Bruno Tolentino

Bruno Tolentino
Bruno Tolentino
Nome completo Bruno Lúcio de Carvalho Tolentino
Nascimento 12 de novembro de 1940
Rio de Janeiro, DF, Brasil
Morte 27 de junho de 2007 (66 anos)
São Paulo, SP, Brasil
Nacionalidade brasileiro
Parentesco Antonio Candido de Mello e Souza e Bárbara Heliodora (primos)
Ocupação Escritor, poeta, professor
Prêmios Prêmio Jabuti

Prêmio Senador José Ermírio de Morais
Cruz e Souza
Prêmio Abgar Renault (1997)

Magnum opus O Mundo como Ideia
As horas de Katharina
Parte da série sobre
Conservadorismo no Brasil
Ideologias

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Bruno Lúcio de Carvalho Tolentino Sobrinho (Rio de Janeiro, 12 de novembro de 1940São Paulo, 27 de junho de 2007) foi um poeta e intelectual brasileiro, notório por sua defesa dos elementos não radicais do legado modernista,[1] em oposição à poesia concreta.[2] Seu trabalho foi agraciado com o Prêmio Jabuti em três ocasiões, 1994, 2000 e 2007.

Vida e obra

Nascido em 1940, filho de Heitor Jorge de Carvalho Tolentino e de Odila de Souza Lima, primo do crítico literário brasileiro Antonio Candido e da crítica teatral Bárbara Heliodora,[3] Tolentino diz ter convivido desde criança com escritores próximos à família, como, por exemplo, Cecília Meireles,[4] embora a biografia de Tolentino seja de difícil reconstrução, tendo em vista muitos fatos modificados pelo autor.[5][6]

Publicou em 1963 seu primeiro livro, Anulação e outros reparos, que inclui, entre outros, a famosa litania "Ao Divino Assassino", longo poema em terça-rima em que o poeta se volta contra Deus e o "Seu Anjo terrível" à época da morte de sua ex-namorada Anecy Rocha, irmã caçula do cineasta Glauber Rocha. Com o golpe militar de 1964, mudou-se para a Europa a convite do poeta Giuseppe Ungaretti, onde viveu por trinta anos, a maior parte dos quais na França e na Inglaterra.

Em 1987, foi preso em flagrante no aeroporto de Heathrow, em Londres, portando uma maleta cheia de cocaína, denunciado pela astróloga que havia consultado antes de viajar.[7] Condenado a onze anos de prisão, cumpriu ao todo metade da pena, sobretudo na penitenciária de Dartmoor, e foi deportado para o Brasil em 1993.[8] "Adorei a experiência e procurei tirar o máximo de proveito", Bruno declarou sobre os dias de encarceramento, numa entrevista em agosto de 2006.[9] Aos companheiros de prisão, organizou aulas de alfabetização e de literatura - estas últimas chamadas de Seminars of Drama and Literature - que, de acordo com Tolentino, "em cujas sessões avançadas chegaram a comparecer psicanalistas de renome, ao lado de personalidades do mundo das Letras tais como Humphrey Carpenter, o estudioso e biógrafo de Ezra Pound e Auden, o dramaturgo Harold Pinter, ou Antonia Fraser",[10]

Tolentino retornou ao Brasil em 1993, publicando o livro As Horas de Katharina, escrito durante um período de 22 anos (1971-1993), ganhando com ele o Prêmio Jabuti[11] de melhor livro de poesia de 1994. Em 1995 publicou Os Sapos de Ontem, uma coletânea de textos, artigos e poemas originados de uma polêmica intelectual com os irmãos Haroldo de Campos e Augusto de Campos, que nesse livro serão os principais alvos de sua "língua ferina entortada pelo vício da ironia", frase que Bruno usou durante uma entrevista em que lhe foi pedido "um perfil abrangente de si mesmo".[12] Ainda em 1995 publicou Os Deuses de Hoje, e, em 1996, A Balada do Cárcere, livro nascido da experiência de sua prisão pouco menos de dez anos antes. Ainda nesse ano, foi publicada uma polêmica entrevista com Bruno na revista Veja,[13] onde o poeta critica, entre outras coisas, a educação brasileira, as cátedras universitárias, em especial da Universidade de São Paulo, o Concretismo, e a concepção e aceitação da letra de música enquanto poesia. Essa postura crítica acompanhou Bruno ao longo dos anos de atividade intelectual no período do seu retorno ao Brasil até sua morte (1993-2007).[13]

Entre os anos de 2000 e 2002, morou no Santuário Estadual de Nossa Senhora da Piedade em Caeté na Região Metropolitana de Belo Horizonte, MG, onde viveu e contribuiu com o Movimento Eclesial de Comunhão e Libertação. Nesta época terminava a revisão de sua obra O Mundo como Ideia. Bruno publicou derradeiramente em 2002 e 2006, respectivamente, os livros que considerou como a culminação de sua obra poética: O Mundo Como Ideia, escrito durante quarenta anos (1959-1999), e A Imitação do Amanhecer, escrito durante 25 anos (1979-2004). Ambos lhe renderam o Prêmio Jabuti, já conquistado pelo autor em 1993 com As Horas de Katharina, tornando-o assim um dos poucos escritores a ganhar três edições do prêmio.[carece de fontes?]

