Ânia Cornifícia Faustina Menor

 Nota: Para a irmã de Marco Aurélio, veja Ânia Cornifícia Faustina Maior.
Ânia Cornifícia Faustina Menor
Ânia Cornifícia Faustina Menor
Nascimento 160
Roma
Morte 212
Cidadania Roma Antiga
Progenitores
Cônjuge Marco Petrônio Sura Mamertino, Lucius Didius Marinus
Filho(a)(s) Petronius Antoninus
Irmão(ã)(s) Cómodo, Annia Aurelia Galeria Faustina, Víbia Aurélia Sabina, Lucila, Fadila, Marco Ânio Vero César, Titus Aurelius Fulvus Antoninus, Domitia Faustina
[edite no Wikidata]

Ânia Cornifícia Faustina (em latim: Annia Cornificia Faustina Minor; 160 — 212), também chamada de Ânia Cornifícia Faustina, a Jovem, era filha do imperador romano Marco Aurélio e da imperatriz Faustina, a Jovem. Ela era irmã de Lucila e do futuro imperador Cômodo. Além disso, Ânia era neta do imperador Antonino Pio e de Faustina, a Maior. Seus avós paternos eram Domícia Lucila e o pretor Marco Ânio Vero. Seu nome é uma homenagem à sua finada tia paterna, Ânia Cornifícia Faustina.

História

Cornifícia Faustina nasceu e foi criada em Roma. Ela se casou com o político africano Marco Petrônio Sura Mamertino, que serviu como cônsul em 182. Depois de 173, o casal teve um filho chamado Petrônio Antonino. É possível que Cornifícia e a família estivessem no acampamento de inverno onde Marco Aurélio morreu no início de 180.

O irmão dela, Cômodo, sucedeu ao pai no trono e, algum momento entre 190 e 192, ele ordenou a morte do marido, filho e cunhado de Cornifícia, e também da família da cunhada dela. Ela, contudo, sobreviveu aos expurgos do irmão e voltou a se casar, desta vez com Lúcio Dídio Marino, um poderoso nobre romano de status equestre e que serviu como procurador em várias províncias. Ele posteriormente foi coletor de impostos e tribuno da primeira coorte pretoriana.

Durante o breve reinado de Pertinax (193), ela se envolveu com imperador. Em 212, quando ela já tinha uns 50 anos, Caracala ordenou que ela fosse morta, eliminando assim a última descendente direta de Marco Aurélio e Faustina Menor. O historiador Dião Cássio preservou a forma como ela foi morta:

Suas últimas palavras foram 'Minha pobre, infeliz alma, presa num corpo imerecedor, siga adiante, seja livre, mostre-lhes que você é a filha de Marco Aurélio!' Então ela retirou seus ornamentos, se recompôs, abriu suas veias e morreu.
 
Dião Cássio, História romana.

Árvore genealógica

  • v
  • d
  • e
Árvore genealógica da Dinastia nerva-antonina
Q. Márcio Bareia SoranoQ. Márcio Bareia SuraAntônia FurnilaM. Coceio NervaSérgia PlaucilaP. Élio Adriano
Tito
(r. 79–81)
Márcia FurnilaMárciaTrajano paiNerva
(r. 96–98)
Úlpia[i]Élio Adriano Marulino
Júlia Flávia[ii]Marciana[iii]C. Salônio Matídio[iv]Trajano
(r. 98–117)
PlotinaP. Acílio AcianoP. Élio Afer[v]Paulina Maior[vi]
Lúcio Míndio
(2)
Libão Rupílio Frúgio
(3)
Matídia[vii]L. Víbio Sabino
(1)[viii]
Paulina Menor[vi]L. Júlio Urso Serviano[ix]
Matídia Menor[vii]Suetônio?[x]Sabina[iii]Adriano
[v][xi][vi] (r. 117–138)
Antínoo[xii]
Júlia Balbila?[xiii]C. Fusco Salinador IJúlia Serviana Paulina
M. Ânio Vero[xiv]Rupília Faustina[xv]Boiônia PrócilaCn. Árrio Antonino
L. Ceiônio CômodoÁpia SeveraL. Fusco Salinador
L. Cesênio PetoÁrria AntoninaÁrria Fadila[xvi]T. Aurélio Fulvo
L. Cesênio AntoninoL. Ceiônio CômodoFundânia Pláuciaignota[xvii]C. Avídio Nigrino
M. Ânio Vero[xv]Domícia Lucila[xviii]Fundânia[xix]M. Ânio Libão[xv]FAUSTINA[xvi]Antonino Pio
(r. 138–161)[xvi]
L. Élio César[xvii]Avídia Pláucia[xvii]
Cornifícia[xv]MARCO AURÉLIO
(r. 161–180)[xx]
FAUSTINA Menor[xx]C. Avídio Cássio[xxi]Aurélia Fadila[xvi]LÚCIO VERO
(r. 161–169)[xvii]
(1)
Ceiônia Fábia[xvii]Pláucio Quintílio[xxii]Q. Servílio PudenteCeiônia Pláucia[xvii]
Cornifícia Menor[xxiii]M. Petrônio SuraCÔMODO
(r. 177–192)[xx]
Fadila[xxiii]M. Ânio Vero César[xx]Ti. Cláudio Pompeiano
(2)
Lucila[xx]M. Pláucio Quintílio[xvii]Júnio Licínio BalboServília Ceiônia
Petrônio AntoninoL. Aurélio Agáclito
(2)
Aurélia Sabina[xxiii]L. Antíscio Burro
(1)
Pláucio QuintílioPláucia ServíliaC. Fúrio Sabino TimesiteuAntônia GordianaJúnio Licínio Balbo?
Fúria Sabina TranquilinaGORDIANO III
(r. 238–244)
  • (1) = 1ª esposa
  • (2) = 2ª esposa
  • (3) = 3ª esposa
  •   Vinho escuro indica um imperador da Dinastia nerva-antonina

