Revoluções de 1820

"Storia d'Italia" de Paolo Giudici (Nerbini, 1929-32) aborda as Revoluções de 1820 na Itália, destacando seu impacto na história do país

Revoluções de 1820 ou Ciclo revolucionário de 1820 são os nomes que a historiografia tem designado ao conjunto de processos revolucionários realizados na Europa em torno de 1820. Foi a primeira das ondas revolucionárias que abalou a Europa depois das Guerras Napoleônicas, repetida sucessivamente em 1820, 1830 e 1848.

Seus eixos ideológicos foram o liberalismo e nacionalismo. Dado que os países mais afetados foram os do sul da Europa, como a Espanha, o Nápoles e a Grécia no epicentro, o chamado Ciclo Mediterrâneo tem sido o contrário das Revoluções do Atlântico, que precedeu a geração anterior as primeiras revoluções liberais ou revoluções burguesas, sucedidas em ambos os lados do oceano: a Independência dos Estados Unidos -1776- e da Revolução Francesa -1789-).[1]

No caso da França, as ondas revolucionárias que começaram em 1820 acirraram o debate entre monarquistas e liberais, criando um sistema político peculiar, onde a monarquia havia sido restaurada, mas sob o controle de uma constituição muitas vezes identificada com os princípios do Liberalismo.[2]

As revoluções de 1820 surgiram para restaurar o que restou da derrota da revolução francesa, o que envolveu a restauração do antigo regime. Esta aliança das monarquias finalmente conseguiu evitar a possibilidade de uma generalização de propagação das ondas revolucionárias oriundas da França e reprimiu as manifestações revolucionárias. Dadas as dificuldades, como uma forma de organizar os revolucionários de 1820, foi através de sociedades secretas, semelhante à maçonaria como carbonários.

Embora as anormalidades pudessem ser detectadas cedo, o movimento revolucionário que surgiu contagiou vários outros casos de movimentos revolucionários na Europa (incluindo a Constituição). As revoluções de Portugal e a Itália (especialmente o Piemonte e Nápoles) são exemplos de movimentações liberais burguesas similares. Muito mais distante no tempo e no espaço, foram movimentos de natureza muito diferente o caso do Império Russo (Revolta dezembrista, 1825). O mais peculiar, na Grécia, onde em 1821 data o início do movimento para a independência grega, proclamada em 1822, e foi a única das revoluções do ciclo que para ser bem sucedida, contou com o apoio das potências europeias contra o Império Otomano (antigo incômodo no terreno da extrema Europa, hoje mais ou menos Turquia).

Referências

  1. Eric Hobsbawm, Revoluções burguesas", Barcelona: Labor, ISBN 84-335-2978-1 (1987, edição original, 1964). Pg 202.
  2. Stendhal, O Vermelho e o Negro", livro de literatura que é ambientado neste climax.
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Pré-história
"A Liberdade guiando o povo", alegoria à Revolução Francesa.
"A Liberdade guiando o povo", alegoria à Revolução Francesa.

Aclamação de D. João IV de Portugal (Revolução de 1640)
Aclamação de D. João IV de Portugal (Revolução de 1640)

Revolução de 1848 na França.
Revolução de 1848 na França.

Batalha de Navarino, Guerra de independência da Grécia.
Batalha de Navarino, Guerra de independência da Grécia.
Século XV
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