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Tabela de derivadas

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Cálculo integral

Definições

Integração por

Cálculo especializado
  • v
  • d
  • e

No cálculo, a derivada em um ponto de uma função y = f ( x ) {\displaystyle y=f(x)} representa a taxa de variação instantânea de y {\displaystyle y} em relação a x {\displaystyle x} neste ponto. Um exemplo típico é a função velocidade que representa a taxa de variação (derivada) da função espaço. Do mesmo modo, a função aceleração é a derivada da função velocidade. Geometricamente, a derivada no ponto x = a {\displaystyle x=a} de y = f ( x ) {\displaystyle y=f(x)} representa a inclinação da reta tangente ao gráfico desta função no ponto ( a ,   f ( a ) ) {\displaystyle (a,~f(a))} .[1][2] A função que a cada ponto x {\displaystyle x} associa a derivada neste ponto de f ( x ) {\displaystyle f(x)} é chamada de função derivada de f(x).

Click para uma maior imagem. Em cada ponto, a derivada de f ( x ) = 1 + x sin x 2 {\displaystyle \scriptstyle f(x)=1+x\sin x^{2}} é a tangente do ângulo que a reta tangente à curva faz em relação ao eixo das abscissas. A reta é sempre tangente à curva azul; a tangente do ângulo que ela faz com o eixo das abscissas é a derivada. Note-se que a derivada é positiva quando verde, negativa quando vermelha, e zero quando preta.

Notação

Duas distintas notações são comumente utilizadas para a derivada, o resultante de Leibniz e o outro a partir de Joseph Louis Lagrange

Na notação de Leibniz, uma mudança infinitesimal em x é denotada por dx, e a derivada de y em relação a x é escrito  d y d x {\displaystyle {\frac {dy}{dx}}\,\!} .

sugerindo que a razão de duas quantidades infinitesimais (A expressão acima é lido como "a derivada de y em relação a x", "dy por dx", ou "dy sobre dx". A forma oral dydx é usado frequentemente em tom de conversa, embora possa levar à confusão).

Na notação de Lagrange, a derivada em relação a x de uma função F(x) é denotada f'(x) ou fx'(x), em caso de ambiguidade da variável implicada pela derivação. A notação de Lagrange é por vezes incorretamente atribuída a Newton

Definição

Uma animação que dá uma ideia intuitiva da derivada, à medida que o "balanço" de uma função muda quando o argumento muda.

Seja I {\displaystyle I} um intervalo aberto não-vazio e seja f : I R {\displaystyle f:I\to \mathbb {R} } , y = f ( x ) {\displaystyle y=f(x)} , uma função de I {\displaystyle I} em R {\displaystyle \mathbb {R} } . Diz-se que função f ( x ) {\displaystyle f(x)} é derivável no ponto a I {\displaystyle a\in I} se existir o seguinte limite:[3]

f ( a ) = lim x a f ( x ) f ( a ) x a {\displaystyle f'(a)=\lim _{x\rightarrow a}{\frac {f(x)-f(a)}{x-a}}} .

Se for esse o caso, o número real f ( a ) {\displaystyle f'(a)} é chamado de derivada da função f {\displaystyle f} no ponto a {\displaystyle a} . Notações equivalentes são:

f ( a ) = d f d x ( a ) = d f d x | x = a {\displaystyle f'(a)={\frac {df}{dx}}(a)=\left.{\frac {df}{dx}}\right|_{x=a}} .

Equivalentemente, escrevemos:

f ( a ) = lim h 0 f ( a + h ) f ( a ) h {\displaystyle f'(a)=\lim _{h\to 0}{\frac {f(a+h)-f(a)}{h}}}

o que é obtido fazendo h = x a {\displaystyle h=x-a} no limite acima. Desta forma, define-se a função derivada de f ( x ) {\displaystyle f(x)} por:

f ( x ) = lim h 0 f ( x + h ) f ( x ) h {\displaystyle f'(x)=\lim _{h\to 0}{\frac {f(x+h)-f(x)}{h}}}

para todo x {\displaystyle x} para o qual este limite existe.

Uma função é dita derivável (ou diferenciável) quando sua derivada existe em cada ponto do seu domínio.

Segundo esta definição, a derivada de uma função de uma variável é definida como um processo de limite. Considera-se a inclinação da secante, quando os dois pontos de intersecção com o gráfico de f convergem para um mesmo ponto. No limite, a inclinação da secante é igual à da tangente.
Inclinação da secante ao gráfico de f
Inclinação da tangente à curva como a derivada de f(x)

Seja f uma função real definida em uma vizinhança aberta de um número real a.  

Na geometria clássica, a linha tangente ao gráfico da função f em a foi a única linha que passou pelo ponto (a, f(a)) que não encontrou o gráfico de f transversalmente, significando que a linha não passou diretamente pelo gráfico.

O declive da secante ao gráfico de f, na imagem acima, que passa pelos pontos (x,f(x)) e (x + h,f(x + h)) é dado pelo quociente de Newton:

f ( x + h ) f ( x ) h {\displaystyle {\frac {f(x+h)-f(x)}{h}}} .

Uma definição alternativa é: a função f é derivável em a se existir uma função φa de I em R contínua em a tal que

( x I ) : f ( x ) = f ( a ) + φ a ( x ) ( x a ) {\displaystyle (\forall x\in I):f(x)=f(a)+\varphi _{a}(x)\cdot (x-a)} .

Então define-se a derivada de f em a como sendo φa(a).

Funções com valores em R n {\displaystyle ^{n}}

Se I {\displaystyle I} for um intervalo de R {\displaystyle \mathbb {R} } com mais do que um ponto e se f {\displaystyle f} for uma função de I {\displaystyle I} em R n {\displaystyle \mathbb {R} ^{n}} , para algum número natural n {\displaystyle n} , as definições anteriores continuam a fazer sentido. Assim, por exemplo a função

f : R R 2 x ( cos ( x ) , sen ( x ) ) {\displaystyle {\begin{array}{rccc}f\colon &\mathbb {R} &\longrightarrow &\mathbb {R} ^{2}\\&x&\mapsto &(\cos(x),\operatorname {sen} (x))\end{array}}} (ou seja: uma função que a cada x do domínio em R {\displaystyle \mathbb {R} } responde com uma coordenada no contradomínio em R n {\displaystyle \mathbb {R} ^{n}} . Esta coordenada é ( cos ( x ) , sen ( x ) ) {\displaystyle (\cos(x),\operatorname {sen} (x))} .

