Sesócris

Sesócris
Sesócris
Impressão de selo mostrando o nome de Sesócris num cartucho
Faraó do Egito
Reinado Oito anos, ca. 2 740 a.C. (II dinastia)
Antecessor(a) Neferquerés I
Sucessor(a) Hudjefa I
 
Dinastia II dinastia
Religião Politeísmo egípcio
Titularia
Nome Lista Real de Sacará
V10AO34
k
r
F35D28V11A
(Nfr-k3-skr)
Cânone de Turim
V10AF35D28Z1O34
k
r
Z5G7V11AG7
(Nfr-k3-skr)
Selo cilíndrico
M23
X1
L2
X1
V10AO34
k
r
F35D28V11A
(nsw.t-btj-Nfr-k3-skr)
Título

Sesócris (em grego clássico: Σέσωχρις; romaniz.:Sésochris) ou Nefercasocar (Neferkasokar;[1] lit. "bela alma de Socáris" ou "a alma de Socáris está completa") foi um faraó que pode ter governado o Egito durante a II dinastia. Muito pouco se sabe sobre ele, uma vez que não foram encontrados registros arqueológicos coetâneos. Em vez disso, seu nome foi encontrado em fontes posteriores.[2]

Fontes dos nome

Nome de Sesócris no Cânone de Turim

Sesóstris aparece na Tabuleta de Sacará da tumba do sumo sacerdote Tjuneroi como sucessor de Neferquerés I e antecessor de Hudjefa I no nono cartucho[3] e no Cânone de Turim como sucessor de Neferquerés e antecessor de Hudjefa. Seu cartucho pode ser achado na coluna III, linha 1. O papiro de Turim o registra com um reinado de oito anos e três meses.[4] Além disso, o seu nome aparece num selo de esteatita de origem incerta. A inscrição tem o nome do faraó duas vezes dentro dos cartuchos; o primeiro mostra o nome do deus Socáris no topo, enquanto o segundo coloca a sílaba Neferca acima do teônimo. A inscrição orientadora diz Meri-netjeru, que significa "amado dos deuses". Esse título foi comum a partir do Reino Médio, portanto, o selo do cilindro provavelmente não se originou na II dinastia. Muitos egiptólogos datam o objeto na XIII dinastia. Alguns egiptólogos também questionam a autenticidade do selo.[5]

Sesócris também desempenha papel importante num papiro originário do Reino Médio, preservado no papiro pWien D6319.[6] Dentre seus assuntos há a estória que os escribas reais, sob supervisão do príncipe Djedefor, descobriram antigo documento numa câmara esquecida que foi selada por Sesócris. O papiro descoberto continha o relatório de uma fome que afetou o Egito por sete anos e Sesócris foi instruído por um oráculo celestial através de um sonho para restaurar todos os templos egípcios. Quando terminou sua missão com sucesso, o Nilo começou a fluir normalmente novamente. Como resultado, emite um decreto que é redescoberto pelo príncipe Djedefor.[7] Por fim, seu nome helenizado, Sesócris, provém da Egiptíaca de Manetão.[1]

Reinado

Muito pouco se sabe sobre o reinado de Sesóstris. Egiptólogos como Iorwerth Eiddon Stephen Edwards e Walter Bryan Emery pensam que governou apenas no Baixo Egito, já que seu nome apareceu na lista de Sacará, mas está ausente na lista real de Abidos, e a primeira reflete só as tradições menfitas. Pensa-se que reinou na época em que Peribessene e Sequemibe governaram no Alto Egito. A suposição seria consistente com a visão de vários egiptólogos de que naquele tempo o Egito estava dividido em duas partes. A teoria de um reino dividido desde o final do reinado de Binótris é baseada num estudo do nome de Peribessene, cujo nome está ligado à divindade ombita Seti para mostrar que veio de Ombo e governou uma área que a incluía. O próprio Peribessene é contemporaneamente documentado em materiais achados na região tinita, mas foi excluído da documentação associada aos menfitas. Seu caso é, assim, correspondente ao de Sesócris, mas para o Baixo Egito. Os antecessores de Sesócris podem ter sido Setenés e Neferquerés e seu sucessor pode ter sido Hudjefa.[8][9][10][11]

Referências

  1. a b Gundacker 2015, p. 160.
  2. Schneider 2002, p. 175.
  3. Assmann 1999, p. 277.
  4. Gardiner 1997, p. 15 & Tabela I.
  5. Beckerath 1984, p. 29.
  6. Weidner 1983, p. 555.
  7. Stadler 2009, p. 84-85.
  8. Edwards 1971, p. 35.
  9. Helck 1987, p. 35.
  10. Emery 1964, p. 19.
  11. Schlögl 2006, p. 77-78.

