União de Verdes e Camponeses

União dos Verdes e Camponeses
Zaļo un Zemnieku savienība
União de Verdes e Camponeses
Líder Aivars Lembergs
Fundação 25 de julho de 2002 (21 anos)
Sede Riga,  Letônia
Ideologia Agrarianismo nórdico
Ambientalismo
Conservadorismo verde
Centrismo
Populismo
Eurocepticismo
Espectro político Centro a Centro-direita
Afiliação europeia Partido Verde Europeu
Grupo no Parlamento Europeu Aliança dos Democratas e Liberais pela Europa
Saeima 0000000000000016
16 / 100
Parlamento Europeu 0000000000000000
0 / 8
Cores      Verde
     Amarelo

A União de Verdes e Camponeses (em letão: Zaļo un Zemnieku savienība) é uma coligação eleitoral na Letônia.

A coligação foi formada em 2002, através de um pacto entre dois partidos: a União dos Camponeses Letões e o Partido Verde Letão. A partido também coopera estreitamente com dois partidos localistas: Pela Letónia e Ventspils e o Partido de Liepāja.

A coligação segue uma linha centrista, agrária, ambientalista e conservadora.[1][2][3] Também tem um forte carácter populista e crítico da União Europeia, apesar de não ser oposto à adesão da Letónia ao Euro.

A coligação é liderada por Edgars Tavars, e, apesar de cooperar com o Partido Verde Europeu, no Parlamento Europeu pertence ao grupo da Aliança dos Democratas e Liberais pela Europa.[4] No entanto, devido às posições reacionárias, nacionalistas e anti-LGBT[5] do Partido Verde Letão, o Partido Verde Europeu expulsou-o a 10 de novembro de 2019.[6]

O ZZS teve o primeiro primeiro-ministro do mundo, Indulis Emsis (primeiro-ministro da Letônia em 2004), e o primeiro chefe de estado, Raimonds Vējonis (presidente da Letônia entre 2015 e 2019), afiliados ao Partido Verde Letão.[7]

Ideologia partidária

Primeiros anos

A União dos Verdes e Camponeses - ao contrário dos outros partidos verdes de centro-esquerda da Europa Central - é caracterizada por posições de centro[8] ou, segundo outros, de centro-direita.[9][10][11] A União dos Verdes e Camponeses é baseada em sentimentos semelhantes compartilhados pelos eleitores dos dois grupos. Os letões apoiam as pequenas fazendas tradicionais e as consideram mais ecologicamente corretas do que a agricultura em grande escala: a natureza está ameaçada pelo desenvolvimento, enquanto as pequenas propriedades são ameaçadas por grandes fazendas em escala industrial. Por exemplo, após a restauração da independência, a Letónia destruiu fazendas coletivas da era soviética e devolveu terras aos seus proprietários originais (ou seus descendentes).[12] Essa percepção resultou numa aliança entre partidos verdes e partidos agrários, o que é raro em outros países.

Alguns estudiosos acreditam que na ideologia do ZZS um traço conservador[13][14] e nacionalista[14][15] é identificável - especialmente em relação ao passado - com uma componente "anti-ocidental"[14] e de direita radical.[16]

Além disso, o programa eleitoral para as eleições parlamentares de 2006 continha propostas nacionalistas e antiliberais como: "A Letónia tornar-se-á um estado nacional, belo e poderoso, com o letão como a única língua nacional e a cultura letã dominante. Acreditamos que apenas a nação letã tem o direito de determinar o futuro da Letónia.".[14]

Alguns membros do partido expressaram - nos comícios eleitorais para as eleições de 2002 e 2006 - visões homofóbicas e xenófobas, propondo-se como a única força política capaz de defender "não só os valores da Letónia, mas também [a sua] soberania e independência".[14] No mesmo período, personalidades de ideologia anti-semita e contrárias às atividades filantrópicas do empresário George Soros também aderiram ao partido.[15]

Nos dias atuais

O partido, embora se mantenha contra a adoção do euro, tem posicionado cada vez mais ao centro, inclusive no campo económico,[17] reduzindo assim o euroceticismo originário. Esta alteração foi apoiada pela entrada de Iveta Grigule, deputada europeia da ZZS, no grupo ALDE no Parlamento Europeu.

Em abril de 2019, por ocasião das eleições europeias, o ZZS manifestou a sua intenção de aderir ao grupo do PPE, fortemente pró-europeu e conservador.[18] A partir do mesmo ano, Dana Reizniece-Ozola - membro do Saeima e eleita para a Comissão de Cultura, Ciência, Educação e Media da Assembleia Parlamentar do Conselho da Europa - juntou-se ao grupo PPE, igualmente chefiado pelo Partido Popular Europeu.[19]

No entanto, em novembro de 2019, um dos membros da coligação - o Partido Verde Letão (LZP) - foi expulso do Partido Verde Europeu,[20] devido às suas posições nacionalistas e críticas em relação aos direitos LGBT, bem como a favor da oposição ao sistema de divisão dos migrantes por quotas na UE e por ter votado contra a adopção na Letónia da Convenção de Istambul do Conselho da Europa.[21]

