Soneto 10

«
»
Soneto 10

For shame deny that thou bear'st love to any,
Who for thy self art so unprovident.
Grant, if thou wilt, thou art beloved of many,
But that thou none lov'st is most evident:
For thou art so possessed with murderous hate,
That 'gainst thy self thou stick'st not to conspire,
Seeking that beauteous roof to ruinate
Which to repair should be thy chief desire.
O! change thy thought, that I may change my mind:
Shall hate be fairer lodged than gentle love?
Be, as thy presence is, gracious and kind,
Or to thyself at least kind-hearted prove:
Make thee another self for love of me,
That beauty still may live in thine or thee.

–William Shakespeare
  • v
  • d
  • e
Sonetos de Shakespeare
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
11 12 13 14 15 16 17 18 19 20
21 22 23 24 25 26 27 28 29 30
31 32 33 34 35 36 37 38 39 40
41 42 43 44 45 46 47 48 49 50
51 52 53 54 55 56 57 58 59 60
61 62 63 64 65 66 67 68 69 70
71 72 73 74 75 76 77 78 79 80
81 82 83 84 85 86 87 88 89 90
91 92 93 94 95 96 97 98 99 100
101 102 103 104 105 106 107 108 109 110
111 112 113 114 115 116 117 118 119 120
121 122 123 124 125 126 127 128 129 130
131 132 133 134 135 136 137 138 139 140
141 142 143 144 145 146 147 148 149 150
151 152 153 154

Soneto 10 é um dos 154 sonetos de William Shakespeare.

Traduções

Na tradução de Jerônimo Aquino,

Posto que andas de amor ateando vivas chamas,
Que a nenhuma mulher tens amor é evidente.
Mas por isso, porque nenhuma mulher amas,
Para contigo mesmo, és, sabe, imprevidente.
Imprevidente, sim. Tal desdém é homicida
E em teu prejuízo, só, reverte com certeza:
Deixarás de ter prole, arruinando isso a vida
Da prole que em ti vê sua maior defesa.
Oh! Muda o teu pensar, que o meu será mudado.
Mais cabível que o amor é o desdém porventura?
Sê gracioso e gentil, também contigo, e o fado,
Que te ameaça de morte, impávido conjura:
Pelo amor que me tens, tua vida multiplica:
Em teus filhos, isto é - em ti - perpétuo fica.[1]

Segundo a tradução de Thereza Christina Rocque da Motta,

Envergonha-te de negar que não ames,
Tu que és tão imprudente;
Aceita, se quiseres, ser amada por tantos,
Mas é certo que não ames ninguém;
Pois tens um ódio tão mortal,
Que apenas contra ti mesma não conspiras,
Buscando arruinar este nobre teto,
Que tanto desejas consertar:
Ah, muda teu pensamento que mudarei o meu!
Deve o ódio ter mais reservas do que o amor?
Sê como tua presença, gentil e graciosa;
Ou a ti, ao menos, te proves amável,
Sê outra pelo amor que tens por mim,
Para que a beleza continue a viver em ti.[2]

Referências

  1. Edição da Martin Claret, ano 2005. Coleção Obra Prima de Cada Autor
  2. Thereza Christina Rocque da Motta (tradutora), SHAKESPEARE, William. 154 Sonetos. Em Comemoração Aos 400 Anos Da 1ª Edição 1609-2009. Editora Ibis Libris, 1ª edição, 2009. ISBN 8578230264
  • Alden, Raymond. The Sonnets of Shakespeare, with Variorum Reading and Commentary. Boston: Houghton-Mifflin, 1916.
  • Baldwin, T. W. On the Literary Genetics of Shakspeare's Sonnets. Urbana: University of Illinois Press, 1950.
  • Booth, Stephen. Shakespeare's Sonnets. New Haven: Yale University Press, 1977.
  • Dowden, Edward. Shakespeare's Sonnets. London, 1881.
  • Hubler, Edwin. The Sense of Shakespeare's Sonnets. Princeton: Princeton University Press, 1952.
  • Schoenfeldt, Michael (2007). The Sonnets: The Cambridge Companion to Shakespeare’s Poetry. Patrick Cheney, Cambridge University Press, Cambridge.
  • Tyler, Thomas (1989). Shakespeare’s Sonnets. London D. Nutt.
  • Vendler, Helen (1997). The Art of Shakespeare's Sonnets. Cambridge: Harvard University Press.

Ligações externas

  • (em inglês) Análise do soneto