Eleições estaduais no Rio Grande do Norte em 1970

1966 Brasil 1974
Eleições estaduais no  Rio Grande do Norte em 1970
3 de outubro de 1970
(Eleição indireta)
15 de novembro de 1970
(Eleição direta)


Candidato Cortez Pereira


Partido ARENA


Natural de Currais Novos, RN


Vice Tertius Rebelo
Votos 30
Porcentagem 100%

Titular
Walfredo Gurgel
ARENA[nota 1]

As eleições estaduais no Rio Grande do Norte em 1970 ocorreram em duas etapas conforme previa o Ato Institucional Número Três[1] e assim a eleição indireta do governador Cortez Pereira e do vice-governador Tertius Rebelo foi em 3 de outubro e a escolha dos senadores Dinarte Mariz e Jessé Freire, seis deputados federais e dezoito deputados estaduais aconteceu em 15 de novembro sob um receituário aplicado aos 22 estados e aos territórios federais do Amapá, Rondônia e Roraima.[2][3][nota 2]

Nascido em Currais Novos, o governador Cortez Pereira é formado em Filosofia e Direito pela Universidade Federal de Pernambuco e foi professor na Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Eleito primeiro suplente do senador Dinarte Mariz pela UDN em 1962, entrou na ARENA e foi escolhido governador pelo presidente Emílio Garrastazu Médici em 1970. Se em 1965 o seu mentor foi derrotado pelo monsenhor Walfredo Gurgel ao disputar o governo do estado, agora Mariz recuperou prestígio ao levar ao Palácio Potengi, alguém de sua confiança.[4]

Para vice-governador foi eleito o almirante Tertius Rebelo.

Resultado da eleição para governador

A eleição ficou a cargo da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Norte e a chapa vencedora recebeu todos os votos do partido governista enquanto os sete deputados da oposição se abstiveram de votar.[5]

Candidatos a governador do estado
Candidatos a vice-governador Número Coligação Votação Percentual
Cortez Pereira
ARENA
Tertius Rebelo
ARENA
-
ARENA (sem coligação)
30
100%
  Eleito

Biografia dos senadores eleitos

Dinarte Mariz

Agropecuarista e comerciante nascido em Serra Negra do Norte, Dinarte Mariz apoiou Getúlio Vargas e João Pessoa na eleição presidencial de 1930 e no mesmo ano foi nomeado prefeito de Caicó por obra da Revolução de 1930 sendo deposto e preso no Rio de Janeiro por simpatizar com a Revolução Constitucionalista de 1932. Fundador do jornal A Razão e militante do Partido Popular opôs-se à Intentona Comunista iniciada em Natal a 23 de novembro de 1935 e ao Estado Novo. Filiado à UDN, foi eleito senador em 1954, governador do Rio Grande do Norte em 1955 e de novo senador em 1962 reelegendo-se pela ARENA em 1970.[6]

Jessé Freire

A outra vaga de senador coube a Jessé Freire, advogado nascido em Macaíba e formado na Universidade Federal de Alagoas. Também empresário, assumiu em 1964 a presidência da Confederação Nacional do Comércio e também os conselhos nacionais do Serviço Social do Comércio e Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial.[7] Filiado ao PSD e à ARENA, foi eleito vereador em Natal em 1950, deputado estadual em 1954, candidato derrotado a vice-governador na chapa de Jocelyn Vilar de Melo em 1955 e deputado federal em 1958, 1962 e 1966 até eleger-se senador em 1970.[7][8]

Resultado da eleição para senador

Com informações oriundas do Tribunal Superior Eleitoral que apurou 487.633 votos nominais, 184.307 votos em branco (26,91%) e 12.862 votos nulos (1,88%) resultando no comparecimento de 684.802 eleitores.[2][nota 3]

Candidatos a senador da República
Primeiro suplente de senador Número Coligação Votação Percentual
Dinarte Mariz
ARENA
Osmundo Faria
ARENA
-
ARENA (sem coligação)
185.326
38,00%
Jessé Freire
ARENA
Álvaro Mota
ARENA
-
ARENA (sem coligação)
173.331
35,55%
Odilon Coutinho
MDB
Vicente da Mota Neto
MDB
-
MDB (sem coligação)
128.976
26,45%
  Eleitos

Deputados federais eleitos

São relacionados os candidatos eleitos com informações complementares da Câmara dos Deputados. Foram apurados 274.431 votos válidos (80,15%), 47.592 votos em branco (13,90%) e 20.378 votos nulos (5,95%) resultando no comparecimento de 342.401 eleitores.[9][10][nota 4]

