Fluido magnético

Fluido magnético
Representação do fluido magnético saindo pelas mãos de Mesmer
Dados do fluido energético:
Estado da matéria elementar ou se preferir do fluido cósmico universal
Fundamentador:
Franz Anton Mesmer
Inicio dos Estudos:
1760
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Fluido magnético também conhecido por princípio vital, fluido nervoso e fluido elétrico animalizado, é uma forma de energia hermética, que permite a certos indivíduos, chamados de magnetizadores, magnetizar . Nestas doutrinas, o fluido magnético é um dos estados da matéria elementar, o fluido cósmico universal, o qual pode ser manipulado através da vontade dos magnetizadores . Seria a atmosfera que propicia o meio onde ocorrem os fenômenos magnéticos. Porém, ao mesmo tempo, é relativamente intangível, escapando dos sentidos físicos, impressionáveis somente à matéria tangível, e finalmente, é o veículo do pensamento.

O fluido magnético contém impurezas físicas e morais do magnetizador. Acreditam os fiéis da doutrina que quanto melhor o homem, mais puro é o fluido emanado e com propriedades mais ativas, produzindo uma cura mais rápida. Pela mesma razão, as qualidades do fluido humano apresentam matizes infinitas, conforme as qualidades físicas e morais do indivíduo. O fluido emanado de um corpo mal são pode inocular princípios mórbidos no magnetizado.

Tratados sobre o tema

Aforismos do Senhor Mesmer

Em seu livro não autorizado e ditado a seus alunos Aforismos do Senhor Mesmer, Franz Mesmer desenvolve os conceitos iniciais e de direcionamento como uma condição específica da vibração, movimento de um ponto que move-se alternadamente em volta de um elemento de referência[carece de fontes?], o que é relatado a seguir:

39. A matéria conserva a quantidade de movimento que reuniu no princípio.

40. Os diferentes gêneros de movimento podem ser considerados ou nos corpos inteiros ou nas partes constitutivas.

41. As partes constitutivas da matéria fluida podem estar combinadas de todas as maneiras possíveis, e receber todos os gêneros de movimento possíveis entre elas.

42. Todas as propriedades, seja dos corpos organizados, seja dos corpos não organizados, dependem da maneira como suas partes estão combinadas, e do movimento de suas partes entre si.

43. Se uma quantidade de fluido é posta em movimento numa mesma direção, a isto se chama corrente.

44. Supondo-se uma corrente que, insinuando-se num corpo, divide- se em uma infinidade de pequenas correntes delgadas, em forma de linhas, estas subdivisões são chamadas de fileiras.

45. Quando a matéria elementar, por direções opostas, ou por celeridades desiguais, põe-se em repouso, e adquire alguma coesão, da maneira como as partículas estiverem combinadas resultam intervalos ou interstícios.

46. Os interstícios das massas ficam permeáveis às correntes ou fileiras da matéria sutil.

47. Todo corpo lançado num fluido obedece a um movimento deste fluido.

48. Segue-se que, se um corpo é lançado numa corrente, ele é envolvido por sua direção, o que não acontece a um corpo que obedece a várias direções confusas.

Seja A - C - B.

49. Se A se move para B, e se a causa do movimento é B, acontece o que se chama atração. Se A se move em B e se a causa desse movimento está em C, então isso nada mais será do que um arrebatamento ou o que se pode chamar de atração aparente.

50. A causa da atração aparente e da repulsão está na direção das correntes penetrantes ou que saem.

51. Quando as fileiras das correntes opostas se intercalam uma na outra imediatamente, há atração. Quando elas se afastam em oposição, há repulsão.

52. Admitindo que tudo é pleno, não pode existir uma corrente saindo sem uma corrente entrando, e vice-versa.

53. Existe no universo uma soma determinada, uniforme e constante de movimento, que no começo é impressa à matéria.

54. Essa impressão do movimento se faz então sobre uma massa de fluido, de modo que todas as partes contíguas do fluido receberam as mesmas impressões.

55. Resultam duas direções opostas, e todas as progressões dos outros movimentos compostos.

(A) - (B)

56. Tudo sendo pleno, se A se dirige a B, é preciso duas coisas: que B seja deslocado por A e que A seja substituído por B.

57. Esta figura explica: 1°todas as gradações e todas as direções do movimento; 2° um movimento de rotação universal e particular: 3º este movimento é propagado apenas a uma certa distância da impressão primitiva: 4º correntes universais e mais ou menos compostas.

58. 5° Mediando estas, correntes a soma do movimento é distribuída e aplicada a todas as partes da matéria.