      Vinho claro indica um herdeiro aparente da mesma dinastia que não chegou a assumir o trono

      Cinza indica um aspirante fracassado ao trono

      Roxo indica um imperador de outras dinastias
  • Linhas tracejadas indicam uma adoção; linhas pontilhadas indicam casos amorosos ou relações fora do casamento
  • Minúsculas = pessoas deificadas postumamente (augustos, augustas ou outras)
Notas:

Exceto se explicitado de outra forma, as notas abaixo indicam que o parentesco de um indivíduo em particular é exatamente o que foi indicado na árvore genealógica acima.

  1. Irmã do pai de Trajano: Giacosa (1977), p. 7.
  2. Giacosa (1977), p. 8.
  3. a b Levick (2014), p. 161.
  4. Marido de Úlpia Marciana: Levick (2014), p. 161.
  5. a b Giacosa (1977), p. 7.
  6. a b c DIR contributor (Herbert W. Benario, 2000), "Adriano".
  7. a b Giacosa (1977), p. 9.
  8. Marido de Salonina Matídia: Levick (2014), p. 161.
  9. Smith (1870), "Júlio Servianus".
  10. Suetônio seria um possível amante de Sabina: uma possível interpretação de HA, Adriano 11:3
  11. Smith (1870), "Adriano", pp. 319–322.[ligação inativa]
  12. Amante de Adriano: Lambert (1984), p. 99 e passim; deificação: Lamber (1984), pp. 2-5, etc.
  13. Júlia Bálbila seria uma possível amante de Sabina: A. R. Birley (1997), Adriano, the Restless imperador, p. 251, citado em Levick (2014), p. 30, que é cético em relação a esta hipótese.
  14. Marido de Rupília Faustina: Levick (2014), p. 163.
  15. a b c d Levick (2014), p. 163.
  16. a b c d Levick (2014), p. 162.
  17. a b c d e f g Levick (2014), p. 164.
  18. Esposa de M. Ânio Vero: Giacosa (1977), p. 10.
  19. Esposa de M. Ânio Libão: Levick (2014), p. 163.
  20. a b c d e Giacosa (1977), p. 10.
  21. Pseudo-Dião Cássio (72.22) conta que Faustina, a Velha, prometeu se casar com Avídio Cássio, uma história que também aparece na HA "Marco Aurélio" 24.
  22. Marido de Ceiônia Fábia: Levick (2014), p. 164.
  23. a b c Levick (2014), p. 117.
Referências:
  • DIR contributors (2000). «De Imperatoribus Romanis: An Online Encyclopedia of Roman Rulers and Their Families». Consultado em 14 de abril de 2015 
  • Giacosa, Giorgio (1977). Women of the Césars: Their Lives and Portraits on Coins. Translated by R. Ross Holloway. Milan: Edizioni Arte e Moneta. ISBN 0-8390-0193-2 
  • Lambert, Royston (1984). Beloved and God: The Story of Adriano and Antinous. New York: Viking. ISBN 0-670-15708-2 
  • Levick, Barbara (2014). Faustina I and II: Imperial Women of the Golden Age. [S.l.]: Oxford University Press. ISBN 978-0-19-537941-9 
  • William Smith, ed. (1870). Dictionary of Greek and Roman Biography and Mythology. [S.l.: s.n.] 

Bibliografia

  • Septimius Severus: the African emperor, de Anthony Richard Birley Edition: 2 – 1999
  • Roman social history: a sourcebook, de Tim G. Parkin, Arthur John Pomeroy 2007
  • A commentary on the Letters of M. Cornelius Fronto, de Michael Petrus Josephus van den Hout, Marcus Cornelius Fronto 1999
  • From Tiberius to the Antonines: a history of the Roman Empire AD 14-192, de Albino Garzetti, 1974.
  • Stefan Priwitzer, Faustina minor - Ehefrau eines Idealkaisers und Mutter eines Tyrannen quellenkritische Untersuchungen zum dynastischen Potential, zur Darstellung und zu Handlungsspielraeumen von Kaiserfrauen im Prinzipat (Bonn: Dr. Rudolf Habelt, 2008) (Tuebinger althistorische Studien, 6).

Ligações externas