é derivável e

( x R ) : f ( x ) = ( sen ( x ) , cos ( x ) ) . {\displaystyle (\forall x\in \mathbb {R} ):f'(x)=(-\operatorname {sen} (x),\cos(x)).}
O gráfico de uma função, desenhadas em preto, e uma linha tangente a essa função, elaborado em vermelho. A inclinação da linha tangente é igual a derivada da função no ponto marcado.

De fato, as propriedades acima descritas para o caso real continuam válidas, exceto, naturalmente, as que dizem respeito à monotonia de funções.

Diferenciabilidade

Derivabilidade num ponto

  • Seja I {\displaystyle I} um intervalo de R com mais do que um ponto, seja a {\displaystyle a}  ∈  I {\displaystyle I} e seja f {\displaystyle f} uma função de I {\displaystyle I} em R derivável em a {\displaystyle a} . Então f {\displaystyle f} é contínua em a {\displaystyle a} . O recíproco não é verdadeiro, como se pode ver pela função módulo.
  • Seja I {\displaystyle I} um intervalo de R com mais do que um ponto, seja a {\displaystyle a}  ∈  I {\displaystyle I} e sejam f {\displaystyle f} e g {\displaystyle g} funções de I {\displaystyle I} em R deriváveis em a {\displaystyle a} . Então as funções f {\displaystyle f}  ±  g {\displaystyle g} , f . g {\displaystyle f.g} e (caso g ( a ) {\displaystyle g(a)}  ≠  0 {\displaystyle 0} ) f / g {\displaystyle f/g} também são deriváveis em a {\displaystyle a} e:
    • ( f ± g ) ( a ) = f ( a ) ± g ( a ) {\displaystyle (f\pm g)'(a)=f'(a)\pm g'(a)}
    • ( f . g ) ( a ) = f ( a ) g ( a ) + f ( a ) g ( a ) {\displaystyle (f.g)'(a)=f'(a)g(a)+f(a)g'(a)}
    • ( f / g ) ( a ) = f ( a ) g ( a ) f ( a ) g ( a ) g ( a ) 2 {\displaystyle (f/g)'(a)={\frac {f'(a)g(a)-f(a)g'(a)}{g(a)^{2}}}}

Em particular, se c {\displaystyle c}  ∈ R, então ( c . f ) = c . f {\displaystyle (c.f)'=c.f'} . Resulta daqui e de se ter ( f + g ) = f + g {\displaystyle (f+g)'=f'+g'} que a derivação é uma aplicação linear.

  • Sejam I {\displaystyle I} e J {\displaystyle J} intervalos de R com mais do que um ponto, seja a {\displaystyle a}  ∈  I {\displaystyle I} , seja f {\displaystyle f} uma função de I {\displaystyle I} em J {\displaystyle J} derivável em a {\displaystyle a} e seja seja g {\displaystyle g} uma função de J {\displaystyle J} em R derivável em f ( a ) {\displaystyle f(a)} . Então g {\displaystyle g}  o  f {\displaystyle f} é derivável em a {\displaystyle a} e
( g f ) ( a ) = g ( f ( a ) ) . f ( a ) {\displaystyle (g\circ f)'(a)=g'(f(a)).f'(a)} .

Esta propriedade é conhecida por regra da cadeia.

  • Seja I {\displaystyle I} um intervalo de R com mais do que um ponto, seja a {\displaystyle a}  ∈  I {\displaystyle I} e seja f {\displaystyle f} uma função contínua de I {\displaystyle I} em R derivável em a {\displaystyle a} com derivada não nula. Então a função inversa f 1 {\displaystyle f^{-1}} é derivável em f ( a ) {\displaystyle f(a)} e
( f 1 ) ( f ( a ) ) = 1 f ( a ) {\displaystyle (f^{-1})'(f(a))={\frac {1}{f'(a)}}\cdot }

Outra maneira de formular este resultado é: se a {\displaystyle a} está na imagem de f {\displaystyle f} e se f {\displaystyle f} for derivável em f 1 ( a ) {\displaystyle f^{-1}(a)} com derivada não nula, então

( f 1 ) ( a ) = 1 f ( f 1 ( a ) ) {\displaystyle (f^{-1})'(a)={\frac {1}{f'{\bigl (}f^{-1}(a){\bigr )}}}\cdot }

Assim, por exemplo, se considerarmos a função f de R em R definida por f(x) = x² + x − 1, esta é diferenciável em 0. Podem ver-se na imagem abaixo os gráficos das restrições daquela função aos intervalos [−1,1] e [−1/10,1/10] e é claro que, enquanto que o primeiro é bastante curvo (e, portanto, f(x) − f(0) está aí longe de ser linear), o segundo é praticamente indistinguível de um segmento de reta (de declive 1). De facto, quanto mais se for ampliando o gráfico próximo de (0,f(0)) mais perto estará este de ser linear.

Gráfico de uma função derivável.

Em contrapartida, a função módulo de R em R não é derivável em 0, pois, por mais que se amplie o gráfico perto de (0,0), este tem sempre o aspecto da figura abaixo.

Gráfico da função modular, que não é derivável em 0 {\displaystyle 0} .

Derivabilidade em todo o domínio

Diz-se que f é derivável ou diferenciável se o for em todos os pontos do domínio.

Uma função diferenciável
  • Uma função derivável f {\displaystyle f} de I {\displaystyle I} em R é constante se e só se a derivada for igual a 0 {\displaystyle 0} em todos os pontos. Isto é uma consequência do teorema da média.
  • Uma função derivável f {\displaystyle f} de I {\displaystyle I} em R é crescente se e só se a derivada for maior ou igual a 0 {\displaystyle 0} em todos os pontos. Isto também é uma consequência do teorema da média.