59. 6° Nas modificações das correntes, existe a fonte de todas as combinações e de todos os movimentos possíveis, desenvolvidos e a desenvolver. Assim, no número infinito das combinações da matéria que o movimento de uma ou de outra espécie havia gerado, aquelas perfeitas - isto é, nas que não havia ponto de contradição de movimento - subsistiram e estão conservadas, aperfeiçoando-se, e são destinadas a formar núcleos para a propagação das espécies. Poder-se-á fazer uma ideia desta operação pelo confronto com as cristalizações.

60. 7º Todos os corpos flutuam numa corrente da matéria sutil.

61. 8° Assim, por direções opostas, e celeridades desiguais, as partículas tocando-se e ficando sem movimento, formaram o primeiro grau de coesão, uma infinidade de moléculas mais grosseiras ficaram juntas e aplicadas às primeiras mais consideráveis, que estavam em repouso, e constituíram uma massa que tornou-se o germe e a origem de todos os grandes corpos.

62. Duas partículas que estão em repouso formam um obstáculo às duas fileiras das correntes que lhes correspondem. Estas duas fileiras não podendo mais passar retas, juntam-se em duas fileiras vizinhas, e aceleram seu movimento, e esta aceleração está em razão de que as passagens ou interstícios estão mais retraídos.

63. À aproximação de um corpo sólido, toda corrente é acelerada, e esta aceleração é devida à compatibilidade ou à solidez da matéria.

64. Ou estas fileiras passando guardam sua primeira direção, e suas partes obedecem a um movimento confuso.

65. Se esta corrente atravessando um corpo é modificada em fileira separada, e se as fibras opostas, partindo de dois corpos, insinuam-se mutuamente nos interstícios uma da outra, sem perturbar seu movimento, resulta a atração aparente ou o fenômeno do Ímã.

66. Se as fileiras, em lugar de se insinuarem, anulam-se, ou se uma predomina sobre a outra, resulta a repulsão.

67. O equilíbrio exige que, quando uma corrente entra num corpo, uma outra saia igualmente. No entanto, o movimento dos raios que saem é mais fraco, porque eles são divergentes e esparsos.

68. A natureza das correntes universais e particulares, estando assim determinada, explica a origem e a marcha dos corpos celestes.

69. I °A molécula mais grosseira que o acaso formou tornou-se o centro de uma corrente particular.

70. 2° A corrente, à medida que penetrou a matéria flutuante que a estava envolvendo, aumentou esse corpo central, a corrente sendo acelerada, tornando-se mais geral e se apoderando da matéria mais grosseira. Esta ação estendeu-se até a distância em que ela é contrabalançada pela ação semelhante dum outro corpo central.[1]

O Espiritismo e o fluido magnético

André Luiz, através de Chico Xavier, descreve em seu livro Nos domínios da mediunidade processos de cura e sua ligação com o material chamado ectoplasma, estudado pelos cientistas vitorianos, que contava entre eles o Sir William Crookes.[2]

O ectoplasma está situado entre a matéria densa e a matéria perispirítica, assim como um produto de emanações da alma pelo filtro do corpo, e é recurso peculiar não somente ao homem, mas a todas as formas da Natureza. Em certas organizações fisiológicas especiais da raça humana, comparece em maiores proporções e em relativa madureza para a manifestação necessária aos efeitos físicos que analisamos. É um elemento amorfo, mas de grande potência e vitalidade. Pode ser comparado a genuína massa protoplásmica, sendo extremamente sensível, animado de princípios criativos que funcionam como condutores de eletricidade e magnetismo, mas que se subordinam, invariavelmente, ao pensamento e à vontade do médium.[2]

Diferença entre médium curador e magnetizador (Allan Kardec)

Allan Kardec, coodificador da doutrina Espírita
A questão foi esboçada em O Livro dos Médiuns e em muitos artigos da Revista Espírita, a propósito dos casos de curas e de obsessões; está resumida em O Evangelho segundo o Espiritismo, a propósito das preces pelos doentes e dos médiuns curadores. [...] O conhecimento da mediunidade curadora é uma das conquistas que devemos ao Espiritismo [...] ela é, por si só, toda uma ciência, porque se liga ao magnetismo, e não só abarca todas as doenças propriamente ditas, mas todas as variedades, tão numerosas e tão complexas, das obsessões, que, por seu turno, também influem sobre o organismo. [...] resumimos alguns dos princípios fundamentais que a experiência consagrou.

