Sociedade de Geografia de Lisboa

Sociedade de Geografia de Lisboa
Sociedade de Geografia de Lisboa

Fundação 10 de novembro de 1875
Sede Rua das Portas de Santo Antão, 100, Lisboa
Sítio oficial http://www.socgeografialisboa.pt
O Rei D. Carlos I na abertura da convenção de 1905 da Sociedade de Geografia de Lisboa.

A Sociedade de Geografia de Lisboa GCCMHSEGOICGCIMHIHGCIP (SGL) é uma sociedade científica criada em Lisboa no ano de 1875 com o objectivo de em Portugal promover e auxiliar o estudo e progresso das ciências geográficas e correlativas. A Sociedade foi criada no contexto do movimento europeu de exploração e colonização, dando na sua actividade, desde o início, particular ênfase à exploração do continente africano.[1]

História institucional

A 10 de Novembro de 1875, um grupo de 74 subscritores requereu ao rei D. Luís, a criação de uma sociedade, a designar por Real Sociedade de Geografia de Lisboa, tendo como objectivo promover e auxiliar o estudo e progresso das ciências geográficas e correlativas, no país.

Entre os fundadores constavam-se o Conselheiro Henrique de Barros Gomes, António Augusto Teixeira de Vasconcelos, António Enes, Eduardo Coelho, Luciano Cordeiro, Manuel Joaquim Pinheiro Chagas, Sousa Martins, António Cândido de Figueiredo, António Lino Netto e Teófilo Braga, entre muitos outros intelectuais, jornalistas e políticos da época.[1]

A Sociedade propunha-se realizar sessões, conferências, prelecções, cursos livres, concursos e congressos científicos e conceder subsídios de investigação destinados a viagens de exploração e investigação científica. As informações obtidas seriam publicadas e disseminadas em arquivos, bibliotecas e museus. Propunha-se ainda estabelecer relações permanentes com outras instituições europeias com as quais pudesse trocar informações e colaborações.

A partir de Dezembro de 1876 a Sociedade iniciou a publicação do Boletim da Sociedade de Geografia de Lisboa, que ainda subsiste.

Embora a actuação da Sociedade não tivesse como escopo exclusivo o continente africano, nos primeiros anos da sua existência foi criada a Comissão Nacional Portuguesa de Exploração e Civilização da África, mais conhecida por Comissão de África, com o objectivo de apoiar cientificamente o esforço colonial português em África, particularmente no contexto da crescente competição europeia na apropriação de territórios naquele continente.

A 3 de Abril de 1928 foi agraciada com a Grã-Cruz da Ordem Militar de Nosso Senhor Jesus Cristo, a 8 de Maio de 1935 foi feita Grande-Oficial da Ordem do Império Colonial, a 24 de Novembro de 1950 foi galardoada com a Grã-Cruz da Ordem da Instrução Pública, a 12 de Junho de 1957 foi elevada a Grã-Cruz da Ordem do Império, a 25 de Março de 1964 foi feita Membro-Honorário da Ordem do Infante D. Henrique e a 17 de Junho de 1983 foi feita Membro-Honorário da Antiga, Nobilíssima e Esclarecida Ordem Militar de Sant'Iago da Espada, do Mérito Científico, Literário e Artístico.[2]

Museu Etnográfico

O Museu Etnográfico possui um importante acervo nas áreas da Etnologia e História, com relevância para as antigas colónias portuguesas em África e na Ásia.

O Museu é composto por várias salas:

  • Sala Portugal onde se encontra a maior parte do espólio museológico, tem 50m de comprimento, rodeada por duas ordens de galerias;
  • Sala Algarve destaca-se um grande planisfério com as rotas dos Descobrimentos dos navegadores portugueses entre os séculos XV e XVII;
  • Sala da Índia onde estão expostas bandeiras de várias expedições a África e dois grandes Globos de Coronelli bem como portulanos, manuscritos e gravuras;
  • Sala dos Padrões, o acervo é composto por peças ligadas aos Descobrimentos Portugueses, com destaque para os padrões de Pedra colocados pelos portugueses na costa africana.

A Bilblioteca da Sociedade de Geografia de Lisboa tem reconhecimento nacional e internacional como essencial para o estudo da História dos Descobrimentos e Expansão Portuguesa.

O acervo bibliográfico é constituído por 62.000 obras, várias revistas e cerca de 6.000 documentos manuscritos, num total de 230.000 títulos, entre os quais, os diários de viagem de Hermenegildo Capelo, Roberto Ivens, Silva Porto e Gago Coutinho bem como a coleção de desenhos de George Chinnery.

Na Mapoteca onde se encontra o espólio cartográfico, existem importantíssimos exemplares de atlas, mapas e plantas portugueses e estrangeiros de várias épocas.[3]

Referências

  1. a b José Timoteo Montalvão Machado (1981). «Luciano Cordeiro» (PDF). Cm-mirandela.pt. Consultado em 22 de setembro de 2010. Arquivado do original (PDF) em 8 de agosto de 2010  A referência emprega parâmetros obsoletos |língua2= (ajuda)
  2. «Ordens Honoríficas Portuguesas». Presidência da República Portuguesa. Ordens.presidencia.pt 
  3. https://informacoeseservicos.lisboa.pt/contactos/diretorio-da-cidade/museu-da-sociedade-de-geografia-de-lisboa
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Ligações externas

  • «Sociedade de Geografia de Lisboa». www.socgeografialisboa.pt 
  • «Secção de História da Sociedade de Geografia de Lisboa» 
  • «Secção de Geografia dos Oceanos da Sociedade de Geografia de Lisboa» 
  • «Secção Profissional de Estudos do Património da Sociedade de Geografia de Lisboa» 
  • «Lisboa com olhos em África: a fundação da Sociedade de Geografia de Lisboa». www.instituto-camoes.pt 
  • "Visita Guiada - Sociedade de Geografia de Lisboa", episódio 16, 30 de setembro de 2019, temporada 9, programa de Paula Moura Pinheiro, na RTP
  • Obras da Sociedade de Geografia de Lisboa na Biblioteca Nacional de Portugal
  • v
  • d
  • e
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