Transformada de Hartley

A função cas(x) (linha vermelha) é o núcleo da transformada de Hartley. Sua derivada é a função cas'(x) (linha azul, tracejada).

Em matemática, a transformada de Hartley é uma transformada integral bastante relacionada com a transformada de Fourier, mas que possui sobre esta as vantagens de (i) evitar a presença de números complexos no cálculo[nota 1] e (ii) ser a sua própria inversa. Ela foi proposta por R. V. L. Hartley em 1942[1] para aplicação na análise de regime estacionário e transiente de sistemas de transmissão telefônica, mas não despertou muito interesse até a década de 1980, após as pesquisas de Z. Wang e R. N. Bracewell[2] (ver também Lista de transformadas relacionadas à transformada de Fourier). A versão discreta, chamada de transformada discreta de Hartley, foi introduzida por Bracewell em 1983.[3]

A transformada de Hartley em duas dimensões pode ser computada por um processo similar ao usado para computar a transformada óptica de Fourier, com a vantagem de que somente sua amplitude e sinal precisam ser determinados, e não sua fase complexa.[4]

Existe uma formulação alternativa para tratamento de funções periódicas: a série de Hartley, que funciona de forma similar à série de Fourier.[5]

Definição

A transformada de Hartley de uma função f(t) é definida por:


H ( ω ) = H { f ( t ) } = 1 2 π f ( t ) cas ( ω t ) d t ( 1 a ) {\displaystyle H(\omega )\;=\;{\mathcal {H}}\{f(t)\}\;=\;{\frac {1}{\sqrt {2\pi }}}\;\int _{-\infty }^{\infty }f(t)\cdot {\mbox{cas}}(\omega t)\;dt\;\;\;\;\;(1a)}


onde ω, em aplicações físicas, é a frequência angular e t é o tempo. A função cas (ing. cosine and sine)


cas ( t ) = cos ( t ) + sin ( t ) = 2 sin ( t + π 4 ) = 2 cos ( t π 4 ) ( 1 b ) {\displaystyle {\mbox{cas}}(t)\;=\;\cos(t)\;+\;\sin(t)\;=\;{\sqrt {2}}\cdot \sin \left(t\;+\;{\frac {\pi }{4}}\right)\;=\;{\sqrt {2}}\cdot \cos \left(t\;-\;{\frac {\pi }{4}}\right)\;\;\;\;\;(1b)} [1][5]


é o chamado núcleo de Hartley. Em aplicações de engenharia, essa transformação leva um sinal, representado por uma função f de valores reais, do domínio do tempo para o domínio espectral de Hartley, que é o domínio da frequência real.

Pela definição, vê-se que a transformada de Hartley de uma função é a soma de suas transformadas de seno e de cosseno.[1][6]

Transformada inversa

A transformada de Hartley tem a propriedade conveniente de ser sua própria inversa (o que se chama, em matemática, uma involução):


f = { H { H f } } ( 1 c ) {\displaystyle f\;=\;\{{\mathcal {H}}\{{\mathcal {H}}f\}\}\;\;\;\;\;(1c)} [1][nota 2]


Convenções

O exposto acima está de acordo com a definição original de Hartley, mas, como também acontece com a transformada de Fourier, vários detalhes são matéria de convenção e podem ser alterados sem mudança nas propriedades essenciais da transformada:

  • Em lugar de usar a mesma fórmula para a transformada e sua inversa, pode-se remover o 1 / 2 π {\displaystyle {1}/{\sqrt {2\pi }}} da fórmula da transformada e usar 1/2π na inversa — ou, na realidade, qualquer par de fatores de normalização cujo produto seja 1/2π (essas normalizações assimétricas são às vezes encontradas em textos de matemática pura e engenharia, inclusive na transformada de Fourier).
  • Pode-se também usar 2πν em lugar de ω (isto é, a frequência simples em vez da frequência angular), quando então o coeficiente 1 / 2 π {\displaystyle {1}/{\sqrt {2\pi }}} é totalmente removido. Bracewell (2000) e Olejniczak (2000) são exemplos de autores que seguem essa convenção[1][2].
  • Pode-se usar cos(t)-sin(t) em lugar de cos(t)+sin(t) como o núcleo.[carece de fontes?].

Como neste verbete a transformada de Fourier desempenha um papel muito importante, vale a pena lembrar que a definição "angular-simétrica" para as transformações direta e inversa é a seguinte:


F ( ω ) = 1 2 π f ( t ) e i ω t d t {\displaystyle {\mathcal {F}}(\omega )\;=\;{\frac {1}{\sqrt {2\pi }}}\int _{-\infty }^{\infty }f(t)e^{-i\omega t}\;dt}


f ( t ) = 1 2 π F ( ω ) e i ω t d ω {\displaystyle f(t)\;=\;{\frac {1}{\sqrt {2\pi }}}\int _{-\infty }^{\infty }{\mathcal {F}}(\omega )e^{i\omega t}\;d\omega }


É essa definição que deve-se ter em mente quando se mencionar aqui a transformada de Fourier. O uso dessa convenção evita a introdução de fatores de escalamento na maioria dos teoremas apresentados.


Relação com a transformada de Fourier

Essa transformada difere da transformada de Fourier clássica F ( ω ) = F { f ( t ) } ( ω ) {\displaystyle F(\omega )\;=\;{\mathcal {F}}\{f(t)\}(\omega )} na escolha do núcleo. Na transformada de Fourier, é usado o núcleo exponencial e i ω t = cos ( ω t ) i sin ( ω t ) {\displaystyle e^{-i\omega t}\;=\;\cos(\omega t)\;-\;i\sin(\omega t)} , onde i é a unidade imaginária.

