorte que têm em se verem forçados a servir os respectivos amos. Ambos procuram farelos pelas ruas pois não têm melhor forma de ganhar o pão desse dia. Surge então Aires Rosado, o escudeiro a quem serve Apariço, e começa a declamar uma desajeitada serenata à janela de Isabel. Aires mente e exagera em algumas das declarações que faz e ao longo do discurso é frequentemente interrompido pelo barulho de cães, gatos e galos. Apariço escuta as palavras do amo e comenta à parte. Ao fim de algum tempo a velha mãe de Isabel acorda e vem à janela rogar pragas ao escudeiro, que acaba por se ir embora. No fim da peça Isabel e a mãe discutem abertamente, decretando a jovem que se recusa dedicar à tecelagem e costura e antes prefere tratar de si e ser cortejada.

Personagens

  • Aires Rosado: Escudeiro mentiroso, falido e namoradeiro.
  • Apariço: Seu criado pobre e faminto.
  • Ordonho: Criado espanhol, amigo de Apariço.
  • Isabel: Jovem cortejada.
  • Velha: Mãe de Isabel.
  • Animais: Apenas escutados, nunca presentes em cena. Em alguma encenações os sons dos animais não são mais do que barulhos feitos por Apariço e Odornho numa tentativa de frustrar o cortejo de Aires Rosado.

Estilo

Mais uma vez Gil Vicente traz-nos uma história repleta de personagens tipo, características de faixas etárias e meios sociais. A sua identificação é feita através da idade, vestuário, profissão, linguagem e gestos. A narrativa aparentemente decorre toda no mesmo dia e, presume-se, no início do Verão, quando era frequente encontrar farelos.

Referências

  1. Quem tem farelos? - Gil Vicente - EstudeOnline.net
  2. Quem tem Farelos? - Infopédia
  3. Quem Tem Farelos?, de Gil Vicente - Passeiweb
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Gil Vicente e as suas obras
Gil Vicente
Biografia de Gil Vicente  · Contexto histórico  · Legado
Livro primeiro - Obras de Devoção
Monólogo do Vaqueiro ou Auto da Visitação (1502)  · Auto Pastoril Castelhano (1502)  · Auto dos Reis Magos (1503) · Auto da Sibila Cassanda  · Auto da Fé (1510)  · Auto dos Quatro Tempos  · Auto de Mofina Mendes (1534) · Auto Pastoril Português (1523)  · Auto da Feira (1527)  · Auto da Alma (1508)  · Auto da Barca do Inferno (1516)  · Auto da Barca do Purgatório (1518)  · Auto da Barca da Glória (1519)  · Auto da História de Deus (1527)  · Diálogo de uns Judeus e Centúrios sobre a Ressurreição de Cristo Auto da Cananea (1534)  · Auto de São Martinho (1504)
Livro segundo - Comédias
Comédia de Rubena (1521)  · Comédia do Viúvo (1514)  · Comédia sobre a Divisa da Cidade de Coimbra (1527)  · Floresta de Enganos (1536)
Livro terceiro - Tragicomédias
Tragicomédia de Dom Duardos  · Auto de Amadis de Gaula (1533)  · Auto da Nau de Amores (1527)  · Frágua de Amor (1524)  · Exortação da Guerra (1513)  · Farsa do Templo de Apolo (1526)  · Cortes de Júpiter (1521)  · Tragicomédia Pastoril da Serra da Estrela (1527)  · Auto do Triunfo do Inverno (1529)  · Romagem dos Agravados (1533)
Livro quarto - Farsas
Quem Tem Farelos? (1505)  · Auto da Índia (1509)  · Auto da Fama (1516)  · O Velho da Horta (1512)  · Auto das Fadas Farsa de Inês Pereira (1523)  · Farsa do Juiz da Beira (1525)  · Farsa das Ciganas (1521)  · Farsa dos Almocreves (1527)  · Farsa do Clérigo da Beira (1529)  · Auto da Lusitânia, intercalado com o entremez Todo-o-Mundo e Ninguém (1532)