José Joaquim Cardoso de Melo Neto

José Joaquim Melo Neto
José Joaquim Cardoso de Melo Neto
35.º Governador de São Paulo
Período 5 de janeiro de 1937
até 10 de novembro de 1937
Antecessor(a) Henrique Smith Bayma
Sucessor(a) Adhemar de Barros
7° Prefeito de São Paulo
Período 24 de outubro de 1930
até 5 de dezembro de 1930
Antecessor(a) José Pires do Rio
Sucessor(a) Luís Inácio de Anhaia Melo
Interventor Federal em São Paulo
Período 11 de novembro de 1937
até 25 de abril de 1938
Antecessor(a) Henrique Smith Bayma
Sucessor(a) Francisco José da Silva Júnior
Dados pessoais
Nascimento 19 de julho de 1883
São Paulo, São Paulo
Morte 20 de julho de 1965 (82 anos)
São Paulo, São Paulo
Nacionalidade Brasileiro
Partido Partido Democrático, Partido Constitucionalista
Profissão Advogado e Professor

José Joaquim Cardoso de Melo Neto (São Paulo, 19 de julho de 1883 — São Paulo, 20 de julho de 1965) foi um advogado e professor universitário brasileiro.[1]

Casou-se com Celina Rodrigues Alves, filha do presidente da República Francisco de Paula Rodrigues Alves, com quem teve duas filhas.

Educação e vida profissional

Cardoso de Melo Neto iniciou os estudos na Escola Complementar. Aos dezesseis anos, formou-se professor primário e passou a lecionar no bairro Bela Vista. Em 1901, matriculou-se na Faculdade de Direito do Largo de São Francisco, recebendo o título de bacharel em Direito em agosto de 1906. Durante os estudos, Cardoso ocupou a presidência do Círculo Jurídico Acadêmico. Foi advogado da Companhia Telefônica Brasileira. Quatro anos mais tarde, em 1910, tornou-se presidente da Sociedade Anônima Elétrica Rio Claro, notória empresa de energia elétrica do estado de São Paulo, ficando até 1934. Em outubro de 1917, como professor substituto, tomou posse da quinta seção nas cadeiras de Direito Administrativo, Ciência da Administração, Economia Política e Ciência das Finanças. Em 1920, seria titulado professor catedrático das duas últimas. Posteriormente, em 1941, passou a ser o diretor da faculdade onde se formou. Por fim, em novembro de 1953, recebeu o título de professor emérito desta.[1]

Vida política

Cardoso participou da fundação da Liga Nacionalista, idealizada por Olavo Bilac e Rui Barbosa e criada em 1917. O intuito era adotar a prática do voto secreto e do serviço militar obrigatório. Em 1926, ajudaria na fundação do Partido Democrático (PD) de São Paulo.[2] Um dos primeiros feitos do PD foi se empenhar na campanha das eleições estaduais de fevereiro de 1928, quando Cardoso de Melo Neto foi eleito pelo 5º Distrito de São Paulo. No entanto, ele e outros candidatos do partido não tiveram sua eleição legitimada.

No início de 1929, o PD se filiou à Aliança Liberal, coligação de forças políticas contrárias ao Governo Washington Luís. Cardoso de Melo Neto foi escolhido representante do partido e participou da Convenção da Aliança Liberal, que validou as candidaturas oposicionistas,[3] apresentando Getúlio Vargas e João Pessoa como candidatos à presidência e à vice-presidência da República. Saindo vencedora, os laços entre a Aliança Liberal e os tenentes se fortaleceram.

O processo de preparação de um movimento armado se intensificou com o assassinato de João Pessoa, que aconteceu em 26 de julho de 1930. No dia 24 de outubro, no Rio de Janeiro, Washington Luís era deposto da presidência. A partir de então, a governança do país passou para as mãos do general Hastínfilo de Moura, comandante da 2ª Região Militar, que governou provisoriamente por quatro dias, até 28 de outubro de 1930. Esse general formou uma espécie de conselho, do qual faziam parte membros do PD. Em seguida, o governo passou para José Maria Whitaker, Plínio Barreto e, finalmente, o capitão João Alberto Lins de Barros.[1] Na época, Cardoso de Melo Neto foi prefeito de São Paulo pelo PD (24 de outubro de 1930 até 6 de dezembro de 1930.