Representação eleita

  ARENA: 4
  MDB: 2

Deputados federais eleitos Partido Votação Percentual Cidade onde nasceu Unidade federativa
Henrique Eduardo Alves MDB 71.861 22,32% Rio de Janeiro  Rio de Janeiro
Vingt Rosado ARENA 40.009 12,42% Mossoró  Rio Grande do Norte
Djalma Marinho ARENA 28.889 8,97% São José do Campestre  Rio Grande do Norte
Grimaldi Ribeiro ARENA 27.863 8,65% Natal  Rio Grande do Norte
Antônio Florêncio ARENA 22.856 7,10% Pau dos Ferros  Rio Grande do Norte
Pedro Lucena MDB 10.700 3,32% Pirpirituba  Paraíba

Deputados estaduais eleitos

A Assembleia Legislativa do Rio Grande do Norte recebeu doze representantes da ARENA e seis do MDB.[2]

Representação eleita

  ARENA: 12
  MDB: 6

Deputados estaduais eleitos Partido Votação Percentual Cidade onde nasceu Unidade federativa
Garibaldi Alves Filho MDB 22.266 4,56% Natal  Rio Grande do Norte
Benvenuto Pereira de Araújo Neto ARENA 13.354 2,73% São José de Mipibu  Rio Grande do Norte
Moacir Duarte ARENA 12.888 2,64% Natal  Rio Grande do Norte
Dary de Assis Dantas ARENA 11.208 2,29% Serra Negra do Norte  Rio Grande do Norte
Edílson Lima Moura Rolim ARENA 10.659 2,18% Mossoró  Rio Grande do Norte
José Marcílio Furtado ARENA 10.253 2,10% Touros  Rio Grande do Norte
Paulo Gonçalves de Medeiros ARENA 9.430 1,93% Natal  Rio Grande do Norte
Ezequiel José Ferreira de Souza ARENA 9.397 1,92% Natal  Rio Grande do Norte
Magnus Kelly de Miranda Rocha MDB 9.267 1,90% Extremoz  Rio Grande do Norte
Francisco Diniz Câmara MDB 9.038 1,85% Macau  Rio Grande do Norte
Manoel Eugênio Neto ARENA 8.956 1,83% Natal  Rio Grande do Norte
Iberê Ferreira MDB 7.969 1,63% Natal  Rio Grande do Norte
Demócrito de Souza Paiva ARENA 7.605 1,55% Parnamirim  Rio Grande do Norte
Milton Aranha Marinho ARENA 7.491 1,53% Caicó  Rio Grande do Norte
José Josias Fernandes ARENA 7.454 1,52% São Fernando  Rio Grande do Norte
Zacarias Gurgel Cunha ARENA 7.365 1,51% São Gonçalo do Amarante  Rio Grande do Norte
Antônio Câmara MDB 6.630 1,35% João Câmara  Rio Grande do Norte
Asclepíades Fernandes e Silva MDB 4.947 1,01% Santana do Matos  Rio Grande do Norte

Notas

  1. A rigor não foi possível estabelecer a nova filiação partidária do governador Walfredo Gurgel, todavia Aluizio Alves, seu maior aliado, filiou-se à ARENA e mesmo Dinarte Mariz, líder de outra facção do partido, não criou embaraços para o chefe do executivo potiguar.
  2. Nos referidos territórios o pleito serviu apenas para a escolha de deputados federais, não havendo eleições no Distrito Federal e no Território Federal de Fernando de Noronha.
  3. Após a promulgação da Emenda Constitucional Número Um, a Constituição de 1967 dizia (Art. 43 § 2º) que cada senador seria eleito com o seu suplente.
  4. O conceito de "votos válidos" no tocante a esta eleição engloba os votos nominais e os votos de legenda, os quais preferimos não distinguir por razões editoriais segundo a fonte consultada.

Referências

  1. BRASIL. Presidência da República. «Ato Institucional Número Três». Consultado em 29 de dezembro de 2019 
  2. a b c «Banco de dados do Tribunal Superior Eleitoral». Consultado em 29 de dezembro de 2019 
  3. ... e fez-se o Arenão. Disponível em Veja, ed. 116 de 25/11/1970. São Paulo: Abril. Página visitada em 5 de novembro de 2013.
  4. «Senado Federal do Brasil: senador Cortez Pereira». Consultado em 9 de agosto de 2017 
  5. Assembléias (sic) estaduais elegem os governadores (online). Jornal do Brasil, Rio de Janeiro (RJ), 04/10/1970. Primeiro caderno, p. 26. Página visitada em 9 de agosto de 2017.
  6. «Senado Federal do Brasil: senador Dinarte Mariz». Consultado em 9 de agosto de 2017 
  7. a b «Câmara dos Deputados do Brasil: deputado Jessé Freire». Consultado em 29 de dezembro de 2019 
  8. «Senado Federal do Brasil: senador Jessé Freire». Consultado em 9 de agosto de 2017 
  9. «Página oficial da Câmara dos Deputados». Consultado em 9 de agosto de 2017. Arquivado do original em 2 de outubro de 2013 
  10. «BRASIL. Presidência da República: Lei nº 9.504 de 30/09/1997». Consultado em 9 de agosto de 2017 
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Em itálico as ocasiões em que não houve eleição direta para governador.
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