Revolução Quirguiz de 2010

Revolução Quirguiz de 2010
Período Abril de 2010
Local  Quirguistão
Causas
  • Descontentamento da população com o presidente Bakiyev
  • Situação econômica desfavorável
  • Restrição de liberdades democráticas
Resultado
  • Deposição de Kurmanbek Bakiyev
  • Mudança do sistema de governo para o parlamentarismo
  • Realização de eleições parlamentares
Bisqueque (Quirguistão)
Bisqueque
Bisqueque
Talas
Talas
Naryn
Naryn
Tokmok
Tokmok
Cidades onde ocorreram as maiores manifestações de oposição ao governo no Quirguistão.
Carro militar incendiado por civis em Bisqueque.
Manifestantes em invasão à Casa Branca.

A Revolução Quirguiz de 2010, também conhecida como Segunda Revolução do Quirguistão, constituiu um conjunto de manifestações públicas que provocaram a queda do governo do Quirguistão em 7 de abril de 2010. Os revoltosos dirigiram seus ataques contra o presidente Kurmanbek Bakiyev, que declarou estado de emergência no norte do país e na capital, Bisqueque, antes de fugir para Jalal-Abad.[1] Bakiyev, deposto, se recusou a renunciar ao cargo nos primeiros dias após o levante.[2] No entanto, a oposição passou a controlar as principais instituições do país em 8 de abril.[3]

Além dos confrontos na capital, que resultaram em cerca de 40 mortes, houve revoltas também no interior do país.[4][5] No dia 8, o número foi atualizado para ao menos 75 mortos e 400 feridos, segundo dados oficiais.[6]

As manifestações começaram em Talas, no noroeste do Quirguistão, em 6 de abril.[7] A população do país se levantou contra um aumentos de preços dos serviços públicos ordenado pelo governo, o autoritarismo de Bakiyev e a corrupção desenfreada no país.[7] Na noite de 7 de abril, os políticos de oposição se articularam para instituir um golpe de estado, com a nomeação de um novo governo provisório, chefiado por Roza Otunbayeva. O ex-presidente abrigou-se na Bielorrússia no final de abril, convidado pelo chefe de estado do país, Aleksandr Lukashenka.[8]

Bakiyev havia tomado o poder num golpe de estado violento em 2005, conhecido como Revolução das Tulipas.

Em 10 junho de 2010, surgiu uma nova onda de violência no sul do país; em apenas um fim de semana, o vizinho Uzbequistão contabilizou a entrada de 75 mil refugiados, especialmente de idosos, mulheres e crianças.[9][10] Os conflitos tiveram natureza étnica, com a disputa entre quirguizes e usbeques no Vale do Fergana. O governo interino quirguiz acusou o ex-presidente Bakiyev e seus assessores de terem incentivado o conflito na região.[11] O objetivo seria fragilizar a minoria usbeque, que apoiou o golpe de estado; e fortalecer a imagem de Bakiyev, que tem maior apoio no sul do Quirguistão.[11][12][13] Pelo menos 150 pessoas foram mortas por grupos armados.[12]

Ver também

Referências

  1. The Guardian – Kyrgyzstan capital bloodied, looted and chaotic after overthrow of Bakiyev (em inglês)
  2. G1. «Oposição derruba governo do Quirguistão». Consultado em 7 de abril de 2010 
  3. BBC NewsKyrgyzstan opposition declares new government
  4. O GloboOpositores assumem governo do Quirguistão
  5. The New York TimesOpposition Claims Control in Kyrgyzstan
  6. Presidente deposto do Quirguistão diz que não renunciará - Folha de S.Paulo, 9 de abril de 2010 (visitado em 9-4-2010)
  7. a b Al JazeeraKyrgyzstan opposition 'in charge'
  8. The Guardian – Ousted Kyrgyzstan president begins new life in Belarus (em inglês)
  9. Associated Press/Folha de S.Paulo. (13 de junho de 2010). Uzbequistão afirma que 75 mil refugiados fugiram do Quirguistão após onda de violência, acesso em 13 de junho e 2010
  10. Reuters/Folha de S.Paulo. (13 de junho de 2010). Rússia envia tropas para proteger base no Quirguistão, acesso em 13 de junho de 2010
  11. a b Radio Free EuropeKyrgyz Security Chief: Bakiev Family, Islamic Militants Behind Ethnic Clashes (em inglês)
  12. a b Qantara – The Fergana Valley Powder Keg (em inglês)
  13. BBC News – Ethnic Uzbeks in Kyrgyzstan freed after abduction (em inglês)
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