Walther Moreira Salles

 Nota: Se procura outros significados, veja Walter Salles (desambiguação).
Walther Moreira Salles
Walther Moreira Salles
Nascimento 28 de maio de 1912
Pouso Alegre
Morte 27 de fevereiro de 2001 (88 anos)
Petrópolis
Nacionalidade brasileiro
Progenitores Mãe: Lucrecia de Alcântara
Pai: João Theotônio Moreira Salles
Ocupação banqueiro
empresário
diplomata

Walther Moreira Salles (Pouso Alegre, 28 de maio de 1912 — Petrópolis, 27 de fevereiro de 2001) foi um empresário, banqueiro, diplomata e advogado brasileiro, formado na Faculdade de Direito do Largo de São Francisco, da Universidade de São Paulo.

História

Em 1963.

Em 1920 seu pai, João Moreira Salles, fundou em Poços de Caldas a Casa Bancária Moreira Salles. Em 1933 Walther tornou-se sócio da casa que, em 15 de julho de 1940, foi elevada à condição de Banco Moreira Salles, após fusão com mais três bancos da região.[1] Em 1967 o nome da instituição foi mudado para União de Bancos Brasileiros S.A. e, em 1975, o conglomerado financeiro passou a ser denominado como Unibanco.

Desde 1932, foi um dos primeiros líderes da Ação Integralista Brasileira em São Paulo, tendo permanecido no movimento até o Estado Novo.[2][3]

O banqueiro Moreira Salles era muito mais conhecido como embaixador, posto que exerceu em Washington durante o segundo governo de Getúlio Vargas.[4] Além disso, foi ministro da Fazenda do Brasil no gabinete parlamentarista do presidente João Goulart.[4] Ganhou a admiração do presidente Juscelino Kubitschek pela fama de conciliador em suas incursões diplomáticas. Foi um dos negociadores da dívida externa brasileira na década de 1950, em três ocasiões, nos governos dos presidentes Getúlio Vargas, Juscelino Kubitschek e Jânio Quadros. Na mesma década, financiou o lançamento do jornal Última Hora de Samuel Wainer.[4][5]

Durante os meses que antecederam o Golpe de 1964 manteve-se como interlocutor de João Goulart e também do embaixador norte-americano Lincoln Gordon.[4] Após o Ato Institucional Número Cinco, o general Jaime Portela de Melo quis constrangê-lo, tentando convocá-lo para depor; Delfim Neto foi contra e levou o caso a Costa e Silva que bloqueou a convocação.[4][6] Nesta época, a União de Bancos Brasileiros era o quinto maior grupo financeiro do Brasil, com 333 agências bancárias.[4]

Conhecido pelas maneiras gentis e gosto refinado, fazia a figura de milionário elegante, sendo o brasileiro predileto dos irmãos Rockefeller.[4] Sua esposa, Elisinha, era considerada uma das mais bem vestidas do mundo.[4] O embaixador tinha muitos amigos famosos, dentre eles o roqueiro Mick Jagger,[7] o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso[carece de fontes?] e a atriz Greta Garbo.[6]

No início dos anos 1990, foi fundado o Instituto Moreira Salles, uma entidade de assistência à cultura do país.[6]

No Unibanco, o prêmio Walther Moreira Salles, que o homenageia, é o mais importante prêmio interno da instituição. É concedido uma vez ao ano àqueles que são os responsáveis por projetos de excelência e que contribuíram para a evolução e atuação do banco.

Há uma sala no Ibmec São Paulo, atual Insper, com seu nome, em homenagem.

Uma das cinco torres do Centro Empresarial Itaú Unibanco localizado no bairro do Jabaquara também recebeu seu nome.

Vida pessoal

Salles casou-se três vezes: aos 28 anos, com Helène Matarazzo, com quem teve Fernando; separou-se no final dos anos 1950 e casou-se com Elisa Gonçalves, mãe dos outros três filhos, permanecendo com ela até o início dos anos 1970. Em 1986, conheceu Lúcia Moreira Salles, sua última companheira. Deixou quatro filhos: Pedro Moreira Salles, atual presidente do conselho do Itaú Unibanco, o cineasta Walter Salles (de nome Walter Moreira Salles Júnior), o documentarista João Moreira Salles e o editor Fernando Roberto Moreira Salles.

Morte

O embaixador, banqueiro e advogado de formação morreu aos 88 anos, em 2001, em Araras, distrito de Petrópolis, no estado do Rio de Janeiro. A causa da morte não foi revelada pela família.