Uma função cuja derivada seja sempre maior que 0 {\displaystyle 0} é estritamente crescente. Uma observação importante é que existem funções estritamente crescentes em que a derivada assume o valor 0 {\displaystyle 0} em alguns pontos. É o que acontece, por exemplo com a função de R em R definida por f ( x ) = x 3 {\displaystyle f(x)=x^{3}} . Naturalmente, existem enunciados análogos para funções decrescentes.

  • Se f {\displaystyle f} for uma função derivável de I {\displaystyle I} em R, sendo I {\displaystyle I} um intervalo de R com mais do que um ponto, então f ( I ) {\displaystyle f'(I)} também é um intervalo de R. Outra maneira de formular este resultado é: se f {\displaystyle f} for uma função derivável de [ a , b ] {\displaystyle [a,b]} em R e se y {\displaystyle y} for um número real situado entre f ( a ) {\displaystyle f'(a)} e f ( b ) {\displaystyle f'(b)} (isto é, f ( a ) {\displaystyle f'(a)}  ≤  y {\displaystyle y}  ≤  f ( b ) {\displaystyle f'(b)} ou f ( a ) {\displaystyle f'(a)}  ≥  y {\displaystyle y}  ≥  f ( b ) {\displaystyle f'(b)} ), então existe algum c {\displaystyle c}  ∈  [ a , b ] {\displaystyle [a,b]} tal que f ( c ) = y {\displaystyle f'(c)=y} . Este resultado é conhecido por teorema de Darboux.

Funções continuamente deriváveis

Seja I {\displaystyle I} um intervalo de R com mais do que um ponto e seja f {\displaystyle f} uma função de I {\displaystyle I} em R. Diz-se que f {\displaystyle f} é continuamente derivável ou de classe C 1 {\displaystyle C^{1}} se f {\displaystyle f} for derivável e, além disso, a sua derivada for contínua. Todas as funções deriváveis que foram vistas acima são continuamente deriváveis. Um exemplo de uma função derivável que não é continuamente derivável é

f : R R x { x 2 s e n ( 1 x )  se  x 0 0  se  x = 0 , {\displaystyle {\begin{array}{rccc}f\colon &\mathbb {R} &\longrightarrow &\mathbb {R} \\&x&\mapsto &{\begin{cases}x^{2}\mathop {\mathrm {sen} } ({\frac {1}{x}})&{\text{ se }}x\neq 0\\0&{\text{ se }}x=0{\text{,}}\end{cases}}\end{array}}}

pois o limite lim x 0 f ( x ) {\displaystyle \lim _{x\rightarrow 0}f'(x)} não existe; em particular, f' não é contínua em  0 {\displaystyle 0} .

Derivadas de ordem superior

Quando obtemos a derivada de uma função o resultado é também uma função de x e como tal também pode ser diferenciada. Calculando-se a derivada novamente obtemos então a segunda derivada da função f. De forma semelhante, a derivada da segunda derivada é chamada de terceira derivada e assim por diante. Podemos nos referir às derivadas subsequentes de f por:

d f d x , d d x ( d f d x ) , d d x ( d d x ( d f d x ) ) {\displaystyle {\frac {df}{dx}},\quad {\frac {d}{dx}}\left({\frac {df}{dx}}\right),\quad {\frac {d}{dx}}\left({\frac {d}{dx}}\left({\frac {df}{dx}}\right)\right)}

e assim sucessivamente. No entanto, a notação mais empregada é:

d f d x , d 2 f d x 2 , d 3 f d x 3 {\displaystyle {\frac {df}{dx}},\quad {\frac {d^{2}f}{dx^{2}}},\quad {\frac {d^{3}f}{dx^{3}}}}

ou alternativamente,

f ( x ) , f ( x ) , f ( x ) {\displaystyle f'(x),\quad f''(x),\quad f'''(x)}

ou ainda

f ( 1 ) ( x ) , f ( 2 ) ( x ) , f ( 3 ) ( x ) {\displaystyle f^{(1)}(x),\quad f^{(2)}(x),\quad f^{(3)}(x)}

Se, para algum k ∈ N, f for k vezes derivável e, além disso, f(k) for uma função contínua, diz-se que f é de classe Ck.

Se a função f tiver derivadas de todas as ordens, diz-se que f é infinitamente derivável ou indefinidamente derivável ou ainda de classe C.

Exemplos

Se c {\displaystyle c}  ∈ R, a função f {\displaystyle f} de R em R definida por f ( x ) = c {\displaystyle f(x)=c} é derivável em todos os pontos de R e a sua derivada é igual a 0 {\displaystyle 0} em todos os pontos, pois, para cada a {\displaystyle a}  ∈ R:

lim x a c c x a = 0 {\displaystyle \lim _{x\rightarrow a}{\frac {c-c}{x-a}}=0} .

Usando a definição alternativa, basta ver que se se definir ϕ a {\displaystyle \phi _{a}} de R em R por ϕ a ( x ) = 0 {\displaystyle \phi _{a}(x)=0} , então ϕ a {\displaystyle \phi _{a}} é contínua e, para cada x {\displaystyle x} e cada a {\displaystyle a} reais, tem-se

c = c + 0. ( x a ) = c + φ a ( x ) . ( x a ) {\displaystyle c=c+0.(x-a)=c+\varphi _{a}(x).(x-a)} ;

além disso, f ( a ) = ϕ a ( a ) = 0 {\displaystyle f'(a)=\phi _{a}(a)=0} .

A função f {\displaystyle f} de R em R definida por f ( x ) = x {\displaystyle f(x)=x} é derivável em todos os pontos de R e a sua derivada é igual a 1 {\displaystyle 1} em todos os pontos, pois, para cada a {\displaystyle a}  ∈ R:

lim x a x a x a = 1 {\displaystyle \lim _{x\rightarrow a}{\frac {x-a}{x-a}}=1} .