'Quem diz médium diz intermediário. Há uma diferença entre o magnetizador propriamente dito e o médium curador: o primeiro magnetiza com seu fluido pessoal, e o segundo com o fluido dos Espíritos, ao qual serve de condutor. O magnetismo produzido pelo fluido do homem é o magnetismo humano; o que provém do fluido dos Espíritos é o magnetismo espiritual '.[3]

Assim, se determina que haveria, além do fluido magnético humano, por assim dizer, o fluido magnético espiritual, emanado pelos espíritos, ainda determinando que a cura realizada pelo mesmo seria mais rápida que pelo primeiro.

O fluido magnético tem, pois, duas fontes bem distintas: os Espíritos encarnados e os Espíritos desencarnados. Essa diferença de origem produz uma grande diferença na qualidade do fluido e nos seus efeitos.[4]

O fluido humano está sempre mais ou menos impregnado das impurezas físicas e morais do encarnado. O fluido espiritual será tanto mais depurado e/ou benfazejo quanto mais o Espírito que o fornece for mais puro e mais desprendido da matéria. Concebe-se que o dos Espíritos inferiores deva aproximar-se do fluido do homem e possa ter propriedades maléficas, se o Espírito for impuro e animado de más intenções. [...] O Espírito pode agir diretamente, sem intermediário, sobre um indivíduo, como foi constatado em muitas ocasiões, seja para o aliviar e o curar, se possível, seja para produzir o sono sonambúlico. Quando age por um intermediário, é o caso da mediunidade curadora.[5].

A homeopatia e o fluido magnético

Samuel Hahnemann, sistematizador da Homeopatia

Conforme Kardec, Hahnemann também descreve a necessidade do desprendimento dos vícios humanos para a saturação de boas qualidades do fluido magnético ficando expresso nas linhas abaixo descritas[6]:

A muitas curas rápidas aparentes realizadas em todas as épocas por mesmeristas dotados de grande poder natural, pertencem a essa categoria. O efeito do poder humano comunicado sobre todo o organismo, foi demonstrado magistralmente na reanimação de pessoas que ficavam muito tempo em estado cataléptico, pelo poderoso desejo simpático de um homem em pleno gozo da energia vital , e dessa espécie de reanimação a história encerra diversos exemplos inegáveis. Se o mesmerista de qualquer sexo, capaz ao mesmo tempo de franco entusiasmo, tornar-se ainda mais poderoso com esse desempenho filantrópico e abnegado, poderá então dirigir sua vontade ao paciente que solicitou sua colaboração, concentrar nele seu poder psíquico e operar, às vezes, milagres [nota 1][6]

Os diferentes fluidos

Biômetro de Baraduc

Hippolyte Baraduc, médico francês que iniciou seus tratados com iconografias; e com seu biômetro, o qual possibilitou mostrar as nuanças e diferenças dos fluidos[7] Cósmico Universal, vital[8] e o fluido magnético,[9] assunto que só seria tomado como relevante nos dias atuais.

Ver também

Notas e referências

Notas

  1. Especialmente numa pessoa como há poucos entre os homens que, dotados de um bom coração e plena força física, possuam um desejo sexual muito reduzido ou completamente ausente, nos quais portanto os delicados espíritos vitais que seriam necessários em todos os homens para o preparo do esperma estejam presentes em quantidade e prontos a se comunicarem através de toque pleno de vontade a outras pessoas. Alguns desses mesmeristas curadores que conheci possuíam todas essas qualidades especiais

Referências

  1. Aforismos do Senhor Mesmer, Itens de 39 a 70.2
  2. a b Xavier, Francisco Cândido — André Luiz. Nos domínios da mediunidade. [S.l.]: FEB. pp. Efeitos físicos. Item 28 
  3. Erro de citação: Etiqueta <ref> inválida; não foi fornecido texto para as refs de nome Kardec
  4. Editora Vivência (2015). «Os Mecanismos Da Cura Espiritual». Instituto de Pesquisas Projeciológicas e Bioenergéticas. Consultado em 10 de fevereiro de 2015 
  5. KARDEC, Allan (Setembro de 1865). Revista espírita — Ano VIII —. [S.l.]: (Édition Français). pp. Mediunidade curadora. Item 3 
  6. a b HANEMANN, Samuel, Organon da Arte de Curar,§ 289 - 6ª edição
  7. Baraduc, Hippolyte, Les vibrations de la vitalitè Humaine(edition Français) (1904)
  8. Baraduc, Hippolyte, La Biométrie appliquée à l'Electrothérapie (edition Français) (1889).
  9. Baraduc, Hippolyte, Différence grafique des fluides électrique, vital, psychique (edition Français) (1895)
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