Shelly-Ann Fraser-Pryce

Shelly-Ann Fraser-Pryce
campeã olímpica
Shelly-Ann Fraser-Pryce
Shelly-Ann Fraser em 2014
Atletismo
Apelido "Pocket Rocket"
Modalidade 100 m, 200 m
Nascimento 27 de dezembro de 1986 (37 anos)
Kingston, Jamaica
Nacionalidade Jamaica jamaicana
Compleição Peso: 57 kg • Altura: 1,52 m
Medalhas
Jogos Olímpicos
Ouro Tóquio 2020 4x100 m
Ouro Londres 2012 100 m
Ouro Pequim 2008 100 m
Prata Tóquio 2020 100 m
Prata Rio 2016 4x100 m
Prata Londres 2012 200 m
Prata Londres 2012 4x100 m
Bronze Rio 2016 100 m
Campeonatos Mundiais
Ouro Eugene 2022 100 m
Ouro Doha 2019 100 m
Ouro Doha 2019 4x100 m
Ouro Pequim 2015 100 m
Ouro Pequim 2015 4x100 m
Ouro Moscou 2013 100 m
Ouro Moscou 2013 200 m
Ouro Moscou 2013 4x100 m
Ouro Berlim 2009 100 m
Ouro Berlim 2009 4x100 m
Prata Eugene 2022 200 m
Prata Eugene 2022 4x100 m
Prata Daegu 2011 4x100 m
Prata Osaka 2007 4x100 m
Bronze Budapeste 2023 100 m
Campeonatos Mundiais – Indoor
Ouro Sopot 2014 60 m
Jogos Pan-Americanos
Ouro Lima 2019 200 m

Shelly-Ann Fraser-Pryce OD (Kingston, 27 de dezembro de 1986) é uma velocista jamaicana, bicampeã olímpica e pentacampeã mundial dos 100 metros rasos. Entre Jogos Olímpicos, campeonatos mundiais e campeonatos mundiais em pista coberta, ela tem um total de vintee uma medalhas, treze delas de ouro. Suas conquistas e sua consistência nas pistas a fizeram ser considerada "a maior velocista da história", pelo norte-americano Michael Johnson, ex-velocista multicampeão olímpico e hoje comentarista de atletismo.[1] A mesma designação lhe foi dada pela IAAF após suas conquistas no Campeonato Mundial de Atletismo de 2015, em Pequim.[2] Embaixadora da Boa Vontade da UNICEF, ela foi condecorada por seu país com a Ordem de Distinção, uma das maiores honrarias jamaicanas.

Carreira

Começou a correr quando ainda cursava a escola primária e treinou a maior parte da carreira com o compatriota velocista Asafa Powell. Ainda uma corredora pouco conhecida internacionalmente, sem ser favorita nem para o pódio,[3] ela surpreendeu a todos em Pequim 2008 ao vencer os 100 m rasos em 10s78, à frente de suas compatriotas Sherone Simpson e Kerron Stewart, que empataram no segundo lugar, recebendo ambas a medalha de prata.[4] Também integrou a equipe que fez a melhor marca nos 4x100 m das eliminatórias, mas que foi desclassificada na final por um erro na passagem do bastão.[4]

Em 2009, Fraser tornou-se campeã mundial dos 100 m no Campeonato Mundial de Atletismo de Berlim, com o tempo de 10s73, recorde nacional jamaicano e o então terceiro melhor tempo da história para a prova.[5] No ano seguinte, foi eleita Embaixadora da Boa Vontade da UNICEF para a Jamaica.[6] Em 23 de maio de 2010, porém, durante o Grand Prix de Atletismo de Xangai, na China, ela testou positivo para uma substância proibida após usar medicamento para combater uma dor de dente,[7] e foi suspensa por seis meses das competições pela IAAF.[8]

Shelly-Ann no Campeonato Mundial de Atletismo de 2022.

