Cláudio Luís da Costa

Cláudio Luís da Costa
Nascimento 28 de setembro de 1798
Desterro, SC
Morte 27 de maio de 1869 (70 anos)
Rio de Janeiro, RJ
Nacionalidade brasileiro
Progenitores Mãe: Maria Joaquina de Bittencourt
Pai: João Luiz Ignácio da Costa
Parentesco (irmão) Jeremias Luís da Costa,
(sogro de) Gonçalves Dias e
(sogro de) Benjamin Constant
Filho(a)(s) Olímpia Coriolano da Costa Gonçalves Dias e
Maria Joaquina Botelho de Magalhães
Alma mater Academia Médico-Cirúrgica, UFRJ
Ocupação médico, escritor
Magnum opus Entosoários Intestinais
Assinatura
Assinatura de Cláudio Luís da Costa (1861) em ofício a José Bonifácio Nascente de Azambuja com solicitações ao Império para o Imperial Instituto dos Meninos Cegos.[1]

Cláudio Luís da Costa (Desterro, 28 de setembro de 1798 — Rio de Janeiro, 27 de maio de 1869) foi um médico (parteiro, cirurgião) e escritor brasileiro. Foi cirurgião-mor reformado (1839) do Exército, diretor do Imperial Instituto dos Meninos Cegos[2] (hoje Instituto Benjamin Constant) (de 1856 a 1869) e membro titular, eleito em 1830, da Academia Imperial (hoje Academia Nacional de Medicina).[3]

É o patrono da cadeira 4 da Academia Catarinense de Letras.

Biografia

Filho legítimo de João Luiz Ignácio da Costa e D. Maria Joaquina de Bittencourt,[3] e irmão de Jeremias Luís da Costa[4] Cláudio Luís da Costa nasceu em Desterro. Viveu em São Paulo e na Bahia, mas foi no Rio de Janeiro onde permaneceu até o fim da vida. Teve 2 filhas, Olímpia Coriolano (ou Carolina) da Costa e Maria Joaquina da Costa.

Vista do Desterro, 1847. Museu Victor Meirelles.

Iniciou seus estudos na ilha de Nossa Senhora do Desterro, em seguida, graduou-se pela Escola Médico-Cirúrgica em 1817 e foi atuar na Vila de S. Francisco (BA). Em 1823 mudou-se para capital daquela Província, Salvador, onde em 1826 foi para divisão militar da Imperial Guarda da Polícia da Corte. Em seguida, para uma comissão encarregada de organizar um projeto de reforma do corpo de saúde do Exército.

Em 1830, foi eleito Membro Titular da recém-formada Academia Imperial (hoje Academia Nacional de Medicina). Sua eleição e posse ocorram em 25 de agosto de 1830, sob a presidência de Joaquim Cândido Soares de Meirelles.

Em 1832 criou a Sociedade Philantrópica.[5] com apoio da família Andrada (de José Bonifácio de Andrada e Silva)[4]

Já em Santos, em 1839, se reformou no posto de cirurgião-mor do Exército. Ali, exercia gratuitamente as funções de clínico do Hospital da Santa Casa. Foi eleito Provedor (posto ocupado primeiramente por Brás Cubas.[5][6]) e, em homenagem a toda sua dedicação, foi colocado seu retrato a óleo na sala do Consistório da Irmandade[3]

Depois de anos em Santos, regressou ao Rio de Janeiro, onde concluiu seus estudos de Medicina na Academia Médico-Cirúrgica. Para a defesa de tese e obtenção do diploma de doutor, que lhe foi concedido com notas brilhantes em 3 de dezembro de 1849. Em 15 de outubro de 1856, por decreto do Governo Imperial, foi nomeado diretor do Imperial Instituto dos Meninos Cegos.

Gonçalves Dias, esposo de Olímpia Coriolano (ou Carolina) da Costa Gonçalves Dias, filha de Cláudio Luís da Costa.
Instituto Benjamin Constant, Urca, Rio de Janeiro, RJ, Brasil.
Benjamin Constant, esposo de Maria Joaquina Botelho de Magalhães (1848 -1921), filha de Cláudio Luís da Costa.

O Imperial Instituto dos Meninos Cegos foi criado em 1854 pelo Imperador D. Pedro II, com o objetivo de se dedicar ao ensino de crianças cegas (meninos e meninas).[7] Cláudio Luís da Costa foi diretor do Instituto[1] no período de 1856 a 1869. Foi ele quem, em 1862, convidou Benjamin Constant a lecionar na escola, após seu retorno da Guerra do Paraguai e afastado de suas atividades profissionais devido à malária contraída durante a guerra. Com este convite acabou por unir sua filha, Maria Joaquina, ao novo professor.[7] Maria Joaquina tinha apenas 15 anos de idade (16 de abril de 1848 - 22 de abril de 1921) quando se casou com o engenheiro e estadista fluminense Benjamin Constant.[8] Desta união, nasceram 8 dos netos de Cláudio Luís da Costa: Aldina (1864-1938), Adozinda (1866-1942), Alcida (1869-1957), Leopoldo (1870-71), Benjamin (1871-1901), Bernardina (1873-1928), Claudio (1875-78) e Araci (1882-1961) [9]