Usando a definição alternativa, basta ver que se se definir ϕ a {\displaystyle \phi _{a}} de R em R por ϕ a ( x ) = 1 {\displaystyle \phi _{a}(x)=1} , então ϕ a {\displaystyle \phi _{a}} é contínua e, para cada x {\displaystyle x} e cada a {\displaystyle a} reais, tem-se

x = a + 1. ( x a ) = a + φ a ( x ) . ( x a ) {\displaystyle x=a+1.(x-a)=a+\varphi _{a}(x).(x-a)} ;

além disso, f ( a ) = ϕ a ( a ) = 1 {\displaystyle f'(a)=\phi _{a}(a)=1} .

A função f {\displaystyle f} de R em R definida por f ( x ) = x 2 {\displaystyle f(x)=x^{2}} é derivável em todos os pontos de R e a sua derivada no ponto a {\displaystyle a}  ∈ R é igual a 2 a {\displaystyle 2a} , pois:

lim x a x 2 a 2 x a = lim x a ( x a ) ( x + a ) x a = lim x a x + a = 2 a {\displaystyle \lim _{x\rightarrow a}{\frac {x^{2}-a^{2}}{x-a}}=\lim _{x\rightarrow a}{\frac {(x-a)(x+a)}{x-a}}=\lim _{x\rightarrow a}x+a=2a} .

Usando a definição alternativa, basta ver que se se definir ϕ a {\displaystyle \phi _{a}} de R em R por ϕ a ( x ) = x + a {\displaystyle \phi _{a}(x)=x+a} , então ϕ a {\displaystyle \phi _{a}} é contínua e, para cada x {\displaystyle x} e cada a {\displaystyle a} reais, tem-se

x 2 = a 2 + ( x 2 a 2 ) = a 2 + φ a ( x ) . ( x a ) {\displaystyle x^{2}=a^{2}+(x^{2}-a^{2})=a^{2}+\varphi _{a}(x).(x-a)} ;

além disso, f ( a ) = ϕ a ( a ) = 2 a {\displaystyle f'(a)=\phi _{a}(a)=2a} .

A função módulo de R em R não é derivável em 0 {\displaystyle 0} pois

( x R ) : | x | | 0 | x 0 = { 1  se  x > 0 1  se  x < 0 {\displaystyle (\forall x\in \mathbb {R} ):{\frac {|x|-|0|}{x-0}}={\begin{cases}1&{\text{ se }}x>0\\-1&{\text{ se }}x<0\end{cases}}}

No entanto, é derivável em todos os outros pontos de R: a derivada em a {\displaystyle a} é igual a 1 {\displaystyle 1} quando a > 0 {\displaystyle a>0} e é igual a 1 {\displaystyle -1} quando a < 0 {\displaystyle a<0} .

Ponto de inflexão

Um ponto em que a segunda derivada de uma função muda de sinal é chamado de um ponto de inflexão. Em um ponto de inflexão, a segunda derivada pode ser zero, como no caso do ponto de inflexão x = 0 da função y = x³, ou ele pode deixar de existir, como é o caso do ponto de inflexão x = 0 da função y = x 1 3 {\displaystyle x^{\frac {1}{3}}\,\!} . Em um ponto de inflexão, uma função convexa passa a ser uma função côncava, ou vice-versa.

Pontos críticos, estacionários ou singulares

Ver artigo principal: Ponto crítico

Pontos onde a derivada da função é igual a 0 {\displaystyle 0} chamam-se normalmente de pontos críticos. Existem cinco tipos de pontos onde isto pode acontecer em uma função. Como a derivada é igual ao declive da tangente em um dado ponto, estes pontos acontecem onde a reta tangente é paralela ao eixo dos x {\displaystyle x} . Estes pontos podem acontecer:

  1. onde a função atinge um valor máximo e depois começa a diminuir, chamados máximos locais da função
  2. onde ela atinge um valor mínimo e começa a aumentar, chamados de mínimos locais da função
  3. em pontos de inflexão (horizontais) da função, que ocorrem onde a concavidade da função muda. Um exemplo típico é a função f ( x ) = x 3 {\displaystyle f(x)=x^{3}} : no ponto x = 0 {\displaystyle x=0} a função tem um ponto de inflexão (horizontal).
  4. em pontos onde a função oscila indefinidamente entre valores acima ou abaixo, um exemplo típico é a função f ( x ) = x 2 s i n ( 1 / x ) {\displaystyle f(x)=x^{2}sin(1/x)}
  5. em pontos onde a função é localmente constante, ou seja, existe um intervalo contendo o ponto para o qual a restrição da função ao intervalo é a função constante. Um exemplo típico é a função f(x) = |x + 1| + |x - 1| no ponto x=0.

Os pontos críticos são ferramentas úteis para examinar e desenhar gráficos de funções.

Derivadas notáveis

Ver artigo principal: Tabela de derivadas

A derivada de uma função pode, em princípio, ser calculado a partir da definição, considerando o quociente de diferença, e computar o seu limite. Na prática, uma vez que as derivadas de algumas funções simples são conhecidos, as derivadas de outras funções são mais facilmente calculado usando regras para a obtenção de derivadas de funções mais complicadas das mais simples.

A maioria dos cálculos de derivadas, eventualmente, exige a tomada da derivada de algumas funções comuns. A seguinte lista incompleta é de algumas das funções mais frequentemente utilizadas de uma única variável real e seus derivados. 

