Lista do Patrimônio Mundial na Maurícia

Lista do Patrimônio Mundial na Maurícia (Maurícia)
Aapravasi Ghat
Localização do Patrimônio Mundial na Maurícia Maurícia .

A Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) propôs um plano de proteção aos bens culturais do mundo, através do Comité sobre a Proteção do Património Mundial Cultural e Natural, aprovado em 1972.[1] Esta é uma lista do Patrimônio Mundial existente na Maurícia, especificamente classificada pela UNESCO e elaborada de acordo com dez principais critérios cujos pontos são julgados por especialistas na área. A Maurícia, um arquipélago soberano da África Oriental cujo patrimônio histórico colonial testemunha a adaptação da cultura europeia aos aspectos locais, ratificou a convenção em 19 de setembro de 1995, tornando seus locais históricos elegíveis para inclusão na lista.[2]

Aapravasi Ghat, que abriga um relevante patrimônio cultural da colonização africana, foi o primeiro sítio da Maurícia inscrito na Lista do Patrimônio Mundial por ocasião da 30.ª Sessão do Comité do Patrimônio Mundial, realizada em Vilnius (Lituânia) em 2006.[3] Desde a mais recente inclusão, a Maurícia totaliza 2 sítios inscritos como Patrimônio Mundial da UNESCO, sendo ambos os locais de classificação Cultural.

Bens culturais e naturais

A Maurícia conta atualmente com os seguintes lugares declarados como Patrimônio da Humanidade pela UNESCO:

Aapravasi Ghat
Bem cultural inscrito em 2006.
Localização: Porto Luís
Este sítio de 1.640 m², localizado no distrito de Porto Luís, é onde se iniciou a diáspora moderna dos "trabalhadores contratados". Em 1834, o governo britânico escolheu a Ilha da Maurícia para aplicar pela primeira vez o que chamou de "o grande experimento", ou seja, o uso de trabalhadores livres ao invés de escravos. Entre 1834 e 1920, chegaram da Índia quase meio milhão de "trabalhadores contratados" a Aapravasi Ghat para trabalhar nas plantações de cana-de-açúcar da Maurícia ou serem transferidos para a Ilha da Reunião, Austrália, África Meridional ou Oriental e o Caribe. Os edifícios de Aapravasi Ghat são um dos primeiros expoentes materiais do que chegou a converter-se em um sistema econômico de proporção internacional, responsável por um dos maiores movimentos migratórios da história da humanidade. (UNESCO/BPI)[4]
Paisagem Cultural de Le Morne
Bem cultural inscrito em 2008.
Localização: Black River
A montanha acidentada de Le Morne, que avança sobre o Oceano Índico no sudoeste da ilha da Maurícia, foi o refúgio de escravos cimarrones no século XVIII e nos primeiros anos do século XIX. Protegidos pelo relevo isolado, arborizado e quase inacessível das montanhas, os escravos fugitivos se agruparam em pequenos povoados sobre as grutas e acima deste promontório. A tradição oral dos cimarrones faz desta montanha o símbolo dos sofrimentos e sacrifícios dos escravos e de sua luta pela liberdade. Transcendendo os confins da Maurícia, essa tradição teve ressonância nos continentes e países de onde procediam os escravos: África, Madagáscar, Índia e Sudeste Asiático. Importante escala do comércio oriental de escravos, a ilha da Maurícia chegou a ser conhecida com o nome de "República dos Cimarrones", devido ao importante número de escravos fugitivos que se instalaram no Le Morne. (UNESCO/BPI)[5]

Lista Indicativa

Em adição aos sítios inscritos na Lista do Patrimônio Mundial, os Estados-membros podem manter uma lista de sítios que pretendam nomear para a Lista de Patrimônio Mundial, sendo somente aceitas as candidaturas de locais que já constarem desta lista.[6] Desde 2006, a Maurícia conta com 1 local na sua Lista Indicativa.[7]

Sítio Imagem Local Ano Dados UNESCO Descrição
Parque Nacional Gargantas do Rio Negro Black River 2006 Natural: (vii)(ix)(x) Localizado na cordilheira de florestas subtropicais no sudoeste da Maurícia, o Parque Nacional Gargantas do Rio Negro (BRGNP) representa um alto valor ecológico por ser o habitat primário para a maioria das aves endêmicas ameaçadas do arquipélago e de plantas endêmicas mais raras. O estabelecimento da área do parque nacional é resultado de um movimento ecológico vital à proteção de seu ecossistema único e rico e, portanto, é certamente um importante patrimônio a ser preservado para as gerações futuras.[8]

Referências

  1. «Convenção para a Proteção do Património Mundial, Cultural e Natural» (PDF). UNESCO. 21 de novembro de 1972 
  2. «Maurícia». UNESCO 
  3. «30th session of the World Heritage Committee». UNESCO 
  4. «Aapravasi Ghat». UNESCO 
  5. «Paisagem Cultural de Le Morne». UNESCO 
  6. «World Heritage List Nominations». UNESCO 
  7. «Tentative Lists - Mauritius». UNESCO. 2006 
  8. «Parque Nacional Gargantas do Rio Negro». UNESCO 

Ligações externas

  • «Página oficial da UNESCO» 
  • «Critérios oficiais da UNESCO» (em inglês) 
  • «Patrimônio Mundial da UNESCO nas Filipinas» 
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