Em 1852, a filha Olímpia Coriolano (ou Carolina), casa-se com o poeta maranhense Antônio Gonçalves Dias. O casal faz viagem para Europa (1854 - 1858). Em 20 de novembro de 1854, nasce a neta de Cláudio Luís da Costa e única filha do casal, Joanna, em Paris. Olímpia e Joanna retornam ao Rio de Janeiro para tentar amenizar os problemas de saúde da pequena. Em 24 de agosto de 1856, Joanna falece por complicações devido a pneumonia adquirida na Europa.[10] O casamento de Olímpia e Gonçalves Dias termina naquele mesmo ano.[11]

Cláudio Luís da Costa morreu em 27 de maio de 1869 no Rio de Janeiro.[12]

Academia Catarinense de Letras

É patrono da cadeira 4 da Academia Catarinense de Letras.

Academia Nacional de Medicina

Foi eleito Membro Titular da Academia Nacional de Medicina em 1830, apresentando a memória intitulada “Entosoários Intestinais”. Foi Tesoureiro-Arquivista em 1831 e novamente no período entre 1851 e 1857.[3]

Representações na cultura

Em sua homenagem, logradouro “Rua Doutor Cláudio Luiz da Costa” no bairro Itararé, na cidade de São Vicente, São Paulo.[3]

Referências

  1. a b Costa, Cláudio Luiz da. «[Ofício a José Bonifácio Nascentes de Azambuja solicitando a remessa ao ministro do Império do ofício que enviara relativo às obras de abastecimento de água do instituto, e a expedição dos avisos necessários para o início dos exames públicos e a distribuição dos prêmios aos alunos]». 18 de novembro de 1861 
  2. «Cláudio Luís da Costa - Correio IMS». Correio IMS 
  3. a b c d e «ANM - Academia Nacional de Medicina - Cláudio Luiz da Costa». www.anm.org.br. Consultado em 12 de março de 2018 
  4. a b Mendes, Carlos Pimentel. «Novo Milênio: Histórias e Lendas de Santos: Santos em várias épocas - 1922 - por Alberto Sousa (12)». www.novomilenio.inf.br. Consultado em 14 de março de 2018 
  5. a b «Santa Casa de Santos». santacasadesantos.org.br. Consultado em 13 de março de 2018 
  6. de., Sousa, Fernando; Lima., Matos, Ismênia de; Izilda., Matos, (2009). Nas duas margens : os portugueses no Brasil. Porto: Edições Afrontamento. ISBN 9789723610284. OCLC 595767405 
  7. a b «Benjamin Constant e o "Imperial Instituto dos Meninos Cegos": um legado de cidadania e dedicação a uma causa». museubenjaminconstant.blogspot.ca. Consultado em 13 de março de 2018 
  8. «Uma história do Museu Casa de... Maria Joaquina». museubenjaminconstant.blogspot.ca. Consultado em 13 de março de 2018 
  9. «Benjamin Constant e a Família». museubenjaminconstant.blogspot.ca. Consultado em 14 de março de 2018 
  10. «Inversão na ordem da natureza - Correio IMS». Correio IMS 
  11. «Olímpia Coriolano da Costa - Correio IMS». Correio IMS 
  12. «Site do Instituto Histórico e Geográfico de Santos». www.ihgs.com.br. Consultado em 13 de março de 2018 

Ligações externas

  • O negócio dos camelos A Carta de Gonçalves Dias, para Cláudio Luís da Costa.[1]
  • Contrato celebrado entre Olímpia da Costa Gonçalves Dias e o editor B. L. Garnier para a edição da obra Cantos de Antônio Gonçalves Dias (1869)[2]
  • Ofício a José Bonifácio Nascentes de Azambuja solicitando a remessa ao ministro do Império do ofício que enviara relativo às obras de abastecimento de água do instituto, e a expedição dos avisos necessários para o início dos exames públicos e a distribuição dos prêmios aos alunos, (1861)[3]

Precedido por
ACL - patrono da cadeira 4
Sucedido por
Luís Antônio Ferreira Gualberto
(fundador)
  • v
  • d
  • e
Cadeiras 1 a 10

1: (Álvaro de Carvalho): Clementino Fausto Barcelos de Brito Arnaldo Silveira Brandão Edy Leopoldo Tremel
2: (Antero dos Reis Dutra): Laércio Caldeira de Andrada Silveira Júnior Urda Alice Klueger
3: (Carlos de Faria): Alfredo Filipe da Luz Paulo Lago Moacir Pereira
4: (Cláudio Luís da Costa): Luís Antônio Ferreira Gualberto Carlos da Costa Pereira José Ferreira da Silva • João Alfredo Medeiros Vieira
5: (Crispim Mira): Leopoldo de Dinis Martins Júnior Teobaldo Costa Jamundá Francisco José Pereira Deonísio da Silva
6: (Duarte Mendes de Sampaio): João Nepomuceno Manfredo Leite Paulo Gonçalves Weber Vieira da Rosa Hugo Mund Júnior
7: (Duarte Paranhos Schutel): Juvêncio de Araújo Figueiredo Francisco de Oliveira e Silva Raulino Reitz Leatrice Moellmann Kátia Rebello
8: (Eduardo Duarte Silva): Marcos Konder Vítor Konder Carlos Gomes de Oliveira Polidoro Ernani de São Tiago Sílvio Coelho dos Santos Mário Pereira • Apolinário Ternes
9: (Feliciano Nunes Pires): Anfilóquio de Carvalho Gonçalves Ivens Bastos de Araújo Martinho José Calado Júnior João Nicolau Carvalho vaga
10: (Francisco Antônio Castorino de Farias): Delminda Silveira Castorina Lobo de São Tiago Júlio de Queiroz Godofredo de Oliveira Neto

