Peter Higgs

Peter Higgs Medalha Nobel
Peter Higgs
Bóson de Higgs, mecanismo de Higgs, quebra espontânea de simetria
Nascimento 29 de maio de 1929
Newcastle upon Tyne, Inglaterra
Morte 8 de abril de 2024 (94 anos)
Edimburgo, Escócia
Nacionalidade Britânico
Cidadania Reino Unido
Alma mater King's College de Londres
Ocupação físico teórico, pesquisador, físico de partículas, físico
Prêmios Medalha Hughes (1981), Medalha e Prêmio Rutherford (1984), Prêmio Física de Alta Energia e Partículas (1997), Medalha Dirac (1997), Prêmio Wolf de Física (2004), Medalha Oskar Klein (2009), Prêmio Sakurai (2010) Prémio Nobel da Física (2013), Medalha Copley (2015)
Empregador(a) Royal Commission for the Exhibition of 1851, Universidade de Edimburgo, Universidade de Londres, University College London, Universidade de Edimburgo, Universidade de Edimburgo, Universidade de Tecnologia de Sydney, Burnet Institute
Orientador(a)(es/s) Charles Coulson
Orientado(a)(s) Christopher Bishop, David Wallace
Instituições Universidade de Edimburgo, Imperial College London, University College London
Campo(s) Física teórica
Obras destacadas bóson de Higgs
Religião ateísmo
Página oficial
https://www.ph.ed.ac.uk/higgs
Assinatura
[edite no Wikidata]

Peter Ware Higgs FRS, FRSE, FKC (Newcastle upon Tyne, 29 de maio de 1929Edimburgo, 8 de abril de 2024) foi um físico teórico britânico e professor emérito da Universidade de Edimburgo. Foi laureado com o Nobel de Física de 2013, juntamente com François Englert, pela descoberta do mecanismo de Higgs.[1]

Higgs ficou conhecido por sua proposta de 1960 de quebra da simetria na teoria “eletrofraca”, explicando a origem da massa das partículas elementares em geral e, em particular, dos bósons W e Z. O assim chamado mecanismo de Higgs teve vários inventores além de Higgs, e prevê a existência de uma nova partícula, o bóson de Higgs (muitas vezes descrita como "a mais procurada partícula na física moderna"). Identificado pelo CERN, o bosón de Higgs teve sua existência oficialmente anunciada para o mundo em 4 de julho de 2012. O mecanismo de Higgs é tido como um ingrediente importante no modelo padrão de partículas físicas, sem a qual as partículas não teriam massa.

Foi homenageado com uma série de prêmios em reconhecimento de seu trabalho, incluindo a Medalha Dirac pelas contribuições à física teórica do Instituto de Física em 1997, o Prêmio High Energy and Particle Physics pela Sociedade Europeia de Física em 1997, o Prêmio Wolf de Física em 2004 e o Nobel de Física de 2013.

Sua história e educação

Nascido em Elswick, um distrito de Newcastle, Inglaterra.[2] Seu pai trabalhava como engenheiro de som para a BBC, devido a isso e futuramente pela II Guerra Mundial, ele junto com a família se mudava constantemente, com isso Higgs perdeu os anos iniciais da escola e foi ensinado em casa. Higgs frequentou a Cotham Grammar School onde ele foi inspirado pelos trabalhos de um dos ex-alunos da escola, Paul Dirac.

Aos 17 anos Higgs entrou para a City of London School, onde se especializou em matemática, após foi para a King's College London, onde se graduou com honras como 1° da turma de física, em 1950. Um ano depois obteve um mestrado em ciências e começou a pesquisar. Em 1954 obteve um PhD, com a tese "Alguns Problemas na Teoria Molecular Ondulatória" (Some Problems in the Theory of Molecular Vibrations), trabalho que sinalizou o início de seu interesse ao longo da vida com as ideias sobre a simetria dos sistemas físicos.[2]

Higgs assumiu a cadeira de Teoria Física na Universidade de Edimburgo em 1980. Em 1983 se tornou membro da Royal Society, e recebeu a Medalha e o Prémio Rutherford em 1984, se tornou membro do Instituto de Física em 1991. Higgs aposentou-se em 1996, tornando-se professor emérito na Universidade de Edimburgo.[2]

Carreira de pesquisa

Trabalho em Física Teórica

Em Edimburgo, Higgs se interessou inicialmente em massa, desenvolvendo a ideia de que as partículas - não possuíam massa quando o Universo começou - adquirem massa uma fração de segundos depois como resultado da interação com o campo teórico (que ficou conhecido como campo de Higgs). Higgs postulou que este campo que permeia o espaço, dando a todas as partículas subatômicas elementares que interagem com ele as suas massas.