Referências

  1. «João Moreira Salles, o patriarca». Instituto Moreira Salles. 9 de abril de 2018. Consultado em 20 de dezembro de 2019 
  2. NASSIF, Luís (2019). Walther Moreira Salles: O banqueiro-embaixador e a construção do Brasil. Barueri: Companhia Editora Nacional. p. 73 
  3. "Uma carta do acadêmico Loureiro Júnior". Folha da Manhã, 29 de abril de 1933, p. 5.
  4. a b c d e f g h Gaspari, Elio (2014). A Ditadura Escancarada 2 ed. Rio de Janeiro: Editora Intrínseca. 526 páginas. ISBN 978-85-8057-408-1 
  5. «Walther Moreira Salles, um perfil». Instituto Moreira Salles. Consultado em 20 de dezembro de 2019 
  6. a b c «Banqueiro foi personagem do século 20». Folha de São Paulo. 28 de fevereiro de 2001. Consultado em 24 de novembro de 2022 
  7. «Walther Moreira Salles | TOK de HISTÓRIA». tokdehistoria.com.br. Consultado em 21 de janeiro de 2018 

Ligações externas

  • CPDOC-FGV Biografia
  • Empresário, diplomata, mecenas. E uma só vida. Entrevista de Pedro Moreira Salles sobre seu pai, Walther Moreira Salles. Por Laura Greenhalgh. Estadão, 27 de maio de 2012.


Precedido por
Clemente Mariani
Ministros da Fazenda do Brasil
1961 — 1962
Sucedido por
Francisco de Paula Brochado da Rocha


  • v
  • d
  • e
Colônia e
Reino Unido
Regência
(príncipe D. Pedro)
Primeiro reinado
(D. Pedro I)
Período regencial
Segundo reinado
(D. Pedro II)
República Velha
(1.ª República)
Era Vargas
(2.ª e 3.ª Repúblicas)
Período Populista
(4.ª República)
Ditadura militar
(5.ª República)
Nova República
(6.ª República)
Indica secretário com atribuições equivalentes ao ministro da Fazenda (órgão extinto durante o governo Bolsonaro)
  • v
  • d
  • e
Vice-presidente
Nenhum (1961–1964)
João Goulart
Primeiro-Ministro
Tancredo Neves (1961–1962) • Francisco Brochado da Rocha (1962) • Hermes Lima (1962–1963)
Ministérios
Aeronáutica
Agricultura
Armando Monteiro Filho (1961) • Renato Costa Lima (1962–1963) • José Ermírio de Moraes (1963) • Osvaldo Lima Filho (1963–1964)
Educação
Antônio Ferreira de Oliveira Brito (1961–1962) • Roberto Lira (1962) • Darcy Ribeiro (1962–1963) • Teotônio Monteiro de Barros (1963) • Paulo de Tarso Santos (1963) • Júlio Furquim Sambaqui (1963–1964)
Fazenda
Walther Moreira Salles (1961–1962) • Tancredo de Almeida Neves (1962) • Henrique Domingos Ribeiro Barbosa (1962) • Francisco de Paula Brochado da Rocha (1962) • Miguel Calmon du Pin e Almeida Sobrinho (1962–1963) • San Tiago Dantas (1963) • Carvalho Pinto (1963) • Hélio Bicudo (1963) • Ney Neves Galvão (1963–1964) • Waldyr Ramos Borges (1964) • Ney Neves Galvão (1964)
Guerra
João de Segadas Viana (1961–1962) • Nélson de Melo (1962) • Amaury Kruel (1962–1963) • Jair Dantas Ribeiro (1963–1964)
Indústria e Comércio
Ulysses Guimarães (1961–1962) • Otávio Augusto Dias Carneiro (1962–1963) • Antônio Balbino (1963) • Egídio Michaelsen (1963–1964)
Justiça e Negócios Interiores
Tancredo Neves (1961) • Alfredo Nasser (1961–1962) • João Mangabeira (1963) • Carlos Molinari Cairoli (1963) • Abelardo de Araújo Jurema (1963–1964)
Marinha
Minas e Energia
Gabriel Passos (1961–1962) • João Mangabeira (1962) • Eliezer Batista (1962) • Antônio Ferreira de Oliveira Brito (1963–1964)
Planejamento
Celso Furtado (1962–1964)
Relações Exteriores
San Tiago Dantas (1961–1962) • Afonso Arinos de Melo Franco (1962) • Hermes Lima (1962–1963) • Evandro Lins e Silva (1963) • João Augusto de Araújo Castro (1963–1964)
Saúde
Estácio Souto Maior (1961–1962) • Manuel Cordeiro Vilaça (1962) • Eliseu Paglioli (1962–1963) • Paulo Pinheiro Chagas (1963) • Wilson Fadul (1963–1964)
Trabalho e Previdência Social
Viação e Obras Públicas
Virgílio Távora (1961–1962) • Hélio de Almeida (1962–1963) • Expedito Machado da Ponte (1963–1964)
Órgãos
(ligados à
Presidência da
República)
Casa Civil
Hugo de Araújo Faria (1961) • Hermes Lima (1961–1962) • Evandro Lins e Silva (1963) • Darcy Ribeiro (1963–1964)
Estado Maior das Forças Armadas
Osvaldo de Araújo Mota (1962–1963) • Peri Constant Bevilacqua (1963–1964)
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