As duas transformadas são bastante relacionadas, entretanto, e a transformada de Fourier (assumindo que se use forma simétrica de ambas e o mesmo fator de normalização) pode ser computada a partir da transformada de Hartley através de:


F ( ω ) = H ( ω ) + H ( ω ) 2 i H ( ω ) H ( ω ) 2 = H p a r ( ω ) i H i m p a r ( ω ) ( 2 a ) {\displaystyle F(\omega )\;=\;{\frac {H(\omega )\;+\;H(-\omega )}{2}}\;-\;i\cdot {\frac {H(\omega )\;-\;H(-\omega )}{2}}\;=\;H_{par}(\omega )\;-\;i\cdot H_{impar}(\omega )\;\;\;\;\;(2a)}


Ou seja, as partes real e imaginária da transformada de Fourier são dadas, respectivamente, pelas partes pares e ímpares da transformada de Hartley.

Inversamente, para funções de valores reais, a transformada de Hartley é dada, a partir das partes real e imaginária da transformada de Fourier, por:


{ H f } = { F f } { F f } = { F f ( 1 + i ) } ( 2 b ) {\displaystyle \{{\mathcal {H}}f\}\;=\;\Re \{{\mathcal {F}}f\}\;-\;\Im \{{\mathcal {F}}f\}\;=\;\Re \{{\mathcal {F}}f\cdot (1\;+\;i)\}\;\;\;\;\;(2b)}


onde {\displaystyle \Re } e {\displaystyle \Im } denotam as partes real e imaginária da transformada de Fourier.[1][7]

A transformada de Hartley H(ω) também pode ser obtida a partir da transformada real de Fourier R(ω) por meio da fórmula abaixo:


[ H ( ω ) H ( ω ) ] = 1 2 [ 1 1 1 1 ] [ R p ( ω ) R i ( ω ) ] ( 2 c ) {\displaystyle {\begin{bmatrix}H(\omega )\\H(-\omega )\end{bmatrix}}={\frac {1}{2}}{\begin{bmatrix}1&&1\\1&&-1\end{bmatrix}}{\begin{bmatrix}R_{p}(\omega )\\R_{i}(\omega )\end{bmatrix}}\;\;\;\;\;(2c)}


onde Rp(ω) e Ri(ω) são as partes par e ímpar, respectivamente, de R(ω).[8]

Relações similares existem com a transformada real de Mellin M(σ,ω), outra transformação relacionada à transformada de Fourier:


[ H ( ω ) H ( ω ) ] = 1 2 [ 1 1 1 1 ] [ M p ( σ , ω ) M i ( σ , ω ) ] ( 2 d ) {\displaystyle {\begin{bmatrix}H(\omega )\\H(-\omega )\end{bmatrix}}={\frac {1}{2}}{\begin{bmatrix}1&&1\\1&&-1\end{bmatrix}}{\begin{bmatrix}M_{p}(\sigma ,\omega )\\M_{i}(\sigma ,\omega )\end{bmatrix}}\;\;\;\;\;(2d)}


onde Mp(σ,ω) e Mi(σ,ω) são as partes par e ímpar, respectivamente, de M(σ,ω).[9]


Condições de existência

Uma condição suficiente para a existência da transformada de Hartley de uma função f(x) é que exista a transformada de Fourier dessa função. Outro grupo de condições suficientes são as condições de Dirichlet:

  • f(x) deve ser absolutamente integrável no intervalo [-∞,∞]
  • f(x) deve ter um número finito de descontinuidades nesse intervalo
  • f(x) deve ter um número finito de máximos e mínimos locais em qualquer subintervalo entre -∞ e ∞

Tais condições são suficientes, não necessárias. Funções importantes, como f(x) = cos(x), não atendem às condições de Dirichlet (neste caso, por não ser absolutamente integrável), mas ainda assim possuem uma transformada de Fourier e, por conseguinte, uma transformada de Hartley.[10]

Interpretação da transformada de Hartley

A transformada de Fourier de uma função real f(x) é uma função complexa F(ω) que exibe simetria hermitiana, ou seja F(-ω) = F*(ω), onde F*(ω) denota o conjugado complexo de F(ω). Isso implica que existe uma certa redundância na função F, porque o valor de saída para entradas negativas está totalmente determinado pelo valor para entradas positivas. A transformada de Hartley de f(x), H(ω), não exibe tal comportamento. Isso também se reflete no fato de que F(ω) atribui dois números, um real e outro imaginário, a cada valor de entrada, enquanto H(ω) só atribui um número real.[11]

Propriedades

Linearidade

Por consistir de uma combinação de operadores lineares (a transformada de senos e a transformada de cossenos), a transformada de Hartley é um operador linear e simétrico (Hermitiano). Das propriedades de simetria e auto-inversão (1c), segue-se que a transformada é um operador unitário (na verdade, ortogonal).

Teorema da convolução

Existe também um análogo ao teorema da convolução para a transformada de Hartley. Se duas funções x ( t ) {\displaystyle x(t)} e y ( t ) {\displaystyle y(t)} têm transformadas de Hartley X ( ω ) {\displaystyle X(\omega )} e Y ( ω ) {\displaystyle Y(\omega )} , respectivamente, então sua convolução z ( t ) = x y {\displaystyle z(t)=x*y} tem a transformada de Hartley


Z ( ω ) = { H ( x y ) } = π 2 [ X ( ω ) Y p ( ω ) + X ( ω ) Y i ( ω ) ] ( 3 a ) {\displaystyle Z(\omega )\;=\;\{{\mathcal {H}}(x\;*\;y)\}\;=\;{\sqrt {\frac {\pi }{2}}}\cdot \left[{\frac {}{}}X(\omega )Y_{p}(\omega )\;+\;X(-\omega )Y_{i}(\omega )\right]\;\;\;\;\;(3a)}


onde Yp e Yi são as componentes par e ímpar, respectivamente, de Y(ω).