Fraser voltou em grande forma no começo de 2012, vencendo as seletivas jamaicanas para os Jogos de Londres 2012, com o tempo de 10s70, sua melhor marca pessoal, recorde jamaicano e a quarta melhor da história, o que a credenciou como uma das favoritas ao ouro nos 100 metros. Em 4 de agosto ela tornou-se bicampeã olímpica da prova, a primeira não-americana a conseguir o feito, derrotando a norte-americana Carmelita Jeter, campeã mundial em Daegu 2011 e a compatriota e multimedalhista olímpica e mundial Veronica Campbell, com a marca de 10s75.[9]

Em Moscou 2013, Fraser conquistou três medalhas de ouro: tornou-se pela segunda vez campeã mundial dos 100 m rasos, com a marca de 10s71, melhor tempo do ano,[10] conquistou o título também dos 200 m rasos[11] e o ouro por equipes com o revezamento 4x100 m feminino da Jamaica.[12]

Em Pequim 2015 ela igualou-se ao compatriota Usain Bolt sagrando-se tricampeã mundial dos 100 m rasos.[13]

Chegou aos Jogos Olímpicos da Rio 2016 para a tentativa de igualar seu feito em Mundiais e tornar-se a primeira mulher a ser tricampeã olímpica olímpica nos 100 metros; entretanto, uma contusão intermitente que já tinha afetado seu desempenho nas seletivas olímpicas olímpicas da Jamaica, onde perdeu os 100 m para Elaine Thompson, impediu a terceira vitória, e Fraser-Pryce ficou apenas com a medalha de bronze.[14] Conquistou mais uma medalha de prata integrando o revezamento 4x100 m jamaicano.[15]

Fraser retirou-se das pistas pela duas temporadas seguintes, devido à gravidez e o nascimento do primeiro filho, retornando em 2019. Reapareceu internacionalmente nos Jogos Pan Americanos de Lima 2019, onde conquistou a medalha de ouro nos 200 m rasos.[16] Em sua primeira competição global, Doha 2019, mostrou que a gravidez e o afastamento temporário em nada afetaram seu desempenho, tornando-se campeã mundial dos 100 metros rasos, sua sétima medalha de ouro em mundiais e quarta na distância, com o tempo de 10.71, o segundo melhor da carreira.[17] Dias depois, acrescentou mais um ouro à sua coleção, integrando o revezamento 4x100 jamaicano que venceu a prova em 41:44, a melhor marca de 2019.[18]

Tetracampeã mundial dos 100 m, o tricampeonato olímpico na prova foi mais uma vez impedido por Elaine Thompson em Tóquio 2020, onde ficou apenas com a medalha de prata, perdendo para a compatriota.[19] Conquistou um terceiro título olímpico integrando o 4x100 m jamaicano que ganhou a medalha de ouro, junto com Thompson, Briana Williams e Shericka Jackson.[20]

Em 2022, voltou a fazer história nos campeonatos do mundo em Eugene, ao conquistar o título dos 100 metros pela quinta vez, impondo um novo recorde da prova com 10.67 segundos, aos 35 anos de idade.[21][22] A atleta partilhou o pódio com duas compatriotas, Shericka Jackson (10.73) e Elaine Thompson-Herah (10.81).[21] Conquistou também a medalha de prata nos 200 metros e no 4x100 m, completando 14 medalhas em sua participação em mundiais.[23] Em Budapeste 2023 conquistou sua primeira medalha de bronze em Mundiais, nos 100 m rasos.

Em 21 de agosto de 2023, Fraser Pryce ficou em terceiro na prova dos 100m rasos do mundial, em Budapeste.[24]

Suspensão

Fraser-Pryce cumpriu uma suspensão de seis meses do atletismo após uma amostra de urina coletada no encontro da Liga de Diamante de Xangai em 2010 conter Oxicodona, um analgésico que não é considerado como melhorador de desempenho, nem o Código da WADA considerá-lo um agente de mascaramento para outras drogas.[25] Stephen Francis, seu treinador, teria recomendado o analgésico após ela ter relatado uma dor de dente, e Pryce teria esquecido de declarar a medicação em seu formulário de controle de doping, no que ela descreveu como um simples erro de escrita. No entanto, ela assumiu a responsabilidade de seus atos; " Eu sou uma atleta profissional - alguém que supostamente deveria servir de exemplo - seja o que for que eu coloquei no meu corpo cabe a mim assumir a responsabilidade de eu ter feito isso".[26]

Vida pessoal

Conhecida na Jamaica e no meio do atletismo internacional pelo apelido "Pocket Rocket" (Foguete de Bolso), dado pelo comentarista e narrador jamaicano Hubert Lawrence após seu primeiro ouro em Pequim pela sua baixa estatura e velocidade, ela gosta tanto dele que assim batizou a fundação sem fins lucrativos que mantém em Kingston, a Pocket Rocket Foundation, que financia os estudos para jovens e promissores atletas que, assim como ela, não puderam arcar com as despesas escolares.[3]

Casada desde 2011 com o namorado da adolescência Jason Pryce – que a fez adicionar este sobrenome ao seu nome profissional no atletismo – em agosto de 2017 ela deu a luz ao primeiro filho, Zyon.[27]

