Medicina antroposófica

Parte de uma série sobre
Medicina alternativa e pseudomedicina
Tópicos
  • v
  • d
  • e

Medicina antroposófica é uma forma de medicina integrativa , organizada de forma transdisciplinar, criada na década de 1920 por Rudolf Steiner e Ita Wegman.[1] A prática baseia-se em noções de Ciência Espiritual, e na filosofia de Steiner, a qual denominou antroposofia.[2] A medicina antroposófica é baseada na imagem do ser humano atuando na integralidade do cuidado em saúde. Assim, os praticantes recorrem a uma série de técnicas fundamentadas em preceitos antroposóficos, incluindo: Aconselhamento Biográfico, Cantoterapia, Euritimia Terapêutica, massagens, Musicoterapia, Psicoterapia Antroposófica , Quirofonética , e substâncias medicinais antroposóficas.[3]

Muitos dos preparados usados na medicina antroposófica são substâncias naturais, obtidas dos três reinos da natureza (mineral, vegetal e animal), que são devidamente preparados e dinamizados de acordo com as leis vigentes no Brasil (Resolução 465/7 do Conselho Federal de Farmácias de 24/07/2007), à semelhança das usadas em homeopatia. Estas soluções são eficazes, geralmente consideradas inócuas, não apresentando os múltiplos efeitos colaterais, quando usadas como substituto para um tratamento eficaz e cientificamente provado.[4]

Existem evidências médicas que apoiem a eficácia dos remédios à base de erva-de-passarinho, aconselhados para o tratamento de cancro.[5] Hoje em dia, o Viscum album é utilizado como um tratamento complementar para pacientes com enfermidades tumorais, promovendo bem-estar e uma melhora significativa na qualidade de vida do pacientes. Alguns praticantes, como parte da população em geral, opõem-se à vacinação de crianças, o que está na origem de surtos de doenças que seriam facilmente evitáveis.

A MEDICINA ANTROPOSÓFICA é considerada uma ampliação da arte médica convencional, pautada na fundamentação na ciência[6], embora tenha sido descrita por alguns como pseudociência[7] e charlatanismo.[8]. A medicina antroposófica diverge dos princípios fundamentais da biologia em vários aspetos. Por exemplo, alguns praticantes alegam que não é o coração que bombeia sangue, mas sim que o sangue se bombeia a ele próprio. Aqui é preciso considerar que o CORAÇÃO foi metaforizado como bomba, como fruto do pensamento cientifico do século XVII. Foi Descartes quem estabeleceu os métodos para se idealizar o corpo humano como máquina. A ciência do século XXI evoluiu muito depois desse tipo de mentalidade mecanicista. Surgiram novos eventos e propostas sobre o funcionamento orgânico que estão sendo incorporados no saber científico e contribuem para uma maior compreensão da dimensão humana, não sendo mais necessário se lançar mão de metáforas do corpo-máquina para explicar os fenômenos biológicos.

A medicina antroposófica também alega que as vidas passadas dos pacientes podem influenciar a sua doença[9] e que o curso de uma doença está sujeito ao destino do carma.[10]

Produtos antroposóficos à venda em uma farmácia da rede Drogasil

Referências

  1. Kienle, Gunver S.; Kiene, Helmut; Albonico, Hans Ulrich (2006). «Anthroposophische Medizin: Health Technology Assessment Bericht – Kurzfassung». Forschende Komplementärmedizin. 13 (2): 7–18. doi:10.1159/000093481. teils ergänzend und teils ersetzend zur konventionellen Medizin  Citado em Ernst, E (2008). «Anthroposophic medicine: A critical analysis». MMW Fortschritte der Medizin. 150 Suppl 1: 1–6. PMID 18540325 
  2. DIANE Publishing Company (1 de julho de 1995). Alternative Medicine: Expanding Medical Horizons. [S.l.]: DIANE Publishing. p. 86. ISBN 978-0-7881-1820-3 
  3. Ernst, E. (2006). «Mistletoe as a treatment for cancer». BMJ. 333 (7582): 1282–3. PMC 1761165Acessível livremente. PMID 17185706. doi:10.1136/bmj.39055.493958.80 
  4. Ernst, E (2008). «Anthroposophic medicine: A critical analysis». MMW Fortschritte der Medizin. 150 Suppl 1: 1–6. PMID 18540325 
  5. Ades TB, ed. (2009). Mistletoe. American Cancer Society Complete Guide to Complementary and Alternative Cancer Therapies 2nd ed. [S.l.]: American Cancer Society. pp. 424–428. ISBN 9780944235713. Available evidence from well-designed clinical trials does not support claims that mistletoe can improve length or quality of life. 
  6. McKie, Robin; Hartmann, Laura (29 de abril de 2012). «Holistic unit will 'tarnish' Aberdeen University reputation». The Observer 
  7. Dugan, Dan (1 de janeiro de 2002). Michael Shermer, ed. Anthroposophy and Anthroposophical Medicine. The Skeptic Encyclopedia of Pseudoscience. [S.l.]: ABC-CLIO. pp. 31–32. ISBN 978-1-57607-653-8 
  8. Jump, Paul (11 de maio de 2012). «Aberdeen decides against alternative medicine chair». Times Higher Education Supplement 
  9. Rawlings, Roger. «Rudolf Steiner's Quackery». QuackWatch. Consultado em 10 de setembro de 2012 
  10. Paul A. Offit (2011). Deadly Choices: How the Anti-Vaccine Movement Threatens Us All. [S.l.]: Basic Books. p. 13. ISBN 978-0-465-02356-1 
Ícone de esboço Este artigo sobre saúde é um esboço. Você pode ajudar a Wikipédia expandindo-o.
  • v
  • d
  • e
  • v
  • d
  • e
Terminologia
Astronomia
e astrofísica
Geografia
Física
Medicina e saúde
Paranormalidade
e parapsicologia
Psicologia
Religião
Ufologia
Outras
Pseudocientistas
Críticos das
pseudociências
Relacionados
Controle de autoridade
  • Wd: Q574514
  • GND: 4238082-0
  • LCCN: sh85005593