Magnetizador

Magnetizador e mesmerizador (Originalmente: magnetiseur e mesmerirers) são denominações de pessoas que estudam e praticam o magnetismo animal,[1] não podendo ser confundidos com mesmeristas e magnetistas que são aqueles que apenas estudam o magnetismo sem ser adeptos de seus processos terapêuticos.[2]

Etimologia e definição

A etimologia da palavra magnetizador veio do português arcaico magnetisador [3] , este por sua vez do fracês magnetiseur ("que pratica os métodos do mesmerismo" [1]), o mesmo do verbo magnétiser [4] ("magnetizar") derivado por sua vez também do francês magnétique (magnético), provindo do grego, magnes [2] (atração) + sufixo -iser (utilizador).

O termo designa o indivíduo que tem a faculdade de manipular o fluido magnético[5] tendo ação recíproca daqueles que o cercam, manifestada por sua analogia com o ímã.[6] Esta acepção do termo se encontra, por exemplo, na expressão de Antoine-Joseph Gorsas: "O magnetizador é o imã da energia vital".[7]

Contexto

Hahnemann ainda alegou que:

...pelo qual a vontade forte, bem intencionada sobre uma doente, por contato, e mesmo sem este, e até a uma certa distância, pode trazer energia vital do mesmerizador sadio dotado deste poder para outra pessoa, dinamicamente (assim como um dos pólos de poderoso magneto age sobre uma barra de aço). Age em parte substituindo no doente, cuja força vital dentro do organismo[8] acha-se deficiente em diversos pontos, e em parte, em outros pontos onde a força vital tenha se acumulado demais gerando desordens nervosas irritantes;[9] ela a desvia, diminui e distribui por igual e, de modo geral, extingue a condição mórbida do princípio vital do paciente, que é substituída pelo normal do mesmerista que age poderosamente sobre ele, como por exemplo, velhas úlceras, amaurose, paralisias parciais etc[10]

No período Clássico do Magnetismo Animal do final do séc XVII a meados do séc XIX existiam os Magnetizadores profissionais,[11] o quais tinham um potencial declarado por autores da época, muito mais efetivo. Estes tinham o termo por profissão a passava-se horas e horas Mesmerizando seus clientes, diretamente ou por intermédio de Magnetos. Porém é necessário relatar que em algumas patologias, uns mesmerizadores são mais propícios a alcançar o resultado almejado que outros independente de seu grau de conhecimento.[2] Jacob Melo relata em seus livros que este efeito pode ser ocasionado tanto pela fadiga fluídica do magnetizador como pelo órgão co o qual o magnetizador mais usine a energia processada.[12]

A Muitas curas rápidas aparentes realizadas em todas as épocas por mesmeristas dotados de grande poder natural, pertencem a essa categoria. O efeito do poder humano comunicado sobre todo o organismo, foi demonstrado magistralmente na reanimação de pessoas que ficavam muito tempo em estado cataléptico, pelo poderoso desejo simpático de um homem em pleno gozo da energia vital,[13] e dessa espécie de reanimação a história encerra diversos exemplos inegáveis. Se o mesmerista de qualquer sexo, capaz ao mesmo tempo de franco entusiasmo, tornar-se ainda mais poderoso com esse desempenho filantrópico e abnegado, poderá então dirigir sua vontade ao paciente que solicitou sua colaboração, concentrar nele seu poder psíquico e operar, às vezes, milagres[10]

...

E quem tiver feito seus estudos e experiências reconhecerá que a diversidade dos processos resulta principalmente da própria natureza e das propriedades do fluido de cada magnetizador. Uma observação acurada nos levará à convicção de que o essencial é agir de acordo com os princípios, sem ficar presos aos métodos prescritos, mas adotando aquele que for, em cada caso, o mais consentâneo e eficiente.[14]

Referências

  1. a b Dictionnaire Notre Famille, (1987), Magnetiseur, notrefamille.com. Visitado em 19 de agosto de 2015
  2. a b c Hector Durville, Teoria e procedimentos do Magnetismo Animal, Rio de Janeiro, ed. Léon Denis, 2012 ISBN 978-85-7297-510-0
  3. Bruno, Sampaio, (1898), O Brazil mental, Visitado em 18 de junho de 2015.
  4. Thouvenel, Pierre, Mémoire physique et médicinal, Paris Ed. Chez Didot le jeune, Quai des Auguftins. (1781) p. 300
  5. Barão du Potet, Manual do estudante Magnetizador, ed. Vida - 3ª Edição, 2013
  6. Franz Anton Mesmer, Mémoire sur la découverte du magnétisme animal, 1779, Édition numérique disponible sur wikisource. Il y a aussi une édition papier chez Allia, 2006, ISBN 2844852262
  7. Gorsas, Antoine-Joseph, L'Ane promeneur, 1784, p. 41 e p. 342
  8. Jean-Pierre Peter, « Puységur et l'enfant fou ou la raison originelle », in Marquis de Puységur, un somnambule désordonné, p. 9-88, Les Empêcheurs de penser en rond, Synthélabo, 1999
  9. Gereon Wolters (Hrsg.): Franz Anton Mesmer und der Mesmerismus. Universitätsverlag Konstanz, Konstanz 1988, ISBN 3-87940-335-X
  10. a b Organon da Arte de Curar,§ 288 - 6ª edição
  11. Franklin Rausky, Mesmer ou la révolution thérapeutique, Paris, 1977
  12. Palestra proferida no III Encontro Mundial de Magnetizadores
  13. Especialmente numa pessoa como há poucos entre os homens que, dotados de um bom coração e plena força física, possuam um desejo sexual muito reduzido ou completamente ausente, nos quais portanto os delicados espíritos vitais que seriam necessários em todos os homens para o preparo do esperma estejam presentes em quantidade e prontos a se comunicarem através de toque pleno de vontade a outras pessoas. Alguns desses mesmeristas curadores que conheci possuíam todas essas qualidades especiais(Organon da Arte de Curar,§ 288 - 6ª edição)
  14. Michaelus, Magnetismo espiritual Ed. FEB, 2003,ISBN 8573283173.
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