Álvaro de Moya

Álvaro de Moya
Álvaro de Moya
Nascimento 19 de julho de 1930
São Paulo
Morte 14 de agosto de 2017 (87 anos)
São Paulo
Residência Brasil
Cidadania Brasil
Cônjuge Cláudia Lévay
Ocupação professor universitário, pesquisador, jornalista, desenhista de banda desenhada, ilustrador, cineasta, acadêmico, roteirista
Prêmios
Empregador(a) Universidade de São Paulo, Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo
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Álvaro de Moya (São Paulo, 1930 — São Paulo, 14 de agosto de 2017)[1] foi um jornalista, escritor, produtor, ilustrador e diretor de cinema e televisão.[2] Descendente de espanhóis e italianos,[3] é considerado por alguns como o maior especialista em histórias em quadrinhos do Brasil.[3]

Professor aposentado da Universidade de São Paulo, foi um dos organizadores da Primeira Exposição Internacional de Histórias em Quadrinhos (junto com Jayme Cortez, entre outros), em 1951, na cidade de São Paulo.[4] Além de ser a primeira exposição de quadrinhos da história do Brasil, foi de ineditismo também para o mundo.

Atuou por muito anos na televisão, onde desenhou os letreiros de inauguração da TV Tupi. Moya esteve na equipe de inauguração da TV Bandeirantes.Ele foi diretor da TV Excelsior onde criou conceitos e estruturas que revolucionaram a maneira de se fazer TV na época e que de certa forma persistem até hoje.[5] Representou o Brasil em vários congressos sobre quadrinhos no mundo, como em Roma, Buenos Aires, Nova York e em Lucca, um dos principais do mundo. Correspondente da revista Wittyworld, dos Estados Unidos, foi colaborador de enciclopédias editadas na França, Espanha, Itália e Estados Unidos. Escolhido pela Universidade La Sapienza, de Roma, foi o único representante da América Latina em evento realizado na Itália, visando discutir o centenário dos comics.

Fez também charges e ilustrações com temáticas nacionalistas. Na Editora Abril, fez capas para as revistas em quadrinhos Disney: O Pato Donald e Mickey. Produziu quadrinizações de A Marcha, de Afonso Schmidt, para a Editora Brasil América[6] Macbeth de William Shakespeare para a Editora Outubro e a biografia de Zumbi dos Palmares[7] para Editora La Selva.[8]

Em 1970, lançou o livro Shazam!, o livro não se resume apenas a fazer um pesquisa sobre a história dos HQs, mas conta com a colaboração de especialistas que debatem acerca da influência pedagógica e psicológica dos quadrinhos e a sua influência na cultura, tratando as HQs não somente como puro entretenimento, mas sim como um meio de comunicação que merece atenção por parte dos acadêmicos. Em 1976, traduziu e fez o prefácio para a edição brasileira de Para ler o Pato Donald de Ariel Dorfman e Armand Mattelart, publicada pela editora Paz e Terra.[9]

Em 2008, Álvaro concedeu uma entrevista para o Museu da Pessoa onde falou sobre sua vida, da relação com os pais, descendentes de espanhóis e italianos, em que lidava com o catolicismo da mãe e a mentalidade militarista agnóstica do pai; comentou sobre os acontecimentos que afetaram sua infância, como a morte prematura dos irmãos mais velhos, o qual levou-o a consumir mais histórias em quadrinhos que, segundo ele, o salvou e foi a partir desse momento que decidiu ser desenhista de quadrinhos. Em certo momento, afirmou que através da leitura e do cinema ele pode constatar, junto de seus colegas da época, que: “o quadrinho tem uma expressão diferente da literatura e cinema, tem a sua própria expressão, então nós fomos os primeiros a ver que a história em quadrinho tinha o que hoje se é chamado de linguagem na teoria da comunicação”.[10]

Homenagens

Em 30 de janeiro de 2024, em homenagem ao Dia do Quadrinho Nacional, a gibiteca da Biblioteca Pública Municipal Prof. Arthur Riedel, de São Roque, passa a se chamar Gibiteca Álvaro de Moya.[11]

