Perestroika

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Perestroika (do russo: перестройка, literalmente "reconstrução" ou "reestruturação") foi, em conjunto com a Glasnost, uma das políticas introduzidas na União Soviética por Mikhail Gorbachev, em 1986.[1][2]

A palavra perestroika, que literalmente significa reconstrução, recebeu a conotação de reestruturação (abertura) econômica.[3] Gorbachev percebeu que a economia da União Soviética estava se deteriorando e sentiu que o sistema socialista, com a economia centralmente planificada, necessitava de uma reforma, e isto seria realizado pela perestroika. Uma chave principal da perestroika era reduzir a parcela do orçamento da União Soviética destinada à defesa e, para fazer isso, Gorbachev sentiu que a União Soviética deveria: desocupar o Afeganistão, negociar com os Estados Unidos a redução de armamentos nucleares (Corrida armamentista) e o abandono da possibilidade de interferência nos países comunistas da Cortina de Ferro (a Doutrina Brejnev).[2][4][5]

Entre as medidas aprovadas com a Perestroika estavam a Lei sobre atividade individual, de 1986, a Lei sobre empresa estatal, de 1987, a Lei sobre as Cooperativas, de 1988, e o Decreto sobre Atividade de Comércio Exterior do Estado, da Cooperativa e outras Empresas, de dezembro de 1988.[2][6] A aprovação da Lei das Cooperativas em 1988 e o Decreto que liberalizou o comércio exterior em fins de 1988 levou a autorização de importação de produtos estrangeiros , o que levou a uma variação extrema de diversos fatores econômicos, que se fizeram sentir por todo o país.[2][6][7][8][9]

Selo soviético relaciona comemorações do Grande Outubro com a Perestoika e o Glasnost
Neste outro, são mostradas as modernidades que a Rússia ganharia com este projeto

Em contraste às reformas econômicas da República Popular da China, a perestroika é largamente avaliada como tendo falhado em seu objetivo principal de reestruturar a economia soviética.[10] As razões para o seu fracasso foram examinadas por muitos economistas e historiadores. Uma das razões citadas para esse fracasso foi o insucesso na promoção e criação de entidades económicas privadas e semi-privadas e a indisposição de Gorbachev em relação a uma reforma na agricultura soviética.

Outra possível razão seria a má-vontade dos altos oficiais do Partido Comunista da União Soviética (a linha dura) e da facção liberal apoiada pelos EUA e que tinha como principal líder Boris Yeltsin em aceitar as medidas da perestroika. Enquanto os primeiros não queriam mudanças, os últimos queriam que elas acontecessem mais rapidamente.[11] Isso gerou forte oposição ao projeto da perestroika.

Contrariamente às reformas no Afeganistão, a perestroika não só falhou no propósito de trazer benefícios econômicos imediatos para a maioria das pessoas, mas o desmantelar da economia planejada criou o caos econômico, o que constituiu um fator importante para o colapso da União Soviética.[12]

Com a sua implementação, a pobreza foi espalhada e os benefícios sociais removidos, como os subsídios e descontos fiscais. O programa fez com que os preços subissem, as taxas de juro aumentassem, os níveis recorde de novos impostos foram implementados, os benefícios fiscais à indústria foram cortados, e o sistema de saúde soviético desapareceu.

As alterações registadas na política externa contribuíram para extinguir a possibilidade de uma guerra, que temia-se, poder ter início na Europa e se alastrar por todo o mundo, e permitiu a dissolução do Bloco do Leste, reaproximando as duas Alemanhas numa única república.

Ver também

Referências

  1. «Perestroika e Glasnost: as reformas da URSS que iniciaram uma nova ordem mundial». Brasil Escola 
  2. a b c d Alves, André Gustavo de Miranda Pineli (Organizador) (2011). Uma longa transição: vinte anos de transformação na Rússia. Brasília: Ipea. 293 páginas. ISBN 978-85-7811-101-4 
  3. BUTENKO, Anatoli. «O que ocorreu à Perestroika?» (PDF). Fundação SEADE. Consultado em 15 de agosto de 2012. Arquivado do original (PDF) em 18 de junho de 2007 
  4. «Rússia: do fim do Comunismo a crise atual - A Era das Reformas: a glasnost e a perestroika». EducaTerra 
  5. Castells, Manuel (1999). Fim de milênio. Col: A era da informação: economia, sociedade e cultura. São Paulo: Editora Paz e Terra. p. 23-94. 497 páginas. ISBN 8521903391 
  6. a b «15». Padrões de desenvolvimento econômico (1950-2008): América Latina, Ásia e Rússia (PDF). 2. Brasília: Centro de Gestão e Estudos Estratégicos. 2013. p. 755-892. 924 páginas. ISBN 978-85-60755-63-9 
  7. «Legislators weigh in on cooperatives law». Washington Post. 27 de maio de 1988. Consultado em 5 de janeiro de 2024 
  8. Pomeranz, Lenina (setembro de 1989). «O investimento estrangeiro na URSS». Escola de Administração de Empresas de São Paulo - Fundação Getúlio Vargas. Revista de Administração de Empresas. 29 (3). Consultado em 13 de janeiro de 2024 
  9. Zickel, Raymond E. (1991). Soviet Union: a country study; research completed May 1989. Washignton DC: [s.n.] pp. 593–594. ISBN 0844407275 
  10. «Os debates que fizeram a China». Folha de São Paulo. 15 de julho de 2023. Consultado em 4 de janeiro de 2024 
  11. «1985: Perestroika and Glasnost» (em inglês). Soviet History. Consultado em 15 de agosto de 2012. Arquivado do original em 11 de junho de 2012  A referência emprega parâmetros obsoletos |língua2= (ajuda)
  12. FERREIRA, Oliveiros. «Perestroika - da esperança à "nova pobreza"» (PDF). Ebooks Brasil 
  • Perestroika: New Thinking for Our Country and the World, Mikhail Gorbatchev, Perennial Library, Harper & Row, 1988, 297 páginas, ISBN 0-06-091528-5
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