Enquanto o Campo de Higgs é postulado para gerar massa nos quarks e léptons, isto causa somente uma pequena porção da massa das outras partículas subatômicas, como prótons e nêutrons. Nessas partículas, os gluôns que ligam os quarks juntos, gerando a maior parte da massa na partícula.

A base original do trabalho de Higgs veio do japonês o teórico e ganhador do Prêmio Nobel Yoichiro Nambu da Universidade de Chicago. O Professor Nambu havia proposto uma teoria conhecida como quebra espontânea de simetria baseado no que acontece na supercondutividade em matéria condensada; entretanto, a teoria previa partículas sem massa (o teorema de Goldstone [Goldstone's theorem]). Em 1962, o teorema de Goldstone apresentou que em uma quebra espontânea de simetria em um campo relativístico resulta em um bóson sem massa de spin-zero, o que é excluído experimentalmente. No artigo publicado na Physics Letters em 15 de setembro de 1964, Petter Higgs mostrou que o bóson de Goldstone precisava não ocorrer quando uma quebra espontânea de simetria local na teoria relativística. Como alternativa, o modelo de Goldstone prevê uma terceira polarização do massivo vetor de campo. O outro modelo do escalar original paralelo mantém como uma partícula massiva de spin-zero - o bóson de Higgs.[3]

Higgs escreveu um segundo artigo, descrevendo o que acabou sendo chamando de "modelo de Higgs" e enviou para a Physics Letters, mas foi rejeitado "sem relevância óbvia a física". Higgs revisou o artigo e enviou para a Physical Review Letters, onde foi aceito. Outros físicos, Robert Brout e François Englert e Gerald Guralnik, Carl Richard Hagen e Tom Kibble chegaram a conclusões similares por volta do mesmo tempo. Na versão publicada Higgs cita Brout e Englert.[3]

Em 13 de dezembro de 2011, CERN reportou que dois experimentos independentes no LHC (Large Hardron Collider) observou "dicas tentadores" da existência do bóson de Higgs.[4] Em 4 de julho de 2012 o CERN anunciou que os experimentos no ATLAS e CMS observaram fortes indicativos da presença de uma nova partícula, que poderia ser o bóson de Higgs, com massa na região dos 125 gigaeletrovolts (GeV).[5]

Família

Peter Higgs teve dois filhos: Chris, uma cientista da computação, e Johnny, um músico de jazz.

Morte

Higgs morreu no dia 8 de abri de 2024, aos 94 anos.[6]

Referências

  1. «Press release – The Nobel Prize in Physics 2013». Royal Swedish Academy of Sciences (em inglês). Nobelprize.org. Consultado em 8 de outubro de 2013 
  2. a b c «Peter Higgs: Curriculum Vitae». School of Physics and Astronomy (em inglês). 10 de junho de 2019. Consultado em 10 de abril de 2024 
  3. a b «Brief History of the Higgs Mechanism». School of Physics and Astronomy (em inglês). 13 de março de 2014. Consultado em 10 de abril de 2024 
  4. Experimentos ATLAS e CMS apresentam status de pesquisa do Higgs. press.web.cern.ch
  5. «Higgs boson-like particle discovery claimed at LHC». BBC News (em inglês). 4 de julho de 2012. Consultado em 10 de abril de 2024 
  6. Carrell, Severin; editor, Severin Carrell Scotland (9 de abril de 2024). «Peter Higgs, physicist who discovered Higgs boson, dies aged 94». The Guardian (em inglês). ISSN 0261-3077. Consultado em 9 de abril de 2024 