A expressão (3a) parece complicada, com relação a, por exemplo, o que vale para a transformada de Fourier. No entanto, como em aplicações práticas sempre se pode escolher a origem t=0 de forma a fazer a função f(t) ser par (por exemplo), a expressão (3a) se simplifica para


Z ( ω ) = π 2 [ X ( ω ) Y ( ω ) ] ( 3 b ) {\displaystyle Z(\omega )\;=\;{\sqrt {\frac {\pi }{2}}}\cdot \left[{\frac {}{}}X(\omega )Y(\omega )\right]\;\;\;\;\;(3b)}


que é idêntica ao teorema da convolução para a transformada de Fourier.[1]

Paridade

Similarmente à transformada de Fourier, a transformada de Hartley conserva a paridade: a transformada de Hartley de uma função par é sempre uma função par, e a transformada de Hartley de uma função ímpar é sempre uma função ímpar.[1]

Espectro de potência e fase

A densidade espectral P e a fase φ da transformada de Fourier F(ω) são dadas pelas expressões


P ( ω ) = | F ( ω ) | 2 = [ { F ( ω ) } 2 + { F ( ω ) } 2 ] {\displaystyle P(\omega )\;=\;|F(\omega )|^{2}\;=\;\left[\Re \{F(\omega )\}^{2}\;+\;\Im \{F(\omega )\}^{2}\right]}


ϕ ( ω ) = arctan ( { F ( ω ) } { F ( ω ) } ) {\displaystyle \phi (\omega )\;=\;\arctan \left({\frac {\Im \{F(\omega )\}}{\Re \{F(\omega )\}}}\right)}


a substituição da identidade (2a) nas equações acima resulta em


P ( ω ) = 1 2 [ ( H ( ω ) ) 2 + ( H ( ω ) ) 2 ] ( 3 c ) {\displaystyle P(\omega )\;=\;{\frac {1}{2}}\left[{\frac {}{}}\left(H(\omega )\right)^{2}\;+\;\left(H(-\omega )\right)^{2}\right]\;\;\;\;\;(3c)}


ϕ ( ω ) = arctan ( H ( ω ) H ( ω ) H ( ω ) + H ( ω ) ) ( 3 d ) {\displaystyle \phi (\omega )\;=\;\arctan \left({\frac {H(-\omega )\;-\;H(\omega )}{H(-\omega )\;+\;H(\omega )}}\right)\;\;\;\;\;(3d)}


Observe-se que P(ω) será sempre uma função par.[12][nota 3]

Escalamento e deslocamento do eixo

Se a transformada de Hartley de f(x) for denotada por H(ω), então


H { f ( a x ) } = 1 | a | H ( ω a ) ( 3 e ) {\displaystyle {\mathcal {H}}\{f(ax)\}\;=\;{\frac {1}{|a|}}H\left({\frac {\omega }{a}}\right)\;\;\;\;\;(3e)}


e


H { f ( x + b ) } = H ( ω ) cos ( ω b ) + H ( ω ) sin ( ω b ) ( 3 f ) {\displaystyle {\mathcal {H}}\{f(x\;+\;b)\}\;=\;H(\omega )\cdot \cos(\omega b)\;+\;H(-\omega )\cdot \sin(\omega b)\;\;\;\;\;(3f)}


Em particular, se a = -1, então H { f ( x ) } = H ( ω ) {\displaystyle {\mathcal {H}}\{f(-x)\}\;=\;H(-\omega )} [13].

Modulação

Se a transformada de Hartley de f(x) for denotada por H(ω) e a função g(x) = cos(ω0·x), então


H { f ( x ) g ( x ) } = 1 2 [ H ( ω + ω 0 ) + H ( ω ω 0 ) ] ( 3 g ) {\displaystyle {\mathcal {H}}\{f(x)\cdot g(x)\}\;=\;{\frac {1}{2}}\left[{\frac {}{}}H(\omega \;+\;\omega _{0})\;+\;H(\omega \;-\;\omega _{0})\right]\;\;\;\;\;(3g)} [13]


Derivadas

Se a transformada de Hartley de f(x) for denotada por H(ω), então a transformada da derivada de ordem n de f será dada por


H { f n ( x ) } = cas' ( n π 2 ) ω n H ( ( 1 ) n ω ) ( 3 h ) {\displaystyle {\mathcal {H}}\{f^{n}(x)\}\;=\;{\mbox{cas'}}\left({\frac {n\pi }{2}}\right)\cdot \omega ^{n}\cdot H\left((-1)^{n}\cdot \omega \right)\;\;\;\;\;(3h)}


onde cas' é a função cas complementar (ver abaixo).[14]

Tabela de Transformadas de Hartley

A tabela abaixo traz as transformadas de Hartley de algumas funções comuns em aplicações de engenharia. Como as convenções variam entre representar a transformada como H(ω) ou como H(ν) (sendo que ω = 2πν; ver acima), as duas opções foram contempladas.