Alguns exemplos de derivadas notáveis são:

d d x e x = e x . {\displaystyle {\frac {d}{dx}}e^{x}=e^{x}.}
d d x ln ( x ) = 1 x , x > 0. {\displaystyle {\frac {d}{dx}}\ln(x)={\frac {1}{x}},\quad x>0.}

Estes dois fatos não são independentes. De fato, como o logaritmo natural é a inversa da função exponencial, resulta da igualdade d d x e x = e x {\displaystyle {\frac {d}{dx}}e^{x}=e^{x}} e da fórmula para a derivada da inversa que

( x > 0 ) : log ( x ) = ( exp 1 ) ( x ) = 1 exp ( exp 1 ( x ) ) = 1 exp ( log ( x ) ) = 1 x {\displaystyle (\forall x>0):\log '(x)=(\exp ^{-1})'(x)={\frac {1}{\exp '{\bigl (}\exp ^{-1}(x){\bigr )}}}={\frac {1}{\exp(\log(x))}}={\frac {1}{x}}\cdot }

Reciprocamente, supondo-se que, para cada x > 0 {\displaystyle x>0} , log ( x ) = 1 / x {\displaystyle \log '(x)=1/x} , então exp ( x ) = ( log 1 ) ( x ) = 1 log ( log 1 ( x ) ) = 1 1 / exp ( x ) = exp ( x ) . {\displaystyle \exp '(x)=(\log ^{-1})'(x)={\frac {1}{\log '{\bigl (}\log ^{-1}(x){\bigr )}}}={\frac {1}{1/\exp(x)}}=\exp(x).}

d d x sin ( x ) = cos ( x ) . {\displaystyle {\frac {d}{dx}}\sin(x)=\cos(x).}

d d x cos ( x ) = sin ( x ) . {\displaystyle {\frac {d}{dx}}\cos(x)=-\sin(x).}

d d x tan ( x ) = sec 2 ( x ) = 1 cos 2 ( x ) = 1 + tan 2 ( x ) . {\displaystyle {\frac {d}{dx}}\tan(x)=\sec ^{2}(x)={\frac {1}{\cos ^{2}(x)}}=1+\tan ^{2}(x).}

d d x csc ( x ) = cot ( x ) csc ( x ) {\displaystyle {\frac {d}{dx}}\csc(x)=-\cot(x)\csc(x)}

d d x sec ( x ) = sec ( x ) tan ( x ) {\displaystyle {\frac {d}{dx}}\sec(x)=\sec(x)\tan(x)}

d d x cot ( x ) = csc 2 ( x ) {\displaystyle {\frac {d}{dx}}\cot(x)=-\csc ^{2}(x)}

d d x arcsin ( x ) = 1 1 x 2 , 1 < x < 1. {\displaystyle {\frac {d}{dx}}\arcsin(x)={\frac {1}{\sqrt {1-x^{2}}}},-1<x<1.}

d d x arccos ( x ) = 1 1 x 2 , 1 < x < 1. {\displaystyle {\frac {d}{dx}}\arccos(x)=-{\frac {1}{\sqrt {1-x^{2}}}},-1<x<1.}

d d x arctan ( x ) = 1 1 + x 2 {\displaystyle {\frac {d}{dx}}\arctan(x)={\frac {1}{1+x^{2}}}}

Neste último caso, as derivadas resultam das fórmulas para as derivadas das funções trigonométricas juntamente com a fórmula para a derivada da inversa e a fórmula fundamental da trigonometria.

Regras para funções combinadas

Em muitos casos, a aplicação direta do quociente de diferença de Newton pode ser evitado usando regras de diferenciação, evitando complicados cálculos de limite.  Algumas das regras mais básicas são as seguintes:

  • Regra da constante: se f(x) é constante, então:

f = 0. {\displaystyle f'=0.\,}

  • Regra da soma:

( α f + β g ) = α f + β g {\displaystyle (\alpha f+\beta g)'=\alpha f'+\beta g'\,}

para todas as funções f e g e todos os números reais α {\displaystyle \alpha } e   b e t a {\displaystyle \ beta}

( f g ) = f g + f g {\displaystyle (fg)'=f'g+fg'\,}

para todas as funções f e g. Por conseguinte, isso significa que a derivada de uma constante vezes uma função é a constante vezes a derivada da função

d d r π r 2 = 2 π r . {\displaystyle {\frac {d}{dr}}\pi r^{2}=2\pi r.\,}

( f g ) = f g f g g 2 {\displaystyle \left({\frac {f}{g}}\right)'={\frac {f'g-fg'}{g^{2}}}}

para todas as funções f e g, em que g ≠ 0.

Se f ( x ) = h ( g ( x ) ) , {\displaystyle f(x)=h(g(x)),}

então:

f ( x ) = h ( g ( x ) ) g ( x ) . {\displaystyle f'(x)=h'(g(x))\cdot g'(x).\,}

Exemplo de uso

A derivada de f ( x ) = x 4 + sin ( x 2 ) ln ( x ) e x + 7 {\displaystyle f(x)=x^{4}+\sin(x^{2})-\ln(x)e^{x}+7\,}

é f ( x ) = 4 x ( 4 1 ) + d ( x 2 ) d x cos ( x 2 ) d ( ln x ) d x e x ln x d ( e x ) d x + 0 = 4 x 3 + 2 x cos ( x 2 ) 1 x e x ln ( x ) e x . {\displaystyle {\begin{aligned}f'(x)&=4x^{(4-1)}+{\frac {d\left(x^{2}\right)}{dx}}\cos(x^{2})-{\frac {d\left(\ln {x}\right)}{dx}}e^{x}-\ln {x}{\frac {d\left(e^{x}\right)}{dx}}+0\\&=4x^{3}+2x\cos(x^{2})-{\frac {1}{x}}e^{x}-\ln(x)e^{x}.\end{aligned}}}

As derivadas conhecidas de funções elementares x 2 , x 4 , {\displaystyle x^{2},x^{4},}  sen(x) e e x p ( x ) = e x {\displaystyle exp(x)=e^{x}} , assim como a constante 7, também foram usadas. 

Funções de uma variável complexa

Se A for um conjunto de números complexos, se f for uma função de A em C e se a for um ponto não isolado de A (isto é, se tão perto quanto se queira de a houver outros elementos de A), então as duas definições da derivada de f no ponto a continuam a fazer sentido. De facto, as propriedades acima descritas para o caso real continuam válidas, excepto, mais uma vez, as que dizem respeito à monotonia de funções.

Física

Uma das mais importantes aplicações da Análise à Física (senão a mais importante), é o conceito de derivada temporal — a taxa de mudança ao longo do tempo — que é necessária para a definição precisa de vários importantes conceitos. Em particular, as derivadas temporais da posição s de um objecto são importantes na física newtoniana:

  • Velocidade (velocidade instantânea; o conceito de velocidade média é anterior à Análise) v é a derivada (com respeito ao tempo) da posição do objeto.
  • Aceleração a é a derivada (com respeito ao tempo) da velocidade de um objecto.