Livros

  • Shazam! (1970)
  • História da História em Quadrinhos (1993)
  • O Mundo de Walt Disney (1996)
  • Anos 50 – 50 Anos (2001)
  • Vapt Vupt (2002)[12]
  • Histórias em quadrinhos no Brasil (2003)
  • Gloria in excelsior (2004)[13]
  • O Tico-Tico 100 Anos - Centenário da Primeira Revista de Quadrinhos do Brasil, organizado por Waldomiro Vergueiro e Roberto Elísio dos Santos (2006).
  • A Reinvenção dos Quadrinhos (2012)[14]
  • Os Pioneiros no Estudo de Quadrinhos no Brasil, organizado por Waldomiro Vergueiro, Paulo Ramos e Nobu Chinen (2013)[15]
  • Sketchbook Custom (2016)[16]
  • Eisner / Moya – Memórias de Dois Grandes Nomes da Arte Sequencial (2017)[4]

Referências

  1. Pioneiro da televisão, Álvaro de Moya morre em São Paulo
  2. «Opera lança livro sobre O Tico-Tico». Consultado em 5 de novembro de 2016. Arquivado do original em 31 de outubro de 2016 
  3. a b Álvaro de Moya, maior teórico brasileiro de quadrinhos, morre aos 87
  4. a b Faleceu, aos 87 anos, o jornalista e escritor Álvaro de Moya
  5. Conhecido pelos quadrinhos, Moya foi um dos inventores da TV brasileira
  6. Mestres do Quadrinho Nacional: Álvaro de Moya
  7. Shazam! Aqui está Álvaro de Moya
  8. Zumbi dos Palmares Arquivado em 15 de agosto de 2017, no Wayback Machine. LEMAD - Laboratório de Ensino e Material Didático USP
  9. Livro joga luz sobre o que não está no gibi
  10. [https://museudapessoa.org/historia-de-vida/apaixonado-por-gibis/ Apaixonado por gibis
  11. «Gibiteca de São Roque faz homenagem a Álvaro de Moya». UNIVERSO HQ. 30 de janeiro de 2024. Consultado em 30 de janeiro de 2024 
  12. Bate-papo com Álvaro de Moya
  13. «Fundador da TV Excelsior conta histórias da época que o canal batia Silvio Santos». Folha online 
  14. A Reinvenção dos Quadrinhos - Álvaro de Moya lança livro de memória sobre primeira exposição de HQs no mundo
  15. Lançamento do livro Os Pioneiros no Estudo de Quadrinhos no Brasil
  16. Criativo Editora lança coleção de Sketchbooks e inaugura loja virtual com promoção

Ligações externas

  • «Álvaro de Moya» (em inglês)  no Inducks
  • «Álvaro de Moya» (em inglês)  no Lambiek
  • «Álvaro de Moya» (em espanhol)  no Tebeosfera
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  • d
  • e

1989: Ionaldo Cavalcanti 1990: José Carlos Costa Netto e Paulo Caruso 1991: Will Eisner 1992: Sonia Bibe Luyten 1994: Henrique Magalhães 1995: Álvaro de Moya • 1996: Scott McCloud 1997: Álvaro de Moya • 1998: Gutemberg Cruz Lailson de Holanda Cavalcanti 1999: Zuenir Ventura e Cássio Loredano 2000: Graça Ataíde e Rosário Andrade 2002: Moacy Cirne 2003: Camilo Riani 2004: Álvaro de Moya • 2005: Gonçalo Junior 2006: Will Eisner 2007: Waldomiro Vergueiro e Roberto Elísio dos Santos 2008: Scott McCloud 2009: Márcio Malta 2010: Paulo Ramos • 2011: Paulo Ramos • 2012: Gilberto Maringoni 2013: Gonçalo Junior 2014: Sean Howe 2015: Toninho Mendes 2016: Rogério de Campos 2017: Vários autores 2018: Nick Sousanis 2019: Carol Pimentel 2020: Dani Marino e Laluña Machado 2021: Manoel de Souza e Maurício Muniz • 2022: Diego Moreau e Laluña Machado 2023: Érico Assis

