Passo de Caracórum

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Coordenadas: 34° 2' 56" N 77° 55' 51" E

Passo de Caracórum
—  acidente geográfico  —
Passo de Caracórum
Localização

Mapa de Caxemira com o passo de Caracórum assinalado
Coordenadas 34° 2' 56" N 77° 55' 51" E
Países Índia e China
Região Fronteira China-Índia
Território da Índia Ladaque
Região da China Sinquião
Características gerais
Tipo
  • passo de montanha
Cordilheira Caracórum (Himalaias)
Dimensões
Altitude 5 562 m

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O passo de Caracórum (em hindi: क़राक़रम दर्रा; chinês tradicional: 喀喇崑崙山口, chinês simplificado: 喀喇昆仑山口, pinyin: Kālǎkūnlún Shānkǒu) é um passo de montanha na cordilheira do Caracórum e na fronteira entre a China e a Índia, no norte desta última (Ladaque). O lado chinês faz parte da região autónoma Uigur de Sinquião. Situado a 5 562 metros de altitude,[1] é o passo obrigatório mais alto na antiga rota de caravanas entre , a capital do Ladaque, e Iarcanda, na bacia do Tarim.[nt 1] Caracórum é um termo turcomano que significa literalmente "cascalho negro".[3]

O passo de Caracórum situa-se numa selada entre duas montanhas e tem aproximadamente 45 metros de largura. Não tem vegetação e geralmente não tem gelo nem neve devido ao vento. As temperaturas são muito baixas, os ventos são usualmente muito forte e as tempestades são frequentes. Tudo isso aliado à grande altitude era a causas de muitas mortes. Não obstante, o passo era considerado relativamente fácil devido aos seus acessos não serem muito íngremes em qualquer dos lados e à inexistência de neve e gelo durante grande parte do ano, o que permitia que o passo fosse cruzado durante quase todo o ano. Não há estrada transitável por veículos motorizados para o passo, o qual se encontra encerrado a qualquer tipo de tráfego.[4]

A grande altitude e a falta de pastagens causava numerosas mortes aos animais de carga, o que fazia com que a estrada fosse conhecida pela grande quantidade de ossos ao longo do seu percurso.[5] Nos acessos ao passo praticamente não há vegetação.[6] A viagem a sul do passo envolvia três dias de marcha ao longo das áridas planícies de Depsang, a cerca de 5 400 metros de altitude, o maior planalto do mundo a à sua altitude.[2] A norte o terreno é ligeiramente menos árido e a viagem envolvia a passagem pelo relativamente fácil e mais baixo passo de Suget Dawan antes de chegar às pastagens luxuriantes de Xaidulla, na parte superior do vale do rio Karakash.[7]

Aspetos geopolíticos

O passo de Caracórum situa-se no único pequeno trecho de fronteira entre a China e a Índia no norte do Ladaque que é reconhecido como fronteira pela Índia.[1][8] A região do Aksai Chin, cuja extremidade noroeste se situa a pouca distância a leste do passo foi ocupado pela China em 1962 e continua a ser reclamado pela Índia. Ver também: Linha de Controlo Real.[carece de fontes?]

A pouca distância do passo, para oeste, fica o glaciar de Siachen, disputado entre a Índia e o Paquistão, onde continuam a ocorrer ocasionalmente os combates militares travados a maior altitude do mundo. O Acordo de Simla, assinado em 1972 entre a Índia e o Paquistão, deixou em aberto os 100 km mais orientais da linha de cessar-fogo — a chamada Linha de Controlo (LOC) só ficou definida até ao glaciar de Siachen sem o incluir e não vai até à fronteira com a China.[carece de fontes?]

No tratado de fronteiras de 1963 assinado entre a China e o Paquistão, no qual este último entregou à China o vale de Shaksgam (também reclamado pela Índia por fazer parte da Caxemira do Império Britânico) refere uma tríplice fronteira entre aqueles dois países e a Índia no passo de Caracórum, mas a Índia não participou desse tratado nem de qualquer outro acordo para estabelecer uma tríplice fronteira. As fronteiras de facto dos três países encontram-se cerca de 100 km a ocidente do passo de Caracórum, na cordilheira de Siachen Muztagh, dois quilómetros a oeste do passo Indira Col (5 764 m), onde a Actual Ground Position Line (a linha de cessar-fogo entre as tropas paquistanesas e indianas que dá seguimento à LOC) chega a fronteira chinesa.[carece de fontes?]

Notas

  • Este artigo foi inicialmente traduzido, total ou parcialmente, do artigo da Wikipédia em inglês cujo título é «Karakoram Pass», especificamente desta versão.
  1. A importante rota comercial entre Lé e Iarcanda tinha duas ou três variantes, algumas mais adequadas para o verão e outras para o inverno. No entanto, todas as variantes cruzavam a fronteira no passo de Caracórum. No verão era mais complicado usar os vales devido às torrentes, que gelavam no inverno, pelo que o percurso escolhido privilegiava os passos de montanha — nada menos que seis de grande altitude e que incluíam os temíveis Khardung La (5 359 ou 5 602 m), Saser La (5 411 m) e o Sanju La (5 364 m). No inverno, as rotas a maior altitude tinham o problema da neve, que bloqueavam os passos de montanha.[2]

Referências

  1. a b Verma, Virendra Sahai (29 de abril de 2013). «Pass to better relations with China» (em inglês). www.thehindu.com. Consultado em 20 de janeiro de 2017 
  2. a b Rizvi 1996, p. 110.
  3. Younghusband 1897, p. 225.
  4. Rizvi 1999, pp. 28, 217.
  5. Shaw 1871, p. 431.
  6. Rizvi 1996, p. 48.
  7. Younghusband 1987, p. 226.
  8. Anderson 2003, p. 180.

Bibliografia

  • Anderson, Ewan W. (2003), International Boundaries: A Geopolitical Atlas, ISBN 9781579583750 (em inglês), Psychology Press, p. 180, consultado em 20 de janeiro de 2017 
  • Rizvi, Janet (1996), Ladakh: Crossroads of High Asia, ISBN 9780195645460 (em inglês) 2.ª ed. , Deli: Oxford University Press India 
  • Rizvi, Janet (1999), Trans-Himalayan Caravans : Merchant Princes and Peasant Traders in Ladakh, ISBN 0-19-564855-2 (em inglês), Nova Deli: Oxford University Press, consultado em 20 de janeiro de 2017 
  • Shaw, Robert (1871), Visits to High Tartary, Yârkand, and Kâshgar (formerly Chinese Tartary): And Return Journey Over the Karakoram Pass (em inglês), Londres: J. Murray. Reedição com introdução de Peter Hopkirk publicada em 1984 pela Oxford University Press, consultado em 20 de janeiro de 2017 
  • Younghusband, Francis Edward (1897), The Heart of a Continent, a Narrative of Travels in Manchuria Across the Gobi Desert, Through the Himalayas, the Pamirs, and Chitral, 1884-1894 (em inglês), Londres: J. Murray. Edição fac-símile de 2005 publicada por Elibron Classics Replica Edition, consultado em 20 de janeiro de 2017 


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