Revolta dos Panthay

Revolta dos Panthay

Representação da conquista de Dali em 1872 pela China
Data 1856-1873
Local China
Desfecho Vitória da dinastia Qing
Queda de Pingnan Guo
Enfraquecimento da Dinastia Qing
Beligerantes
Dinastia Qing Pingnan Guo
Comandantes
Cen Yuying
Ma Rulong(A.K.A. Ma Julung)
Du Wenxiu
Ma Shenglin
Ma Shilin
Baixas
1,000,000 includindo civis e soldados

A Revolta dos Panthay ou Rebelião Panthay (1856-1873), conhecida em chinês como Rebelião de Du Wenxiu ou Revolta muçulmana[1] (chinês simplificado: 杜文秀起义; chinês tradicional: 杜文秀起義; pinyin: Dù Wénxiù qǐyì) foi um movimento separatista do povo Hui e outras minorias étnicas não muçulmanas contra a Dinastia Qing, no sudoeste da província de Yunnan na China, como parte de uma onda de distúrbios multi-étnicos liderados pelos Hui.

O nome "Panthay" é uma palavra birmanesa, que é dito ser idêntica com a palavra Shan, Pang hse.[2] Foi o nome pelo qual os birmaneses denominavam os muçulmanos chineses que vieram com caravanas para a Birmânia a partir da província chinesa de Yunnan. O nome não era usado ou conhecido na própria Yunnan .[3]

Os chineses costumam denominar o movimento como Rebelião de Du Wenxiu, fazendo uma referência, ao fundador do Sultanato Dali que era o líder religioso islâmico e político mais importante da época na região de Yunnan. "Hui" é a palavra utilizada pelos chineses para se referir aos muçulmanos, que se refere aos uigures que habitam Xinjiang (noroeste da China).

Yunnan fica no sudoeste da China, e somente se tornou parte do Império Chinês no Século XIII, na época da invasão mongol, que trouxe os Hui para a região. Até o reinado do Imperador Qing Yongzheng (1723-1735), grandes partes da província eram administrados por chefes locais com muito pouca interferência do governo na capital provincial de Kunming. Algumas peculiaridades topográficas da região, tais como: altas montanhas, ausência de rios navegáveis e de estradas para o tráfego veículos com rodas, favoreciam o isolamento da região. As ricas minas de cobre do leste de Yunnan eram de especial interesse para o Império.

Entre 1775 e 1850, ocorreu uma maciça migração da etnia Han para a região de Yunnan, que elevou a população local de 4 para 10 milhões de habitantes e desestabilizou a região.

Entre entre 1818 e 1833 ocorreram três revoltas na região.

Uma série de atos de violência anti-Hui teve seu auge no Massacre de Kunming, em 1856, no qual cerca de oito mil Huis foram mortos, que deu origem à Rebelião.

Além de Du Wenxiu, Ma Rulong e Ma Dexin destacaram-se como líderes da rebelião, que se revelaria frágil pela falta de uma ideologia unificadora.

Em 1862, Ma Rulong não ofereceu resistência a um cerco da Dinastia Qing contra Kunming, em troca de sua integração à hierarquia militar do Império.

Du Wenxiu conseguiu estabelecer o Estado Pingnan (pacificar o sul) também conhecido como Sultanato de Dali, que tinha como base econômica o comércio terrestre e atingiu seu auge entre 1867 e 1869. A derrota da Rebelião Taiping permitiu que a Dinastia Qing enviasse tropas suficientes para derrotar a rebelião. Du Wenxiu se entregou, aceitando a decapitação, para evitar derramamento de sangue entre seus seguidores.[1]

Referências

  1. a b David G. Atwill. The Chinese Sultanate: Islam, Ethnicity, and the Panthay Rebellion in Southwest China, 1856-1873., em inglês, acesso em 02 de fevereiro de 2014.
  2. Scott 1900, p. 607
  3. Yule & Burnell 1968, p. 669

Bibliografia

  • Atwill, David G. (2005), The Chinese Sultanate: Islam, Ethnicity and the Panthay Rebellion in Southwest China, 1856-1873, ISBN 0-80475-159-5, Stanford University Press 
  • Davenport Northrop, Henry (1894), «The flowery kingdom and the land of the Mikado, or, China, Japan and Corea», London, CA-ON: J.H.Moore Co. Inc., Making of America Project, consultado em 28 de junho de 2010 
  • Dillon, Michael (26 de julho de 1999), China's Muslim Hui Community: Migration, Settlement and Sects, ISBN 0-70071-026-4, Richmond, UK: Routledge / Curzon Press, consultado em 28 de junho de 2010 
  • Fitzgerald, Charles Patrick (1996), Southern Expansion of the Chinese People: Southern Fields and Southern Ocean, ISBN 9-74849-581-7, Thailand: White Lotus Co. 
  • Fytche, Albert (1878), Burma past and present, LONDON: C. K. Paul & co., consultado em 28 de junho de 2010 9=(Original from Harvard University)
  • de Kavanagh Boulger, Demetrius Charles (1893), A Short History of China: Being an Account for the General Reader of an Ancient Empire and People, W. H. Allen & co., consultado em 28 de junho de 2010 
  • de Kavanagh Boulger, Demetrius Charles (1898), The History of China, 2, W. Thacker & co., consultado em 28 de junho de 2010 
  • Scott, J. George (1900), «i», GUBSS 1, Rangoon Government Printing 
  • Thant, Myint-U (2001), The Making of Modern Burma, ISBN 0-52178-021-6 Verifique |isbn= (ajuda), Cambridge University Press 
  • Yule, Col. Henry; Burnell, A.C. (1968) [1886 (1st ed. Murray, London)], Hobson-Jobson: A Glossary of Colloquial Anglo-Indian Words and Phrases, and of Kindred Terms, Etymological, Historical, Geographical And Discursive, Munshiran Manoharlal (reprint) 

Essaios, estudos

  • Garnaut, Anthony (2008), From Yunnan to Xinjiang:Governor Yang Zengxin and his Dungan Generals (PDF), Etudes orientales N°25, cópia arquivada (PDF) em 9 de março de 2012 

Artigos (em jornais, revistas etc.)

  • Berzin, Alexander (abril de 1995), A História dos Muçulmanos Hui da China 
  • «Contemporary Review», Religious toleration in China, vol.86, julho de 1904 
  • Holmes Agnew, John; Hilliard Bidwell, Walter (1900), Eclectic Magazine, Leavitt, Throw and Co., consultado em 28 de junho de 2010 
  • Littell, Eliakim; Littell, Robert S. (22 de setembro de 1900), «The Living Age», The Living Age Co. Inc., Making of America Project, vol.225 (issue 2933), consultado em 28 de junho de 2010 
  • 王钟翰 (2010), 中国民族史 [Han Chinese National History], GWculture.net, consultado em 28 de junho de 2010  Predefinição:Zh-cn