Reconhecimento

É uma das 100 Mulheres da lista da BBC de 2019.[28]

Ver também

Referências

  1. Corkhill, Barney (25 August 2015) Michael Johnson: 'Shelly-Ann Fraser-Pryce the greatest female sprinter ever'. Sports Mole. Retrieved on 19 September 2016.
  2. Report: women's 100m final – IAAF World Championships, Beijing 2015| News. iaaf.org (24 August 2015). Retrieved on 19 September 2016.
  3. a b «Rumo ao tri, Shelly-Ann Fraser-Pryce quer fazer história nos Jogos Rio 2016». Rio2016. Consultado em 21 de agosto de 2015 
  4. a b Athlete biography: Shelly-Ann Fraser, beijing2008.cn, ret: Aug 27, 2008
  5. «Fraser 'imita' Bolt, e Jamaica faz dobradinha nos 100m rasos em Berlim». Globo Esporte. Consultado em 5 de agosto de 2012 
  6. «Olympic Champion Shelly-Ann Fraser appointed as UNICEF Jamaica Goodwill Ambassador». UNICEF. Consultado em 5 de agosto de 2012 
  7. «Olympic champion Shelly-Ann Fraser fails drugs test». BBC Sport. 8 de julho de 2010. Consultado em 8 de julho de 2010 
  8. «Shelly-Ann Fraser banned six months». (The Associated Press). ESPN. 6 de outubro de 2010. Consultado em 6 de outubro de 2010. Cópia arquivada em 6 de outubro de 2010 
  9. «USA, Jamaica dominate women's 100». trackalerts. Consultado em 5 de agosto de 2012 
  10. «results». IAAF. Consultado em 12 de agosto de 2013 
  11. «results». IAAF. Consultado em 16 de agosto de 2013 
  12. «REPORT: WOMEN'S 4X100M RELAY FINAL – MOSCOW 2013 UPDATED». IAAF. Consultado em 19 de agosto de 2013 
  13. «Shelly-Ann Fraser-Pryce powers to third world championships 100m gold». The Guardian. Consultado em 24 de agosto de 2015 
  14. «100 METRES WOMEN THE XXXI OLYMPIC GAMES». IAAF. Consultado em 26 de agosto de 2016 
  15. «4X100 METRES RELAY WOMEN THE XXXI OLYMPIC GAMES». IAAF. Consultado em 26 de agosto de 2016 
  16. «200M MUJERES RESULTADOS» (PDF). Lima 2019. Consultado em 30 setembro 2019 
  17. «FRASER-PRYCE AND TAYLOR TAKE FOURTH WORLD TITLES - IAAF WORLD ATHLETICS CHAMPIONSHIPS DOHA 2019, DAY THREE». IAAF. Consultado em 30 setembro 2019 
  18. «4X100 METRES RELAY WOMEN». IAAF. Consultado em 6 outubro 2019 
  19. «Thompson-Herah runs Olympic record to retain 100m title in Tokyo». IAAF. Consultado em 31 julho 2021 
  20. «4X100 METRES RELAY WOMEN». World Athletics. Consultado em 9 agosto 2021 
  21. a b Reuters. «Mundiais: Fraser-Pryce liderou armada jamaicana nos 100m femininos». PÚBLICO. Consultado em 18 de julho de 2022 
  22. Sousa, Nuno. «Para Shelly-Ann Fraser-Pryce, a idade é apenas um número». PÚBLICO. Consultado em 18 de julho de 2022 
  23. «200 METRES WOMEN». World Athletics. Consultado em 23 julho 2022 
  24. «Mundial de Atletismo: americana desbanca favoritas nos 100m e custa a acreditar; veja». GE. Consultado em 26 de agosto de 2023 
  25. «Olympic champion Shelly-Ann Fraser fails drugs test». BBC. Consultado em 21 de setembro de 2016 
  26. Mann, Leon. «Fraser bids to bounce back». BBC. Consultado em 21 de setembro de 2016 
  27. «Shelly-Ann Fraser-Pryce Shares First Photos Of Her Son Zyon». Iamajmaican. Consultado em 30 setembro 2019 
  28. «BBC 100 Women 2019: quem está na lista?». BBC News Brasil. Consultado em 17 de dezembro de 2022 
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Campeãs olímpicas dos 100 m rasos