Ligações externas

  • «Perfil no sítio oficial do Nobel de Física 2013» (em inglês) 
  • Peter Higgs (em inglês) no Mathematics Genealogy Project
  • Google Scholar - Lista de papéis de P. W. Higgs (em inglês)
  • Uma foto de Peter Higgs (em inglês)
  • Fotografias de Peter Higgs, de junho de 2008 (em inglês)
  • The God Of Small Things - Uma entrevista com Petter Higgs ao tablóide The Guardian (em inglês)
  • Peter Higgs: The Man Behind The Boson - Artigo da PhysicsWeb sobre Peter Higgs (em inglês)
  • Higgs v. Hawking: A Battle Of the Heavyweights That Has Shaken The World Of Theoretical Physics - Um artigo sobre o debate entre Peter Higgs e Stephen Hawking sobre a existência do bóson de Higgs (em inglês)
  • My Life As A Boson - Palestra de Peter Higgs, disponível em vários formatos (em inglês)
  • Physical Review Letters - 50th Anniversary Milestone Papers (em inglês)
  • In CERN Courier, Steven Weinberg reflects on spontaneous symmetry breaking (em inglês)
  • Physics World, Introducing the Little Higgs (em inglês)
  • O mecanismo de Englert-Brout-Higgs-Guralnik-Hagen-Kibble na Scholarpedia (em inglês)
  • História do mecanismo de Englert-Brout-Higgs-Guralnik-Hagen-Kibble na Scholarpedia (em inglês)
  • [1] no UOL, Universo On Line (em inglês)
  • [2], no UOL, Universo On Line, (em inglês)
  • [3], Breve história de mecanismo de Higgs (em inglês)
  • [4], Peter Higgs: Curriculo Vitae (em inglês)


Precedido por
Serge Haroche e David Wineland
Nobel de Física
2013
com François Englert
Sucedido por
Isamu Akasaki, Hiroshi Amano e Shuji Nakamura
Precedido por
Francis Farley
Medalha Hughes
1981
Tom Kibble
Sucedido por
Drummond Hoyle Matthews e Frederick Vine
Precedido por
Bertrand Halperin e Anthony Leggett
Prêmio Wolf de Física
2004
com Robert Brout e François Englert
Sucedido por
Daniel Kleppner
Precedido por
Alec Jeffreys
Medalha Copley
2015
Sucedido por
Richard Henderson


  • v
  • d
  • e
1901–1925
1926–1950
1951–1975
1976–2000
2001–2023
  • v
  • d
  • e

1902: Joseph John Thomson 1903: Johann Wilhelm Hittorf 1904: Joseph Wilson Swan 1905: Augusto Righi 1906: Hertha Marks Ayrton 1907: Ernest Howard Griffiths 1908: Eugen Goldstein 1909: Richard Glazebrook 1910: John Ambrose Fleming 1911: Charles Thomson Rees Wilson 1912: William Duddell 1913: Alexander Graham Bell 1914: John Sealy Townsend 1915: Paul Langevin 1916: Elihu Thomson 1917: Charles Glover Barkla 1918: Irving Langmuir 1919: Charles Chree 1920: Owen Willans Richardson 1921: Niels Bohr 1922: Francis William Aston 1923: Robert Andrews Millikan 1924: — 1925: Frank Edward Smith 1926: Henry Bradwardine Jackson 1927: William David Coolidge 1928: Maurice de Broglie 1929: Hans Geiger 1930: Chandrasekhara Venkata Raman 1931: William Lawrence Bragg 1932: James Chadwick 1933: Edward Appleton 1934: Karl Siegbahn 1935: Clinton Davisson 1936: Walter Hermann Schottky 1937: Ernest Lawrence 1938: John Cockcroft e Ernest Walton 1939: George Paget Thomson 1940: Arthur Holly Compton 1941: Nevill Francis Mott 1942: Enrico Fermi 1943: Marcus Oliphant 1944: George Finch 1945: Basil Schonland 1946: John Randall 1947: Frédéric Joliot-Curie 1948: Robert Watson-Watt 1949: Cecil Powell 1950: Max Born 1951: Hendrik Anthony Kramers 1952: Philip Dee 1953: Edward Bullard 1954: Martin Ryle 1955: Harrie Massey 1956: Frederick Lindemann 1957: Joseph Proudman 1958: Edward Andrade 1959: Brian Pippard 1960: Joseph Pawsey 1961: Alan Cottrell 1962: Brebis Bleaney 1963: Frederic Calland Williams 1964: Abdus Salam 1965: Denys Wilkinson 1966: Nicholas Kemmer 1967: Kurt Mendelssohn 1968: Freeman Dyson 1969: Nicholas Kurti 1970: David Bates 1971: Robert Hanbury Brown 1972: Brian David Josephson 1973: Peter Hirsch 1974: Peter Fowler 1975: Richard Dalitz 1976: Stephen Hawking 1977: Antony Hewish 1978: William Cochran 1979: Robert Williams 1980: Francis Farley 1981: Peter Higgs, Tom Kibble 1982: Drummond Hoyle Matthews e Frederick Vine 1983: John Clive Ward 1984: Roy Kerr 1985: Tony Skyrme 1986: Michael Woolfson 1987: Michael Pepper 1988: Archibald Howie e Michael John Whelan 1989: John Stewart Bell 1990: Thomas George Cowling 1991: Philip Burton Moon 1992: Michael Seaton 1993: George Isaak 1994: Robert G. Chambers 1995: David Shoenberg 1996: Amyand Buckingham 1997: Andrew Lang 1998: Raymond Hide 1999: Alexander Boksenberg 2000: Chintamani Rao 2001: John Pethica 2002: Alexander Dalgarno 2003: Peter Edwards 2004: John Clarke 2005: Keith Moffatt 2006: Michael Kelly 2007: Artur Ekert 2008: Michele Dougherty 2010: Andre Geim 2011: Matthew Rosseinsky 2013: Henning Sirringhaus 2015: George Efstathiou 2017: Peter Bruce 2018: James Durrant 2019: Andrew Cooper 2020: Clare Grey