Resultados eleitorais

Eleições parlamentares

Data CI. Votos % +/- Deputados +/- Status
2002 5.º 93 759 00000000000009.5
9,5 / 100,0
Novo 0000000000000012
12 / 100
Novo Governo
2006 2.º 151 595 00000000000016.8
16,8 / 100,0
Aumento 7,3 0000000000000018
18 / 100
Aumento 6
2010 3.º 190 025 00000000000020.1
20,1 / 100,0
Aumento 3,3 0000000000000022
22 / 100
Aumento 4
2011 5.º 111 955 00000000000012.2
12,2 / 100,0
Baixa 7,9 0000000000000013
13 / 100
Baixa 9 Oposição
2014 3.º 178 210 00000000000019.7
19,7 / 100,0
Aumento 7,5 0000000000000021
21 / 100
Aumento 8 Governo
2018 6.º 83 675 00000000000009.9
9,9 / 100,0
Baixa 9,8 0000000000000011
11 / 100
Baixa 10 Oposição
2022 2.º 113 676 00000000000012.6
12,6 / 100,0
Aumento 2,7 0000000000000016
16 / 100
Aumento 5

Eleições europeias

Data CI. Votos % +/- Deputados +/-
2004 8.º 24 467 00000000000004.3
4,3 / 100,0
Novo 0000000000000000
0 / 8
Novo
2009 10.º 29 463 00000000000003.7
3,7 / 100,0
Baixa 0,6 0000000000000000
0 / 8
Estável 0
2014 4.º 36 637 00000000000008.3
8,3 / 100,0
Aumento 4,6 0000000000000001
1 / 8
Aumento 1
2019 6.º 25 252 00000000000005.3
5,3 / 100,0
Baixa 3,0 0000000000000000
0 / 8
Baixa 1

Referências

  1. Slomp, Hans (26 de setembro de 2011). Europe, A Political Profile: An American Companion to European Politics [2 volumes]: An American Companion to European Politics. [S.l.]: ABC-CLIO. ISBN 9780313391828 
  2. «Union of Greens and Farmers | The Democratic Society». www.demsoc.org. Consultado em 20 de novembro de 2015 
  3. «Parties and Elections in Europe». www.parties-and-elections.eu. Consultado em 20 de novembro de 2015 
  4. «Liberals and Democrats adopt Latvia's stray MEP». www.lsm.lv. Consultado em 20 de novembro de 2015 
  5. https://books.google.de/books?id=HwIRDAAAQBAJ&pg=PT119#v=onepage&q&f=false
  6. https://eng.lsm.lv/article/politics/politics/latvian-green-party-expelled-from-european-green-party.a337974/
  7. Schreurs, Miranda; Papadakis, Elim (15 de dezembro de 2019). Historical Dictionary of the Green Movement (em inglês). [S.l.]: Rowman & Littlefield 
  8. «Union of Greens and Farmers « Demsoc Europe». archive.is. 28 de junho de 2014. Consultado em 15 de fevereiro de 2021 
  9. https://web.archive.org/web/20160313151059/https://books.google.pt/books?hl=it&id=4Tzpczz0dQcC&q=ZZS#v=snippet&q=union%20of%20greens&f=false
  10. Surhone, Lambert M.; Tennoe, Mariam T.; Henssonow, Susan F. (28 de fevereiro de 2011). Union of Greens and Farmers (em inglês). [S.l.]: Betascript Publishing 
  11. Åslund, Anders; Dombrovskis, Valdis (2011). How Latvia Came Through the Financial Crisis (em inglês). [S.l.]: Peterson Institute 
  12. Facebook; Twitter; options, Show more sharing; Facebook; Twitter; LinkedIn; Email; URLCopied!, Copy Link; Print (16 de setembro de 1991). «COLUMN ONE : Reclaiming the Past in the Baltics : Property owners are getting back what the Soviets took away decades ago. That makes tenants and farmers nervous and fearful.». Los Angeles Times (em inglês). Consultado em 15 de fevereiro de 2021 
  13. Slomp, Hans (26 de setembro de 2011). Europe, A Political Profile: An American Companion to European Politics [2 volumes]: An American Companion to European Politics (em inglês). [S.l.]: ABC-CLIO 
  14. a b c d e Galbreath, David J. (18 de outubro de 2013). Contemporary Environmentalism in the Baltic States: From Phosphate Springs to 'Nordstream' (em inglês). [S.l.]: Routledge 
  15. a b Sommers, Jeffrey; Woolfson, Charles (24 de abril de 2014). The Contradictions of Austerity: The Socio-Economic Costs of the Neoliberal Baltic Model (em inglês). [S.l.]: Routledge 
  16. https://www.researchgate.net/publication/241710511_The_curious_case_of_the_Latvian_Greens
  17. Le Lain, Guillaume (10 de outubro de 2018). «Ideological Coherence Among Right-Wing Eurosceptic Parties in the European Parliament» (PDF). web.archive.org. Consultado em 15 de fevereiro de 2021 
  18. «Latvijas partijas sabiedroto meklējumos: par kurām EP politiskajām grupām vislielākā interese?». LA.LV (em letão). Consultado em 15 de fevereiro de 2021 
  19. https://pace.coe.int/en/members/8002?lang=EN
  20. Nordsieck, Wolfram (15 de maio de 2020). Parties and Elections in Europe: Parliamentary Elections and Governments Since 1945, European Parliament Elections, Political Orientation and History of Parties (em inglês). [S.l.]: BoD – Books on Demand 
  21. «Latvian Green Party expelled from European Green Party». eng.lsm.lv (em inglês). Consultado em 15 de fevereiro de 2021 
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