Rebelo Gonçalves

Folha de rosto do Vocabulário da Língua Portuguesa. Coimbra, 1966.

Francisco da Luz Rebelo Gonçalves (Santarém, 15 de novembro de 1907 – 23 de abril de 1982) foi um professor universitário português e um dos maiores filólogos e lexicógrafos da língua portuguesa no último século. Autor de um importante Vocabulário da Língua Portuguesa e do Tratado de Ortografia da Língua Portuguesa, suas obras resultaram numa das principais fontes que nortearam o texto final do Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa (1990), assinado oito anos após sua morte.[1][2]

Licenciado e doutor em Filologia Clássica, Rebelo Gonçalves foi professor, em Portugal, da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra e na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, e, no Brasil, foi professor de Filologia Portuguesa e Filologia Clássica (Língua e Literaturas Grega e Latina) da Universidade de São Paulo entre 1935 e 1938, integrando o grupo de professores estrangeiros que foram convidados para nela ensinar quando da sua fundação.[3]

Quando da sua permanência no Brasil integrou o grupo fundador da Casa de Portugal de São Paulo, de que foi o primeiro presidente.

Na Conferência Ortográfica Luso-Brasileira, que deu origem ao Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa de 1945, foi o relator por parte da delegação portuguesa.

Publicou nos Anuários de 1934 a 1938 da FFLC (atual FFLCH) e nas revistas da FFLC de 1936 a 1937 da USP (Universidade de São Paulo) os artigos "O sonho de D. Manuel", "Camões, Humanista" e "O humanismo de Rui"[4].

Essas correspondências[5] nunca foram publicadas, pela dificuldade de se encontrar um editor e um acordo entre a família de Rebelo Gonçalves.

Em 1940 foi agraciado com a Ordem do Cruzeiro do Sul, mais importante comenda entregue pelo Estado brasileiro a personalidades estrangeiras.

Em 2007 foi celebrado o centenário de seu nascimento, ocasião em que muitos estudiosos lembraram de sublinhar o interesse em suas obras esgotadas e que não eram reeditadas desde os anos 1970.

Obras

A Fundação Calouste Gulbenkian editou a sua Obra Completa, em 3 volumes.[6] Essa edição inclui praticamente todo o seu trabalho, com exceção de suas duas principais obras de referência:

Fontes

  • Martins, J. Cândido Martins. António Soares Amora e os Estudos de Literatura Portuguesa no Brasil
  • Peterlini, A. A. Língua e Literatura Latina

Notas

  1. Ciberdúvidas/ISCTE-IUL. «Assinalados os cem anos do nascimento de Rebelo Gonçalves com as suas principais obras há muito esgotadas e nunca reeditadas - O nosso idioma - Ciberdúvidas da Língua Portuguesa». ciberduvidas.iscte-iul.pt. Consultado em 17 de setembro de 2015 
  2. «Vocabulário Ortográfico do Português - Portal da Língua Portuguesa». www.portaldalinguaportuguesa.org. Consultado em 17 de setembro de 2015 
  3. «REBELO GONÇALVES E SUA CONTRIBUIÇÃO À FILOLOGIA DA USP». Arquivado do original em 4 de março de 2016 
  4. Estes artigos, juntamento com a correspondência trocada com Fidelino de Figueiredo, doadas por ele ao acervo da FFLCH, foram analisados em LUZ, Tamiris Campari de Souza. Rebelo Gonçalves: Uma vida revelada através das cartas. 2010, no âmbito do Programa Ensinar com Pesquisa da FFLCH da USP tendo como orientadora Maria Célia Lima-Hernandes.
  5. No total, entre cartas e cartões, há 71 documentos.
  6. Lisboa, Fundação Calouste Gulbenkian, 1995. ISBN: 972-31-0833-X, 972-31-0663-9, 972-31-0953-0.
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Cadeiras
1 a 10
1. Alexandre de Gusmão
2. António José da Silva
3. Manuel Botelho de Oliveira
4. Eusébio de Matos
5. Francisco de Sousa
6. Matias Aires
7. Nuno Marques Pereira
8. Sebastião da Rocha Pita
9. Santa Rita Durão
10. Frei Vicente do Salvador
Símbolo oficial da ABL
Cadeiras
11 a 20
11. Alexandre Rodrigues Ferreira
12. António de Morais Silva
13. Domingos Borges de Barros
14. Francisco do Monte Alverne
15. Joaquim Gonçalves Ledo
16. José Bonifácio
17. Odorico Mendes
18. Silva Alvarenga
19. Sotero dos Reis
20. José da Silva Lisboa
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