Arlindo Chinaglia

Arlindo Chinaglia
Arlindo Chinaglia
Arlindo Chinaglia em 2006.
Deputado federal por São Paulo
Período 1º de fevereiro de 1995
a atualidade
(8 mandatos consecutivos)
Legislatura 50.ª, 51.ª, 52.ª, 53.ª, 54.ª, 55.ª, 56.ª, 57.ª
106.º Presidente da Câmara dos Deputados do Brasil
Período 1º de fevereiro de 2007
a 2 de fevereiro de 2009
Antecessor(a) Aldo Rebelo
Sucessor(a) Michel Temer
Deputado estadual de São Paulo
Período 1º de fevereiro de 1991
a 1º de fevereiro de 1995
Dados pessoais
Nascimento 24 de dezembro de 1949 (74 anos)
Serra Azul, SP
Alma mater Universidade de Brasília (UnB)
Prêmio(s) Ordem do Mérito Militar[1]
Partido PT (1980–presente)
Profissão médico, político

Arlindo Chinaglia Junior GOMM (pronúncia AFI: [kiˈnaʎa]; Serra Azul, 24 de dezembro de 1949) é um médico e político brasileiro filiado ao Partido dos Trabalhadores. É deputado federal por São Paulo há sete mandatos, sendo presidente da Câmara dos Deputados entre 2007 e 2009. Foi também deputado estadual do mesmo estado e Presidente do Parlamento do Mercosul.[2]

Biografia

De origem italiana,[3] graduou-se em medicina pela Universidade de Brasília (UnB) com especialização em saúde pública e presidiu a Central Única dos Trabalhadores (CUT) e o Sindicato dos Médicos, ambos do estado de São Paulo.[4] Foi membro fundador do Partido dos Trabalhadores (PT).

Assembleia Legislativa de São Paulo

Nas eleições de 1990, Chinaglia candidatou-se pelo PT à Assembleia Legislativa de São Paulo (ALESP). Foi eleito em último lugar, com 13 143 votos (0,08%). Foi eleito deputado estadual em último lugar, parcialmente devido à baixa adesão ao partido nas urnas estaduais daquele ano.

Câmara dos Deputados

Nas eleições de 1994, com mais que o dobro dos votos (28 323; 0,15%), foi eleito deputado federal por São Paulo. Nas eleições de 1998, novamente dobrou seu eleitorado, sendo reeleito com 56 672 votos (0,36%) Destacou-se durante o governo de Fernando Henrique Cardoso (1995–2002). Ficou conhecido como proponente de Comissões Parlamentares de Inquérito (CPIs). Entre 2001 e 2002, exerceu o cargo de Secretário de Implementação das Subprefeituras, na prefeitura de São Paulo.

Nas eleições de 2002, foi novamente reeleito para um terceiro mandato, dessa vez alcançando 136 402 votos (0,69%). Em 2004, Chinaglia foi admitido pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao grau de Grande-Oficial especial da Ordem do Mérito Militar.[1] Nas eleições de 2006, foi reeleito com 170 008 votos (0,84%).

Presidente da Câmara dos Deputados

Na legislatura 2007–2009 foi eleito presidente da Câmara dos Deputados, prometendo combater os "detratores" do Congresso Nacional. Disse à revista britânica The Economist: "quem quer que ataque o Parlamento… também ataca a democracia".[5] Ao deixar o mandato, pediu desculpas aos deputados pelo excesso de rigor no comando da casa.[6]

Nas eleições de 2010, foi reeleito para um quinto mandato com 207 465 votos (0,97%). Nas eleições de 2014, registrou sua primeira queda: embora eleito, perdeu parte dos votos no estado para o palhaço Tiririca, que compôs a coligação entre o antigo Partido da República (PR, atual PL) e o PT. Nesse ano, foi eleito com 135 772 votos (0,64%).

Foi reeleito para seu sétimo mandato nas eleições de 2018, mas com seu pior resultado eleitoral desde 1998. Debilitado nas urnas por um suposto envolvimento na Operação Lava Jato e pela vitória de Eduardo Bolsonaro como o mais votado da história, seu companheiro de partido Rui Falcão foi o mais bem-visto pelos petistas paulistas, enquanto que Chinaglia recebeu apenas 87 449 votos (0,41%).

Propina da Odebrecht

O deputado é suspeito de cobrar propina da Odebrecht em troca da liberação de uma obra, segundo inquérito autorizado pelo ministro o STF Edson Fachin, e cujos valores chegaram a R$ 10 milhões. Os delatores da Odebrecth (atual Novonor) relataram terem destinado pagamento um total de R$ 50 milhões a um grupo de quatro parlamentares para auxiliarem a Odebrecht e Andrade Gutierrez a vencerem a licitação da Usina Hidrelétrica de Santo Antônio e aparar arestas com o governo federal. Um dos nome era o de Chinaglia, na época presidente da Câmara dos Deputados, que recebeu R$ 10 milhões; os outros eram o então deputado Eduardo Cunha (R$ 20 milhões), o senador Romero Jucá (R$ 10 milhões), e o deputado Sandro Mabel (R$ 10 milhões). Os valores seriam pagos pelas duas construtoras, de acordo com sua fatia no consórcio que ganhou a licitação. Segundo os delatores, Chinaglia ainda reclamou em 2014 que os valores não estavam sendo pagos. A Odebrecht acionou o "Setor de Operações Estruturadas", conhecido como "departamento de propinas", e destinou R$ 2,5 milhões ao deputado. Nas planilhas de pagamento de propinas da empresa, o deputado era apelidado de "Grisalho".[7]