  • v
  • d
  • e
Medalha Dirac do Instituto de Física (1985 — 2015)
  • v
  • d
  • e

1978: Chien-Shiung Wu · 1979: George Eugene Uhlenbeck, Giuseppe Occhialini · 1980: Michael Fisher, Leo Kadanoff, Kenneth Wilson · 1981: Freeman Dyson, Gerardus 't Hooft, Victor Weisskopf · 1982: Leon Max Lederman, Martin Lewis Perl · 1983/4: Erwin Hahn, Peter Hirsch, Theodore Harold Maiman · 1984/5: Conyers Herring, Philippe Nozières · 1986: Mitchell Feigenbaum, Albert Libchaber · 1987: Herbert Friedman, Bruno Rossi, Riccardo Giacconi · 1988: Roger Penrose, Stephen Hawking · 1990: Pierre-Gilles de Gennes, David Thouless · 1991: Maurice Goldhaber, Valentine Telegdi · 1992: Joseph Hooton Taylor · 1993: Benoît Mandelbrot · 1994/5: Vitaly Ginzburg, Yoichiro Nambu · 1996/7: John Archibald Wheeler · 1998: Yakir Aharonov, Michael Berry · 1999: Dan Shechtman · 2000: Raymond Davis Jr., Masatoshi Koshiba · 2002/3: Bertrand Halperin, Anthony Leggett · 2004: Robert Brout, François Englert, Peter Higgs · 2005: Daniel Kleppner · 2006/7: Albert Fert, Peter Grünberg · 2010: John Clauser, Alain Aspect, Anton Zeilinger · 2011: Maximilian Haider, Harald Rose, Knut Urban · 2012: Jacob David Bekenstein · 2013: Peter Zoller, Juan Ignacio Cirac Sasturain · 2015: James Bjorken, Robert Kirshner · 2016: Yoseph Imry · 2017: Michel Mayor, Didier Queloz · 2018: Charles Henry Bennett, Gilles Brassard · 2020: Rafi Bistritzer, Pablo Jarillo-Herrero, Allan Hugh MacDonald · 2021: Giorgio Parisi


Prêmio Wolf de Agronomia • Prêmio Wolf de Artes • Prêmio Wolf de Matemática • Prêmio Wolf de Medicina • Prêmio Wolf de Química
  • v
  • d
  • e
  • Lista Completa
  • (1731–1750)
  • (1751–1800)
  • (1801–1850)
  • (1851–1900)
  • (1901–1950)
  • (1951–2000)
Controle de autoridade