Brasão da ACL
Cadeira 11 a 20

11: (Francisco Carlos da Luz): Edmundo da Luz Pinto Henrique Stodieck Glauco Rodrigues Correia Hoyêdo de Gouvêa Lins • Olsen Júnior
12: (Francisco Pedro da Cunha): Heitor Pinto da Luz e Silva Holdemar Menezes 13: (Francisco Tolentino): Tito Carvalho José Artulino Besen
14: (Gustavo de Lacerda): Silveira Lenzi José Isaac Pilati
15: (Cruz e Sousa): Othon da Gama Lobo d'Eça Celestino Sachet
16: (João Justino Proença): Horácio Serapião de Carvalho Alcides Abreu Laerte Tavares
17: (Jerônimo Coelho): José Arthur Boiteux Osvaldo Rodrigues Cabral Carlos Humberto Pederneiras Corrêa Gilberto Gerlach Vaga
18: (João Silveira de Sousa): Henrique Fontes José Curi
19: (Joaquim Antônio de São Tiago): Arnaldo Claro São Tiago Arthur Pereira e Oliveira 20: (Joaquim Augusto do Livramento): Fúlvio Aducci Custódio Francisco de Campos Vítor Antônio Peluso Júnior Osvaldo Ferreira de Melo

Cadeira 21 a 30

21: (Joaquim Gomes de Oliveira e Paiva): Joe Collaço Evaldo Pauli 22: (Jonas de Oliveira Ramos): Nereu Ramos Joaquim Domingues de Oliveira Luís Gallotti Konder Reis 23: (José Cândido de Lacerda Coutinho): Altino Corsino da Silva Flores Flávio José Cardozo
24: (José Johanny) Francisco Barreiros Filho Liberato Manuel Pinheiro Neto
25: (Juvêncio Martins Costa): Amaro Seixas Ribeiro Neto Paschoal Apóstolo Pítsica Jair Francisco Hamms Carlos Ronald Schmidt 26: (Lauro Müller): Adolfo Konder Sylvia Amelia Carneiro da Cunha Lélia Pereira da Silva Nunes
27: (Luís Delfino): João Batista Crespo Pedro Bertolino
28: (Lídio Martins Barbosa): Osvaldo Melo Péricles Prade
29: (Liberato Bittencourt): Edmundo Acácio Soares Moreira Napoleão Xavier do Amarante
30: (Manuel Joaquim de Almeida Coelho): Lucas Alexandre Boiteux Jaldyr Bhering Faustino da Silva Jali Meirinho

Cadeiras 31 a 40

31: (Manuel José de Sousa França): Henrique Boiteux Walter Piazza João José Leal
32: (Manuel dos Santos Lostada): Gustavo Neves Lauro Junkes 33: (Manuel da Silva Mafra): Gil Costa Renato de Medeiros Barbosa Silveira de Souza vaga
34: (Marcelino Antônio Dutra): Ogê Mannebach • Osvaldo Della Giustina
35: (Martinho José Calado e Silva): Haroldo Genésio Calado Lídio Martinho Calado Rodrigo de Haro vaga
36: (Oscar Rosas): José dos Santos de Dinis Martins Iaponan Soares 37: (Polidoro Olavo de São Tiago): Ivo d'Aquino Licurgo Costa Artemio Zanon
38: (Roberto Trompowski): Maura de Senna Pereira Salomão Ribas Júnior
39: (Sebastião Catão Calado): Carlos José da Mota de Azevedo Correia Almiro Caldeira de Andrada Gilberto Callado de Oliveira
40: (Virgílio Várzea): Nereu Correia Norberto Ungaretti

Controle de autoridade
  1. «O negócio dos camelos - Correio IMS». Correio IMS 
  2. Dias, Olímpia da Costa Gonçalves. «Contrato celebrado entre Olímpia da Costa Gonçalves Dias e o editor B. L. Garnier para a edição da obra Cantos de Antônio Gonçalves Dias». 1869 
  3. Costa, Cláudio Luiz da. «[Ofício a José Bonifácio Nascentes de Azambuja solicitando a remessa ao ministro do Império do ofício que enviara relativo às obras de abastecimento de água do instituto, e a expedição dos avisos necessários para o início dos exames públicos e a distribuição dos prêmios aos alunos]». 18 de novembro de 1861