Reggia di Venaria Reale

Coordenadas: 45° 8' 10.32" N 7° 37' 35.18" E


Corpo central da Reggia di Venaria Reale visto do parque baixo.

Critérios C (i) (ii) (iv) (v)
Países Itália
Coordenadas Venaria Reale, Piemonte
Histórico de inscrição
Inscrição 1997

Nome usado na lista do Património Mundial

A Reggia di Venaria Reale é um palácio italiano situado no comune de Venaria Reale, no Piemonte. Uma das principais Residências da Casa de Savoia no Piemonte, provavelmente a maior pelas suas dimensões, é comparável quanto à estrutura ao francês Palácio de Versailles, palácio que foi construído tendo em mente o projeto da residência real piemontesa. Segundo alguns autores, os desenhos dos projetos de Venarìa foram roubados e levados para Paris por vontade do monarca francês.

A Reggia di Venaria Reale foi projetada e construída em poucos anos (1658-1679), segundo um desenho do arquiteto Amedeo di Castellamonte, por encomenda do Duque Carlos Emanuel II que tencionava fazer dela a base para as batidas de caça na acidentada charneca torinense.

O mesmo nome deste palácio em latim, Venatio Regia, derivou para o termo arte venatória que identifica um tipo específico de caça a cavalo com o auxílio de cães.

O conjunto dos corpos que constituem o complexo, que se estende por uma enorme extensão (80.000 m2), inclui o parque e o borgo histórico de Venaria, construídos de modo a formar uma espécie de colar que evoca diretamente o Colar da Ordem Suprema da Santíssima Anunciação, símbolo da Casa de Savoia.

Ao borgo uniram-se rapidamente muitas casas e palácios de trabalhadores e cidadãos comuns que desejavam habitar nos arredores do palácio real, até tornar Venaria Reale numa comuna autónoma da Província de Torino.

A escolha do lugar foi favorecida pela vizinhança dos extensos bosques, ditos do Gran Paese, riquíssimos em caça: um território que se estende por uma centena de quilómetros até às montanhas alpinas, ficando a sul e a leste nas proximidades de Torino.

História

O burgo histórico, com a entrada da Reggia di Venaria Reale ao fundo.

Provavelmente, a ideia de criar um palácio real em Venaria nasceu em Carlos Emanuel II de Savoia pelo exemplo do castelo construído em Mirafiori (ou Miraflores) para a esposa do Duque Carlos Emanuel I, Catarina Micaela de Espanha. Carlos Emanuel II, querendo também ele criar um palácio real que ficasse ligaod ao seu nome e ao da sua consorte, Maria Giovanna Battista di Savoia-Nemours, comprou as duas pequenas aldeias de Altessano Superior e Inferior aos Birago, família de origem milanesa que, aqui, tinha dado vida a importantes plantações. O lugar foi rebaptizado em seguida como "la Venaria" por se destinar aos laseres venatórios.

Fachada principal da Reggia di Venaria Reale.

Os trabalhos foram executados a partir de 1658 e confiados aos arquitectos Amedeo di Castellamonte e Michelangelo Garove. A obra prolongou-se no tempo pelo menos até 1675, ano em que o burgo de Venaria (realizado com uma planta susceptível de designar um Colar da Anunciação) e o palácio já tinham uma boa parte completa, em particular a Reggia di Diana, coração da estrutura. De qualquer forma, os trabalhos não pararam por aqui, tendo continuado com o tempo: depois de, em Outubro de 1693, os franceses terem destruído algumas construções, Vítor Amadeu II encomendou uma intervenção posterior ao palácio, o qual foi reestruturado segundo os cânones franceses.

Mais tarde, durante o Cerco de Turim de 1706, o palácio sofreu novos danos, quando os franceses de Louis d'Aubusson de la Feuillade aqui instalaram residência, danifucando muistas das estruturas destinadas, neste período, aos soldados: Vitor Amadeu II, uma vez que Garove já havia falecido, confiou o projecto de reconstrução a Filippo Juvarra.

Também durante o domínio napoleónico o palácio real sofreu sérias transformações, em particular os jardins, destruidos para dar lugar a uma praça de armas: de facto, todo o complexo foi transformado em caserna e, com o restauro, manteve-se este novo destino da estrutura. No periodo que medeia entre o final das guerras napoleónicas e o ano de 1978 o palácio esteve confiado ao exército, sendo depois cedido à Superintendência para os trabalhos de restauro, os quais se mantiveram até final de 2007[1].