Tabela 1 - Transformadas de Hartley de algumas funções f(t)[15]
f ( t ) {\displaystyle f(t)} H ( ω ) {\displaystyle H(\omega )}
1 {\displaystyle 1} δ ( ω ) {\displaystyle \delta (\omega )}
e i a t {\displaystyle e^{iat}} δ ( ω a ) {\displaystyle \delta (\omega \;-\;a)}
δ ( t ) {\displaystyle \delta (t)} 1 {\displaystyle 1}
δ ( t a ) {\displaystyle \delta (t\;-\;a)} cos ( a ω ) sin ( a ω ) {\displaystyle \cos(a\omega )\;-\;\sin(a\omega )}
u ( t ) {\displaystyle u(t)} δ ( ω ) 2 + cos ( a ω ) sin ( a ω ω {\displaystyle {\frac {\delta (\omega )}{2}}\;+\;{\frac {\cos(a\omega )\;-\;\sin(a\omega }{\omega }}}
u ( t a ) {\displaystyle u(t\;-\;a)} δ ( ω ) 2 + 1 ω {\displaystyle {\frac {\delta (\omega )}{2}}\;+\;{\frac {1}{\omega }}}
t u ( t ) {\displaystyle t\cdot u(t)} [nota 4] δ ( ω ) 4 π 1 ω 2 {\displaystyle -{\frac {\delta '(\omega )}{4\pi }}\;-\;{\frac {1}{\omega ^{2}}}}
sgn ( t ) {\displaystyle \operatorname {sgn}(t)} 2 ω {\displaystyle {\frac {2}{\omega }}}
cos ( a t ) {\displaystyle \cos(at)} π 2 [ δ ( ω a ) + δ ( ω + a ) ] {\displaystyle {\frac {\pi }{2}}\left[{\frac {}{}}\delta (\omega \;-\;a)\;+\;\delta (\omega \;+\;a)\right]}
sin ( a t ) {\displaystyle \sin(at)} π 2 [ δ ( ω a ) δ ( ω + a ) ] {\displaystyle {\frac {\pi }{2}}\left[{\frac {}{}}\delta (\omega \;-\;a)\;-\;\delta (\omega \;+\;a)\right]}
r e c t ( t ) {\displaystyle rect(t)} s i n c ( ω ) {\displaystyle sinc(\omega )}
t r i ( t ) {\displaystyle tri(t)} 1 2 s i n c 2 ( ω π ) {\displaystyle {\frac {1}{2}}\;sinc^{2}\left({\frac {\omega }{\pi }}\right)}
e a t u ( t ) {\displaystyle e^{-at}\cdot u(t)} a + ω a 2 + ω 2 {\displaystyle {\frac {a\;+\;\omega }{a^{2}\;+\;\omega ^{2}}}}
e a 2 t 2 u ( t ) {\displaystyle e^{-a^{2}t^{2}}\cdot u(t)} π a e ω 2 2 a 2 {\displaystyle {\frac {\sqrt {\pi }}{a}}\cdot e^{-{\frac {\omega ^{2}}{2a^{2}}}}}
e a | t | u ( t ) {\displaystyle e^{-a|t|}\cdot u(t)} 2 a a 2 + ω 2 {\displaystyle {\frac {2a}{a^{2}\;+\;\omega ^{2}}}}
e a t cos ( b t ) {\displaystyle e^{at}\cdot \cos(bt)} ( a ω ) ( a 2 + b 2 ω 2 ) + 2 a ω ( a + ω ) ( a 2 + b 2 ω 2 ) 2 + 4 a 2 ω 2 {\displaystyle {\frac {(a\;-\;\omega )(a^{2}\;+\;b^{2}\;-\;\omega ^{2})\;+\;2a\omega (a\;+\;\omega )}{(a^{2}\;+\;b^{2}\;-\;\omega ^{2})^{2}\;+\;4a^{2}\omega ^{2}}}}
e a t sin ( b t ) {\displaystyle e^{at}\cdot \sin(bt)} b ( a 2 + b 2 ω 2 + 2 a ω ) ( a 2 + b 2 ω 2 ) 2 + 4 a 2 ω 2 {\displaystyle {\frac {b(a^{2}\;+\;b^{2}\;-\;\omega ^{2}\;+\;2a\omega )}{(a^{2}\;+\;b^{2}\;-\;\omega ^{2})^{2}\;+\;4a^{2}\omega ^{2}}}}
r e c t ( t ) cos ( b t ) {\displaystyle rect(t)\cdot \cos(bt)} sin ( ω b 2 ) ω b + sin ( ω + b 2 ) ω + b {\displaystyle {\frac {\sin \left({\frac {\omega -b}{2}}\right)}{\omega \;-\;b}}\;+\;{\frac {\sin \left({\frac {\omega \;+\;b}{2}}\right)}{\omega \;+\;b}}}
cos ( a t ) u ( t ) {\displaystyle \cos(at)\cdot u(t)} 2 π ω ω 2 a 2 + π 2 [ δ ( ω a ) + δ ( ω + a ) ] {\displaystyle {\frac {2\pi \omega }{\omega ^{2}\;-\;a^{2}}}\;+\;{\frac {\pi }{2}}\left[{\frac {}{}}\delta (\omega \;-\;a)\;+\;\delta (\omega \;+\;a)\right]}
sin ( a t ) u ( t ) {\displaystyle \sin(at)\cdot u(t)} 2 π a ω 2 a 2 + π 2 [ δ ( ω a ) + δ ( ω + a ) ] {\displaystyle -{\frac {2\pi a}{\omega ^{2}\;-\;a^{2}}}\;+\;{\frac {\pi }{2}}\left[{\frac {}{}}\delta (\omega \;-\;a)\;+\;\delta (\omega \;+\;a)\right]}
onde:

Função cas

As propriedades da função cas seguem-se diretamente da definição (1b) (uma função trigonométrica linear com deslocamento de fase) e da trigonometria.