1928 Betty Robinson | 1932 Stanisława Walasiewicz | 1936 Helen Stephens | 1948 Fanny Blankers-Koen | 1952 Marjorie Jackson | 1956 Betty Cuthbert | 1960 Wilma Rudolph | 1964 Wyomia Tyus | 1968 Wyomia Tyus | 1972 Renate Stecher | 1976 Annegret Richter | 1980 Lyudmila Kondratieva | 1984 Evelyn Ashford | 1988 Florence Griffith-Joyner | 1992 Gail Devers | 1996 Gail Devers | 2000 vago | 2004 Yulia Nestsiarenka | 2008 Shelly-Ann Fraser | 2012 Shelly-Ann Fraser-Pryce | 2016 Elaine Thompson | 2020 Elaine Thompson-Herah
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Campeãs olímpicas do revezamento 4x100 m
1928 CAN Rosenfeld, Smith, Bell, Cook | 1932 USA Carew, Furtsch, Rogers, von Bremen | 1936 USA Bland, Rogers, Robinson, Stephens | 1948 NED Stad-de Jong, Witziers-Timmer, van der Kade, Blankers-Koen | 1952 USA Faggs, Jones, Moreau, Hardy | 1956 AUS Strickland, Croker, Mellor, Cuthbert | 1960 USA Hudson, Williams, Jones, Rudolph | 1964 POL Ciepły, Kirszenstein, Górecka, Kłobukowska | 1968 USA Ferrell, Bailes, Netter, Tyus | 1972 FRG Krause, Mickler, Richter, Rosendahl | 1976 GDR Göhr, Stecher, Bodendorf, Wöckel | 1980 GDR Müller, Wöckel, Auerswald, Göhr | 1984 USA Brown, Bolden, Cheeseborough, Ashford | 1988 USA Brown, Echols, Griffith-Joyner, Ashford | 1992 USA Ashford, Jones, Guidry, Torrence | 1996 USA Devers, Miller, Gaines, Torrence | 2000 BAH Fynes, Sturrup, Davis-Thompson, Ferguson | 2004 JAM Lawrence, Simpson, Bailey, Campbell | 2008 BEL Borlée, Mariën, Ouédraogo, Gevaert | 2012 USA Madison, Felix, Knight, Jeter | 2016 USA Bartoletta, Felix, Bowie, Gardner | 2020 JAM Williams, Thompson-Herah, Fraser-Pryce, Jackson
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Campeãs mundiais dos 100 m rasos
1983 Marlies Göhr | 1987 Silke Möller | 1991 Katrin Krabbe | 1993 Gail Devers | 1995 Gwen Torrence | 1997 Marion Jones | 1999 Marion Jones | 2001 Zhanna Block | 2003 Torri Edwards | 2005 Lauryn Williams | 2007 Veronica Campbell | 2009 Shelly-Ann Fraser | 2011 Carmelita Jeter | 2013 Shelly-Ann Fraser | 2015 Shelly-Ann Fraser | 2017 Tori Bowie | 2019 Shelly-Ann Fraser-Pryce | 2022 Shelly-Ann Fraser-Pryce | 2023 Sha'Carri Richardson
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Campeãs mundiais dos 200 m rasos
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Campeãs mundiais do revezamento 4x100 m
1983 GDR Möller, Koch, Auerswald, Göhr | 1987 USA Brown, Williams, Griffith-Joyner, Marshall | 1991 JAM Duhaney, Cuthbert, McDonald, Ottey | 1993 RUS Bogoslovskaya, Malchugina, Pomoshchnikova-Voronova, Privalova | 1995 USA Mondie-Milner, Guidry, Gaines, Torrence | 1997 USA Gaines, Jones, Miller, Devers | 1999 BAH Fynes, Sturrup, Davis-Thompson, Ferguson | 2001 GER Paschke, G. Rockmeier, B. Rockmeier, Wagner | 2003 FRA Girard, Hurtis, Félix, Arron | 2005 USA Daigle, Lee, Barber, Williams | 2007 USA Williams, Felix, Barber, Edwards | 2009 JAM Facey, Fraser, Bailey, Stewart | 2011 USA Knight, Felix, Hooker, Jeter | 2013 JAM Russell, Stewart, Calvert, Fraser-Pryce | 2015 JAM Campbell-Brown, Morrison, Thompson, Fraser-Pryce | 2017 USA Brown, Felix, Akinosun, Bowie | 2019 JAM Whyte, Fraser-Pryce, Smith, Jackson | 2022 USA Jefferson, Steiner, Prandini, Terry | 2023 USA Davis, Terry, Thomas, Richardson
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