Posto de outro modo:

v ( t ) = d s d t a ( t ) = d v d t = d 2 s d t 2 {\displaystyle {\begin{aligned}v(t)&={\frac {ds}{dt}}\\a(t)&={\frac {dv}{dt}}={\frac {d^{2}s}{dt^{2}}}\end{aligned}}}

Por exemplo, se a posição de um objecto é s(t) = −16t² + 16t + 32, então a velocidade do objecto é s′(t) = −32t + 16 e a aceleração do objecto é s′′(t) = −32. Uma forma de enunciar a segunda lei de Newton é F = dp/dt , sendo p o momento linear do objecto.

Derivadas em maiores dimensões

Em dimensão 1, as derivadas são pensadas como números pois, nesta dimensão, um número e uma transformação linear são a mesma coisa. Entretanto, para dimensões maiores, as derivadas necessitam ser tratadas como transformações lineares.[4]

Derivadas de funções vetoriais

Uma função vetorial y(t) de uma variável real de uma variável real envia números reais de vetores em  R n {\displaystyle R^{n}}  algum espaço vetorial. A função vetorial pode ser dividido em suas funções coordenadas y1(t), y2(t),...,yn(t), significando que y(t) = ( y 1 {\displaystyle y_{1}} (t), ...,  y n {\displaystyle y_{n}}  (t)). Isto inclui, por exemplo, curvas paramétricas em R² ou R³.

As funções de coordenadas são funções de valores reais, de modo que a definição acima de derivada aplica-se a eles. A derivada de y (t) é definida como sendo o vetor, chamado o vetor tangente, cujas coordenadas são as derivadas das funções de coordenadas. Isto é,  

y ( t ) = ( y 1 ( t ) , , y n ( t ) ) . {\displaystyle \mathbf {y} '(t)=(y'_{1}(t),\ldots ,y'_{n}(t)).}

equivalentemente, 

y ( t ) = lim h 0 y ( t + h ) y ( t ) h , {\displaystyle \mathbf {y} '(t)=\lim _{h\to 0}{\frac {\mathbf {y} (t+h)-\mathbf {y} (t)}{h}},} se o limite existe.

A subtração no numerador é a subtração de vetores, não escalares. Se a derivada de y existe para cada valor de t, então y' é outra função vetorial. 

Se e 1 {\displaystyle e_{1}} , ...,  e n {\displaystyle e_{n}}  é a base padrão para R n {\displaystyle R^{n}} , então y (t) também pode ser escrito como y 1 {\displaystyle y_{1}} (t) e 1 {\displaystyle e_{1}} + ... +  y n {\displaystyle y_{n}} (t) e n {\displaystyle e_{n}} . Se assumirmos que a derivada de uma função vetorial mantém a propriedade da linearidade, então a derivada de y (t) deve ser

y 1 ( t ) e 1 + + y n ( t ) e n {\displaystyle y'_{1}(t)\mathbf {e} _{1}+\cdots +y'_{n}(t)\mathbf {e} _{n}}

porque cada um dos vetores de base é uma constante. 


Esta generalização é útil, por exemplo, se y (t) é o vetor de posição de uma partícula no tempo t; em seguida, o derivado y '(t) é o vetor de velocidade da partícula no tempo t. 

Derivadas parciais

Ver artigo principal: Derivada parcial

Quando uma função depende de mais do que uma variável, podemos usar o conceito de derivada parcial. Podemos entender as derivadas parciais como a derivada de uma função para uma determinada variável, enquanto as outras se mantêm fixadas. No gráfico, é usada para determinar a variação da função em um determinado eixo. Derivadas parciais são representadas como, por exemplo, ∂z/∂x, sendo x a variável fixada sobre uma função em z.

Suponha que f é uma função que depende mais de uma variável, por exemplo, 

f ( x , y ) = x 2 + x y + y 2 . {\displaystyle f(x,y)=x^{2}+xy+y^{2}.\,}

f pode ser reinterpretado como uma família de funções de uma variável indexada pelas outras variáveis: 

f ( x , y ) = f x ( y ) = x 2 + x y + y 2 . {\displaystyle f(x,y)=f_{x}(y)=x^{2}+xy+y^{2}.\,}

Em outras palavras, cada valor de x escolhe uma função,  denotando  f x {\displaystyle f_{x}} , que é uma função de um número real.  Ou seja, 

x f x , {\displaystyle x\mapsto f_{x},\,}

f x ( y ) = x 2 + x y + y 2 . {\displaystyle f_{x}(y)=x^{2}+xy+y^{2}.\,}

Uma vez que um valor de x é escolhido,  digamos a, então f(x,y) determina a função f a {\displaystyle f_{a}}  que envia y a a2+ay+y2: 

f a ( y ) = a 2 + a y + y 2 . {\displaystyle f_{a}(y)=a^{2}+ay+y^{2}.\,}

Nesta expressão, a é uma constante, e não uma variável, de modo que  f a {\displaystyle f_{a}}  é uma função de uma única variável real. Consequentemente, a definição da derivada para uma função de uma variável aplica-se: 

f a ( y ) = a + 2 y . {\displaystyle f_{a}'(y)=a+2y.\,}

O procedimento acima pode ser realizada por qualquer escolha de a. Montando as derivadas juntas em uma função, dá uma função que descreve a variação de f na direção y: 

f y ( x , y ) = x + 2 y . {\displaystyle {\frac {\partial f}{\partial y}}(x,y)=x+2y.}

Esta é a derivada parcial de f em relação a y. Aqui, ∂ é o símbolo derivada parcial. 