Adição de ângulos

cas ( a + b ) = cas ( a ) cas ( b ) + cas ( a ) cas ( b ) + cas ( a ) cas ( b ) cas ( a ) cas ( b ) ( 4 a ) {\displaystyle {\mbox{cas}}(a\;+\;b)\;=\;{\mbox{cas}}(a){\mbox{cas}}(b)\;+\;{\mbox{cas}}(-a){\mbox{cas}}(b)\;+\;{\mbox{cas}}(a){\mbox{cas}}(-b)\;-\;{\mbox{cas}}(-a){\mbox{cas}}(-b)\;\;\;\;\;(4a)}


ou


cas ( a + b ) = cos ( a ) cas ( b ) + sin ( a ) cas ( b ) = cos ( b ) cas ( a ) + sin ( b ) cas ( a ) ( 4 b ) {\displaystyle {\mbox{cas}}(a\;+\;b)\;=\;\cos(a){\mbox{cas}}(b)\;+\;\sin(a){\mbox{cas}}(-b)\;=\;\cos(b){\mbox{cas}}(a)\;+\;\sin(b){\mbox{cas}}(-a)\;\;\;\;\;(4b)}


No caso particular:


cas ( 2 a ) = cas 2 ( a ) + cas 2 ( a ) ( 4 c ) {\displaystyle {\mbox{cas}}(2a)\;=\;{\mbox{cas}}^{2}(a)\;+\;{\mbox{cas}}^{2}(-a)\;\;\;\;\;(4c)}


Derivada e anti-derivada

cas ( a ) = d d a cas ( a ) = cos ( a ) sin ( a ) = cas ( a ) ( 4 d ) {\displaystyle {\mbox{cas}}'(a)\;=\;{\frac {d}{da}}{\mbox{cas}}(a)\;=\;\cos(a)-\sin(a)\;=\;{\mbox{cas}}(-a)\;\;\;\;\;(4d)}


esta função é conhecida como cas complementar.[5]


cas ( a ) = 2 sin ( a + 3 π 4 ) = 2 cos ( a + π 4 ) ( 4 e ) {\displaystyle {\mbox{cas}}'(a)\;=\;{\sqrt {2}}\sin \left(a\;+\;{\frac {3\pi }{4}}\right)\;=\;{\sqrt {2}}\cos \left(a\;+\;{\frac {\pi }{4}}\right)\;\;\;\;\;(4e)}


0 a cas ( x ) d x = cas ( a ) = cas ( a ) ( 4 f ) {\displaystyle \int _{0}^{a}{\mbox{cas}}'(x)\;dx\;=\;-\;{\mbox{cas}}'(a)\;=\;-\;{\mbox{cas}}(-a)\;\;\;\;\;(4f)}


Relação de outras funções trigonométricas com a função cas(x)

cos ( a ) = 1 2 [ cas ( a ) + cas ( a ) ] ( 4 g ) {\displaystyle \cos(a)\;=\;{\frac {1}{2}}\left[{\frac {}{}}{\mbox{cas}}(a)\;+\;{\mbox{cas}}(-a)\right]\;\;\;\;\;(4g)}


sin ( a ) = 1 2 [ cas ( a ) cas ( a ) ] ( 4 h ) {\displaystyle \sin(a)\;=\;{\frac {1}{2}}\left[{\frac {}{}}{\mbox{cas}}(a)\;-\;{\mbox{cas}}(-a)\right]\;\;\;\;\;(4h)}


Relação com a função exponencial

cas ( a ) = 1 2 [ ( 1 + i ) e i a + ( 1 i ) e i a ] ( 4 i ) {\displaystyle {\mbox{cas}}(a)\;=\;{\frac {1}{2}}\left[{\frac {}{}}(1\;+\;i)e^{-ia}\;+\;(1\;-\;i)e^{ia}\right]\;\;\;\;\;(4i)}


Produtos

cas ( a ) cas ( b ) = cos ( a b ) + sin ( a + b ) ( 4 j ) {\displaystyle {\mbox{cas}}(a){\mbox{cas}}(b)\;=\;\cos(a\;-\;b)\;+\;\sin(a\;+\;b)\;\;\;\;\;(4j)}


cas ( a ) + cas ( b ) = 2 cas ( a b 2 ) cos ( a b 2 ) ( 4 k ) {\displaystyle {\mbox{cas}}(a)\;+\;{\mbox{cas}}(b)\;=\;2\;{\mbox{cas}}\left({\frac {a\;-\;b}{2}}\right)\cos \left({\frac {a\;-\;b}{2}}\right)\;\;\;\;\;(4k)}


cas ( a ) cas ( b ) = 2 cas ( a b 2 ) sin ( a b 2 ) ( 4 l ) {\displaystyle {\mbox{cas}}(a)\;-\;{\mbox{cas}}(b)\;=\;2\;{\mbox{cas}}\left({\frac {a\;-\;b}{2}}\right)\sin \left({\frac {a\;-\;b}{2}}\right)\;\;\;\;\;(4l)} [16]

Série de Hartley

A série de Hartley é uma expansão em série infinita de uma função periódica f(t), na forma


f ( t ) = k = a k cas ( 2 k π t τ ) ( 5 a ) {\displaystyle f(t)\;=\;\sum _{k\;=\;-\infty }^{\infty }a_{k}\cdot {\mbox{cas}}\left({\frac {2k\pi t}{\tau }}\right)\;\;\;\;\;(5a)}


onde τ é o período de f(t) e os coeficientes ak são números reais. A série de Hartley é idêntica à série de Fourier, apenas com a base ortogonal sendo a função cas(x), e em vista disso exibe propriedades similares e encontra as mesmas aplicações práticas. Em particular, as condições para existência de ambas as séries são as mesmas.