Estrutura do complexo

Maquete da Reggia di Venaria Reale.

O complexo é imponente: acedendo pela entrada principal é-se acolhido no pátio de honra, no centro do qual surgia uma fonte chamada do cervo. A fachada principal, em estuque com cornucópias, conchas e frutos, resulta na parte direita como que "marcada" por uma quebra de tijolos à vista que delimita a parte seiscentista da setecentista, posterior à intervenção do primeiro arquitecto da corte, Amedeo di Castellamonte.

A Galeria Grande (erradamente chamada de Diana).

A parte esquerda do complexo apresenta a intervenção do segundo arquitecto da corte, Michelangelo Garove (1699-1713); em síntese, a realização de dois torreões, com telhados ditos à "Mansart" (mansarda) cobertos de telhas pentagonais multicoloridas em cerâmica, unidos por uma Grande Galeria, erradamente indicada em meados do século XX como sendo de Diana.

No interior encontram-se estuques, estátuas, pinturas (segundo Castellamonte, mais de quatro mil quadros), obras realizadas por valorosos artistas, entre os quais Vittorio Amedeo Cignaroli, Pietro Domenico Olivero e Bernardino Quadri.

A ilustrar o complexo da Reggia di Venaria Reale, existe un modelo extremamente preciso (em cima) realizado por Carlo Costantini.

Reconstruções de Filippo Juvarra

Fachada da Igreja de Santo Humberto.

Depois da morte de Michelangelo Garove, ocorrida em 1713, a reconstrução da Grande Galeria continuou, a partir de 1716, por obra de Filippo Juvarra, paralelamente à construção da Igreja de Santo Humberto (Chiesa di Sant'Uberto), efectuada entre 1716 e 1729. Esta igreja, devotada ao padroeiro da caça, encontra-se encastrada entre os edifícios do palácio, ao ponto de não permitir a construção da cúpula, que foi afrescada como trompe-l'oeil.

Esta recuperação também incluiu a escudaria e a citroniera, edificadas entre 1722 e 1728, além duma renovação das fachadas em estilo francês.

Os últimos trabalhos foram realizados entre a segunda metade do século XVIII e o início do século XIX (escudaria e picadeiro, escadaria da Reggia di Diana, Galeria de Santo Humberto).

Depois disso, a Reggia di Venaria Reale foi quase esquecida a favor da Palazzina di caccia di Stupinigi (1729), mais de acordo com os novos gostos das cortes europeias.

Os jardins

O Parque Baixo.

Os jardins do palácio real estão completamente desaparecidos desde a época em que os franceses de Napoleão os transformaram em praça de armas: um obra extremamente significativa do complexo que se perdeu para sempre. Restaram os desenhos da época, que mostram o esplêndido jardim à italiana dividido em três terraços, ligados entre si por cenográficas escadarias e por elementos arquitectónicos (como a torre do relógio do primeiro pátio), a Fonte de Hércules, o teatro em hemiciclo e os parterres.

Só recentemente a Reggia di Venaria Reale viu renascer as suas ambientações naturais, isto graças aos trabalhos que se realizaram na estrutura (escuderias, Reggia di Diana, etc). Actualmente, estão à disposição do público os sectores já concluídos, também danificados pelas violentas tempestades de Junho de 2007.

No Parque Baixo são visíveis algumas obras de Giuseppe Penone, em nítido contraste com a estrutura barroca do complexo: entre estas, o tronco de um cedro, com uma altura de doze metros, do qual saem os fumos da das centrais térmicas do edifício.

Pouco depois de terminada a reconstrução dos jardins, um tornado destruiu-os, o que atrasou a inauguração alguns dias.

Galeria de imagens

  • Vista frontal da Reggia di Diana
    Vista frontal da Reggia di Diana
  • O corpo central do palácio
    O corpo central do palácio
  • Belvedere e Pavilhão Garove
    Belvedere e Pavilhão Garove
  • O Belvedere
    O Belvedere
  • Detalhe dos telhados
    Detalhe dos telhados
  • Corpo central visto do Parque Baixo
    Corpo central visto do Parque Baixo

Referências

  1. «Nota de imprensa do site oficial.». Consultado em 8 de setembro de 2008. Arquivado do original em 15 de fevereiro de 2008 

Bibliografia

em italiano

  • Carlo Merlini, Ambienti e Figure di Torino Vecchia, Tipografia Rattero, Turim

Ligações externas

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