Adauto Lúcio Cardoso

Adauto Lúcio Cardoso
Ministro do Supremo Tribunal Federal do Brasil
Período 2 de março de 1967
até 18 de março de 1971
Nomeação por Humberto de Alencar Castelo Branco
Antecessor(a) Ribeiro da Costa
Sucessor(a) Antônio Neder
Presidente da Câmara dos Deputados do Brasil
Período 31 de março de 1966
até 15 de novembro de 1966
Antecessor(a) Olavo Bilac Pinto
Sucessor(a) João Batista Ramos
Dados pessoais
Nascimento 24 de dezembro de 1904
Curvelo, Minas Gerais, Brasil
Falecimento 20 de julho de 1974 (69 anos)
Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, Brasil
Alma mater Faculdade Nacional de Direito

Adaucto Lúcio Cardoso (Curvelo, 24 de dezembro de 1904Rio de Janeiro, 20 de julho de 1974) foi um jurista brasileiro. Foi presidente da Câmara dos Deputados e ministro do Supremo Tribunal Federal.

Biografia

Filho de Joaquim Lúcio Cardoso e de Maria Venceslina Cardoso. Casado com Helena Paladino Cardoso e teve três filhos desta união.

Bacharelou-se em 1927 pela Faculdade Nacional de Direito, atual Faculdade de Direito da Universidade Federal do Rio de Janeiro.[1] Ferrenho opositor da Ditadura Vargas, foi um dos signatários do Manifesto dos Mineiros, do qual participou ativamente na elaboração. No ano de 1944, foi um dos fundadores do Movimento de Resistência Democrática, cujo objetivo era a extinção total da ditadura no Brasil.

Na política, foi eleito vereador no antigo Distrito Federal, atual Rio de Janeiro em 1947, pela União Democrática Nacional - UDN, tendo renunciado este cargo por não aceitar a decisão do Senado Federal em restringir os poderes da Câmara Municipal, em analisar os vetos do prefeito do Distrito Federal. Em 1954 foi eleito deputado federal do antigo Distrito Federal, pelo mesmo partido, sendo reeleito em 1958 e em 1962. Com a transferência da capital para Brasília, passou a representar o antigo Estado da Guanabara, sendo líder da bancada da oposição. Participou ativamente do movimento que precedeu o Golpe Militar de 1964, que culminou a deposição do presidente eleito João Goulart em 31 de março de 1964. Em 1965, foi escolhido para presidir o Bloco Parlamentar Revolucionário, que tinha por objetivo agrupar parlamentares que apoiavam o novo regime instaurado no país. Em março de 1966, foi eleito presidente da Câmara dos Deputados. Nessa mesma época, foi institucionalizado o bipartidarismo no Brasil, optando pelo Aliança Renovadora Nacional (ARENA), que apoiava o governo. Renunciou à presidência da Câmara em novembro daquele mesmo ano, por não concordar com a cassação dos mandatos de seis parlamentares oposicionistas.

Na vida pública, por indicação do presidente Castelo Branco, foi nomeado por decreto de 14 de fevereiro de 1967, para o cargo de ministro do Supremo Tribunal Federal, na vaga aberta do ministro Ribeiro da Costa, tomando posse em 2 de março de 1967. Foi aposentado por decreto de 18 de março de 1971.

Em 1971, o STF julgou constitucional a lei da censura prévia (Decreto-lei nº 1.077), editada pelo Governo Médici. Vencido o Ministro Adauto Lúcio Cardoso manifestou sua indignada repulsa diante daquela decisão, despiu sua capa. atirou-a em sua curul e abandonou acintosamente o recinto. Todos os jornais, no dia seguinte, deram grande cobertura ao ocorrido, inédito na vida do STF. Evandro comenta que o gesto de Adauto foi teatral, mas diz que tal reação depende do temperamento de cada um. "A verdade, parece-me, é que a atitude do Ministro Adauto Lúcio Cardoso foi única, continua única, e provavelmente nunca se repetirá." Foi, assim, muito valioso o depoimento do Ministro Evandro Lins e Silva ao CPDOC, publicado com o título de O Salão dos passos perdidos.[2]

Referências

  1. «Ministros :: STF - Supremo Tribunal Federal». www.stf.jus.br. Consultado em 24 de outubro de 2019 
  2. RODRIGUES, Leda Boechat. História do Supremo Tribunal Federal. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1991, v. 1, p.480

Ligações externas

  • Biografia de Adauto Lúcio Cardoso - FGV/CPDOC
  • Biografia de Adauto Lúcio Cardoso - ALERJ
  • STF - Pasta dos ministros - Adauto Lúcio Cardoso

Precedido por
Olavo Bilac Pinto
Presidente da Câmara dos Deputados
1966
Sucedido por
João Batista Ramos
  • v
  • d
  • e
Bandeira do primeiro reinado Primeiro reinado
(D. Pedro I)
Câmara dos Deputados
Bandeira do primeiro reinado Período regencial
Bandeira do segundo reinado Segundo reinado
(D. Pedro II)
Joaquim Marcelino de Brito Romualdo Antônio de Seixas Venâncio Henriques de Resende Martim Francisco Ribeiro de Andrada Manuel Inácio Cavalcanti de Lacerda Antônio Paulino Limpo de Abreu José Joaquim Fernandes Torres Francisco Muniz Tavares Dias de Carvalho Antônio Pinto Chichorro da Gama Gabriel Mendes dos Santos José Idelfonso de Sousa Ramos • Maciel Monteiro Brás Carneiro Nogueira da Costa e Gama Pedro Francisco de Paula Cavalcanti e Albuquerque Zacarias de Góis e Vasconcelos Francisco José Furtado Camilo Maria Ferreira Armond Saldanha Marinho Francisco de Paula da Silveira Lobo Pedro Francisco de Paula Cavalcanti e Albuquerque Joaquim Otávio Nébias Brás Carneiro Nogueira da Costa e Gama Inocêncio Marques de Araújo Góis Manuel Francisco Correia Paulino José Soares de Sousa Camilo Maria Ferreira Armond Martinho Álvares da Silva Campos Martim Francisco Ribeiro de Andrada • João Ferreira de Moura José Rodrigues de Lima Duarte Antônio Moreira de Barros Manuel Alves de Araújo Antônio Moreira de Barros Franklin Américo de Meneses Dória André Augusto de Pádua Fleury Domingos de Andrade Figueira Gomes de Castro Henrique Pereira de Lucena
Bandeira do Brasil (1889-1960) República Velha
(1.ª República)
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Bandeira do Brasil (1889-1960) 2.ª, 3.ª e 4.ª
Repúblicas
Antônio Carlos Ribeiro de Andrada • Pedro Aleixo Poder Legislativo fechado de 1937 a 1946 Honório Fernandes Monteiro Samuel Duarte Cirilo Júnior Nereu Ramos Carlos Luz José Antônio Flores da Cunha Ulysses Guimarães Ranieri Mazzilli
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(5.ª República)
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