A propriedade de ortogonalidade de cas(x) é sumamente importante, pois garante que o erro quadrático ε2 na representação da função f(t) por meio da série finita


f ^ ( t ) = k = K K a k cas ( 2 k π t τ ) | k N ( 5 b ) {\displaystyle {\hat {f}}(t)\;=\;\sum _{k\;=\;-K}^{K}a_{k}\cdot {\mbox{cas}}\left({\frac {2k\pi t}{\tau }}\right)\quad |\;k\in {\mathcal {N}}\;\;\;\;\;(5b)}


definido por

ϵ 2 { f ( t ) , f ^ ( t ) } = ( f ( t ) f ^ ( t ) ) 2 ( 5 c ) {\displaystyle \epsilon ^{2}\{f(t),{\hat {f}}(t)\}\;=\;(f(t)-{\hat {f}}(t))^{2}\;\;\;\;\;(5c)}

é o mínimo possível para um dado K e diminui com o aumento de K.[nota 5][nota 6] Em outras palavras, os coeficientes ak fornecem a melhor representação possível de f(t) para qualquer valor de K. Em aplicações práticas, é sempre necessário usar um número finito de coeficientes, e essa propriedade permite ajustar a qualidade da representação e as limitações computacionais.

Outra propriedade importante da série de Hartley é que o erro linear ε, definido como

ϵ { f ( t ) , f ^ ( t ) } = f ( t ) f ^ ( t ) ( 5 d ) {\displaystyle \epsilon \{f(t),{\hat {f}}(t)\}\;=\;f(t)-{\hat {f}}(t)\;\;\;\;\;(5d)}

pode ser feito arbitrariamente pequeno com o aumento de K (ou seja, ε não diminui assintoticamente).[nota 7] Essa propriedade decorre da equação de Parseval

k = 1 a k 2 = ( f ( t ) ) 2 ( 5 e ) {\displaystyle \sum _{k\;=\;1}^{\infty }a_{k}^{2}\;=\;(f(t))^{2}\;\;\;\;\;(5e)} [17]


Os coeficientes ak na equação (5a) são dados pela fórmula


a k = 1 τ τ f ( t ) cas ( 2 π k t τ ) d τ ( 5 f ) {\displaystyle a_{k}\;=\;{\frac {1}{\tau }}\int _{\tau }f(t)\cdot {\mbox{cas}}\left({\frac {2\pi kt}{\tau }}\right)\;d\tau \;\;\;\;\;(5f)} [18]


Outras propriedades da série de Hartley

Reversão no tempo

Se g(t) = f(-t), os coeficientes bk da série de Hartley de g(t) estarão relacionados aos coeficientes ak da série de Hartley de f(t) pela expressão b j = a j {\displaystyle b_{j}\;=\;a_{-j}} para qualquer j.

Paridade

Se f(t) for uma função par, então a j = a j {\displaystyle a_{j}\;=\;a_{-j}} para qualquer j. Se f(t) for uma função ímpar, a j = a j {\displaystyle a_{j}\;=\;-a_{-j}} para qualquer j.[nota 8] Se f(t) for uma função com anti-simetria de meia-onda, ou seja, f ( t ) = f ( t + τ 2 ) {\displaystyle f(t)\;=\;-\;f\left(t\;+\;{\frac {\tau }{2}}\right)} , então aj = 0 para j par.

Derivada e anti-derivada

Se denotarmos por g(t) a derivada de f(t), os coeficientes bk da série de Hartley de g(t) estarão relacionados aos coeficientes ak da série de Hartley de f(t) pela expressão b j = a j j τ {\displaystyle b_{j}\;=\;-{\frac {a_{-j}\cdot j}{\tau }}} para qualquer j.

Se denotarmos por g(t) a anti-derivada de f(t), os coeficientes bk da série de Hartley de g(t) estarão relacionados aos coeficientes ak da série de Hartley de f(t) pela expressão b j = a j τ j {\displaystyle b_{j}\;=\;{\frac {a_{-j}\cdot \tau }{j}}} para qualquer j.[19]


A Transformada Discreta de Hartley

(ver o artigo principal Transformada discreta de Hartley)

A transformada de Hartley é definida em um espaço euclideano contínuo. A Transformada Discreta de Hartley (DHT) expande a definição para um espaço discreto. A DHT de uma sequência f de n valores é uma sequência do mesmo tamanho, com o k-ésimo elemento dado pela fórmula

a k = 1 n j = 0 n 1 f ( j ) c a s ( 2 π j n τ ) ( 6 a ) {\displaystyle a_{k}\;=\;{\frac {1}{n}}\;\sum _{j\;=\;0}^{n\;-\;1}f(j)\cdot cas\left({\frac {2\pi j}{n\tau }}\right)\;\;\;\;\;(6a)}

onde τ é tamanho do período amostrado. A expressão (6a) é muito similar às transformadas discretas de Fourier (DFT), de cosseno (DCT) e de seno. A sequência original é recuperada pela aplicação da transformada inversa, ou seja, os valores fk de f são obtidos a partir dos coeficientes ak pela fórmula:

f k = j = 0 n 1 a k c a s ( 2 π j n τ ) ( 6 b ) {\displaystyle f_{k}\;=\;\sum _{j\;=\;0}^{n\;-\;1}a_{k}\cdot cas\left({\frac {2\pi j}{n\tau }}\right)\;\;\;\;\;(6b)}

Perceba-se que a simetria entre a transformada e a inversa é quebrada pelo fator de escalamento 1/n, o que também acontece com a DFT. Poder-se-ia eliminar essa assimetria substituindo esse fator por 1 / n {\displaystyle 1/{\sqrt {n}}} e introduzindo-o na transformada inversa, mas esse procedimento não é comum. A maioria segue a definição original de Bracewell(2000).