Bissexual libertino,[14] seu último livro A Imitação do Amanhecer é uma das mais ambiciosas e consistentes obras de temática abertamente LGBT jamais publicadas no Brasil,[15] ao lado, por exemplo, de Grande Sertão: Veredas, de João Guimarães Rosa.

Bruno também recebeu, por O Mundo Como Ideia, o Prêmio Senador José Ermírio de Morais, prêmio nunca antes dado a um escritor, em sessão solene da Academia Brasileira de Letras, com saudação proferida pelo filósofo Miguel Reale.[16] Sua obra foi considerada, por alguns poetas de sua geração, como um divisor de águas na poesia brasileira, tendo recolocado "uma poesia filosófica e classicamente lírica"[17] no centro do debate literário no Brasil.

Doença e morte

Tolentino era portador de AIDS[18] e já havia superado um câncer. Esteve internado durante um mês na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Instituto de Infectologia Emílio Ribas, na cidade de São Paulo, onde veio a falecer, aos 66 anos de idade, por falência múltipla de órgãos, em 27 de junho de 2007.[19]

Obras

  • Anulação e outros reparos (São Paulo: Massao Ohno, 1963)[20]
  • Le vrai le vain (Paris: Actuels, 1971)
  • About the hunt (Oxford: OPN, 1979)
  • As horas de Katharina (São Paulo: Companhia das Letras, 1994)[21]
  • Os deuses de hoje (Rio de Janeiro: Record, 1995)[22]
  • Os sapos de ontem (Rio de Janeiro: Diadorim, 1995)
  • A balada do cárcere (Rio de Janeiro: Topbooks, 1996)[23]
  • O mundo como Ideia (São Paulo: Globo, 2002)[24]
  • A imitação do amanhecer (São Paulo: Globo, 2006)[25]

Bibliografia

  • Simon Pringle (2019). Das Booty: Bruno Tolentino, candomblé, tráfico e poesia: uma história real. [S.l.]: É Realizações Editora Livraria e Distribuidora LTDA. ISBN 9788580333619 .
  • SISCAR, Marcos. "A história como múmia: sobre a poesia de Bruno Tolentino." Revista Texto Poético 9.14 (2013).
  • Milton, John. "Augusto de Campos e Bruno Tolentino: a guerra das traduções." Cadernos de tradução 1.1 (1996): 13-25.
  • Nogueira, Érico. "Bruno Tolentino e a poética classicizante: o caso de A balada do cárcere." Revista do Centro de Estudos Portugueses 34.51 (2014): 91-106.
  • Silva, Nívia Maria Santos, and Luciene de Almeida Azevedo. "A “forma maldita”: a presença do soneto na obra de Bruno Tolentino." Revista Texto Poético 13.23 (2017): 526-549.
  • Perez, Juliana. "Breve ensaio sobre “As epifanias” em A imitação do amanhecer, de Bruno Tolentino." IPOTESI–REVISTA DE ESTUDOS LITERÁRIOS 16.2 (2012): 129-140.