Em geral, a derivada parcial de uma função f ( x 1 {\displaystyle x_{1}} , ...,  x n {\displaystyle x_{n}} ) na direção de x i {\displaystyle x_{i}} , no ponto ( a 1 {\displaystyle a_{1}} ..., a n {\displaystyle a_{n}} ) é definido como sendo:  

f x i ( a 1 , , a n ) = lim h 0 f ( a 1 , , a i + h , , a n ) f ( a 1 , , a i , , a n ) h . {\displaystyle {\frac {\partial f}{\partial x_{i}}}(a_{1},\ldots ,a_{n})=\lim _{h\to 0}{\frac {f(a_{1},\ldots ,a_{i}+h,\ldots ,a_{n})-f(a_{1},\ldots ,a_{i},\ldots ,a_{n})}{h}}.}  

Na diferença de quociente acima, todas as variáveis, exceto x i {\displaystyle x_{i}} , são mantidos fixos. Essa escolha de valores fixos determina uma função de uma variável. 

{ f a 1 , , a i 1 , a i + 1 , , a n ( x i ) = f ( a 1 , , a i 1 , x i , a i + 1 , , a n ) , {\displaystyle f_{a_{1},\ldots ,a_{i-1},a_{i+1},\ldots ,a_{n}}(x_{i})=f(a_{1},\ldots ,a_{i-1},x_{i},a_{i+1},\ldots ,a_{n}),}

e por definição, 

d f a 1 , , a i 1 , a i + 1 , , a n d x i ( a i ) = f x i ( a 1 , , a n ) . {\displaystyle {\frac {df_{a_{1},\ldots ,a_{i-1},a_{i+1},\ldots ,a_{n}}}{dx_{i}}}(a_{i})={\frac {\partial f}{\partial x_{i}}}(a_{1},\ldots ,a_{n}).}

Em outras palavras, as diferentes opções de classificar uma família de funções de uma variável tal como no exemplo acima. Esta expressão também mostra que o cálculo das derivadas parciais reduz para o cálculo dos derivados de uma variável. 

Um exemplo importante de uma função de várias variáveis é o caso de uma função de valor escalar f ( x 1 {\displaystyle x_{1}} , ...,  x n {\displaystyle x_{n}} ) em um domínio no espaço Euclidiano  R n {\displaystyle R^{n}}  (por exemplo, em R² ou R²). Neste caso, f tem uma derivada parcial ∂f / ∂xj em relação a cada variável x j {\displaystyle x_{j}} . No ponto a, estas derivadas parciais definem o vetor 

f ( a ) = ( f x 1 ( a ) , , f x n ( a ) ) . {\displaystyle \nabla f(a)=\left({\frac {\partial f}{\partial x_{1}}}(a),\ldots ,{\frac {\partial f}{\partial x_{n}}}(a)\right).}

Este vetor é denominado gradiente de f em a. Se f é diferenciável em todos os pontos em algum domínio, então o gradiente é uma função vetorial ∇f  que leva o ponto a para o vetor ∇f(a). 

Consequentemente, o gradiente determina um campo vetorial.

Derivadas direcionais 

Se f é uma função com valores reais em  R n {\displaystyle R^{n}} , então a derivada parcial de f mede a sua variação na direção dos eixos das coordenadas. Por exemplo, se f é uma função de x e y, então sua derivada parcial mede a variação em f na direção x e na direção y. Contudo, elas (derivadas parciais) não medem diretamente a variação de f em qualquer outra direção, tal como aquela ao longo da linha diagonal y=x. Estas são medidas usando-se as derivadas direcionais. Escolha um vetor: 

v = ( v 1 , , v n ) . {\displaystyle \mathbf {v} =(v_{1},\ldots ,v_{n}).}

A derivada direcional de f na direção de v no ponto x é o limite  

D v f ( x ) = lim h 0 f ( x + h v ) f ( x ) h . {\displaystyle D_{\mathbf {v} }{f}(\mathbf {x} )=\lim _{h\rightarrow 0}{\frac {f(\mathbf {x} +h\mathbf {v} )-f(\mathbf {x} )}{h}}.}

Em alguns casos pode ser mais fácil computar ou estimar a derivada direcional depois de mudar o comprimento do vetor. Frequentemente isso é feito para transformar o problema numa computação de uma derivada direcional na direção de um vetor unitário. Para ver como isso funciona, suponha v = λu. Substitua h = k/λ no quociente da diferença. 

O quociente da diferença torna-se: 

f ( x + ( k / λ ) ( λ u ) ) f ( x ) k / λ = λ f ( x + k u ) f ( x ) k . {\displaystyle {\frac {f(\mathbf {x} +(k/\lambda )(\lambda \mathbf {u} ))-f(\mathbf {x} )}{k/\lambda }}=\lambda \cdot {\frac {f(\mathbf {x} +k\mathbf {u} )-f(\mathbf {x} )}{k}}.}

Isso é λ vezes o quociente da diferença para a derivada direcional de f  no que diz respeito a u. Além disso, tomar o limite como h tendendo a zero é o mesmo que tomar o limite como k tendendo a zero, pois h e k são múltiplos um do outro. 

Portanto, Dv(f) = λDu(f). Devido a essa propriedade de redirecionamento, derivadas direcionais são frequentemente consideradas apenas para vetores unitários.    

Se todas as derivadas parciais de f existem e são contínuas em x, então elas determinam a derivada direcional de f na direção de v  pela fórmula: 

D v f ( x ) = j = 1 n v j f x j . {\displaystyle D_{\mathbf {v} }{f}({\boldsymbol {x}})=\sum _{j=1}^{n}v_{j}{\frac {\partial f}{\partial x_{j}}}.}  

Essa é a consequência da definição de derivada total. Diz-se que a derivada direcional é linear em v, significando que D V {\displaystyle _{V}}  + W {\displaystyle _{W}} (f) = D V {\displaystyle _{V}} (f) + D W {\displaystyle _{W}} (f).  

A mesma definição também é aplicável quando f é a função com valores em  R m {\displaystyle R^{m}} . . A definição acima é aplicada a cada componente dos vetores. Nesse caso, a derivada direcional é um vetor em  R m {\displaystyle R^{m}} .

