Pardal Mallet

Pardal Mallet
Pardal Mallet
Homenagem póstuma a Pardal Mallet (Peregrino de Castro, publicado em Revista Theatral, n. 26, 1894).
Nascimento 9 de dezembro de 1864
Bagé, Rio Grande do Sul, Brasil
Morte 24 de novembro de 1894 (29 anos)
Caxambu, Minas Gerais, Brasil
Nacionalidade brasileiro
Progenitores Mãe: Mariana Leopoldina de Carvalho Pardal
Pai: João Nepomuceno de Medeiros Mallet
Ocupação Jornalista e romancista

João Carlos de Medeiros Pardal Mallet (Bagé, 9 de dezembro de 1864 – Caxambu, 24 de novembro de 1894) foi um jornalista e romancista brasileiro, patrono da cadeira 30 da Academia Brasileira de Letras.

Biografia

Era filho do marechal João Nepomuceno de Medeiros Mallet e de Mariana Leopoldina de Carvalho Pardal. Neto do marechal francês naturalizado brasileiro Emílio Mallet, patrono da artilharia do Exército Brasileiro, e do brigadeiro lisboeta João Carlos Pardal. Seu pai e seu avô paterno participaram da Guerra do Paraguai.

Pardal Mallet foi um menino precoce, aprendendo a ler sozinho. Antes de completar dez anos, já ensaiava alguns escritos. Foi aluno exemplar, com certa inclinação para idiomas estrangeiros tendo aprendido na infância inglês e francês. Concluiu os estudos iniciais na sua terra natal mudando posteriormente para o Rio para ingressar na Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro.

Em 1884 interrompeu o curso porque um seu professor, o Visconde de Saboia, o ameaçou reprovar, caso não abandonasse suas ideias republicanas manifestadas em artigos publicados em jornais cariocas. Convicto de suas opiniões, abandonou definitivamente a faculdade para dedicar-se à literatura e ao jornalismo.

Mudou-se, ao que se consta, para São Paulo onde se matriculou na Faculdade de Direito de São Paulo e posteriormente se dirigiu para o Recife em cuja faculdade concluiu o curso. Na ocasião de receber o diploma, negou-se a prestar juramento, alegando ser republicano e nada dever aos mestres, que segundo ele, "jamais lhes ouvira a palavra". A situação desagradável foi contornada graças a Joaquim Nabuco, que o defendeu.

Durante sua estada em Pernambuco publicou os romances Hóspede e Meu Álbum, ambos de 1887. No ano seguinte sai o romance Lar.

De volta ao Rio de Janeiro, passou a frequentar as rodas boêmias tendo como companheiros Olavo Bilac, Raul Pompeia, Coelho Neto, Luís Murat, José do Patrocínio, Artur Azevedo, Émile Rouéde, Aluísio Azevedo e Paula Ney.

Fervoroso adepto das ideias republicanas, tornou-se redator-chefe, em 1888, do jornal A Cidade do Rio, de José do Patrocínio, mas no ano seguinte rompeu com o amigo e protetor alegando divergências políticas. Em 1889 teve sério litígio com Olavo Bilac, terminando a questão num duelo em que saiu ferido na barriga.[1] Entretanto, depois se reconciliaram.

Com o advento da República, fez dura oposição ao governo do Marechal Floriano, fazendo parte da Revolta da Armada, acabando preso e desterrado em Tabatinga, no Amazonas em 1893. Decretada a anistia, voltou para o Rio de Janeiro. Antes dos 30 anos, morreu de tuberculose em Caxambu, onde tentara se recuperar inutilmente.

Hóspede e Lar foram reeditados em um só volume pela Academia Brasileira de Letras em 2008.

Obras

  • 1887 Meu Álbum, contos
  • 1887 Hóspede, romance
  • 1888 Lar, romance, Rio de Janeiro, Typ. Central
  • 1889 A pandilha, costumes gaúchos
  • 1890 O Esqueleto, romance, (com Olavo Bilac)
  • 1894 Pelo divórcio, panfleto

Referências

  1. OS DUELOS DE OLAVO BILAC - Notas Biográficas Acessado em 5 de julho de 2011

Bibliografia

  • COUTINHO, Afrânio; SOUSA, J. Galante de. Enciclopédia de literatura brasileira. São Paulo: Global.


Precedido por
ABL - patrono da cadeira 30
Sucedido por
Pedro Rabelo
(fundador)


  • v
  • d
  • e
Cadeiras 1 a 10
1 (Adelino Fontoura)
2 (Álvares de Azevedo)
3 (Artur de Oliveira)
4 (Basílio da Gama)
5 (Bernardo Guimarães)
6 (Casimiro de Abreu)
7 (Castro Alves)
8 (Cláudio Manuel da Costa)
9 (Gonçalves de Magalhães)
10 (Evaristo da Veiga)
Cadeiras 11 a 20
11 (Fagundes Varella)
12 (França Júnior)
13 (Francisco Otaviano)
14 (Franklin Távora)
15 (Gonçalves Dias)
16 (Gregório de Matos)
17 (Hipólito da Costa)
18 (João Francisco Lisboa)
19 (Joaquim Caetano)
20 (Joaquim Manuel de Macedo)
Cadeiras 21 a 30
21 (Joaquim Serra)
22 (José Bonifácio)
23 (José de Alencar)
24 (Júlio Ribeiro)
25 (Junqueira Freire)
26 (Laurindo Rabelo)
27 (Maciel Monteiro)
28 (Manuel Antônio de Almeida)
29 (Martins Pena)
30 (Pardal Mallet)
Cadeiras 31 a 40
31 (Pedro Luís)
32 (Manuel de Araújo Porto-Alegre)
33 (Raul Pompeia)
34 (Sousa Caldas)
35 (Tavares Bastos)
36 (Teófilo Dias)
37 (Tomás António Gonzaga)
38 (Tobias Barreto)
39 (Visconde de Porto Seguro)
40 (Visconde do Rio Branco)
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