Subconjunto

Diagrama de Euler ilustrando o fato de que A {\displaystyle A} é subconjunto de B {\displaystyle B} ou, equivalentemente, que B {\displaystyle B} é superconjunto de A {\displaystyle A}

Em teoria dos conjuntos, quando todo elemento de um conjunto A {\displaystyle A} é também elemento de um conjunto B {\displaystyle B} , dizemos que A {\displaystyle A} é um subconjunto de B {\displaystyle B} , denotado A B {\displaystyle A\subseteq B} (também dito " A {\displaystyle A} é uma parte de B {\displaystyle B} " ou " A {\displaystyle A} está contido em B {\displaystyle B} "). De forma complementar, B {\displaystyle B} é chamado um superconjunto de A {\displaystyle A} , simbolizado como B A {\displaystyle B\supseteq A} (também dito " B {\displaystyle B} contém A {\displaystyle A} " ou " B {\displaystyle B} tem A {\displaystyle A} como parte").[1] Esta relação é conhecida por inclusão de conjuntos. Em linguagem simbólica, utilizando a noção de quantificação universal (∀), temos:

A B = = d e f x ( x A x B ) . {\displaystyle A\subseteq B{\stackrel {\mathbf {def} }{=\!=}}\forall x(x\in A\rightarrow x\in B).}

Propriedades

  • A inclusão de conjuntos é uma relação reflexiva, ou seja, A A {\displaystyle A\subseteq A} qualquer que seja o conjunto A . {\displaystyle A.}
    Realmente, a condicional p p {\displaystyle p\rightarrow p} é uma tautologia. Assim, x A x A {\displaystyle x\in A\rightarrow x\in A} tanto se x A {\displaystyle x\in A} como também se x A . {\displaystyle x\not \in A.} E, por definição, x ( x A x A ) A A . {\displaystyle \forall x(x\in A\rightarrow x\in A)\Rightarrow A\subseteq A.}
  • A inclusão de conjuntos é uma relação transitiva, ou seja, se A B {\displaystyle A\subseteq B} e B C , {\displaystyle B\subseteq C,} então A C . {\displaystyle A\subseteq C.}
    Se A = , {\displaystyle A=\varnothing ,} A C {\displaystyle A\subseteq C} (e assumir que B C {\displaystyle B\subseteq C} é irrelevante). Então, assuma que A {\displaystyle A\neq \varnothing } e seja x A . {\displaystyle x\in A.} Por hipótese, A B {\displaystyle A\subseteq B} e, pela definição de inclusão, x B . {\displaystyle x\in B.} Assim, B . {\displaystyle B\neq \varnothing .} Também por hipótese B C , {\displaystyle B\subseteq C,} isto é, se y B {\displaystyle y\in B} também y C . {\displaystyle y\in C.} Em particular, para y = x {\displaystyle y=x} temos x C . {\displaystyle x\in C.} Como x A {\displaystyle x\in A} era arbitrário, todo elemento de A {\displaystyle A} é também elemento de C , {\displaystyle C,} ou seja, A C . {\displaystyle A\subseteq C.}
  • A inclusão de conjuntos é uma relação antissimétrica, ou seja, se A B {\displaystyle A\subseteq B} e B A , {\displaystyle B\subseteq A,} então A = B . {\displaystyle A=B.}
    De fato, isto é o que diz o axioma da extensão.
  • Pelas três propriedades acima, dado um conjunto não-vazio A {\displaystyle A} e uma coleção C {\displaystyle {\mathcal {C}}} de subconjuntos de A , {\displaystyle A,} a relação de inclusão {\displaystyle \subseteq } é uma relação de ordem parcial em C . {\displaystyle {\mathcal {C}}.}
    A inclusão de conjuntos é a relação de ordem parcial canônica — no sentido de que todo conjunto parcialmente ordenado (X, {\displaystyle \preceq } ) é isomorfo a alguma coleção de conjuntos ordenada pela inclusão. Os números ordinais constituem um exemplo simples — se cada ordinal n {\displaystyle n} é identificado com o conjunto [ n ] {\displaystyle [n]} de todos os ordinais menores ou igual a n , {\displaystyle n,} então a b {\displaystyle a\leq b} se e somente se [ a ] [ b ] . {\displaystyle [a]\subseteq [b].}

Subconjunto próprio

Dizemos que um conjunto B {\displaystyle B} é um subconjunto próprio de um conjunto A {\displaystyle A} se B A {\displaystyle B\subseteq A} ( B {\displaystyle B} é subconjunto de A {\displaystyle A} ) e B A {\displaystyle B\neq A} ( B {\displaystyle B} é diferente de A {\displaystyle A} ). Explicitamos este fato com a notação especial B A ; {\displaystyle B\subsetneq A;} ou ainda A B {\displaystyle A\supsetneq B} (lê-se: A é um superconjunto próprio de B). Isto quer dizer que B {\displaystyle B} está estritamente contido em A , {\displaystyle A,} ou seja, existe pelo menos um x A {\displaystyle x\in A} tal que x B . {\displaystyle x\not \in B.} Em particular, o conjunto vazio é um subconjunto próprio de todo conjunto não-vazio. E, evidentemente, A {\displaystyle A} é o único subconjunto de um conjunto A {\displaystyle A\neq \varnothing } que não é próprio. Assim, dizemos que A {\displaystyle A} é um subconjunto impróprio (superconjunto impróprio) de A . {\displaystyle A.}

Exemplos

  • O conjunto vazio é um subconjunto de qualquer conjunto dado.
  • O conjunto {1, 2} é um subconjunto próprio de {1, 2, 3}.
  • O conjunto {x : x é um número primo maior do que 10} é um subconjunto próprio de {x : x é um número ímpar maior do que 10}.
  • O conjunto dos números naturais é um subconjunto próprio do conjunto dos números inteiros, com a mesma cardinalidade.
  • O conjunto dos números naturais é um subconjunto próprio do conjunto dos números reais, com cardinalidade inferior.

Ver também

Notas

  1. Uma notação alternativa para A {\displaystyle A} é subconjunto de B {\displaystyle B} , tão comum quanto A B , {\displaystyle A\subseteq B,} é A B . {\displaystyle A\subset B.} Similarmente, usa-se também B A {\displaystyle B\supset A} para denotar que B {\displaystyle B} é superconjunto de A {\displaystyle A} .

Referências

  • Jech, Thomas (2002). Set Theory. [S.l.]: Springer-Verlag. ISBN 3-540-44085-2 

Ligações externas

  • "Subset", "Superset", "Proper Subset" e "Improper Subset" in MathWorld (em inglês)
  • "Subset" in ProofWiki (em inglês)


  • v
  • d
  • e
Axiomas
Operações
Conceitos
Conjuntos
Teorias
Pessoas
  • Portal da matemática