Como a DHT recebe como entrada uma sequência finita de n valores, pressupõe-se que a função sob análise f(t), de onde se originou a sequência f(k), seja periódica, com período igual ou inferior a τ.

As propriedades (2a), (2b) e (3a) também valem para a transformada discreta de Hartley. E, a exemplo de toda transformação discreta, a DHT também está sujeita aos fenômenos de erro de truncamento e serrilhamento (ing. aliasing). Mas a DHT oferece a grande vantagem de não exigir o trabalho com números complexos, o que economiza e simplifica o trabalho. Para um mesmo número de amostras, o cálculo da DHT exige a manipulação de apenas a metade dos valores, quando comparada à DFT, sem que se perca informação com essa simplificação.

A propriedade do valor inicial possui a forma seguinte:

j = 0 n 1 a j = f ( 0 ) ( 6 c ) {\displaystyle \sum _{j\;=\;0}^{n\;-\;1}a_{j}\;=\;f(0)\;\;\;\;\;(6c)}
j = 0 n 1 f j = n a 0 ( 6 d ) {\displaystyle \sum _{j\;=\;0}^{n\;-\;1}f_{j}\;=\;n\cdot a_{0}\;\;\;\;\;(6d)}

onde ak são os valores da sequência DHT{f(k)} e fk são os valores da sequência f(k).

A propriedade do deslocamento do eixo, correspondente às equações (3e) e (3f) para a versão contínua, deve ser escrita da forma seguinte:

b k = a k c o s ( 2 π m n τ ) a k s i n ( 2 π m n τ ) ( 6 e ) {\displaystyle b_{k}\;=\;a_{k}\cdot cos\left({\frac {2\pi m}{n\tau }}\right)\;-\;a_{-k}\cdot sin\left({\frac {2\pi m}{n\tau }}\right)\;\;\;\;\;(6e)}

onde bk são os valores da sequência DHT{f(k + m)}, e m é um inteiro entre 0 e n. Na expressão (6e), como se trata de uma convolução cíclica, valores negativos de índices devem ser somados a n de forma a resultar num valor adequado, isto é, um valor na faixa [0,n].

A propriedade da primeira diferença é expressa da forma seguinte:

b k = a k [ c o s ( 2 π n τ ) 1 ] a ( n 1 τ ) s i n ( 2 π n τ ) ( 6 f ) {\displaystyle b_{k}\;=\;a_{k}\cdot \left[cos\left({\frac {2\pi }{n\tau }}\right)\;-\;1\right]\;-\;a_{\left(n\;-\;{\frac {1}{\tau }}\right)}\cdot sin\left({\frac {2\pi }{n\tau }}\right)\;\;\;\;\;(6f)}

onde bk são os valores da sequência DHT{f(k + 1) - f(k)}.

O teorema de Parseval deve ser escrito da forma seguinte:

j = 0 n 1 [ f ( j ) ] 2 = n a k j = 0 n 1 [ a k ) ] 2 ( 6 g ) {\displaystyle \sum _{j\;=0}^{n\;-\;1}[f(j)]^{2}\;=\;n\cdot a_{k}\cdot \sum _{j\;=0}^{n\;-\;1}[a_{k})]^{2}\;\;\;\;\;(6g)} [1]

Cálculo da DHT

A transformada discreta de Hartley pode ser calculada diretamente a partir da fórmula de definição, mas existem algoritmos otimizados, como a Transformada Rápida de Hartley (FHT, do inglês Fast Hartley Transform). Pela sua relação com as transformadas de Fourier e de cossenos, ela também pode ser computada a partir da DFT, da FFT (Fast Fourier Transform) e de algumas variantes da DCT. Inversamente, a DHT pode ser usada para computar as transformadas discretas de Fourier e de cossenos, além da computação de convoluções discretas.[1]

Transformada de Hartley em duas dimensões

Em aplicações de análise de imagem, pode-se empregar a transformada de Hartley em duas dimensões, ou seja, a transformada de Hartley de uma função f(x,y) de duas variáveis reais independentes. Da mesma forma que no caso unidimensional, existem as versões contínua e discreta da transformada bidimensional.

Transformada bidimensional de Hartley

Essa transformada é definida pela equação


H ( ω , ξ ) = H 2 { f ( x , y ) } = f ( t ) cas ( ω x + ξ y ) d x d y ( 7 a ) {\displaystyle H(\omega ,\xi )\;=\;{\mathcal {H}}_{2}\{f(x,y)\}\;=\;\int _{-\infty }^{\infty }\int _{-\infty }^{\infty }f(t)\cdot {\mbox{cas}}(\omega x\;+\;\xi y)\;dx\;dy\;\;\;\;\;(7a)}


e a inversa por


f ( x , y ) = H 2 1 { H ( ω , ξ ) } = H ( ω , ξ ) cas ( ω x + ξ y ) d ω d ξ ( 7 b ) {\displaystyle f(x,y)\;=\;{\mathcal {H}}_{2}^{-1}\{H(\omega ,\xi )\}\;=\;\int _{-\infty }^{\infty }\int _{-\infty }^{\infty }H(\omega ,\xi )\cdot {\mbox{cas}}(\omega x\;+\;\xi y)\;d\omega \;d\xi \;\;\;\;\;(7b)}


Existe uma definição similar para a transformada em três dimensões.[14]