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1985 – 1989

1985: Eugenio Colonnese Jayme Cortez Messias de Mello Rodolfo Zalla 1986: Gedeone Malagola Julio Shimamoto Nico Rosso 1987: Flavio Colin Henfil Sérgio Lima • 1988: Cláudio Seto João Batista Queiroz Luiz Sá 1989: Álvaro de Moya • Jaguar • Rubens Francisco Lucchetti

1990 – 1999

1990: Miguel Penteado Walmir Amaral Ziraldo 1991: Aylton Thomaz Primaggio Mantovi Reinaldo de Oliveira • 1992: André LeBlanc Ismael dos Santos • Izomar Camargo Guilherme 1993: Carlos Zéfiro Mauricio de Sousa Waldir Igayara 1994: Ely Barbosa Getulio Delphim Lyrio Aragão 1995: Ivan Saidenberg Paulo Fukue Roberto Fukue 1996: Antonio Duarte • Helena Fonseca Paulo Hamasaki 1997: Fernando Ikoma Maria Aparecida Godoy Oscar Kern 1998: Carlos Arthur Thiré Manoel Victor Filho Zezo 1999: Deodato Borges Luiz Antônio Sampaio Péricles

2000 – 2009

2000: Adolfo Aizen Moacy Cirne Renato Silva • 2001: Edson Rontani Ivan Wasth Rodrigues Renato Canini 2002: Antônio Cedraz Claudio de Souza • Edmundo Rodrigues Ignácio Justo Ionaldo Cavalcanti José Delbo Luis Sátiro • Luiz Saidenberg Luscar Nani • Osvaldo Talo • Rubens Cordeiro • Zaé Júnior • 2003: Antônio Eusébio • Laerte Coutinho Moacir Rodrigues Soares Otacilio D'Assunção • Tony Fernandes • 2004: Angeli Angelo Agostini Carlos Estêvão Chico Caruso Rivaldo • 2005: Luiz Gê Minami Keizi Paulo Caruso 2006: Jorge Barkinwel • Lor • Sônia Luyten 2007: Gutemberg Monteiro Luiz Teixeira da Silva (Tule) • Xalberto 2008: Aníbal Barros Cassal • Antônio Luiz Cagnin Diamantino da Silva Fernando Dias da Silva Ofeliano de Almeida Salatiel de Holanda • 2009: Deodato Filho Emir Ribeiro Mozart Couto Sebastião Seabra Sergio Morettini Watson Portela

2010 – 2019

2010: Franco de Rosa Henrique Magalhães Rodval Mathias • 2011: Dag Lemos • Eduardo Vetillo • E.C. Nickel • Elmano Silva Novaes 2012: Bira Dantas Fernando Gonsales Lourenço Mutarelli Moacir Torres • 2013: Jô Fevereiro • Júlio Emílio Braz Marcos Maldonado 2014: Byrata • Lourenço Mutarelli Paulo Paiva Lima • 2015: Carlos Edgard Herrero Gustavo Machado • Murilo Marques Moutinho • 2016: Carlos Patati Christie Queiroz • Marcatti 2017: Arthur Garcia João Gualberto Costa Sérgio Graciano Sidney L. Salustre • 2018: Jal • José Menezes • Floreal Marcelo Cassaro 2019: Ciça Pinto Marcelo Campos • Octavio Cariello

2020 – presente

2020: Aparecido Norberto • Crau da Ilha • Maria da Graça Maldonado • Ykenga 2021: Anita Costa Prado Edgar Franco Edgar Vasques Aroeira • 2022: José Márcio Nicolosi Lilian Mitsunaga Santiago • Sergio Macedo 2023: Adriana Melo Érica Awano Laudo Ferreira Nilson Azevedo


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