Cardoso também representou o PD nas articulações para a formação da Chapa Única por São Paulo Unido. A chapa, que mesclava o PD, o PRP, a Liga Eleitoral Católica e a Federação dos Voluntários (organização de ex-combatentes de 1932), lutava por características liberais e federalistas, indo contra a centralização política e econômica pensada pelo governo federal, até então, o general Valdomiro Lima.[1]

Em fevereiro de 1934, Cardoso de Melo filiou-se ao novo Partido Constitucionalista, consequência da fusão do PD com a Ação Nacional Republicana (dissidência do PRP) e a Federação de Voluntários, liderado por Armando de Sales Oliveira. Eleito como deputado federal no mesmo ano, passou a integrar a Comissão Mista de Reforma Econômico-Financeira, e acumulou suas funções parlamentares com a presidência do Banco Mercantil de São Paulo e da Empresa de Luz e Força de Jundiaí.[1]

Referências

  1. a b c d e Brasil, CPDOC - Centro de Pesquisa e Documentação História Contemporânea do. «JOSE JOAQUIM CARDOSO DE MELO NETO | CPDOC - Centro de Pesquisa e Documentação de História Contemporânea do Brasil». CPDOC - Centro de Pesquisa e Documentação de História Contemporânea do Brasil. Consultado em 24 de setembro de 2018 
  2. Moreira, Silvia Levi (1982). A Liga Nacionalista de São Paulo: ideologia e atuação. São Paulo: FFLCH-USP  |acessodata= requer |url= (ajuda)
  3. Adduci, Cassia Chrispiano (2004). Os Nacionalistas Liberais Paulistas e a Construção da Nação Brasileira. São Paulo: Revista do Núcleo de Estudos de Ideologias e Lutas Sociais (NEILS) 

Ligações externas

  • História e Estórias da Revolução de 1932 em Mato Grosso do Sul, página 20[ligação inativa]

Precedido por
José Pires do Rio
Prefeito de São Paulo
1930
Sucedido por
Luís Inácio de Anhaia Melo
Precedido por
Henrique Smith Bayma
Governador de São Paulo
1937
Sucedido por
'José Joaquim Cardoso de Melo Neto'
Precedido por
José Joaquim Cardoso de Melo Neto
Interventor federal em São Paulo
1937 — 1938
Sucedido por
Francisco José da Silva Júnior
Controle de autoridade
  • v
  • d
  • e
República Velha
(1889–1930)
Era Vargas
(1930–45)
República Populista
(1946–64)
Ditadura militar
(1964–85)
Nova República
(1985–presente)
  • v
  • d
  • e
  1. Prudente de Morais
  2. Jorge Tibiriçá
  3. Américo Brasiliense
  4. Tertuliano Castelo Branco
  5. Cerqueira César
  6. Bernardino de Campos
  7. Peixoto Gomide
  8. Campos Sales
  9. Peixoto Gomide
  10. Fernando Prestes
  11. Rodrigues Alves
  12. Domingos de Morais
  13. Bernardino de Campos
  14. Jorge Tibiriçá
  15. Albuquerque Lins
  16. Rodrigues Alves
  17. Altino Arantes
  18. Washington Luís
  19. Carlos de Campos
  20. Antônio Dino Bueno
  21. Júlio Prestes
  22. Heitor Penteado
  23. Hastínfilo de Moura
  24. José Maria Whitaker
  25. Plínio Barreto
  26. Lins de Barros
  27. Laudo de Camargo
  28. Manuel Rabelo
  29. Pedro de Toledo
  30. Herculano de Carvalho
  31. Castilho de Lima
  32. Daltro Filho
  33. Armando de Sales
  34. Smith Bayma
  35. Melo Neto
  36. Silva Júnior
  37. Ademar de Barros
  38. Sousa Costa
  39. Nogueira de Lima
  40. Macedo Soares
  41. Ademar de Barros
  42. Lucas Nogueira Garcez
  43. Jânio Quadros
  44. Carvalho Pinto
  45. Ademar de Barros
  46. Laudo Natel
  47. Abreu Sodré
  48. Laudo Natel
  49. Paulo Egydio Martins
  50. Paulo Maluf
  51. José Maria Marin
  52. Franco Montoro
  53. Orestes Quércia
  54. Fleury Filho
  55. Mário Covas
  56. Geraldo Alckmin
  57. Cláudio Lembo
  58. José Serra
  59. Alberto Goldman
  60. Geraldo Alckmin
  61. Márcio França
  62. João Doria
  63. Rodrigo Garcia
  64. Tarcísio de Freitas

Sede e
residência