Ver também

Referências

  1. TOLENTINO, Bruno (1995). "A Farsa como História" (Prólogo), in Os Sapos de Ontem. Rio de Janeiro: Diadorim. pp. 9–44 
  2. "Banquete de Ossos: a poética modernista é subproduto de subpoetas" ("Banquet of bones: Modernist poetics is a subproduct concocted by subpoets"), 2007
  3. «Morre o poeta carioca Bruno Tolentino, 66» (HTM). São Paulo: Folhapress. Folha de S.Paulo. 28 de junho de 2007. Consultado em 2 de setembro de 2016 
  4. Chris Miller, "Bruno Tolentino", PN Review 180, Volume 34 Number 4, March - April 2008, available on line at [1]
  5. According to an obituary written by literary scholar Chris Miller, Tolentino was a character "stranger than fiction", and his claims about literary friendships were at least partially true (e.g. his friendship to Yves Bonnefroy); however, according to the same scholar, Tolentino's exaggerations made it very difficult to tell truth from fiction.Chris Miller, "Bruno Tolentino", PN Review 180, Volume 34 Number 4, March - April 2008, available on line at [2]
  6. «Tolentino, interview in Jornal de Poesia». Consultado em 5 de dezembro de 2009. Arquivado do original em 22 de dezembro de 2009 
  7. «Drug Smuggling Poet had £200,000 for Cocaine: Brazilian asked Medium about his Prospects». "Oxford Mail": 3. 4 de maio de 1988 
  8. NOGUEIRA, Érico (2016). "Escrito nas Estrelas" (Prefácio), in A Balada do Cárcere. Rio de Janeiro: Record. pp. 11–26 
  9. Entrevista registrada em vídeo acessível gratuitamente no site do programa. «Entrevista com Bruno Tolentino». Consultado em 9 de Abril de 2016 
  10. Prefácio de seu livro "A balada do cárcere", lançado em 2006 pela editora Topbooks.
  11. «Vencedor de dois prêmios Jabuti, morre aos 66 anos o poeta Bruno Tolentino». Gazeta do Povo. Consultado em 9 de Abril de 2016 
  12. Cláudia Cordeiro Reis. «Bruno Tolentino - A sagração do poeta maldito». Entrevista concedida publicada na revista Continente Multicultural e disponibilizada integralmente no site. Plataforma.paraapoesia.nom.br 
  13. a b Entrevista acessível no site. «Jornal de Poesia». Revista.agulha.nom.br 
  14. MILLER, Chris. «Bruno Tolentino (Obituary)». "PN Review 180, Volume 34 Number 4, March -- April 2008": 8  |acessodata= requer |url= (ajuda)
  15. Aparências, parecências, e um lugarzinho no cânon da literatura, Estadão
  16. O texto integral da saudação de Miguel Reale, em conjunto com o subsequente discurso de Bruno Tolentino. «Nessa página» (PDF). Academia Brasileira de Letras. Academia.org.br 
  17. NOGUEIRA, Érico. «Bruno Tolentino e a poética classicizante: o caso de A balada do cárcere». Revista do CESP – v. 34, n. 51 – jan.-jun. 2014, pp. 91-106: 92  |acessodata= requer |url= (ajuda)
  18. Martim Vasques da Cunhal (28 de junho de 2011). «A Travessia Final». Medium. Consultado em 7 de março de 2021 
  19. «Morre o poeta Bruno Tolentino». OGlobo. Consultado em 9 de Abril de 2016 
  20. Tolentino, Bruno (1998). Anulação & outros reparos Ed. definitiva ed. Rio de Janeiro, RJ: Topbooks. OCLC 39936750 
  21. Tolentino, Bruno (2010). As horas de Katharina com a peça inédita A andorinha, ou A cilada de Deus. Juliana P. Perez, Jessé de Almeida Primo, Guilherme Malzoni Rabello, Martim Vasques da Cunha Edição comentada ed. Rio de Janeiro: Editora Record. OCLC 767260946 
  22. Tolentino, Bruno (1995). Os deuses de hoje. Rio de Janeiro: Editora Record. OCLC 34934016 
  23. Tolentino, Bruno (2016). A balada do cárcere. Juliana P. Perez Edição comentada ed. Rio de Janeiro: [s.n.] OCLC 1013998243 
  24. Tolentino, Bruno (2001). O mundo como idéia : 1959-1999. São Paulo, SP: Editora Globo. OCLC 51534958 
  25. Tolentino, Bruno (2006). A imitação do amanhecer : 1979-2004. São Paulo, SP: Editora Globo. OCLC 76416787 

Outras obras

  • «Acesso em 28 de dezembro de 2011.». DOHLNIKOFF, L. Bruno Tolentino e a realização do entardecer (2007) 
  • MERQUIOR, José Guilherme. Prefácio (1963). In: TOLENTINO, B. Anulação e outros reparos: edição definitiva. Rio de Janeiro: Topbooks, 1998. p. 23-33.
  • «MILTON, John. "Augusto de Campos e Bruno Tolentino: a guerra das traduções"». Cadernos de Tradução (UFSC), v. I, p. 13-26, 1997 
  • PÉCORA, Alcir. O livro de horas de Bruno Tolentino. In: TOLENTINO, B. As horas de Katharina. Com a peça inédita A andorinha, ou: A cilada de Deus. Edição comentada. Rio de Janeiro: Record, 2010.
  • PEREZ, J. P. O mundo como ideia: paixão pelo real e crítica do pensamento moderno. In: MAGALHÃES, J..; RIBEIRO, I.; FERNANDES, J. (Org.). Literatura e Intersecções Culturais. Uberlândia: EDUFU, 2008, v., p. 919-929.
  • «PEREZ, J. P. "Os deuses de hoje: poesia e visões sobre o Brasil"» (PDF). . In: Segundo Coloquio Latinoamericano de Literatura y Teología: Identidad Latinoamericana y Cristianismo, 2009, Santiago do Chile (em formato PDF) 
  • PEREZ, J. P. Andorinha antiga, horas modernas. Configurações do sagrado em As horas de Katharina, de Bruno Tolentino. In: SPERBER, S. F. (Org.). Presença do sagrado na literatura. Campinas: IEL-Unicamp/Publiel, 2011. p. 115-124. (Coleção Work in Progress, 4).
  • VASQUES DA CUNHA, Martim. A amante do exílio. In: Dicta & Contradicta N. 5 (2010), p. 38-56.
  • SIMAS, Felipe. O papel das seqüências de sonetos na obra A imitação do amanhecer de Bruno Tolentino. 2009. Dissertação (Mestrado em Letras). Faculdade de Letras. Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro, 2009.