Bibliografia

  • Assmann, Jan; Blumenthal, Elke; Posener, Georges (1999). Literatur und Politik im pharaonischen und ptolemäischen Ägypten. Paris e Cairo: Instituto Francês de Arqueologia Oriental. ISBN 2-7247-0251-4  A referência emprega parâmetros obsoletos |coautor= (ajuda)
  • Beckerath, Jürgen von (1984). Handbuch der ägyptischen Königsnamen. Munique e Berlim: Editora de Arte Alemã [Deutscher Kunstverlag] 
  • Edwards, I. E. S. (1971). «The Early Dynastic Period in Egypt». In: Edwards, I. E. S.; Gadd, C. J.; Hammond, N. G. L. The Cambridge Ancient History Vol. I Part 2. Early History of the Middle East. Cambrígia: Imprensa da Universidade de Cambrígia  !CS1 manut: Nomes múltiplos: lista de editores (link)
  • Emery, Walter Bryan (1964). Ägypten. Geschichte und Kultur der Frühzeit. Munique: Fourier 
  • Gardiner, Alan H. (1997). The royal canon of Turin. Oxônia: Instituto Griffith de Oxônia. ISBN 0-900416-48-3 
  • Gundacker, Roman (2015). «The Chronology of the Third and Fourth Dynasties according to Manetho's Aegyptiaca». In: Manuelian, Peter Der; Schneider, Thomas. Towards a New History for the Egyptian Old Kingdom: Perspectives on the Pyramid Age. Leida: Brill  !CS1 manut: Nomes múltiplos: lista de editores (link)
  • Helck, Wolfgang (1987). Untersuchungen zur Thinitenzeit. Viesbade: Otto Harrassowitz. ISBN 3-447-02677-4 
  • Schlögl, Hermann Alexander (2006). Das Alte Ägypten: Geschichte und Kultur von der Frühzeit bis zu Kleopatra. Hamburgo: Beck. ISBN 3-406-54988-8 
  • Schneider, Thomas (2002). Lexikon der Pharaonen. Dusseldórfia: Albatros. ISBN 3-491-96053-3 
  • Stadler, Martin A. (2009). Weiser und Wesir: Studien zu Vorkommen, Rolle und Wesen des Gottes Thot im ägyptischen Totenbuch. Tubinga: Mohr Siebeck. ISBN 3-16-149854-2 
  • Weidner, Ernst Friedrich (1983). «Archiv für Orientforschung, Volumes 29-30». Berlim: Instituto de Estudos Orientais 
  • v
  • d
  • e
Faraós (masculino • feminino ♀) • incerto/regente
Protodinastia até 1.º Período Intermediário (c.–3150 a.C.2040)
Protodinastia
(3500–3150 a.C.)
Baixo Egito
Alto Egito
Época Tinita
(3150–2686 a.C.)
I dinastia
II dinastia
Império Antigo
(2686–2181 a.C.)
III dinastia
IV dinastia
V dinastia
VI dinastia
1.º Período Intermediário
(2181–2040 a.C.)
VII/VIII dinastias
IX dinastia
X dinastia
Império Médio
(2040–1802 a.C.)
XI dinastia
Núbia
  • Seguerseni
  • Cacaré Ini
  • Iibequentré
XII dinastia
2.º Período Intermediário
(1802–1550 a.C.)
XIII dinastia
XIV dinastia
  • Iaquebim
  • Iaamu
  • Caré
  • Amu
  • Xexi
  • Neesi
  • Catiré
  • Nebfauré
  • Seebré
  • Merjefaré
  • Seaudicaré III
  • Nebedejefaré
  • Uebenré
  • Sequedejefaré
  • Jedecuebenré
  • Autibré
  • Heribré
  • Nebsenré
  • Sequeperenré
  • Jequeruré
  • Seanquibré
  • Canefertemeré
  • Sequenré
  • Caquemuré
  • Neferibré
  • Caré
  • Ancaré
  • Semenré
  • Jedecaré
  • Hepu
  • Anati
  • Bebeném
  • Apepi
XV dinastia
XVI dinastia
  • Senebecai
  • Anater
  • Useranate
  • Senquém
  • Uasa
  • Zaquete
  • Car
  • Pepi III
  • Bebanque
  • Nebemaré
  • Nicaré II
  • Aotepré
  • Aneteriré
  • Nubanqueré
  • Nubuserré
  • Causerré
  • Iacube-Baal
  • Iaquebam
  • Ioam
  • Amu
XVII dinastia
  • Intefe V
  • Raotepe
  • Sebequensafe I
  • Mentuotepe VII
  • Nebirau I
  • Nebirau II
  • Semenenra
  • Sebequensafe II
  • Intefe VI
  • Intefe VII
  • Tao I
  • Tao II
  • Camés
Império Novo
(1550–1070 a.C.)
XVIII dinastia
XIX dinastia
XX dinastia
XXI dinastia
XXII dinastia
XXIII dinastia
XXIV dinastia
XXV dinastia
Época Baixa até Período Ptolemaico (664–30 a.C.)
Época Baixa
(664–332 a.C.)
XXVI dinastia
XXVII dinastia (persas)
XXVIII dinastia
XXIX dinastia
XXX dinastia
XXXI dinastia (persas)
Época greco-romana
(332–30 a.C.)
Dinastia macedônica
Dinastia ptolemaica
Na dinastia ptolemaica, as mulheres dos faraós governavam junto com seus maridos.