Uma variante da transformada bidimensional de Hartley é a transformada CasCas, que utiliza como núcleo a função cas ( ω x ) cas ( ξ y ) {\displaystyle {\mbox{cas}}(\omega x)\cdot {\mbox{cas}}(\xi y)} . Essa possibilidade de optar entre dois núcleos também existe para a transformada bidimensional de Fourier, e representa as duas maneiras diferentes de se esquadrinhar um plano.[1]

Transformada discreta bidimensional de Hartley

Uma imagem representada por uma matriz f com m x n valores reais possui uma transformada discreta de Hartley em duas dimensões dada por outra matriz m x n, que é a transformada discreta bidimensional de Hilbert (DHT2). Os coeficientes aj,k de tal matriz são valores reais, obtidos dos coeficientes f(j,k) pela fórmula

a j , k = 1 m n i = 0 m 1   l = 0 n 1 f ( j , k ) cas ( 2 π i m τ m + 2 π l n τ n ) ( 7 c ) {\displaystyle a_{j,k}\;=\;{\frac {1}{mn}}\;\sum _{i\;=\;0}^{m\;-\;1}\;\;\ \sum _{l\;=\;0}^{n\;-\;1}f(j,k)\cdot {\mbox{cas}}\left({\frac {2\pi i}{m\tau _{m}}}\;+\;{\frac {2\pi l}{n\tau _{n}}}\right)\;\;\;\;\;(7c)}


onde τm e τn são o tamanho do intervalo amostrado em cada dimensão. A transformada inversa, aplicada à matriz DHT2, resulta na matriz original f; os coeficientes de f são obtidos dos coeficientes aj,k pela fórmula

f ( j , k ) = 1 m n i = 0 m 1   l = 0 n 1 a j , k cas ( 2 π i m τ m + 2 π l n τ n ) ( 7 d ) {\displaystyle f(j,k)\;=\;{\frac {1}{mn}}\;\sum _{i\;=\;0}^{m\;-\;1}\;\;\ \sum _{l\;=\;0}^{n\;-\;1}a_{j,k}\cdot {\mbox{cas}}\left({\frac {2\pi i}{m\tau _{m}}}\;+\;{\frac {2\pi l}{n\tau _{n}}}\right)\;\;\;\;\;(7d)}


Existem definições similares para transformadas em mais dimensões.[1]

Notas

  1. Quando aplicada a uma função de valores reais, o que geralmente é o caso.
  2. Essa expressão é válida apenas quando se emprega a definição (1a) para a transformada ou substitui-se ω por 2πν. Em outros casos, podem aparecer fatores de escalamento (ver o item Convenções).
  3. Uma das desvantagens da transformada de Hartley, em relação à transformada de Fourier, é justamente que a variação do ângulo de fase com a frequência não é tão clara.
  4. Conhecida como função rampa unitária.
  5. Essa propriedade é conhecida como a propriedade da finitude dos coeficientes.
  6. A prova é conhecida como o Lema de Riemann-Lebesgue.
  7. Essa propriedade é conhecida como da completude dos coeficientes.
  8. E, por conseguinte, a0 = 0.


Referências adicionais

  • Hartley, R. V. L., A more symmetrical Fourier analysis applied to transmission problems, Proc. IRE 30, 144–150 (1942).
  • Bracewell, R. N., The Hartley Transform (Oxford University Press, 1986)
  • Bracewell, R. N., Aspects of the Hartley transform, Proc. IEEE 82 (3), 381-387 (1994).
  • Millane, R. P., Analytic properties of the Hartley transform, Proc. IEEE 82 (3), 413-428 (1994).


Ligações externas

  • Ralph Vinton Lyon Hartley
  • The Hartley Transform, em Wolfram Mathworld


Referências

  1. a b c d e f g h i j k l Bracewell, R. - The Fourier Transform And Its Applications, 3rd. Edition, New York: McGraw-Hill, 2000, Cap. 12, pp. 293-328,ISBN 978-0-1381-4757-0
  2. a b K. Olejniczak - The Hartley Transform in A. Poularikas (org) - The Transforms and Applications Handbook, 2nd. edition, Boca Raton: CRC, 2000, Cap. 3, pp. 342 a 343
  3. Bracewell, R. - Discrete Hartley transform, in Journal of the Optical Society of America, vol. 73, issue 12, disponível em https://www.opticsinfobase.org/josa/abstract.cfm?uri=josa-73-12-1832, acessado em 29/11/2013
  4. Villasenor, J. - Optical Hartley transforms, Proc. IEEE 82 (3), 1994, pp. 391-399, disponível em http://dx.doi.org/10.1109/5.272144
  5. a b c A. Poularikas (org) - Handbook of Formulas and Tables for Signal Processing, Cap. 14, disponível em http://dsp-book.narod.ru/HFTSP/8579ch14.pdf, acessado em 03/10/2012
  6. K. Olejniczak - op. cit., pag. 347
  7. K. Olejniczak - op. cit., pp. 349 a 350
  8. K. Olejniczak - op. cit., pág. 352
  9. K. Olejniczak - op. cit., pág. 353
  10. K. Olejniczak - op. cit., pp. 346 e 349
  11. K. Olejniczak - op. cit., pp. 348 a 349
  12. K. Olejniczak - op. cit., pp. 354 a 355
  13. a b K. Olejniczak - op. cit., pag. 355
  14. a b K. Olejniczak - op. cit., pág. 357
  15. K. Olejniczak - op. cit., pp. 386 a 396
  16. K. Olejniczak - op. cit., pag. 344
  17. K. Olejniczak - op. cit., pp. 358 a 362
  18. K. Olejniczak - op. cit., pag. 365
  19. K. Olejniczak - op. cit., pp. 366 a 367