Ver também

Referências

  1. a b BRASIL, Decreto de 8 de abril de 2004.
  2. Rodrigues, Alex (1 de dezembro de 2016). «Arlindo Chinaglia assume presidência do Parlamento do Mercosul». Agência Brasil 
  3. da Silva, Deonísio (6 de fevereiro de 2007). «Os cidadãos da Itália brasileira». Observatório da Imprensa. Consultado em 18 de janeiro de 2022 
  4. Borges, Bruna (23 de janeiro de 2015). «Chinaglia tenta vencer Cunha e clima anti-PT para presidir Câmara». BOL. Consultado em 5 de dezembro de 2017 
  5. «Parliament or pigsty?». The Economist. 8 de fevereiro de 2007. ISSN 0013-0613 
  6. Giraldi, Renata (2 de fevereiro de 2009). «Chinaglia se emociona em discurso de despedida e pede desculpas por seu rigor». Folha de S. Paulo 
  7. «Delação da Odebrecht: Arlindo Chinaglia é suspeito de cobrar propina para liberar obra». G1. 12 de abril de 2017. Consultado em 5 de dezembro de 2017 

Ligações externas

  • «Página do deputado na câmara» 

Precedido por
Aldo Rebelo
Presidente da Câmara dos Deputados
2007–2009
Sucedido por
Michel Temer

Precedido por
Jorge Taiana
Presidente do Parlamento do Mercosul
2016–2017
Sucedido por
Tomás Enrique Bittar Navarro
  • v
  • d
  • e
Deputados
federais
Senado: MDB (1) • PSD (1) • PL (1)
Câmara: PL (17) • PT (10) • PSOL (6) • UNIÃO (6) • MDB (5) • Republicanos (5) • PSD (5) • PP (4) • PODE (3) • PSB (2) • PSDB (2) • Cidadania (2) • NOVO (1) • PCdoB (1) • Solidariedade (1)
  • v
  • d
  • e
Bandeira do primeiro reinado Primeiro reinado
(D. Pedro I)
Câmara dos Deputados
Bandeira do primeiro reinado Período regencial
Bandeira do segundo reinado Segundo reinado
(D. Pedro II)
Joaquim Marcelino de Brito Romualdo Antônio de Seixas Venâncio Henriques de Resende Martim Francisco Ribeiro de Andrada Manuel Inácio Cavalcanti de Lacerda Antônio Paulino Limpo de Abreu José Joaquim Fernandes Torres Francisco Muniz Tavares Dias de Carvalho Antônio Pinto Chichorro da Gama Gabriel Mendes dos Santos José Idelfonso de Sousa Ramos • Maciel Monteiro Brás Carneiro Nogueira da Costa e Gama Pedro Francisco de Paula Cavalcanti e Albuquerque Zacarias de Góis e Vasconcelos Francisco José Furtado Camilo Maria Ferreira Armond Saldanha Marinho Francisco de Paula da Silveira Lobo Pedro Francisco de Paula Cavalcanti e Albuquerque Joaquim Otávio Nébias Brás Carneiro Nogueira da Costa e Gama Inocêncio Marques de Araújo Góis Manuel Francisco Correia Paulino José Soares de Sousa Camilo Maria Ferreira Armond Martinho Álvares da Silva Campos Martim Francisco Ribeiro de Andrada • João Ferreira de Moura José Rodrigues de Lima Duarte Antônio Moreira de Barros Manuel Alves de Araújo Antônio Moreira de Barros Franklin Américo de Meneses Dória André Augusto de Pádua Fleury Domingos de Andrade Figueira Gomes de Castro Henrique Pereira de Lucena
Bandeira do Brasil (1889-1960) República Velha
(1.ª República)
Poder Legislativo fechado até 1891 João da Mata Machado Bernardino de Campos • João Lopes Ferreira Filho Francisco de Assis Rocha e Silva • Artur César Rios Carlos Vaz de Melo Francisco de Paula Oliveira Guimarães Carlos Peixoto Sabino Barroso Astolfo Dutra Nicácio Sabino Barroso Astolfo Dutra Nicácio Bueno Brandão • Arnolfo Azevedo Sebastião do Rêgo Barros Poder Legislativo fechado de 1930 a 1933 Antônio Carlos Ribeiro de Andrada
Bandeira do Brasil (1889-1960) 2.ª, 3.ª e 4.ª
Repúblicas
Antônio Carlos Ribeiro de Andrada • Pedro Aleixo Poder Legislativo fechado de 1937 a 1946 Honório Fernandes Monteiro Samuel Duarte Cirilo Júnior Nereu Ramos Carlos Luz José Antônio Flores da Cunha Ulysses Guimarães Ranieri Mazzilli
Bandeira do Brasil Ditadura militar
(5.ª República)
Bandeira do Brasil Nova República
(6ª República)
  • Portal do Brasil
  • Portal de São Paulo
  • Portal da política
  • Portal de biografias
Controle de autoridade
  • Wd: Q520653
  • WorldCat
  • VIAF: 4198150325580710090005
  • CPDOC: arlindo-chinaglia-junior