Derivadas de aplicações

Sejam U {\displaystyle U} um aberto de R m {\displaystyle {\mathbb {R} }^{m}} , z 0 U {\displaystyle z_{0}\in U} e f : U R n {\displaystyle f:U\rightarrow {\mathbb {R} }^{n}} uma função. Dizemos que f {\displaystyle f} é diferenciável quando existem uma transformação linear T : R m R n {\displaystyle T:{\mathbb {R} }^{m}\rightarrow {\mathbb {R} }^{n}} e uma função r : { z z 0 : z U } R n {\displaystyle r:\{z-z_{0}:z\in U\}\rightarrow {\mathbb {R} }^{n}} dada por r ( h ) = f ( z 0 + h ) f ( z 0 ) T . h {\displaystyle r(h)=f(z_{0}+h)-f(z_{0})-T.h} tais que

lim h 0 r ( h ) | h | = 0 {\displaystyle \lim _{h\rightarrow 0}{\frac {r(h)}{|h|}}=0} .

Neste caso, a aplicação T {\displaystyle T} é chamada de derivada da função f {\displaystyle f} no ponto z 0 {\displaystyle z_{0}} e denotada por D f ( z 0 ) {\displaystyle Df(z_{0})} . Em outras palavras

D f ( z 0 ) = lim t 0 f ( x + t z 0 ) f ( x ) t . {\displaystyle Df(z_{0})=\lim _{t\rightarrow 0}{\frac {f(x+tz_{0})-f(x)}{t}}.}

Exemplos

  1. Se f : U R R {\displaystyle f:U\subset \mathbb {R} \rightarrow \mathbb {R} } , z 0 U {\displaystyle z_{0}\in U} e h R {\displaystyle h\in \mathbb {R} } , então
    D f ( z 0 ) h = h . f ( z 0 ) . {\displaystyle Df(z_{0})h=h.f'(z_{0}).}
  2. Se f : U R R n {\displaystyle f:U\subset \mathbb {R} \rightarrow {\mathbb {R} }^{n}} , z 0 U {\displaystyle z_{0}\in U} e h R , {\displaystyle h\in \mathbb {R} ,} então
    D f ( z 0 ) h = h . ( f 1 ( z 0 ) , f 2 ( z 0 ) , . . . , f n ( z 0 ) ) . {\displaystyle Df(z_{0})h=h.(f_{1}'(z_{0}),f_{2}'(z_{0}),...,f_{n}'(z_{0})).}
  3. Se f : U R m R {\displaystyle f:U\subset \mathbb {R} ^{m}\rightarrow {\mathbb {R} }} , z 0 U {\displaystyle z_{0}\in U} e h = ( h 1 , , h m ) R m , {\displaystyle h=(h_{1},\cdots ,h_{m})\in \mathbb {R} ^{m},} então
    D f ( z 0 ) h = h 1 . f x 1 ( z 0 ) + + h m . f x m ( z 0 ) {\displaystyle Df(z_{0})h=h_{1}.{\partial f \over \partial x_{1}}(z_{0})+\cdots +h_{m}.{\partial f \over \partial x_{m}}(z_{0})}
  4. Se f : U R m R n {\displaystyle f:U\subset \mathbb {R} ^{m}\rightarrow {\mathbb {R} }^{n}} , z 0 U {\displaystyle z_{0}\in U} e h R n , {\displaystyle h\in \mathbb {R} ^{n},} então
    D f ( z 0 ) h = ( h . f 1 ( z 0 ) , , h . f n ( z 0 ) ) {\displaystyle Df(z_{0})h=(h.\nabla f_{1}(z_{0}),\cdots ,h.\nabla f_{n}(z_{0}))}

Nesta definição, podemos considerar a derivada parcial de uma aplicação como sendo

f x j ( x ) = D f ( x ) e j . {\displaystyle {\frac {\partial f}{\partial x_{j}}}(x)=Df(x)e_{j}.}

Podemos repensar nessa igualdade. Se observarmos que e j x {\displaystyle e_{j}x} corresponde à j {\displaystyle j} -ésima coordenada de x {\displaystyle x} e que a j {\displaystyle j} -ésima coordenada de f ( z 0 ) {\displaystyle \nabla f(z_{0})} é f x j ( z 0 ) {\displaystyle {\frac {\partial f}{\partial x_{j}}}(z_{0})} segue que

f x j ( z 0 ) = ( f 1 x j ( z 0 ) , , f n x j ( z 0 ) ) {\displaystyle {\frac {\partial f}{\partial x_{j}}}(z_{0})=\left({\frac {\partial f_{1}}{\partial x_{j}}}(z_{0}),\cdots ,{\frac {\partial f_{n}}{\partial x_{j}}}(z_{0})\right)}

Referências

  1. STEWART, James. Curso de cálculo volume 1. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2002. 4ªa edição. ISBN 85-221-0236-8. Página 159.
  2. Anton, Howard (2009). Cálculo - Volume 1 8 ed. [S.l.]: Bookman. ISBN 9788560031634 
  3. STEWART, James. Curso de cálculo volume 1. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2002. 4ªa edição. ISBN 85-221-0236-8. Página 156.
  4. Lima 1981, Prefácio.

Bibliografia

  • Agudo, F. R. Dias, Análise Real (3 volumes), Lisboa: Escolar Editora, 1994
  • Lima, Elon Lages (1981). Curso de análise, Volume 2. Instituto de Matemática Pura e Aplicada. Rio de Janeiro: Instituto de Matemática Pura e Aplicada 
  • Ostrowski, A., Lições de Cálculo Diferencial e Integral (3 volumes), Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 1981
  • Ricieri, A. P., Derivada Fracionária, Transformada de Laplace e outros bichos, Prandiano, 1993, S. José dos Campos - SP - Brasil.

Ver também

Ligações externas

  • «Rei da Derivada - Torneio inventado pelo prof. Ricardo Fragelli para ensino de derivadas» 
  • «Cálculo diferencial para funções trigonométricas» (PDF) 
  • «tese de Engenharia Mecânica aplicando derivadas fracionárias» (PDF) 
  • «Equações generalizadas de difusão (aplica derivadas parciais fracionárias)» 
  • «Calcular derivada passo a passo» 
  • v
  • d
  • e
Funções
Tipos
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Hiperbólicas
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