Ligações externas

  • Bruno Tolentino – Site sobre a produção poética e crítica de Bruno Tolentino, sua fortuna crítica, entrevistas, etc.
  • Café Colombo – Programa de rádio com especial sobre Bruno Tolentino, incluindo depoimentos do poeta
  • Jornal de Poesia – Seleção de poemas, ensaios e fortuna crítica
  • Blog da revista Dicta&Contradicta – Publicação dos áudios com a gravação das últimas aulas dadas por Bruno Tolentino, um curso de três dias, pouco antes de sua morte
  • v
  • d
  • e
Prêmio Jabuti - Poesia (1959 - 2020)
1959 – 1969

1959: José Paulo Moreira da Fonseca 1960: Sosigenes Costa 1961: Cassiano Ricardo 1962: Mário da Silva Brito 1963: Mário Chamie 1964: Cecília Meireles 1965: Cassiano Ricardo 1966: Carlos Soule do Amaral • 1967: João Cabral de Melo Neto 1968: Carlos Drummond de Andrade 1969: Stella Carr Ribeiro

1970 – 1979
1980 – 1989

1980: Sebastião Uchoa Leite 1981: Rubens Rodrigues Filho 1982: Francisco Alvim 1983: Orides Fontela 1984: Hilda Hilst 1985: Alphonsus de Guimaraens Filho 1986: Armando Freitas Filho 1987: Ilka Brunhilde Laurito 1988: Antonio Fernando de Franceschi • 1989: Francisco Alvim Alice Ruiz

1990 – 1999

1990: Manoel de Barros 1991: Affonso Ávila 1992: Carlito Azevedo 1993: Arnaldo Antunes Moacyr Amâncio • Carlos Drummond de Andrade Inês O. Depré, Haroldo de Campos João Cabral de Melo Neto 1994: Vinicius de Moraes Rubem Braga Frederico Barbosa • Marina Colasanti 1995: Ivan Junqueira Bruno Tolentino • Paulo Leminski 1996: Leonardo Fróes Renata Pallottini Dora Ferreira da Silva 1997: Waly Salomão Thiago de Mello Carlos Drummond de Andrade Cecília Meireles A. B. Mendes Cadaxa • 1998: Alberto da Costa e Silva Reynaldo Valinho Alvarez • Marly de Oliveira 1999: Haroldo de Campos Gerardo Melo Mourão Salgado Maranhão

2000 – 2009

2000: Thiago de Mello Moacyr Félix • Ferreira Gullar 2001: Anderson Braga Horta Lêdo Ivo Alberto da Costa e Silva 2002: Claudia Roquette Pinto • Thiago de Mello Ivo Barroso 2003: Bruno Tolentino • Geraldo Melo Mourão Marcus Accioly 2004: Alexei Bueno Marco Lucchesi Alphonsus de Guimaraens Filho Armando Freitas Filho 2005: Dora Ferreira da Silva Neide Archanjo • Artur Eduardo Benevides Antonio Risério, Frederico Barbosa • 2006: Affonso Romano de Sant'Anna Ruy Espinheira Filho Domingos Pellegrini 2007: Affonso Ávila Neide Archanjo • Armando Freitas Filho Bruno Tolentino (In Memorian) • 2008: Ivan Junqueira Marcus Vinicius Quiroga • Paulo Fernando Henriques Britto • 2009: Alice Ruiz Viviana Bosi • Eucanaã Ferraz Reynaldo Bessa

2010 – presente

2010: Marina Colasanti Reynaldo Jardim Silveira • Armando Freitas Filho 2011: Ferreira Gullar Gilberto Mendonça Teles Ricardo Aleixo 2012: Maria Lúcia Dal Farra Zulmira Ribeiro Tavares Josely Vianna Baptista • 2013: Ademir Assunção Glauco Mattoso Antonio Cicero 2014: Horácio Costa Marcus Vinicius Quiroga • Zuca Sardan 2015: Alexandre Guarnieri Marco Lucchesi Manoel Herzog • 2016: Arnaldo Antunes Salgado Maranhão Leonardo Aldrovandi • 2017: Simone Brantes Luci Collin Daniel Francoy • 2018: Mailson Furtado Viana 2019: Hilda Machado 2020: Cida Pedrosa

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